segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Series, TV e Cinema: POR UM RIO MAIS ANIMADO!

Renato Rodrigues teve a mesma idéia, só que contou a história de outro jeito. Vão lá.  
Series, TV e Cinema: POR UM RIO MAIS ANIMADO!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Rio, porque é comédia

Saiu o trailer da animação digital "RIO", da FOX. Dêem uma olhadela no vídeo e depois continuem.
Certo. Agora o que podemos concluir? Eles aprenderam o suficiente para saber que o Rio de Janeiro NÃO FICA NA AMAZÔNIA. Aprenderam que os mesmos tipos ridículos que existem por lá, por cá também são encontrados. Aprenderam que somos pessoas comuns que não usam roupas brancas e folgadas como traje típico. Não aprenderam o que é o carnaval carioca, mas chegaram bem perto. Não aprenderam o que é o biquini brasileiro, ou aquela moça com um amarelo é turista.

Eu quero ver um filme com este casal.

De resto, só faltou colocarem o Zé Carioca na trama, mas ele é da Disney e esta o despreza há tempos. O que o trailer também mostra é que faria bem ao americano se misturar um pouco conosco (e para nós com eles) para perder um pouco da rigidez do status quo de seu apego ao conforto, que acabou se tornando uma prisão a que Blu, a arara-azul protagonista, não tinha se dado conta, até a fêmea Jade ser posta na marra em seu caminho. Eles são os últimos da espécie, o que deixa claro o viés de ecologicamente correcto, que não me parece ter deturpado o filme.
Dois pontos que podem gerar protestos entre os exaltados, o tucano Rafael, que será o cupido e anjo da guarda das araras, e os micos. Rafael é um tucano, eles certamente não sabem de tudo o que um tucano é capaz de suscitar no imaginário político do brasileiro. Os micos são micos, e Stalone foi achincalhado por ter nos comparado a micos, e os micos gostam de roubar dos cidadãos.
Que mais? É esperar que estréie, quem sabe um sucesso faça a Disney se lembrar e valorizar o Zé, que hoje vive de reprises em seus gibis.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Apagam-se as luzes


Por pouco dinheiro, uma hora de felicidade.
 Salas de cinema são entretenimentos baratos. Cada vez menos baratos no Brasil, reconheçamos, mas ainda são. É cada vez mais comum haver salas em shoppings e menos nas ruas. Os motivos vão desde o conforto e a conveniência, até a segurança, que em nosso país ainda é crítica, a ponto de conversíveis serem pouco vendidos por não poderem ser utilizados à noite sem sérios riscos aos ocupantes. E olha que há buggies abertos baratinhos por aí.




A vantagem das salas em shoppings acaba se tornando uma armadilha, não só pelo preço maior. Em ambiente fechado elas te privam da noção de tempo, podendo te fazer sair tarde demais, que em terras tupiniquins significa perigoso demais, gerando mais gastos com táxi. Entre um filme e outro, o risco de estourar o cartão de crédito é iminente. Ou vocês pensam que eles alugam espaços para cinemas por amor à arte?


As salas de rua são mais expostas aos meliantes e às intempéries. É fácil pensar que um elemento vai se espreitar na multidão para se aproveitar de vocês, porque se puder ele vai. As chuvas costumam prender à porta do cinema quem acaba de sair de uma sessão, pois ainda não temos o hábito de levar guarda-chuvas, e as chuvas tropicais sempre foram mais inclementes do que as do hemisphério norte. Com o esvaziamento dos últimos anos, a renovação de filmes fica mais difícil, já que as salas pagam pelas cópias. Não dá para piratear filmes de prata como se fazem com DVDs, sai muito mais caro e sem qualidade. E quem conhece sabe, a película ainda hoje tem uma qualidade que nenhum sistema digital conseguiu igualar. As imagens podem ser ampliadas numa proporção de fazer raiva aos fabricantes de processadores. Por isto é caro trazer um filme.


Mas as salas de rua também têm vantagens. Elas são abertas em lugares habitados, nos quais o cliente está a poucas quadras de distância, bastando assim uma pernada para se voltar para casa. Podem ser um ponto de encontro e um foco de coesão para a comunidade. Infelizmente a especulação imobiliária acabou por dificultar a modernização destas salas, já que qualquer pedacinho de terra custa os olhos da cara em lugares bem localizados, sendo mais lucrativo vender para empreiteiras construírem edifícios de condomínios. Elas tiveram mais três ameaças sérias de morte, ao longo do século passado:


• O advento da televisão. Acabou não colando. A qualidade da transmissão à época era péssima, valia mais como meio de comunicação em tempo real, e as salas passaram a utilizar as telas widescreen, em substituição às quadradas de até então;


• O advento do videocassete. Este foi uma ameaça mais consistente, mas nem todos os filmes estavam disponíveis em fita e a ida ao cinema sempre foi parte de um programa, assim como a ida a um restaurante;


• A queda brutal na qualidade, nos anos oitenta e noventa. Esta quase matou Hollywood.


A decadência de uma sala de cinema tem cinco fases: Demora na renovação do acervo, exibição só de filmes velhos, exibição só de filme pornô, exibição de filme pornô velho e finalmente virar igreja caça-níqueis. Há no centro, em uma parte residencial, o Cine Santa Maria, que só tem filmes pornôs... Goiânia já teve vários cinemas, ao menos uma sala em cada bairro, hoje há algumas no centro e a maioria é de empresas de fora, em shoppings.


