quarta-feira, 30 de abril de 2008

Carta-discurso ao meu Avô

Oficialmente ontem, o patricarca da minha família colheu sua rosa número 79. Para celebrar uma data tão importante como essa, resolvi escrever pro velho [e ler em alto e bom som, pra toda a família ouvir, em uma de nossas reuniões]. E estes escritos, divido agora com os senhores.

São Luís, 29 de abril de 2008.

Se até os grandes homens se permitem escrever discursos para não proferirem nenhuma bobagem, comigo não haveria de ser diferente.

Acontece que ontem, antes de produzir o desenho do vô, eu tive que revirar os antigos álbuns de fotografias e as modernas pastas de arquivos de computador em busca de imagens do nosso velho.

E como não podia deixar de ser, junto com as fotos revirei um sem número de recordações que me fizeram perceber a graça e a importância desses momentos que passamos juntos, em família.

E, olha, já vivemos momentos assim muitas vezes. Mesmo sendo a nossa família um enorme depósito de deficiências, ninguém há de alegar que nos falta amor. E é esse mesmo amor que faz com que a gente se reúna e se confraternize.

Foi assim há algum tempo atrás quando nós, os netos, ainda éramos crianças e achávamos o máximo as viagens de férias para a casa do vô. E as fotos me fizeram lembrar deste quando em que eu e mais um primo, cavávamos divertidamente um dos canteiros da vovó, quando fomos surpreendidos pelo vô Portela e seu implacável cinturão de couro. É claro que ele nos pregava essas peças só pra rir a nossas custas. E que gargalhada deliciosa tem o vô... Daquelas que o fazem corar como um tomate.

Talvez ele nunca tenha se dado conta, mas a nós, os netos, crianças que éramos, o interessante mesmo era que o vô se mudasse para mais e mais cidades. Ignorávamos os esforços e dificuldades envolvidos nesse processo. A novidade era o que nos movia. A novidade e a felicidade de encontrar ali todos os primos e tios. E receber a bênção de cada um deles. É fato que há sempre membros que vivem distante e por isso não podem estar presentes. Bem como aqueles que já se foram e que não mais estarão conosco. Mas há algo que me faz pensar que o brilho de nossa família unida, jamais será afanado.

Ora, eu precisei crescer um pouco mais para perceber que este rosto que enxáguo todas as manhãs antes de sair de casa, este corpo, esta voz existem por intermédio do meu vô. Assim como todos nós que carregamos esse brasão PORTELA na identidade. É graças à prestigiosa união do Vô Portela e da querida vó Agostinha que mais uma vez nos reunimos.

E é com segurança que confesso querer ser um pai e um avô como o meu vô Portela. Quero mais que isso. Quero ter pra mim esse caráter do qual ninguém zomba. Quero que seja também minha essa trajetória tão cheia de espinhos, mas tão gloriosa. Quero ter sempre Deus como alicerce e luz para o meu caminho. Quero ter esse bom humor que não se cala nem em momentos de crise. Quero essa sensatez, quero até essa caneta que nunca sai do bolso. (Ora, ela é um claro sinal de homem precavido). Ah sim, também quero ter uma interminável coleção de carros.

Meu vô Portela nos é a maior expressão de orgulho e é o nosso mais resplandecente exemplo. É o signo da nossa união e é o que dá significado ao que entendemos como família. E é por isso que declaro: quando eu crescer, quero ser como meu vô.




Feliz Aniversário.

Do seu neto,

Davi Portela


Quarta que vem, voltamos à programação normal.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Grudou

Youtubando por aí eu acabei parando em um vídeo das Paquitas. Como não tenho autopiedade, assisti até o final. Resultado:

“É tão bom, bom, bom, bom
Quem quer pão, pão, pão, pão
Bom estar contigo na televisão...”

Por quê as piores músicas grudam? E pão - televisão é tipo a melhor rima do mundo...Socorro!

Alguém consegue identificá-las? Tudoigual!

domingo, 27 de abril de 2008

O Diabo, demônios, e talicoisa...

Volto ao tema por um problema pessoal, de falta de coisa melhor pra falar...

Na verdade, o assunto é sempre interessante, e eu gosto dele, então...

Enfim...

O Diabo, como já dito lá atrás (lá atrás no sentido de anteriormente, não atrás de mim), é criação da mitologia judaico-cristã. É a velha questão: é mais fácil botar a culpa em alguem do que admitir que você é imperfeito, e se deixa levar (às vezes, ou sempre, dependendo do caso) por suas fraquezas...

Continuamos batendo na mesma tecla, enfim...

Demônios são (novamente, dentro da mitologia Judaico-Cristã) os servos do Diabo, ou melhor, Satã, Satanás, o Coisa-Ruim, o Tinhoso, etc.

Os demônios, desde que se tem conhecimento da palavra, eram os DAEMONS, na Grécia Antiga. O entendimento dos DAEMONS era praticamente o que temos hoje como "Anjo da Guarda". Eram compreendidos como algo que "alertava" as pessoas, que estava ali por desígnio divino. É fácil encontrar em textos antigos até mesmo o conceito de DAEMON PESSOAL.

Era uma "voz do além". Mas que trazia alento, ou "empurrava" a pessoa à fazer as coisas certas. Ou erradas. Ou seja, a mentalidade das pessoas não era tão "cristã", não estava contaminada com o maníqueismo cristão, ainda.

Depois, com o "Advento"(Oi?) da Igreja Cristã, o DAEMON passou a ser encarado como algo "do mal". No Deuteronômio, um dos cinco livros que compõem a primeira parte da Biblia, também chamado de Pentateuco ou, na tradição judaica, O TORAH.

Enfim... No Deuteronômio, (ou no Levítico, eu não consigo lembrar agora... É o que fala sobre as regras da sociedade judaica) se diz que consultar "espíritos" ou necromantes(pessoas que falam com espiritos), é errado, e não é bem visto aos olhos de Deus.

Então, à partir daí, os DAEMONS passaram a ter a conotação de "coisa do tinhoso".

E é exatamente por isso que hoje, toda e qualquer religião espiritualista é encarada como "do mal".

Enfim... Se os cristão apenas estudassem um pouco, o mundo seria um lugar melhor pra se viver.



Eles não são fofinhos?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

São Thomé das Pedras

Neste feriado de Tiradentes a proposta era conhecer um lugar diferente. Sair da correria da megalópole e , literalmente, me enfiar no meio do mato. A cidade eleita para receber minha ilustre presença foi São Thomé das Letras, em Minas Gerais.

