quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Señorita Rio; Assim o mundo via o Brasil

 Vamos começar esclarecendo, LIly Renée não fez por mal. Eram os anos quarenta, poucos países tinham rede consistente de telephonia e radiodifusão. Os americanos estavam de olho na guerra e, até a política de boa vizinhança, deflagrada para garantir o apoio latino-americano aos aliados, estavam convictos de que não deveriam sequer olhar para o quintal do vizinho, se preocupando apenas com os seus problemas internos. Exageraram, é claro.

Na época, sem material de pesquisas disponível ao público, ganhando pouco por página e com prazos apertados, os quadrinhistas faziam verdadeiros milagres com tinta e papel. Artista rico sempre foi exceção, com quem fazia quadrinhos nunca foi diferente. Era ralar a noite toda para o editor aceitar receber o material, que poderia ser rejeitado, e o coitado teria que fazer tudo de novo.


Señorita Rio

Em um romântico país da América Central, preservador da cultura herdada da colonização espanhola, mas atento à modernidade que vinha dos países do norte, vivia a agente secreta Ritta Farrar. Rita foi uma artista completa, com uma carreira promissora em Hollywood, com planos para a vida e suspiros para seu noivo, Bill.

Sua história mudou radicalmente quando ele, Bill, morreu no ataque a Pearl Harbor. Amargurada, querendo morrer e se entupir com balas Juquinha amanhecidas, ela foi cooptada pelo serviço secreto, com a missão de monitorar possíveis actividades do Eixo, se tornando agente naquele exótico e selvagem país próximo ao Caribe... o Brasil... Não riam! Praticamente só gente do governo, e intelectuais de boas universidades, sabiam onde e o que realmente era o Brasil. Ela assim que o mundo nos via. Provavelmente, ainda é assim que muita gente lá fora nos vê. Infelizmente, é assim que muita gente aqui dentro se vê.

Rapidamente Ritta, sob o cognome "Señorita Rio", conhecida pela identidade falsa de Consuela Maria Ascencion de Las Vegas, ganhou a co-alcunha de "Rainha dos Espiões". Praticamente uma James Bond de saias. A personagem é tão inverossímil quanto o agente 007, mas se considerarmos as limitações da época, daria uma franquia tão bem sucedida quanto. Vamos ver as credenciais da moça; Muitíssimo bem treinada em artes marciais, especialmente a lida com armas, brancas e de fogo, inclusive as de artilharia pesada. Especialista em se manter oculta, fugir e desarmar o inimigo. A tudo isso, some-se seu talento de show-girl, seu corpo de show-girl, seu rosto de show-girl, seu carisma de show-girl, enfim, a mulher é maravilhosa!

Ao contrário do que quase sempre acontece, sua inteligência é tão destacada nas aventuras, quanto seus dotes plásticos. Trata-se de uma das heroínas mais bem construídas e convincentes já feitas, especialmente em uma época em que personagem feminina, só precisava ser bonita e nada mais.

À parte a patuscada de colocar um país de 8,5 milhões de km² na minúscula América Central, fora dar o espanhol como idioma de um país colonizado por portugueses, a personagem é muito consistente. As aventuras, nem tanto, mas lembremos da falta de recursos e de tempo que os quadrinhistas enfrentavam.

Ela não tinha capacidades sobre humanas, só sua inteligência e os recursos materiais, mandados secretamente pelo governo americano. Não voava,. não respirava debaixo d'água, não ficava forte, não virava tubarão, não lia pensamentos, não tinha telecinese, não corria mais do um cavalo e não tinha necessariamente um final feliz, já que sua felicidade tinha sido morta pelo ataque japonês. Até pedir ajuda, e esta chegar, tinha que se virar sozinha com os inimigos, muitas vezes ficando a um fio da morte.

 Infelizmente, com o capitão América enfrentando o próprio Hitler, e seu super soldado Crânio Vermelho, as atenções do público mais maciço das publicações, ias para os heróis que vestiam a bandeira, literalmente.

Ritta, pelo contrário, era totalmente estrangeirizada. A inspiração era claramente Carmen Miranda, com uns generosos toques de Gilda, vivida por Rita Haywort.

Apareceu pela primeira vez na revista Fight Comics, em Junho de 1942, durando até 1951. Até que teve vida longa, sejamos francos, a maioria não durava um ano, nas bancas. Com o esfriamento das lembranças dos anos duros da guerra, a maioria de seus personagens também foi sendo esquecida; ou vocês acham que não é duro ver a vizinha receber a visita de um ou dois militares tristes, que sempre começavam com "Eu sinto muito", ouví-la desabar no choro, e saber que o teu marido pode ser o próximo.