Entre os que resistiram, há um em São Paulo que deveria ter sido tombado pelo Estado, não derrubado por sua incompetência e descaso para com a cultura: O Cine Belas Artes.


Fundado em 1943, como Cine Ritz, quando o mundo precipitava na pior guerra de todos os tempos, o Cine Belas Artes tornou-se um foco de entretenimento para pessoas que viam seus pais, filhos e irmãos sendo mandados para a morte certa na Europa. Aqui um blog que tentou de tudo para preservar o cinema, uma galeria e notícias recentes.


Nas duas décadas seguintes conheceu sua fase áurea, com o cinema mundial, inclusive o nosso, produzindo artigos que valiam a prata em que eram impressos. Com o tempo tornou-se uma das poucas salas a exibir filmes clássicos sem que os estúdios lançassem edições remasterizadas. Filmes de alta qualidade para quem não nasceu a tempo de vê-los em seu lançamento.


Sua sede, na Rua da Consolação, próximo ao metrô Consolação, está ameaçada pela especulação imobiliária. Foi estipulado um aluguel altíssimo para o quê ele precisaria de patrocínio, que conseguiu a tempo, mas o contracto não foi renovado e o dono do prédio o quer. Sim, aos extremistas de direita irascíveis, o proprietário do prédio tem o direito constitucional de dispor do imóvel dentro dos limites da lei. Da mesma forma como a prefeitura tem o de tirar tua casa para abrir uma rua e demorar anos para começar a pagar menos do que ela vale. Essa mentalidade do cada um por si e todos contra todos já causou estragos demais. Nós vivemos em comunidades, não em cavernas isoladas.


O que os críticos não entendem, e não se esforçam para entender, é a importância cultural do Belas Artes. Ele faz parte da história recente de São Paulo, e se está “decadente”, como muitos alegam, o facto não afasta os freqüentadores fiéis. Se esquecem, desculpem o trocadilho, que a falta de memória é um dos entraves ao desenvolvimento do país, porque PIB para um bom padrão de vida nós temos. Ignoram solenemente que a valorização da cultura pelo Estado é um dos grandes muros que separam o Brasil dos países com boa qualidade de vida generalizada. Mas assim como os marxistas de boutique, os direitistas azedos querem que o mundo se molde às suas idéias tortas e viram as costas para o resto. Roma, Paris, Londres e aos poucos também Moscou, são exemplos de cidades que têm boas receitas naquilo que esses críticos desprezam, sua cultura e memória.


Ainda que tardiamente, por interesse (e pressão) público, o processo de tombamento já começou. Foi protocolado o pedido. Não é a falta de público, é o egoísmo de quem só enxerga seu próprio umbigo que está matando a cultura no país. Resta esperar que saia a tempo de evitar que uma igreja caça-níqueis acabe comprando o prédio, porque estas não desprezam só a cultura, desprezam absolutamente tudo o que não for de sua influência, inclusive mandados judiciais. Este, até que tudo se resolva, é o último mês de funcionamento do cinema, cujos funcionários já estão de aviso prévio.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Diliça!

Todo mundo sabe o que faz bem pra saúde e que certas coisas devem ser evitadas, mas todo mundo também sabe que de vez em quando a gente tem uma vontade indescritível de comer besteiras, tranqueiras e etecétera.

As "diliças" fazem parte da cultura popular a tal ponto que vocês podem procurar, tem até receitas dese algumas dessas e outras guloseimas disponíveis, pra se tentar fazer em casa.

Algumas podem até ficar parecidas, mas nada nesse mundo substitui a boa e velha "diliça", que você compra escondido e jura que odeia, ou diz que algum colega lhe apresentou à tentação e agora você tem que comer uma de vez em quando e não consegue resistir.

Vou listar algumas das minhas tranqueiras preferidas:

1. Pingo d´oro, o tradicional. Se eu começar a descrever, daqui a pouco vou ter que sair correndo pra comprar.

2. Stiksy... nhammmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!

3. Pipoca daqueles pacotinhos cor-de-rosa que parecem feitas de isopor e não tem gosto de praticamente nada. Hummmmmmmmmmmmmmmmm!

4. Salgadinhos fritos, que eu realmente evito porque meu fígado não tolera o segredo que torna os risoles, pastéis, quibes e coxinhas tão gostosos: o óleo reaproveitado.

5. Amendoim revestido salgado. Ahhhhhhhhhhhhhhrg, e eu com problemas com a deliciosa sementinha.

7. Bala de goma. É até covardia, tem de várias cores, tamanhos e formatos.

8. Balas de goma mini em formato de feijãozinho. Eu ainda como uma caixa intera disso só de raiva.

9. Balas azedinhas, não sei se vocês fazem ideia do que estou falando. Elas têm formato cilíndrico, são de uma cor forte por fora e normalmente brancas por dentro, em geral com um desenho de flor nesse miolo.

10. Balas de banana. É covardia.

É uma diliiiiiiiça!!!







* Esse post não foi patrocinado nem pela indústria de salgadinhos/balas nem por um dentista.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Pau no Zé Colméia


Vocês já viram cara mais sem-vergonha?