Não sei se vocês sabem, mas a cidadezinha tem fama de ser invadida por pessoas que usufruem de substâncias ilegais. Digamos que as pessoas lá gostam de "viajar", sabe? Por isso, toda vez que eu comentava que passaria o feriado em São Thomé das Letras, as pessoas arregalavam os olhos ou faziam piadinhas com o fato da cidade ser, digamos, tão liberal. Enfim, além dessa (má) fama, São Thomé também é conhecida pelo grande registro de aparecimento de objetos voadores não identificados. Sim, a galera vê uns extraterrestres por lá. Dizem que o registro desses aparecimentos é tão grande que ufologistas dedicam um bom tempo para investigar e talicoisa. Eu, particularmente, não estabeleci nenhum contato de primeiro grau com nenhum homenzinho verde e cheguei à conclusão que os tais são frutos das alucinações da galera liberal que está sempre por lá.

Isso foi o mais perto que cheguei de um extraterrestre em São Thomé

Além desses fatos estranhos (ainda tem as bruxas, mas essa história eu não investiguei direito e vou ficar devendo procês... desculpa aê), a cidade tem muito de interessante também. Uma das coisas é que é
totalmente feita de pedras. Desde as ruas até as casas, tudo é feito com quartzito. E a extração dessa pedra representa a maior fatia da renda dos moradores. As ruas, by the way, são bem maldosas com os carros. A cidade é bem simples, tem jeitão de cidadezinha rural. E eu adorei isso. Esqueci completamente a cidade grande. Inclusive, as paisagens do lugar são muito lindas, o que me fez esquecer ainda mais que precisava voltar para a poluição e o estresse de todo santo dia. As minhas palavras não são capazes de transmitir a beleza de alguns lugares, por isso resolvi mostrar pra vocês.

Esse é o Cruzeiro, que fica na Pirâmide, que tem esse nome por causa da formação rochosa que, quando vista ao longe, tem o formato de uma pirâmide.

Essa é a vista que se tem quando sobe-se até o Mirante da cidade.

Pedras por todos os lados.

Não disse que eu esqueci da vida?? Tá aí a prova.

Resumindo, pessoas, visitem São Thomé das Letras. O lugar é bem bonito, tem cachoeiras, ótimos restaurantes e até balada! E quem sabe algum de vocês encontra um et pra me contar depois como foi a experiência??

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Carga Totally Torta

É surpreendente a capacidade que nosso corpo tem de adquirir modos horríveis. Basta que sejam praticados duas ou mais vezes, pra que hábitos-não-tão-saudáveis se tornem vícios incuráveis.

É dessa forma que o lanche extra no meio da manhã se transforma numa necessidade vital. Sem o lanchinho no meio da manhã, você não sabe viver. Precisa de apoio psicológico e até se cadastra na fila do SUS pra recebimento de órgãos.

É o mesmo esquema da soneca pós-jornal-hoje. O “boa tarde” do Evaristo é o alvará de soltura pro seu sono. Pode começar a dormir e só acorde depois do Vídeo Show. Basta que se pratique por uma semana, pra que você não saiba mais existir sem a tal “Soneca Sandra Annenberg”. Vá tentar permanecer acordado pra ter a sensação de que não dorme há meses.

Aliás, desajustar os horários de sono é a coisa mais fácil da vida na Terra. Basta dormir fora do horário por uma semana e pronto. Se dorme às 4 da manhã, se acorda às 11.

Maldita tendência à irregularidade.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Dicionário de família

Famílias são estranhas. Tão estranhas, a ponto de ter uma linguagem própria, que ninguém de fora entende. Fiquei relembrando algumas das nossas gírias (se é que se pode chamar assim) mais usadas e, digamos, estranhas. Será que mais alguém diz isso?

"Assunto de 1910": Expressão criada pela minha tia e usada sempre que alguém começa a contar “causos” passados, geralmente no intuito de reacender velhas brigas. É mais ou menos assim: “Ih, não me vem com isso de novo! Isso é assunto de 1910!”. Como a gente não se vê muito, quando nos encontramos, sempre tem a hora da sessão nostalgia. Ao nos darmos conta de que estamos falando de coisas antigas, alguém diz: “Assunto de 1910!”. Neste caso, a expressão não é usada de forma negativa.

"Agora já vai"!: Minha avó materna costumava dizer isso, sempre que alguém vinha com algum pedido descabido. “Vó, faz uma nega maluca?”. A resposta: “Agora já vai!”, querendo dizer que não faria coisa nenhuma (pelo menos, não naquele momento). Equivale ao “Aham, Cláudia, senta lá!”.

"Primeiro...": Quando eu era criança, lá perto de casa morava um menino que era louco por carros. Ao encontrar qualquer vizinho na rua, ele começava a dizer todos os carros que aquela pessoa já teve. Era sempre assim: “Primeiro, o senhor teve uma Brasília. Depois, o senhor teve um Chevette, depois...”. De vez em quando, a gente faz a mesma coisa aqui em casa, só para irritar minha mãe. Nem precisa dizer mais nada, é só dizer “Primeiro...”, que ela já se apoquenta. Já fizemos a lista dos carros, dos cachorros e sabe-se lá do quê mais. Adoro. É uma coisa deveras retardada.

"Coisa mais querida da casa": Qualquer cachorro, segundo a minha opinião. Novamente, minha mãe não concorda.

"Nê!": Uma forma mais veemente de dizer “não”. Por exemplo: “Quer ir para a praia no feriado?”. Se a pessoa disser “não”, pode até voltar atrás. Mas, se disser “nê!”, não tem conversa. Estranhamente, o uso dessa expressão acompanha uma careta. Não tem como dizer “nê!” sem fazer cara feia.

"Quarenta!": A minha preferida! Foi criada pela minha avó paterna. Serve principalmente para ironizar. Alguém diz: “Vou ganhar na mega-sena!”, e a gente responde: “Quarenta!”, querendo dizer que a pessoa vai ganhar coisa nenhuma. Também serve para aqueles pedidos descabidos... “Quarenta” foi o número original, mas usamos qualquer numeral para expressar a mesma coisa: 70, 50, 300, dependendo da intensidade que queremos dar à frase.

"Pum!": Um dos meus irmãos inventou isso, quando a gente era criança. Não tem nada a ver com gases intestinais. Pum é qualquer coisa sem graça, ruim, tosca. Existem lugares puns, pessoas puns, músicas puns. Quem diria, pum é multiuso! Era muito legal, quando alguém se empolgava e contava uma história qualquer e o outro simplesmente respondia: “Pum!”. Também se dizia “muito pum” ou “que pum!”.