Para saberem mais, esqueçam a wikpédia, vão directo ao Pappy's Golden Age, que tem um acervo vasto, conhecimento de causa e tudo para baixar de graça, clicando aqui.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Eu chamaria de Tubarella

Iara, ainda calminha.
Mais uma tosqueira da Marvel, relacionada ao Brasil. Com previsão de dez meses para chegar oficialmente ao Brasil, Iara dos Santos é a mais nova personagem da franquia Mutantes. Dizem as más línguas, que é para tentar driblar a crise brava que ainda assola Europa e estados Unidos, tentando conseguir mais fãs em países até então negligenciados.

Trata-se de uma recifense aparentemente comum, que um dia se pega com uma vontade incontrolável de comer peixe cru. Mas ela não vai a um restaurante japonês, absolutamente, ela entra em um barco pesqueiro e começa a comer os peixes fresquinhos, recém-pescados, alguns ainda se despedindo do mundo.

Quando descobre que os pescadores em questão traficam barbatana de tubarão, e nós sabemos da crueldade que isso implica, ela fica furiosa e ataca um deles com um murro, arrancando sangue. É quando percebe que suas mãos estão se transformando em garras com unhas negras afiadíssimas. Então a transformação acontece, ela fica musculosa, cinza, cresce, rasga a roupa (uau!!!) e fica com cabeça de tubarão.

Bem, é basicamente isso. Ela é recrutada pelo mutante Anjo e levada para ser treinada, sob a sábia supervisão do professor Xavier.

Certo, vamos reler o que já escrevi, para ver se não esqueci nada de importante. Entrando de vez na fase de adulta jovem, seus poderes mutantes começam a se manifestar, ela não sabe o que fazer e não consegue resistir, sua primeira transformação se dá de forma acidental, quando fica furiosa, como o Hulk, é integrada ao grupo dos mutantes de Charles Xavier e o resto não foi contado, ainda. Ah, sim, na primeira transformação, ela rasga a roupa. Mas podem tirar esses sorrisos da cara, garotos, ela ganha um uniforme elástico e resistente, então podem esquecer cenas proibidas para menores, nas revistas.

Ok, nada de extraordinário, mais uma candidata ao segundo escalão dos heróis Marvel. O bom, é que usaram um nome e sobrenome (Iara dos Santos) tipicamente brasileiros, em vez daquele Paul Blanka... Pelamor de Deus! Também a chamaram de Shark-Girl, em vez de Piranha-Girl, sinal de que alguém fez um mínimo de pesquisa, ou ao menos consultou um brasileiro de dentro da equipe.

Iara, nordestina de sangue quente, sabe-se lá se descendente de cangaceiros, tomara que seja, fica fura da vida quando Mística tenta recrutá-la para o lado sombrio, vira tubaroa, briga com ela e acaba sentindo o gosto de seu sangue... Pois é, tubarão, nos sabemos, jamais desiste de perseguir a presa que lhe deixa o gosto do sangue no paladar, simplesmente porque jamais esquece o sabor de cada vítima que escapa.

Iara pê da vida.

Não sei se o nome será mantido, quando toda a trabalheira de registrar, adaptar, traduzir, fazer cortes para reduzir custos, divulgar e distribuir, estiver pronto. Sim, caros, dá mais trabalho do que se pensa, lançar uma revista em outro país, tanto mais quanto maiores forem as diferenças. Eu chamaria de Tubarella, é sonoramente mais eficiente, em português. Não que o nome sozinho possa salvar uma idéia que, até onde pude ver, foi feita ás pressas, ou tirada da gavera de heróis recusados.

Garota-Esquilo
Nosso talicoiser rebelde Eduardo Mendes Vieira, o Fio, fez uma observação interesante. Ele reclamou, como sempre, né, de se usar sempre uma força da natureza para criar heróis brasileiros. Não seria nada de mais, se esses heróis fossem convincentes e duradouros, então tenho que dar-lhe razão, inclusive na sugestão de uma surfista poderosa, em vez de uma metamorpha que vira um monstro.

Será que não dava para ela manter aquele rostinho meigo, apenas crescendo os dentes e ficando cinza? Afinal, a Vampira é p'ra lá de poderosa sem precisar se transformar em um tiranossauro rex.

Me parece ser uma heroína "bem intencionada", mas com menos consistência do que Doreen Green, a Garota-Esquilo, que pelo menos é linda e meiga, e permanece linda e meiga mesmo quando o pau quebra, talvez por isso mantenha sua pequena e fiél legião de fãs.