Mal estreou e já tem gente lamentando o estrago que os vícios dos novos tempos fizeram ao filme. Todo mundo vê na hora que o Zé Colméia vai salvar o parque Jellystone da devastação ambiental. Os mais críticos, saudosos e puristas, reclamam que a dupla Zé colméia e Catatau ficou em segundo plano. A maioria discorda.

Emprestando um pouco da beleza de Anna Faris, de "Todo Mundo em Pânico", a trama se desenrola com o guarda Smith (guarda Chico para nós, na pele de Tom Cavanagh) e a documentarista Rachel, vivida pela actriz tentando salvar o parque, deficitário, de ser transformado em loteamento por um prefeito corrupto... Não, o filme não foi rodado no Brasil.
A maior reclamação é que a transferência dos curtas de animação par a película roubou, nem se poderia esperar outra cousa, a pitada de malandragem e ação que os desenhos animados ofereciam. Que os humanos ganham holofotes demais e o roteiro dos ursos foi descuidado. O par romântico, aliás, garante o carisma de que os reclamões sentem falta.
Decerto que o politicamente correcto, deturpado como tudo o que cai em mãos de radicais rançosos, tira carisma e decepciona quem espera ver um clássico na sua melhor forma. Afinal até o Pica-Pau ficou chato, previsível e plastificado nos últimos anos, tanto que as reprises da Record batem facilmente as novelas da Globo, imaginem o desenho novo. Dá para se dar razão aos decepcionados? Sim, um pouco de razão, afinal eles conheceram o desenho em sua melhor forma e certamente se viciaram nas tramas que, embora fossem parecidas, nunca eram repetitivas. Nisto o espírito dos desenhos supera muito um filme. Mas vamos aos factos. Zé Colméia foi lançado no fim dos anos cinqüenta, com os Estados Unidos como líderes incontestáveis da humanidade, mesmo a extinta União Soviética se enchia de dedos para tratar com os americanos, tanto que a ONU foi fundada em Nova Iorque, não em São Petesburgo, antiga Leningrado. Assim vocês podem imaginar o clima de optimismo que havia na época. Assim, um desenho feito para crianças era fefito só para divertir, a mensagem subliminar de que é bom manter a natureza vinha no sidecar. Sem compromissos, até porque de responsabilidades as escolas da época se encarregavam de encher as crianças, ao contrário da negligência de hoje, os petizes podiam se dar ao luxo da displicência quando viam televisão, e os roteiristas não se preocupavam senão em ser engraçados e carismáticos para seu público. Bem, os tempos não são os mesmos, a América não é a mesma e as crianças também não. Vamos deixar de ser xaropes e levar o contexto em consideração. Os curitibanos, que têm fama de ranzinzas, adoraram e indicam o filme. Site oficial.
De resto, os ursos estão perfeitos, os movimentos foram captados de actores reais e a cara sem-vergonha do Zé continua exactamente a mesma. Rende boa diversão? Rende. Vale o ingresso? Vale. Vão lançar brinquedos inspirados no filme? Podem ter certeza! Para quem quiser, existe ainda um jogo (game) do Zé Colméia aqui, baseado no desenho. Com a boa bilheteria e a manifestação do público, a Warner vai corrigir os erros, basta que vocês vão lá e digam que querem tudo a que têm direito. Reclamem aqui.

Sem tanto alarde, o filme Os Smurfs (site oficial) também estreou e está agradando até mais. Os gnomos azuis vão parar em Nova Iorque e, bem, depois continuo. Outro filme, outro artigo.

Agora vejam vocês! Nanael Soubaim, avesso à mídia e à exposição, virando crítico de cinema... Talicoisa. Ano novo, fase nova.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O maravilhoso mundo virtual

Dentro da nossa nova fase talicoisística, resolvi dedicar um post para um assunto de que gosto muito - o mundo virtual e suas maravilhas. Entendam, inclusive e principalemente no sentido irônico.

Já havia traçado alguma coisa sobre isso aqui, e nossa amada Luna tratou muito bem de uma das maravilhas desse mundo, as comunidades virtuais e suas esquisitices aqui . Acreditem, sempre tem algo muito estranho ocorrendo nesse mundo.

Um exemplo são os tradutores online. Nem o mais preguiçoso legendador é capaz de traduzir tão mal quanto eles. Dá até medo.

O pior é quando esse tradutor-crioulo-doido é usado naqueles e-mails que nos fazem querer amaldiçoar até a décima geração de quem os enviou. Ou então começar a abrir alguns só pelo prazer de ver tanta besteira junta - e pela séria desconfiança de que haja pessoas que caem nesse tipo de esparrela.

Vai aqui um exemplo para vocês se deliciarem. É tanto absurdo junto que nem comento ponto a ponto...

OLÁ,
Meu nome é Miss saigbe favor, eu tenho o seu contacto através de minha pesquisa na Internet hoje e se interessou em saber mais de você, eu também gostaria de saber mais sobre você, e eu quero que você envie um e-mail para o meu endereço de e-mail para que eu possa dar-lhe a minha foto para você sabe quem eu am.this é o meu endereço de e-mail (favour.saigbe @ rocketmail.com) Creio que podemos passar por aqui, eu estou esperando.
(Lembre-se da distância ou de cor não importa, mas uma matéria muito amor na vida)
Graças
favor. @ rocketmail.com favour.saigbe
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-
HELLO,
My name is Miss favour saigbe,i got your contact through my internet search today and i became intrested to know you more,i will also like to know more about you,and i want you to send an email to my email address so i can give you my picture for you to know whom i am.this is my email address( favour.saigbe@rocketmail.com) I believe we can move from here I am waiting.
(Remember the distance or colour does not matter but love matters alot in life)
Thanks
favour. favour.saigbe@rocketmail.com

Juro, tem gente que acessa. E não é a primeira vez que recebo e-mails desse teor, de pessoas teoricamente de AMBOS OS SEXOS.