Chamar a pessoa de alguma coisa que ela acabou de falar: Nem é uma expressão, é uma mania (acho que mais pessoas fazem isso). Alguém está contando que visitou o Pelourinho e a gente interrompe, dizendo: “Tá, Pelourinho, vamos almoçar que a comida vai esfriar”.

Tem gente que reclama tanto da família, que acaba esquecendo dessas coisas boas. Faz bem saber que existe um grupo de pessoas que sempre vai te apoiar, que vai brigar contigo sempre que for necessário e que, como se isso tudo não bastasse, vai entender todas as bobagens que tu disseres. Para sempre.

domingo, 20 de abril de 2008

Fio de volta.... Mas atropelado pela Luna....

Então... Era pra por um texto, aqui....

Algo legal.... Pra agradar....

Pra deixar as pessoas felizes....

Mas eu nunca fui bom com piadas..... (Mal aí, Frank)...

Também, estou dando "enter" à cada meia dúzia de palavras .... (Mal aí, Dave)...

Tô mexendo com os comparsas do blog.... (Mal aí, Luna...)....

Minha internet tb não colabora... Parece baiano cansado... (Mal aí, Meg)....

E eu tb não sei escrever textos tabulados corretamente e com concordâncias perfeitas (Mal aí, Melzinha)....

Só não sei ainda como dar mancada com o Fábio.... Mas isso, sabendo como sou, vai acabar acontecendo, hora ou outra........ Então, pra facilitar, Mal aí, Fábio!


A falta de criatividade é temporária, mas o mal humor e a ranzinzice estão sempre aí.

Fio de volta, sem vapor nenhum, e cheio de vontade...

sábado, 19 de abril de 2008

A felicidade custa 12,90

Entro na perfumaria ressabiado (na farmácia, entre os analgésicos, antigripais e artigos de toucador eu me sinto tão mais à vontade...). Nessas horas, é melhor ir direto ao ponto. Ou prateleira. De produtos profissionais. Pela quantidade mocinhas sorridentes nas embalagens, imagino que essas químicas devem dar um barato, só pode. Porque a maioria nem está tão bonita assim. Algumas estão horrorosas. Mas sorridentes (confirmo se não estou no corredor de pastas de dente por engano). Encontro o produto previamente indicado pelo amigo cabelereiro. A caixa não me parece convidativa, mas tá em promoção. Vejamos o que diz o rótulo:

"O presente que mais gosto de receber é o meu próprio carinho.

Quando percebi que era única e que a minha vida era muito mais importante do que eu imaginava, passei a me enxergar de uma forma diferente. E agora, toda vez que me olho no espelho, cresce ainda mais o carinho por mim mesma e por tudo aquilo que tem a ver comigo. Aquilo que é realmente importante para mim! Adoro as minhas coisas, sinto prazer em estar na minha casa, amo a minha família e os meus amigos. Por tudo isso, posso dizer que hoje eu sei reconhecer o meu verdadeiro valor. Como é bom descobrir a própria beleza!" [grifos meus]

Uau! A auto-estima (e sentimento de posse, vide os grifos) estava na perfumaria da esquina e eu não sabia??? E diz aqui que eles não testam os produtos em animais (embora a garota da caixa tenha uma cara de cavalo). E eu -burro- passei meses tomando 20mg de prozac ao dia. Tsc!

Saí da perfumaria pensando em levar um presente pro amigo cabelereiro. Esse moço sabe das coisas. Aproveitei e comprei também um shampoo anti queda, que não dá pra ser feliz E com pouco cabelo, né.

O nome do produto eu mantenho em sigilo até que se faça uma análise prática de sua eficácia. Ou se só serviu pra manchar a pia do banheiro.

(ok. o meu dia é sexta, mas eu sei que já passou -e muito- da meia noite. mas considere que eu cheguei do siviço tããão tarde e tive que dar janta pras criança lombriga...)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A elegância é silenciosa

Os ossos do ofício às vezes trazem coisas interessantes para nossas vidas. Ontem, por exemplo, tive que cobrir uma palestra realizada no Senac até às 22h. Mas não pensem que eu fiquei triste ou revoltada e arrancando os cabelos. Não, eu me diverti horrores. A palestra foi sobre um novo curso desenvolvido pelo Senac para as pessoas aprenderem sobre a etiqueta em eventos. Não, não é etiqueta de roupa, aquela que incomoda e a gente sempre corta. Não, é etiqueta de comportamento, seus brutos.

Enfim, o palestrante foi o Fabio Arruda (procura no google aí, porque eu não to com vontade de explicar quem é ele). Eu só tenho a dizer que a palestra dele foi muito mais do que divertida e eu ainda aprendi a ser chique, bem!

Aprendi, por exemplo, que quem criou a etiqueta foi o Rei Luís XIV, o rei Sol. Ele é considerado o primeiro diplomata da história e o pioneiro na criação de normas de comportamento comum. Resumindo, a corte do cara era composta por brutos e ele teve que dar um jeito naqueles franceses fedidos para poder apresentar às outras cortes do mundo. A palavra etiqueta, by the way, vem do francês estiquete, que eram os pequenos pedaços de papel que Luís XIV utilizou para anotar as normas de gente chique.

Uma das regras básicas da etiqueta é o domínio da palavra. Sim, porque você tem que se fazer entender. E fazer entender não quer dizer GRITAR, gente. Como Fabio Arruda disse, a elegância é silenciosa e ruídos altos provocam invasão auditiva. Resumindo, vai gritar lá nas suas quebradas, filha. Porque gente chique conversa sussurrando.

Outra coisa, está para surgir povo mais beijoqueiro do que brasileiro. Nem francês beija tanto quanto brasileiro. É uma coisa de louco! Não vai sair distribuindo beijos em eventos, pelamordedeus. Aperto de mão ainda é o cumprimento mais indicado. Transmite transparência e credibilidade. Mas não vai apertar a mão do cidadão. Isso não é mostrar firmeza ou macheza, é falta de educação mesmo. Ah, e daí, dessa coisa de beijo, aprendi, também, que as pessoas utilizam o “sair à francesa” de maneira errada. O certo é “sair à inglesa”, porque francês beija todo mundo e você demoraria horrores para se despedir da comunidade. Faça como os ingleses, sai com cara blasè, de fininho. Sem perder a elegância, é claro.

Existem, ainda, os cinco nãos primordiais da etiqueta social: não aponte, não boceje, não se coce, não cutuque e não se espreguice. Não preciso nem explicar, né, gente? E o não se coce também inclui o desgusting hábito masculino de mexer no coleguinha deles. Não, não pode! E aqui, o Fabio Arruda diz que homens não podem colocar as mãos nos bolsos. Além de ser um disfarce para o hábito já mencionado, demonstra falta de interesse. As mãos devem sempre estar à vista.

E uma coisa que eu sempre achei deveras mal educada. Nunca, jamais, never leve para casa o arranjo da mesa. Não tem coisa mais pobre do que levar o arranjo da mesa!!!! E outra, quem disse que pode levar embora uma coisa que não é sua? Isso é roubo, crime, sabia?

Enfim, a palestra do Fabio Arruda é muito divertida. Ele ainda ensina várias outras regras de comportamento que não daria para colocar aqui.

Mas, tipo assim, vão lá no Senac, façam o curso e ajudem a pagar o salário da Melzinha. Sim, eu faço propaganda descarada do meu cliente. É o trabalho de assessor de imprensa, gente. Não me condenem!

Quanta classe, não?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Constatações sobre a vida, o universo e tudo mais sob o prisma da Casa 22

Fique certo de que até os 22 anos, você terá pelo menos uma doença que os médicos não saberão diagnosticar logo de cara. E você perderá a paciência de fazer exames, curando-se pela graça do tempo.


Os preços de fato sobem descaradamente. Os mesmos 400g de leite em pó que hoje custam quase 10 reais, já foram comprados por menos de três pilas, nos tempos em que você mamava nas sagradas tetas da senhora sua mãe.


Você deixa de crescer e passa a somente engordar. Decididamente essa é uma das verdades mais dolorosas da Casa 22. Ora, é algo claro: se você só come e muito pouco se exercita, a tendência é aparentar ser um presuntinho pós-moderno.


Na Casa 22, o amor romântico tão em voga na adolescência, perde consideravelmente seu brilho. Provavelmente esse brilho regressa em casas vindouras, com o desespero “papai, eu quero me casar”. Mas essa discussão não cabe aqui, já que o oba-oba da Casa 22 é o sexo sem preconceito, sigilo total, por um relacionamento íntimo e discreto.


A idéia de que você-não-aproveita-bem-sua-juventude perpassa quiçá toda a Casa dos 20 anos. É justamente esse o impulso que leva os jovens a cometerem excessos. Como o porre que lhe pagou o vômito na saia da namorada. Digo, parceira sexual.


Você não se livra dos estudos na Casa 22. E dificilmente se livra dos estudos na Grande Casa 20. Já que a tendência da trepidante modernidade é o acúmulo indiscriminado de especializações. No que pese a graduação – hoje quase insuficiente – a pós-graduação, os mestrados, os doutorados e mais uma gama de novas escalas que devem ser exigidas nos próximos anos. Certo, dependendo da carreira que você tenha decidido seguir, você jamais se livrará dos estudos. Ânimo!


Independente de que caminhos você percorra, a vida há de lhe mostrar que existe uma entidade superiora que rege os dias dos humanos aqui neste plano terreno: Dinheiro.


Embora você pondere que seu modo de ver o mundo é aceitável diante dos moldes da idade, em menos de 10 anos você perceberá o quanto foi imaturo ao concluir que os Mamonas Assassinas representaram uma perda incalculável ao cenário cultural brasileiro. Na Casa 22 a auto-censura dos anos pregressos é bem marcante.


Você há de querer ver muitos filmes, ler muitos livros e conhecer muitos lugares. Mas é mister que se tenha consciência de que não há tempo e nem dinheiro para tanto. Na Casa 22 você percebe a necessidade de se fazer escolhas e conclui estupidamente que o dicionário é a prova dos bilhões de palavras que você nunca vai usar.


Na Casa 22 você já se coroe de medo das rugas e reumatismos que a vida lhe reserva nas casas que virão. Das bobagens todas, essa é a maior.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Miss Brasil 2008

Depois de quase emplacar uma Miss Universo no ano passado, o pessoal do Miss Brasil enlouqueceu. Vamos analisar...

Miss Bahia e Miss Mato Grosso do Sul:


Uma formiga mutante e uma dublê
extremamente ruim da Juliana Knust!

Categoria especial - Dores:



Eu aposto em prisão de ventre...


Categoria especial - Arrasa, bee!

Miss RS e Miss DF:


At first I was afraid, I was petrified...


Categoria especial - O que é que eu tô fazendo aqui?

Miss Paraná:


A expressão diz
tudo!


Misses especialmente convidadas:

Miss Acre, Miss Hogwarts e Miss Gotham City

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Young and sweet, only seventeen

Mexendo nos meus guardados, encontrei a minha agenda de 1995. Foi o ano mais divertido da minha adolescência, porque fiz muita bobagem, conheci bastante gente e até fiquei popular na escola! Passei o domingo recordando os meus 17 anos, época em que eu...

...arrasava corações - "Hoje era aniversário do P. e teve festa. Fiquei com ele. O T. viu e começou a chorar!".
Não tenha pena do T., porque logo depois dessa festa, ele ficou todo recalcado. Não tive culpa se ele não conseguiu se controlar e pagou esse mico na frente de todo mundo. Devia ter ido chorar na cama, que é lugar quente. Parece coisa de música sertaneja!

...usava gírias ridículas - "A gente foi pro centro hoje. O P. foi junto. Ele ficou me rasgando dentro do carro".
Que horror, o que parece isso? Uma tentativa de estupro? Na verdade, "rasgar" alguém significava "cantar". Não tenho a menor idéia se ainda se fala assim. Espero que não, porque é muito feio! "Me rasgando", francamente.

...me apaixonava e não dava certo - "Eu acho que eu tô a fim do C.", "Sonhei com o C! Foi assim...", "Hoje o C. me pediu um compasso na aula de artes!", "Ai, meu Deus! Por que será que ele me olha tanto?", "Na aula, o C. ficou o tempo todo me dando indiretas...", "Quase fiquei com o C.!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mas as gurias chegaram e atrapalharam tudo. Bando de putas!", "Não quero mais saber dele".
Minha paixão pelo C. deve ter durado de março até maio, mais ou menos. Depois disso, a gente virou amigo. Eu fiquei louca por ele e queria que ele gostasse de mim. Quando finalmente consegui, já não achava mais graça. Que palhaçada. Nunca aconteceu nada entre nós.

...fazia coisas esdrúxulas - "Almocei na escola, porque tinha Ed. Física de tarde. Eu, o C. (e mais uma galera) compramos xis e fomos comer lá no cemitério. Tava muuuuito legal. Tinha um túmulo meio aberto e a gente até achou uma ossada!".
Muuuuuuuuito legal seria se a gente acabasse preso, por violação de túmulo! Na verdade, a gente não violou nada, mas até conseguir provar... Na minha época, cemitério era "o" point (pelo menos para mim e para as pessoas com quem eu andava). O melhor programa do mundo era ir lá à noite... Tantos romances começaram assim... Bizarro.