Depois de por várias vezes ficar furiosa, aprendi a rir dessas coisas.

Nunca se sabe o que uma chuva de arrobas pode nos proporcionar...


ADVERTÊNCIA: Mantive os linques do e-mail original que recebi do spammer para manter a originalidade, não para induzir ninguém a clicar ou acessá-los.

sábado, 15 de janeiro de 2011

RIP Cultura

Quem conheceu a TV Cultura nos anos 1990 sabe da pérola que era. Infelizmente seu sinal só estacionou em Goiânia tardiamente, mas com muitas reprises do programa Rá-Tim-Bum e jóias dos anos 1980 ainda serviam bem e eram apresentadas.
A agilidade de uma grade que não subestimava a inteligência do telespectador com excesso de explicações, era uma das tônicas, ao contrário do que as redes privadas já faziam, deturpando a idéia original do politicamente correcto, tornando-o uma censura branca. Afinal, quem não sabe o mínimo não entenderá explicações do médio.
Foi uma época rica em bons documentários, apresentadores compromissados com o público da emissora e não com os níveis de audiência, programas estrangeiros que jamais passariam na Globo ou SBT.
Até mesmo o Repórter Eco, que trata de um tema quase sempre tocado com extremismo, dosava a linguagem e transbordava as informações relevantes, sem querer exterminar a espécie humana nem transformar os entrevistados em estrelas.
A Cultura era uma rede pública de rádio e televisão. Valia à pena relevar o sinal mais fraco e vulnerável para ter alguns instantes da sensação do que seria viver no primeiro mundo.
Embora fraca em recursos financeiros, era uma ilha de qualidade e respeito ao espectador. Há muitos vídeos daquela época (aqui) na rede. Falava-se a verdade, pois o patrocínio não tinha peso para calar o jornalista, muito menos a vaidade política. Como acabei de dizer, não tinha.
O primeiro escabro foi um famoso esquerdista assumir a presidência da Fundação Padre Anchieta, que mantém a TV Cultura. Esperava-se que alguém perseguido e censurado pela ditadura desse o bom exemplo. Não deu. Soninha Francine, apresentadora do programa RG (um episódio) foi demitida após dizer que já fumou maconha, em uma entrevista à Veja. Ela disse claramente que aquilo destrói a vida de uma pessoa. Não foi convidada a se explicar, se desculpar ou mesmo dizer em seu programa porque as drogas são tão perniciosas, o que teria sido uma grande contribuição ao público (majoritariamente jovem) do programa. Ela foi demitida. Sumariamente, sem direito a choro nem vela.
De então em diante a situação da emissora se deteriorou. Os dirigentes seguintes agravaram em vez de consertar as besteiras de seus antecessores, funcionários foram demitidos a pretexto de enxugar a empresa. A última pendenga tem como pivô um lavajado que há nas instalações da emissora, que serve aos funcionários. O presidente actual João Sayad alega que nem a Globo tem um lavajato dedicado... Imagino o impacto que dois peões têm nas contas de uma emissora, que por  menor que seja faz circular muito dinheiro. Não, não estou defendendo que todo mundo tenha lajavato e lanchonete grátis para seus funcionários, é apenas um exemplo da avareza que tomou conta de uma emissora que deixou de ser pública para ser estatal.
Uma das maiores perdas foi com a demissão da jornalista Salete Lemos, por ter escancarado a farra e os abusos dos bancos no Brasil, de forma que todo e qualquer espectador pudesse compreender, sem economês e sem verborragias supérfulas. O patrocínio passou a ter mais peso do que nas emissoras comerciais. Bem mais, porque para um patrocinador conseguir demitir um jornalista de renome e prestígio público, precisa este ter dito algo de muito grave, ofendido pessoalmente a empresa e não ter aceito réplica ou retratação.
O golpe de misericórdia virá agora, a emissora terceirizará (aqui) parte da programação. Por causa das dívidas trabalhistas (cerca de R$ 160.000.000,00) causadas pela má gestão dos antecessores, menos de um terço da programação deverá ficar à cargo da Cultura. Menos de um terço. Isto inclui o fim do contracto com TV Justilça e TV Assembléia, esta, para quem não sabe, permite ver direitinho o que os parlamentares estão fazendo, por mais que eles disfarcem. A outra é um verdadeiro mapa para quem precisa recorrer, ou quer evitar ter de recorrer, ao judiciário. São programas de grande utilidade para o público que a TV Cultura amealhou nestas quatro décadas. O presidente da entidade diz que é justo o contrário, para concentrar o "reduzido talento administrativo na telinha e no rádio". Reduzido por causa dos erros crassos e da intervenção política na emissora. É fácil prever que uma enxurrada de igrejas caça-níqueis fará a festa, além dos polyshops da vida.