...escrevia coisas sem cabimento - "Kurt Cobain me salvou da morte".
Não pergunte, porque eu também não entendi. Até onde eu sei, Kurt nunca veio correndo para me impedir de ser atropelada por um ônibus, nem evitou que eu tomasse formicida. Devo ter sonhado, será? Tipos, o cara não conseguiu nem salvar a si mesmo da morte...

... me apaixonava e dava quase certo- "Ai, tem um cara que eu vejo todo o dia quando volto pra casa. Ele é liiiiiiiiiiindo, é loiro de olhos azuis. Parece o Brad Pitt em Lendas da Paixão! Preciso conhecê-lo! Ele tem um visual meio hippie, muito tri...", "Hoje tava muito legal. Conheci aquele cara! O nome dele é J. Eu tava com a galera e ele apareceu, do nada. Aí, eu olhei pra ele e ele olhou pra mim... Me perguntou porque eu tava olhando e eu disse que tinha achado ele bonito. Depois disso, ele me beijou!", "Teve um show e a mãe não deixou eu ir. Que ódio. Pra piorar, a S. me disse que o J. ficou com outra!".
Brad Pitt em Lendas da Paixão? Aham, Cláudia. J. era gatinho, mas não chegava a tanto (minha mãe achava uó). E que facilidade, não é? Só olhar, conversar um tantinho e já sair beijando! Depois ainda teve a "traição", que eu perdoei (hein?!) e o namorico durou mais um tempinho, para desespero da minha mãe. Anos depois, ele abandonou o "visual hippie muito tri", ficou totalmente sem graça. Viu só, como não tinha nada de Brad?

...me metia em confusão – “Fui na Marcílio e o pessoal tava tomando vinho. Nossa, eu tomei muito vinho! Depois tomei mais um monte de quentão. Um cara que eu não conhecia começou a fazer a dança da chuva (?!) no meio da rua. Depois fui pra casa, passei mal e a mãe brigou comigo”. No outro dia: “AI, QUE DOR DE CABEÇA! Passei o dia de ressaca e a mãe não deixou eu faltar à aula. Ainda tô mal”.
Tive sorte de não ter apanhado e ainda quis reclamar de ter que ir à aula! Que vergonha! Quando eu cheguei em casa, estava falando tudo enrolado, nem sabia direito onde eu estava. Minha mãe me botou debaixo do chuveiro e nada mais me lembro. Acontece, com quem não sabe beber.

Por hoje é só. Quem sabe, um dia, eu conte mais historinhas bobas... Se eu tiver coragem!

PS: No meu tempo, não se usava miguxês. Pude entender tudo o que eu escrevi, mesmo que o tempo tenha passado. Fica aí a dica para a geração mais nova.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O que dizem os astros sobre o Fabio

Esses textos de apresentação costumam ser terríveis, né. A gente quer parecer ou super engraçado, super inteligente ou super sacadinho. No fim, eu acabo parecendo mesmo um super mané. Tudo culpa do Sol, que hoje está em oposição a Saturno, o que provoca nos aquarianos de 06/02 uma sensação de constrangimento. A minha salvação é aceitar tudo com otimismo e de peito aberto, só assim pra afastar as forças telúricas. Ou seja, dois planetas (e dos grandes) resolvem se estranhar e eu que me dano. E ainda querem que eu seja otimista!!

Mas sempre pode piorar, né. Veja minha Lua, meudeus. Está em trígono com Júpiter. Vai dar merda. Todo mundo sabe que Júpiter não é flor que se cheire. Que dirá entrar em TRÍGONO! Vejamos... Gesto muito positivo e saudável costuma sensibilizar as pessoas ao seu redor durante este aspecto astrológico.

Uau! Então, apesar do nome feio, entrar em trígono deve ser algo bom... Ou eu é que tou aceitando tudo com otimismo E de peito aberto. Ou porque o aquariano é Forte, independente e bem disposto, insiste em viver a vida da forma como bem entende, mesmo que essa convicção o obrigue a ignorar o tradicional. Falando assim eu até acredito...

O fato é que não foi boa idéia pedir ajuda ao horóscopo pra escrever um texto-autobiográfico-sobre-mim-mesmo. Não me ajudou a descobrir o porquê da minha hipocondria (eu realmente me divirto com exames médicos) por exemplo, ou de onde vem minha fixação por caixas e potes. E ainda botei o Sol em oposição a Saturno, cacilda!


(Fábio -ou Elmo- não acredita tanto em horóscopo assim. Mas sabe que às vezes dá certo. Infelizmente.)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A tênue fronteira entre fantasia e realidade

Sempre fui uma grande admiradora de literatura e filmes que abordam a fantasia como tema. Mas são poucas as produções cinematográficas deste estilo que me fazem refletir. E “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo Del Toro, é uma dessas obras. E Desde que assisti ao filme sinto vontade de comentar por aqui. Dias desses (não me pergunte exatamente quando) essa vontade foi alimentada por comentários levantados no fórum do Garotas que Dizem Ni e me encorajaram a escrever o texto de hoje.
Vamos ao filme, então. A introdução é uma pequena narração sobre uma princesa que deixou seu reino subterrâneo para conhecer o mundo humano e as conseqüências dessa curiosidade. Em seguida, é apresentada ao telespectador Ofélia, uma garotinha de 10 anos que é grande admiradora de livros de contos de fada. A menina e sua mãe estão indo ao encontro de Vidal, capitão das forças fascistas do General Francisco Franco, que governa a Espanha após o fim da Guerra Civil. Vidal tenta eliminar os rebeldes que são contra o regime imposto por Franco. Este homem é o novo marido da mãe de Ofélia.
Ao redor da nova casa, a garota descobre um labirinto que leva a uma trilha subterrânea. Lá ela conhece o Fauno, criatura fantástica que a convence de que ela é a princesa perdida do reino subterrâneo. E, para que possa voltar ao seu mundo de realeza, ela precisa realizar algumas tarefas. É, a partir de então, que o somos apresentados a cenas e personagens inesquecíveis, em conjunto com a espetacular fotografia do filme.

O interessante do filme e que, consequentemente, me fez parar para pensar, é que Del Toro não deixa claro durante todo o decorrer da história o que é fantasia e o que é realidade. Isso fica a cargo da interpretação do espectador. Essa dualidade é primorosamente evidenciada pela personagem de Ofélia. Durante as tarefas que precisa realizar, a garota se vê às voltas com seres aterrorizantes o que, nos leva a relacionar com a brutalidade característica de Vidal. O capitão se apóia em uma ideologia baseada na violência e é, portanto, uma pessoa rígida. Ofélia é sonhadora e apaixonada por fantasia. Essas duas visões de mundo se contrapõem o tempo todo.

“O Labirinto do Fauno” é, sem sombra de dúvidas, um dos meus filmes preferidos. E não pense que é um filme para crianças, muito pelo contrário. A luta de Vidal contra os rebeldes, que funciona como pano de fundo da trama, é recheada de cenas violentas. Fotografia e iluminação, sempre obscuras, transmitem um clima pesado em contraste com a doçura e a fascinação exercida pelos seres de contos de fadas. Del Toro consegue somar crítica social, política e a fuga emocional de Ofélia de maneira sutil e genial.

O filme é pesado e depressivo para alguns; salvador e esperançoso para outros. Tudo depende da interpretação dos fatos apresentados por Del Toro. Os personagens fantásticos são muito mais sensíveis do que os humanos, o que torna o mundo fantástico muito mais atraente e menos cruel do que o dia-a-dia. Assim, o filme produz uma alegoria das alternativas e escolhas da vida. O que o labirinto representa no contexto do filme? O que é o labirinto senão uma dessas alternativas, aliada à inocência, representada na figura de Ofélia e nas ações decorrentes de suas convicções.

É certo que o mundo em que Ofélia se vê inserida é imaginativo, mas é, ao mesmo tempo, absolutamente real e verdadeiro para ela. Ou para nós, depende do final que você escolhe aceitar dentro da sua mente. O meu final é exatamente o final imaginado e vivido por Ofélia. Porque eu prefiro acreditar que existe um mundo fantástico dentro de cada um de nós. Fuga? Talvez. Pra mim, a vida é feita de escolhas. E a minha é aceitar um mundo de fantasias. Mesmo que ele seja real apenas dentro da minha cabeça.

Hoje é dia de festa talicoisística!

Hoje o menino Dave, o Coelhoso, faz aniversário!!!

Muitas felicidades, moçoilo!

Tudo de bom sempre pra você! =)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Devaneio

E saiu por aí colecionando os pais que gostaria de ter tido. Junto com os pais postiços, colecionava também as influências que gostaria de ter recebido. No mesmo pacote, como se seguisse a uma receita, misturava as referências e as manias pequenas que devia ter copiado dos pais que nunca teve.

No meio do caminho percebeu pequenas pedras num tom de azul um pouco estranho. Era um azul que resgatou alguma lembrança que já dormia. A lembrança, contrariada, ajustou o travesseiro atrás de si e afastando uma mecha de cabelo dos olhos, voltou a dormir.

Depois sentou-se na beira do que antes havia sido um riacho. Sua vista perdeu-se por entre os desenhos do solo seco. Sua mente perdeu-se pela idéia da vida que existiu ali. No riacho esquecido, e nela mesmo.
Um farfalhar de folhas se fez ouvir. Consigo trouxe um vento. Fria, longa ventania, arrastando toda a sorte de folhas e pensamentos.

Catou o casaco jogado de lado, endireitou os cabelos e pôs-se a andar novamente.


terça-feira, 8 de abril de 2008

Insira aqui um título da pesada!

Fiquei assistindo Cinema em Casa (Legalmente Loira) e esqueci:
a) De que preciso estudar.
b) Do texto pro Talicoisa.
Ou seja, eu estou num clima totalmente vagal! Ansiando loucamente pelo próximo feriado só para poder dormir mais um pouco.
Então, hoje, depois de uma semana de provas que sugou minhas forças (ô exagero), e influenciada pelo Cinema em Casa, vou falar sobre meus filmes preferidos desta, e da Sessão da Tarde dos tempos em que a Globo não exibia apenas filmes de bichos:

Conta Comigo: trilha sonora boa, aventura, e principalmente, uma história de amizade. E tem uma cena que me dá a maior agonia, mas que eu sempre assisto (coidilouco): as sanguessugas.

Curso de Verão: uma escola cheia de alunos doidos, eu gostaria de ter estudado lá por um dia. Os alunos aficionados por O Massacre da Serra Elétrica garantiram umas das melhores cenas da Sessão da Tarde: a simulação do banho de sangue pra chocar o diretor.

Procura-se Susan Desesperadamente: acho que comecei a gostar da Madonna por causa deste filme, inclusive eu tenho o clipe de Into the Groove no meu computador (dá muita vontade de dançar).

Quero ser Grande: numa crise de quase-adolescência, Tom Hanks pede para “ser grande”, a máquina estranha do parque atende. E aí é só diversão, ele vai morar sozinho e monta um apartamento contendo fliperamas, máquinas de refrigerante, cama elástica e talicoisa...Que criança não iria querer isso?

Indiana Jones: rolou um surto na Globo e eles passaram Os Caçadores da Arca Perdida no domingo. Adoro.

Gremlins: mais um que reapareceu na telinha recentemente. Eu queria ter um Mogwai de estimação, fofinho e com aqueles olhões...Awnnnn! Mas sem aquele lance de reprodução, néam?

E.T: mais um AWNNNNN! O etezinho mais cutie do cinema! “Minha caaaasa”, super morria de pena do extraterrestre!

Os Goonies: o Sloth me assustava! A música tema, cantada pela número 2 Cindy Lauper caiu como uma luva: Goonies are good enought!

Uma Secretária de Futuro: Oi? Harisson Ford!! E uma Melanie Griffith antes do embarangamento...

Viva! A Babá Morreu: as crianças acabam ficando sozinhas em casa e a filha mais velha se finge executiva para conseguir sustentar a galera. Eu acho que gosto dessa coisa toda de escritório...

De Volta Para o Futuro: impossível não gostar do Marty McFly e do Doc.Brown!

Elvira, a Rainha das Trevas: a Elvira tem um visual bizarro, faz um feitiço errado e acaba cozinhando vermes (romântico, hein?), arranca o sutiã de enchimento da rival e transforma o poodle herdado em um poodle punk...Só diversão.

O Ataque dos Vermes Malditos: ok, agora eu ganhei o prêmio “Única Pessoa no Mundo que Gosta deste Filme”.

A Fortaleza: venci também na categoria “Única Pessoa no Mundo que Lembra deste Filme”. Passava no SBT, assim como o dos vermes malditos.
Professora e alunos eram seqüestrados por uma gangue de mascarados (Pato, Papai Noel...). Nada mais me lembro.

Edward Mãos-de-Tesoura: onde começa a parceria Tim Burton + Johnny Depp.