É triste o terceiro artigo da nova fase do Talicoisa dar uma notícia dessas, mas é nosso dever informar não só o caminho das flores, mas também alertar para os escorpiões que se escondem entre as floreiras. A emissora está na iminência de perder, em ações judiciais, quase o dobro dos R$ 84.000.000,00 que o Estado repassa como orçamento.
Se antes a despreocupação com índices de audiência garantia a adesão do público cativo, hoje o afastamente do mesmo é desculpa para passarem a usar a relação custoXaudiência como baliza. Decerto que a qualidade da audiência caiu, ou programas imbecilizantes chamados de shows de ralidade não teriam um terço do público que têm. As pessoas estão com preguiça de raciocinar sobre o que estão vendo. Por isto mesmo a boa e velha Cultura se faz ainda mais necessária. Depois da internet, o público percebeu que não precisa se prender às porcarias da televisão privada para ter entretenimento; depois dos desmandos ele percebeu que também não pode mais contar com a rede pública para isto. Eu mesmo não agüento ficar mais do que cinco minutos diante de uma televisão ligada. Via de regra, nem dois minutos. A vontade de ir ao banheiro e descarregar o barroso impera, ou mesmo a necessidade de respirar ar fresco e oxigenar minhas sinapses. Fiquei sem televisão, de novo. Doarei minha tevezinha P&B de cinco polegadas, ela durará algum tempo até os sinais analógicos serem extintos, mas para mim se tornou inútil.
Espero francamente que o elenco remanescente consiga, ao fim das ditaduras de esquerda e direita que enfrentou, retomar o caminho que garantia à emissora a pouca e fiél audiência que tinha, sem as imensas dívidas trabalhistas que a estupidez das administrações posteriores renderam. Porque seria triste, uma perda lamentável ver a TV Cultura ter o mesmo fim da Manchete (aqui e aqui).
Ainda bem que temos os Youtubes da vida, ou programas como Bambalalão e espaciais como os do Palavra cantada (como aqui) ficariam inacessíveis ao público infantil de hoje, que precisa do respeito que estes programas tiveram com nossas gerações.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A escola da ficção - especial "ironia"

Em nossa nova fase, tentaremos abordar assuntos mais correlatos à cultura popular, como Nanael já avisou.

Assim, retomarei um de meus assuntos preferidos: a escola da ficção, hoje abordando o tema "ironia".

Não sei se vocês já notaram, mas a falta do hábito da leitura apontada ali no SAL se estendeu a outros documentos além do escrito. Imagens e palavras também se lêem, no sentido de compreender a mensagem proposta. A ironia é uma figura de linguagem que tem sido muito mal compreendida: às vezes nem se apontando que a imagem/palavra é uma ironia o desanteto letor/espectador a capta.

Resultado? Reclamações infundadas por um lado e facilitção da figura de linguagem por outro; mais precisamente: seu empobrecimento até o limite do óbvio quase literal. Temo que em breve as figuras de linguagem serão dispensadas.

Enfim, vamos ver cinco exemplos que a ficção recente nos traz como ironia:



1. A garota chatinha e voluntariosa implica do nada com uma jovem que recentemente entrou na mesma escola que ela. Diz que é provocada pela rival (e às vezes é mesmo). Espalha fofocas sobre sua rival e as suspeitas de que ela é amante de seu pai. A rival é o quê da menina chatinha? Hum? Difícil adivinhar, não? É irmã! Ohhhhhhhhhhhhhh!



2. O vilão humilha sua amante-assistente até dizer chega. Ela finalmente cai em si. Arruma um casamento mlionário. O vilão cai em desgraça e ela compra na surdina a empresa/marca de quem???? ah, isso mesmo! Do vilão, que, ato contínuo, traçará um plano para reconquistar o amor dela. E conseguirá. Ou... será um plano dela fingir que caiur na armadilha. Nem um pouco previsível, como se percebe.



3. Outro vilão traça planos sórdidos e bem elaborados para destruir a vida de uma pessoa/família que prejudicou tanto seu pai/sua mãe. Até que finalmente são descobertos documentos que provam que tudo foi uma grande mentira e que seu pai/ sua mãe é que são os grandes canalhas da história. Incrível, não?



4. O mocinho rico e mimado despreza a jovem feiosa/pobre na juventude. Ela cresce, fica linda e rica e ele acaba dependendo do dinheiro/talento dela para evitar sua falência. No final, acaba se apaixonando por ela. Aposto que você jamais imaginaria isso.



5. O mocinho que duvidou da integridade da mocinha durante a novela inteira e sempre acreditou que o filho dela fosse de outro homem subitamente descobre que a criança sofreu um acidente ou tem leucemia. Resolve doar sangue/medula e descobre que o menino é.... o quê, o quê, o quê???? Isso mesmo, filho dele! Como você adivinhou?


"Em breve, serei linda, rica e me casarei com o mocinho"



Pelo menos, Betty, a feia (a original!) era deliciosamente tosca.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Serviço de Atendimento ao Leitor - Estréia

Ler é como dançar, demanda prática e observação disciplinada.
Caros leitores, por questões da mais absoluta necessidade, estou criando o SAL, Serviço de Atendimento ao Leitor. Não que o Talicoisa seja sem sal, mas o arroz estava saindo doce e eu coloquei mais uma pitada, para ficar no ponto.
Que necessidade seria esta? Resposta: Leitores que não sabem ler.
Faz algum tempo que o Fio fez um texto, um ensaio psicológico de grande competência, e citou alguns homens comuns e falíveis que têm torcedores, especialmente ateus radicais, que os consideram deuses e não admitem que alguém não concorde com suas opiniões, que foram publicadas sob forma analítica em livros muito bajulados nas academias. Estes ateus o encontraram e encheram-lhe a paciência, quase que com uma inquisição materialista. Para mim, são apenas homens.
Pois, caros leitores, encontraram também a mim. Em Fevereiro de 2010 fiz um texto compartilhado, em Junho do mesmo ano apareceu um sujeito que não leu a contento, se colocou no balaio que não lhe cabia e teceu o seguinte comentário:

"Luciano disse...