Curtindo a Vida Adoidado: Save Ferris! Nada mais precisa ser dito!

p.s: Tem um filme que eu adorava, mas não consigo me lembrar do título...Conta a história de uma garota que vai participar de um concurso de modelos! Passava na Globo direto, alguém lembra?
p.p.s: Quais filmes faziam vocês, leitores da pesada, terem altas emoções?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Maldade sua!

Sexta-feira, eu resolvi dar uma passadinha rápida num sebo, para comprar um livro para a biblioteca do meu trabalho (porque alguém fez o favor de roubar minha mala no feriado de Páscoa e, dentre os pertences subtraídos pelo meliante, estava um exemplar de As Meninas, de Lygia Fagundes Telles).


Chegando lá, me dirigi à estante de Literatura Nacional, para procurar o livro. Porém, no meio do caminho, tinha uma mulher, que ocupava todo o espaço do corredor e não me deixava passar. Além disso, eu estava sem vontade de pedir licença – não é todo dia que quero falar com estranhos. Contornei a estante e cheguei onde eu queria, mas não pude refrear um pensamento maldoso, do tipo: “Será que ela conhece os Vigilantes do Peso?”.

Quando finalmente me aproximei da letra L, de Lygia, ouço a mulher perguntar à vendedora: “Vocês têm livros de u...íca?”. A esta altura, eu já tinha implicado com a mulher mesmo, e não pude deixar de pensar: “Oi? Filha, aprenda a pronunciar a palavra, primeiro. Depois, saia atrás de livros! Básico!”. Além disso, ainda tive a coragem de olhar de soslaio para a criatura, erguendo somente uma sobrancelha.

Felizmente, encontrei o livro que procurava e me dirigi ao caixa. Na hora de pagar, olho para o lado e lá estava a mulher novamente. Ela comprou um livro, também. Na capa, estavam escritas as palavras “Wicca” e “teens”. Antes eu não tivesse visto, porque fui novamente atacada por mais um pensamento cruel: “Aham, Cláudia, faz tempo que a categoria teen não serve mais pra ti!”.

Fiquei pensando em tudo isso depois. Em menos de dez minutos, eu consegui julgar uma pessoa, sem ao menos conhecê-la. Eu a chamei de gorda, depois de burra e mais tarde de velha. Sendo que ela nem me conhece, nem deve se lembrar de mim e nunca mais vai me ver. E tudo por um motivo idiota: eu queria passar e ela ficou na minha frente.

Estou me sentindo um poço de maldade e de falta de noção. E não tenho nem a TPM para atenuar meu “crime”. Por que eu faço essas coisas, mesmo sabendo que é errado? Por que não posso ter só pensamentos bons? Por que eu implico com as pessoas? De onde vem essa falta de paciência?

O irônico dessa situação é que meus pensamentos acabaram fazendo mal a mim, não devem ter feito nem cócegas na mulher da livraria. Bem feito pra mim! Mal escrevi a frase anterior e acabei de pensar: “Mas ela mereceu!”. Eu não disse que eu sou um poço de maldade? Pois é...

sábado, 5 de abril de 2008

Jesus = Redbull, Renew e agenda

Incrível como as idéias para texto surgem do nada. Eu estou na mesma situação da semana passada - e nada tinha feito para o blog- , só que dessa vez não ia ter graça simplesmente colar uma conversa aqui - se bem que deu sorte na última vez que fiz isso- e quando já estava pensando em desistir, surgiu uma luz!

Estava eu no ônibus pensando no que eu poderia postar e nada surgia. Quando estava passando em Petrópolis, entrou uma mulher arrastando seus cinco filhos (o que é total coidipobre; imaginem quantos lidileite ela tinha que comprar mensalmente!) e foi cumprimentar a mulher que sentava na cadeira por trás da minha:

Mulher dos cinco filhos: Mulher, eu vi suas fotos no orkut!

Mulher por trás do meu banco: E foi? Tu tem orkut é? Minina , que chique (oi?)

Mulher dos cinco filhos: Num é mulher, podre de chique, foi minha vizinha quem fez pra mim e eu entro na lan house (agora digam o que é mais coidipobre, achar que ter orkut é chique ou o fato da vizinha ter feito o seu?)

Orkut vai, orkut vem... o papo entrou no assunto igreja - nesse momento, já passávamos pela catedral do padre que dá autógrafo (mas isso já é outra história, só a Luna entende).

Mulher por trás do meu banco: E aí, mulher? Cê se afastou da igreja...

Mulher dos cinco filhos: Num é, mulher?... Também, tenho essa renca de minino pra cuidar.

Mulher por trás do meu banco: Pois vá sexta, vai ter vigília (PM church?)

Mulher dos cinco filhos: Mas é boa?

Mulher por trás do meu banco: É, viu? Minha filha... Sabe o que é você tomar um redbull? Mas é um redbull de Jesus Cristo. (Paris Hilton church?)

Mulher dos cinco filhos: E é?

Mulher por trás do meu banco: Pois é... Agora é povo tudo dizendo que eu mais nova, falam que é meu corte de cabelo, mas é Jesus! (na igreja dessa mulher, Jesus = Renew)

Mulher dos cinco filhos: Mas minina, diz que hora é, que eu vou! (querendo economizar o dinheiro que gasta com Avon, ?)

Mulher por trás do meu banco: Iiiih, mulher, não vai ter essa sexta, por causo de que a gente vai pra uma caravana (Má ôê, rodaaaando) pra o interior. Ei, Jesus vai atuar com força lá, viu? Vai ser dentro dos mato!!!!!! (no caso de algum fiel sentir dor de barriga, acho) Vai ser fogo, o fogo de Deus vai aparecer dentro dos matos (como se não bastassem os madeireiros pra devastar).

Mulher dos cinco filhos: Ah, mulher, eu acho que vou...

Mulher por trás do meu banco: Vá, desde que Jesus começou a falar comigo, eu não tenho problemas... Outro dia eu vinha andando e uma irmã me abordou, uma amiga do peito, mas eu não a via há muito tempo e esqueci o nome, pedi a Jesus pra me dizer e ele disse (como eu não pensei nisso antes? Na igreja dessa mulher, Jesus = agenda) ... Outro dia, eu fui na casa dela, lá pela hora do almoço, e ela perguntou por causo de quê eu tinha ido e eu disse que Jesus me mandou (dizer que Jesus mandou é a mais nova desculpa pra várias coisas... O que que essa cola está fazendo na sua mesa? Jesus mandou a folhinha vir até aqui e ela veio.)


Aí eu tive de descer, mas super deixaria de ir pra essa peça pra ficar ouvindo a conversa das duas... Principalmente a parte de falar mal dos outros.
Ah, eu descobri o nome das duas.
A mulher por trás do meu banco chama-se Marciana, MARCIANA! E ela ainda assume.
E a com cinco filhos chama-se Katiussia, e ela também assume.