Por que crucificar a nós, homens, supondo que todos nós somos culpados de agressão, traição e subjugação? Por que essa injustiça?

Estou em vias de casar-me com uma mulher maravilhosa, a qual respeito e quero bem, embora não haja como uma cachorrinho submisso à vontade feminina, como os "homens" de hoje. Não sou um escravo, nem do lar, nem da relação, mas sei tratar minha futura esposa com dignidade e respeito, como se deve tratar a alguém que se quer bem. Dividimos as tarefas de casa, conforme tempo, habilidade e disponibilidade, planejamos ter um filho e criá-lo bem (ao invés de ter uma penca e ter que dar a eles uma educação meia-boca e uma vida mediana). Ganho menos do que ela com carteira assinada, mas faço outras coisas para aumentar os ganhos e fazer com que tenhamos uma vida confortável, de modo que nossos ganhos se equiparam. Contudo, ela assume a necessidade de se ficar junto, de uma mulher que precisa, como todas as outras, de um homem, assim como o homem dela precisa; pois ambos são metades de um só ser. Iguais no ser, no ter e no fazer; sem chauvinismos, que são atributos dos dois gêneros (qual foi a mulher que nunca fez uma piadinha idiota e preconceituosa sobre homens?) nem a velha cena de um idiota submisso se jogando aos pés de uma bruaca que talvez lhe tome todo o dinheiro e a vida e os filhos pra depois ainda lhe sapecar uma pensão (a lei brasileira superprotege a mulher, dando-lhe regalias fora do princípio da igualdade).

Vamos deixar de lado esse chauvinismo pseudo-feminista de comercial de cosmético barato e assumir o que os gêneros não querem: a necessidade de um para o outro, a necessidade mútua.

1 de junho de 2010 13:24"

Agora vocês leiam este texto aqui, intitulado "Ah, Amélia" antes de continuar com a leitura desta resposta.

Leram? Então responderei ao leitor Luciano, que nunca mais deu as caras. O senhor com certeza não leu o texto. Não mesmo. Nele eu falo às mulheres que se submetem às vontades de um machão cuja cabeça pensante é a de baixo. Se ler com a devida atenção, cousa que todos os outros leitores deste e do outro blog fizeram, verá que eu estimulo as amélias a se casarem com quem querem, mesmo que a pessoa ganhe menos. Eu disse que o povo vai falar de qualquer jeito, faça ela a vontade alheia ou não, então que ouça o falatório nos braços de quem ama.
Eu não me referi ao senhor e não generalizei, me referi ao machista, aquele que subjuga, agride e trai se achando no direito natural de fazê-lo. Tuas palavras, diluídas em teus protestos, provaram que o senhor não veste a carapuça, pelo que não deveria falar a mim como se a tivesse imposta. O senhor é que generaliza sem conhecimento de causa, quando diz "homens de hoje" e que a lei superprotege a mulher. Faça uma visita a uma delegacia especializada para ver o quanto elas precisam desta proteção, que ainda tem aplicação precária. Eu não disse em momento algum que um homem deveria se comportar como um cãozinho, tiraste de tua cabeça revoltada palavras que eu não publiquei. Quanto às suas crenças de "um só corpo" e afins, não me dou o trabalho de discutir, mas aplaudo a decisão de criar com decência um só filho, em vez de minguar recursos para um time de futebol com que os machistas tanto sonham, sem se importarem com quem vai parir, amamentar e criar os petizes. Nisto o senhor combinou como uma luva com o que eu escrevi, e com o que os outros leitores entenderam.
Chauvinista pseudo-feminista é a vovozinha. O senhor não me conhece do mesmo modo como não leu o texto, mas simplesmente encontrou trechos que o desagradaram, em vez de ver o contexto e nos fazer uma pergunta, em caso de dúvidas.
Assim, senhor Luciano, espero realmente que seja para tua esposa o que disse que seria.
Em tempo, eu sou homem. O facto de eu compreender a alma feminina não significa que o texto seja de uma mulher.

Aos leitores habituais, este amigo se coloca à inteira disposição para toda e qualquer questão a respeito do que escrevemos, pois saímos à chuva para nos molharmos. Só peço paciência e respeito no que nos for colocado.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Um francês que sabe desenhar



Ne me quitte pas!!!
 Fase nova no Talicoisa, que doravante se dedica mais à cultura pop mundial, especialmente à que tem pouca ou nenhuma penetração na mídia brasileira. Começando por Arthur de Pins.

Encontrei referências a este fulano há uns anos, de lá para cá perdi e reencontrei seu endereço virtual uma dezena de vezes, sem exagero. Se vocês nunca ouviram falar dele, não fiquem constrangidos. Cousas boas demoram a chegar ao grande público do Brasil, tanto mais quanto melhor. Mas mesmo por aqui ele tem fãs arrebatados, não sou o primeiro a fazer um texto sobre ele, mas provavelmente sou dos primeiros a fazê-lo fora do circuito dos nerds. Este moço aqui, do blog Mentes Modernas, e esta aqui do Pin-up's Girls From Brasil falaram bem e disponibilizaram um verdadeiro álbum de figurinhas. Talvez por serem fãs, preferiram falar pouco e deixar a arte dizer o resto.
Como muitos artistas de fora, e vários de dentro de casa, o brasileiro praticamente não o conhece, mas ele é queridinho de muitos ilustradores talentosos e de praticamente toda a máquina econômica francesa, pois o que ele faz valoriza muito o producto; daí vocês tiram que também tem muitos inimigos, fazer o quê?

Arthur De Pins é um jovem de talento estrondoso, nascido na Bretanha (1977) e criado em Versailles, demonstrou desde cedo um talento acima da média para o desenho, especialmente mulheres, especialmente as baixinhas curvilíneas, com ênfase para belas bocas. Suas ilustrações falam do cotidiano europeu, especialmente do francês urbano, tocando em temas sexuais e conjugais sem pudores, mas sem apelações.

Em fins do século XX ele descobre os vetores, as ferramentas virtuais para desenho pelas quais se apaixona perdida e insaciavelmente. Chegou a trabalhar para uma empresa de video-game em 2001, quando precisou fazer personagens cabeçudos e arredondados para ter as proporções e dimensões em bites desejadas pelo chefe, o que lhe rendeu uma de suas marcas registradas.
Nunca comi, mas já estou gostando.
Um de seus principais estilos é o de pin-ups cabeçudas e opulentas, bastante cartunizadas, mas totalmente voltadas para o público adulto. Embora pareçam bonequinhas bonitinhas, geralmente usam decotes e fazem expressões pra lá de provocantes. Caras, bocas e trejeitos são ostensivamente sensuais.

Um de seus trabalhos mais famosos é o cartaz de quarenta anos da Nutella. Nunca comi, mas a quantidade de cartuns coloridos, luminosos e de bom gosto raro ao redor do vidrinho abre o apetite. Animações em duas ou três dimensões também fazem parte de seu portfolio.
Como todo gênio do pincel que se preze, ele também tem seus livros. como a série Les Peche Mignons (hoje já em quatro volumes) e Fluide Glacial.

Tão lindinha... E sacaninha!


Entrando em seu site (aqui e aqui), se dá de cara com seus desenhos femininos em um programa de menu em nuvens, que nunca compreendi direito, mas me parece interessante, escancaradamente franceses, com um ar blazé e uma riqueza estilística que a América ainda não conseguiu emplacar. Cores luminosas, em contraste com a feiura sombria que se tornou moda, são o colírio que ele oferece aos apreciadores da boa ilustração. É muito rico e eu pude baixar imagens sem problemas, só os teria se decidisse tomar autoria ou ganhar com elas, mas o Talicoisa é um blog de cunho pop cultural e estamos divulgando o trabalho do rapaz.

Por que tanta gente parece pegar as obras do garoto sem problemas? Primeiro porque ele é mais cuca fresca do que os neuróticos do mercado financeiro, segundo porque quem gosta do que ele faz também gosta do artista, terceiro porque o volume de obras é muito grande para ele se render à mesquinharia de regular umas poucas centenas de imagens pequenas.

aqui uma coletânea de vídeos dele, dois dos quais pedi emprestados, deleitem-se.



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mini poesia para Minnie



Vida curta, talento longo.

Quantas vidas a cada nota, quantas notas ainda vivas. Ecoam no tempo da rede que então não havia, na saudade da qualidade de uma carreira morta.

Pelos melindres do mundo humano a justiça se fez para Minnie. Saiu do orbe denso e poluído aos braços do coro perene que hoje integra.

Para quem fica só resta o pesar de a música estar de desfacelando. Talento? Pouco público para muito trabalho, retorno lento.

Enquanto poucas se esforçam para manter o nível que ela seguia, a regra em maioria se acomoda no chão da apelação e da verborragia. E a música calada torna a tocar.

Justiça foi feita para ela, ela subiu, ela mereceu. Dormiu na penúria do mundo e acordou no coral dos serafins. Por aqui os dentes rangem e a phonographia edita.

O saudosismo, outrora doença ou capricho, se faz remédio para quem não se adapta à invasão massiva da cultura-lixo. Quero desinfectar meus ouvidos.

Outrora foi comum e não se dava tamanho valor, como não dá quem respira bem no nível do mar, mas caindo indefeso na água busca em desespero uma só lufada de ar.

Se parece velhice precoce ter saudades do que já não se tem, podem me chamar de velho, que é velhice sadia do bom senso.