***
Vou ao teatro assistir a uma peça chamada "As fãs de Roberto Carlos"... Advinha qual o tema? MIRTES! Aposto que vai dar pano pra manga, ou melhor, palavras pra post.
Beijos.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

The World Needs a Hero II

Então, de novo me vejo às voltas com esse pensamento, sobre a questão dos heróis.

E com a incrível capacidade das pessoas de não entenderem, ou não quererem entender, a reação daquilo que propõe ou fazem.

É mais ou menos assim:

Quando Nietzche e Sartre negaram à Deus, eles tinham uma base pra dizer isso. Não vou entrar no mérito da questão, mas cabe dizer que Nietzche fez isso como uma provocação à seu pai, pastor protestante fervoroso (aka "fanático"), que o fez sofrer durante toda a vida. Era sua forma de atingir o pai, e não necessariamente uma "consciência filosófica" do distinto Friedrich. "Deus está morto". Foi o que ele escreveu em "Assim falou Zaratustra". Ele teria feito melhor dizendo: "Deus está morto pra mim, Sr. Karl Ludwig Nietzche". Teria tido menos impacto, mas com certeza, seria o certo.

E isso é uma coisa que eu reparo sempre, em vários autores, ou melhor, vários líderes espirituais, ou filosóficos, como no caso de Nietzche, que levam questões pessoais para suas idéias, o que acaba por distorce-las. Tudo bem, alguem vai dizer que não era isso. Só digo: procurem conhecer a biografia dele. E vão chegar à mesma conclusão.´

Voltando à questão dos líderes, é "batata" que uma hora um deles vai usar de preconceitos pessoais para "limitar" a crença. Explicando: eles sempre usam o "fator divino" para dizer que algo que não gostam tem o "mal", ou o "demo", ou o "tinhoso", ou algo do tipo. E isso acontece à rodo. Especialmente em religiões fundamentalistas.

Aí é que entramos num ponto crucial. Jesus, Krishna, Buda ou qualquer outro, não colocou pra ninguem: "Olha, se você ouvir Black Sabbath, você vai pro inferno".

Ou seja, se você quer entender realmente, vá estudar o Evangelho, os Vedas, o Tao Te Ching, e depois pense em muita besteira que se anda falando.

Outra: Hoje mesmo, eu estava pensando sobre o Homem matando Deus, e se colocando SOBRE ele.

Me remeteu diretamente à Lenda de Lúcifer: O anjo perfeito, que se cria maior que o próprio Deus, e acabou sendo castigado à cuidar das almas desgarradas.

O Homem Cientista, o Homo Sapiens Sapiens ( o que sabe que sabe ), se acha superior à Deus. Diz que o mesmo é "fraqueza" de homens que não sabem aceitar a vida. Que Deus é "Criação do homem".

Pois bem, novo Lúcifer. Que Inferno há de esperar por você?

Se é que, como diz um dito popular (popular mesmo, oriundo da periferia paulistana) "O Inferno é aqui, não existe outro lugar".

Este é o seu mundo.

Parabéns.


E a Ciência é Deus.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

E o romantismo ataca novamente

Essa semana eu completo um ano de solteirice. Sim, eu guardo datas. Mesmo as não tão importantes assim. Eu tenho um sério problema, memorizo datas, números de telefones e endereços como se não houvesse amanhã. Guardo tudo na minha cabeça. Não sei onde tem tanto espaço para essas informações. Mas, enfim, voltando ao que quero dizer (eu sempre divago, não tem jeito... é mais forte do que eu). Durante esse período, passei por muitas experiências (falou, pegadora!!!!) desagradáveis e cheguei a uma conclusão que gostaria de dividir com vocês. Concluí que o romantismo não existe mais.
Eu sei que parece pessimista demais, mas é a sensação que eu tenho. Não é aquele romantismo que nós, mulheres, gostamos tanto de enfatizar. Não é abrir a porta do carro, mandar flores, lembrar datas ou ser educado (até porque isso é mais do que obrigação, né?). Não, é o romantismo na sua essência que eu não consigo mais enxergar. É aquele jogo de sedução, de olhares e sorrisos tímidos. Eu não consigo mais ver isso nas pessoas. Os sentimentos me parecem tão superficiais, as pessoas não se deixam mais envolver pelo momento, tudo parece tão mecânico.
Não há, hoje, o trabalho de se conquistar alguém. As mulheres estão cada vez mais fáceis e vulgares. Não vou generalizar, mas a maioria é assim. Os homens, por sua vez, estão cada vez mais preguiçosos na arte da conquista. Talvez pelo fato da mulherada estar a perigo. Os homens não precisam mais se dedicar a elaborar uma boa conversa, a planejar uma abordagem que seja, no mínimo, respeitosa. Não. Até porque a mulherada tem se encarregado disso.
Eu sou muito careta quando se trata de romantismo. Eu ainda acho que os homens é que devem tomar a iniciativa. Não que eu nunca tenha feito isso, mas ainda prefiro que a primeira ação parta do sexo masculino. Sei lá, eu acho que é mais... romântico. Mas quando eu digo iniciativa tem gente que interpreta de maneira errada. Agora eu vou dizer uma coisa que pode ser uma quebra de paradigmas, algo inesperado e pode causar revolta e indignação em muita gente. Tá, eu sou exagerada. Dia desses ainda ganho um Oscar, receberei o prêmio das mãos do Keanu Reeves e o atacarei ao vivo para todo o mundo. Enfim, quando eu digo que é preciso ter iniciativa, não é pra chegar pegando a mulher pela cintura, pelo braço, pelos cabelos ou qualquer coisa do gênero. Oi? Voltou para o tempo do homem das cavernas, é? Cadê o diálogo? Ninguém conversa mais, não rola nem um "oi" ou "gostei de você" ou " e aê, mina, beleza". Nadica de nada.
Eu sou a favor de conversar, de tentar se conhecer, de criar o mínimo de vínculo antes de beijar na boca. Eu não consigo entender esse povo que sai dibalada e beija geral. Que horror! Essa gente não sabe mais o que é romantismo.

É por isso que, a partir de hoje, quando alguém perguntar pra mim porque estou solteira há tanto tempo, minha resposta será a seguinte: "Porque eu ainda acredito no romantismo. E acredito, mais ainda, que existe alguém aí fora que concorda e busca o mesmo que eu". Em algum lugar, eu sei que tem. Falta encontrar. Ou ser encontrada.

Por que é tão difícil alguém entender o que você pede, coração?