Amém.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Quarta gugleada

É conhecido de muitos que os dias da semana, em português, atende ao princípio católico, que queria estabelecer que todo dia fosse dia santo (feria diem, expressão que originou a palavra feriado).
Assim, domingo seria o primeiro dia santo, a prima feria diem, ou a primeira feira. Aí puseram domingo em atenção à expressão Dommenica diem, dia do Senhor, em lembrança à ressurreição de Cristo.
Neste sentido, quarta-feira é o quarto dia santo, quarta feria diem. Tudo isso para dizer que quarta será o tema da minha pesquisa gugólica de hoje, naquela linha: primeira(s) palavra(s) do auto preenchimento e associações a elas.
1) A primeira coisa que aparece é "quarta dimensão", seja lá o que isso significar. O dia da semana vem em segundo lugar. Humilhante.
2) Dimensão remete a "empresarial", com nenhum termo referente a esoterismo, filmes 3d ou equivalente, o que me pareceu realmente promissor.
3) Empresarial aponta para um empreendimento imobiliário aqui na região e, como não quero fazer propaganda a não ser que me paguem por isso, vou para as pesquisas relacionadas. A primeira é "direito empresarial", então vejamos o que direito nos reserva.
4) "Direito administrativo" vem no topo, com outras especialidades dessa área do conhecimento na lista. É uma área fasciante, no nível teórico, mas, como quase tudo na vida, a prática passa quilômetros da teoria.
5) Indo para "administrativo", ele nos leva a "financeiro", o que é aparentemente óbvio, já que muitos esquecem do financeiro na hora de administrar.
6) Já financeiro tem uma remissão um tanto infantil, na minha opinião, pois aparece numa frase estilo elementar: "financeiro de uma empresa".
7) Empresa, aqui, vai retinho para as de transporte coletivo municipal, intermunicipal e estadual da região e, de novo, esbarro na muralha da propaganda. Lá eu tenho que ir para a palavra "ônibus", vamos lá?
8) Lá fiquei em maus lençóis de novo, pois ônibus vai para 174, o daquele enorme desastre que resultou na morte de uma professora. Nunca, em minha opinião, uma história resumiu tão bem a omissão do Estado, o despreparo dos agentes policiais, o vórtice da miséria e da violência e a ideia determinista (é assim, assim tem que ser, assim sempre será) que paira nas periferias da vida do que essa. Falo com a certeza de quem veio de periferia paupérrima.
9) De forma absolutamente inusitada, 174 aponta para tal tragédia em primeiro lugar, mas, para honrar sua tradição de remissões estranhas, o segundo colocado é o Código Tributário Nacional, no artigo referente à compensação de crétitos tributários, um assunto complexo mas muito importante do ponto de vista empresarial e do direito tributário.
10) Assim, só me restou compensação, que remete primeir a si mesa e em seguida a várias relativas ao direito trabalhista e tributário. Espero mesmo que isso signifique que as pessoas estão realmente querendo aprender sobre essas áreas do direito e empliar seu conhecimento sobre seus direitos e obrigações nesses assuntos, em especial sobre o segundo.
Afinal, o Estado (com ou sem a ajuda da igreja-poderosa-da-vez) já se mete demais na nossa vida, mudando até os nomes que damos aos dias (e não é de hoje: os césares fizeram isso aos montes com o calendário).

Uma pequena homenagem ao dia e aos calendários de bichinhos que tanto me encantaram.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cousas boas que a tevê não mostra - 02

Uêba! A tosqueira vai começar!!!
Novamente o pessoal do Alcatéia.com bate a bola e titio Nanis vem contar para vocês, para a alegria de Fräu Adriane.

Para quem não se lembra, Super Amigos é um desenho criado em 1973, unindo super heróis que estavam já meio decadentes, mas ainda tinham muito potencial e carisma, prontinhos para serem reavivados e dar uns trocados para a Hanna-Barbera. O original, uma série toscamente animada, com cenários tremendamente simples e repetitivos e enredo pra lá de manjado, alcançou mais sucesso do que o público esperava, talvez mais do que os próprios investidores esperavam, e continuou sendo passado e reprisado até início dos anos noventa, no Brasil. Venderam muitos, mas muitos bonequinhos de plástico ordinário e cheio de rebarbas, que hoje valem uma nota no mercado de brinquedos "clássicos".

Se antes o desenho era pensado para vender brinquedos, hoje os brinquedos são pensados para virarem desenho. A Fisher-Price, encomendou à Warner novos episódios de Superfriends, que ficou igual à linha "Superfriends" de brinquedo que lançou. A animação melhorou muito, os cenários melhoraram muito, a ação melhorou muito, as piadas fracas melhoraram incrivelmente acima do que qualquer um poderia esperar, tudo isso sem assassinar a essência da idéia original, ao contrário do que a maioria costuma fazer. O primeio episódio é "The Joker's Playhouse. Sim, está em inglês, mas um dos grandes méritos desta série era poder dispensar o áudio, pois o desenrolar da trama contava a estória sozinho, como neste vídeo aqui. E aqui um episódio original em inglês, vejam como era adoravelmente tosco, aqui.

Para quem não nasceu a tempo e perdeu, eis aqui a abertura brasileira e a seguir a americana de 1973:



O episódio dublado "A Vingança de Mxyzptlk (leia-se "mitisplic"):


Agradeçam ao titio Renato, ao titio Rick, à titia Eddie e á titia Patrícia, que se dependesse de mim isto aqui não sairia nunca, em matéria de show business eu sou a negação personificada.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cousas boas que a tevê não mostra - 01

Encontrei isto por acaso, vasculhando o blog do talentoso brasileiro Hiro, desenhista de mão cheia. É uma versão da história de Pandora e sua caixa, só que de um jeito muito agradável de se ver. Não sei se minha mente lesada trabalha demais, mas me parece que uma mensagem sobre não dar importância ao medo está inclusa muito claramente no vídeo. Desfrutem.