Posso estar errado, mas é uma personagem destinada a morrer rápido, pelo menos não acredito que sobreviva ao fim da crise, e acabe virando sopa de tubarão, na mesa do Magneto.

 Mais sobre a Iara, ver na Marvel Wikia, clicando aqui.
 Algo sobre a adorável Garota-Esquilo, clique aqui.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Programas que falam de programas

Fonte da imagem: http://www.euamocaes.com/

Tudo começou, no formato que hoje conhecemos, pelo Vídeo Show, quando o Miguel Falabela o deixou. Bem, a função deste programa sempre foi falar de televisão, mas a troca de apresentadores deixou de lado o aspecto histórico e cultural, para se render à adulação interna, já que programa da Globo não pode falar de programas de outras emissoras; uma idiotice, me deculpem.

Nas outras emissoras, sempre houve programas que falam de programas, mas eram programas de variedades, que falavam também de programas, mas tinham outros tópicos em suas grades, que muitas vezes passavam longe dos temas televisivos.

O problema foi quando pararam de procurar assuntos, reduzindo ou até eliminando o caráter de variedades, e se focaram exclusivametne em falar de outros programas. Se falam de dieta, é sobre uma sub celebridade que perdeu peso, deixando pouco ou nenhum espaço para as informações úteis sobre a técnica.

Tudo piorou muito, quando os "reality shows" pipocaram na televisão aberta. Meses antes de começarem, e meses depois de desinfetarem, os apresentadores se esmeram em procurar detalhes, novidades, curiosidades, enfim, quase fazem colonoscopias em rede nacional, repetindo ad aeternum o que o público já cansou de ver nos próprios programas, e em reportagens sobre as polêmicas (vazias) que geraram. Fora que, vira e mexe, procuram os ex-participantes, para falarem do que já foi falado, apenas de maneira ligeiramente diferente.

Essas polêmicas, diga-se de passagem, que são esquecidas assim que outro canastrão faz a mesmíssima cousa.

Felizmente a fórmula se desgasta rapidamente. Infelizmente, a fórmula pode sempre ser piorada, garantindo audiência a quem não faz absolutamente nada de relevante pela cultura de massas. Uma técnica fácil de engolir, para quem já se habituou a comer porcaria gordurosa e cheia de aditivos tóxicos, é exagerar na emoção. Falar do drama de uma "celebridade" como se o seu fosse o pior caso do tipo, quando não fazem parecer que é a única vítima inocente da atribulação, com repetição sistemática de trechos de cenas, photographias e depoimentos, que o espectador parece não perceber que estão sendo repetidas três vezes ou mais.

Outro sintoma grave, é a dependência não só dos próprios programecos, mas também dos da Globo. Sim, caros taleitores, praticamente todas as emissoras do Brasil, vivem da Globo. Provavelmente, boa parte da audiência dos Marinho, sai de dentro da concorrência. Parece haver uma equipe em cada emissora, dedicada exclusivamente à programação global, a procurar pontos polêmicos, falhas crassas, escândalos pessoais, litígios e tudo o que puderem colocar no liquidificador esquizofrênico de suas grades, para vender tranqueiras que todo mundo já tem, só falta você, mas nunca conheci alguém que as tenha.

O interessante, é que nenhum programa que fala de programas, aborda as poucas reportagens relevantes que os telejornais divulgam. Aquele documentário sobre o jurássico, apresentado pela Globo e repetido na Cultura, por exemplo. Isso, só para citar um exemplo que seria de bom proveito, que daria ganchos fáceis para falar de preservação das espécies. Aliás, as atrocidades que o extremo oriente ainda faz contra animais, como encurralar e matar golfinhos, ou jogar cães vivos na água fervente, parecem não ser polêmicas de interesse desses programas.

Não, eles querem é falar da suposta apologia à prostituição, que a novela da Globo estaria fazendo. Ou ainda, da já surrada polêmica da Xuxa no filme "Amor, estranho amor", rodado quando ela ainda era menor. Ah, claro, briga de jogador de futebol, que mata no trânsito e foge sem dar socorro à vítima, mas eles falam como se o jogador fosse a vítima.

Nada contra programas falarem de programas. Me afasta mais da televisão, a apologia ao irrelevante, amparada por apresentações apelativas, que só fazem maquiar a completa futilidade da pauta. Eu tenho idade para afirmar que programas de variedades, realmente falavam de variedades, eram como revistas televisivas. Aliás, saudades do Dia a Dia de Olga Bongiovanni, que não durava demais, mas conseguia falar de tudo um pouco, de modo relevante.

Alguém vai falar que a televisão mostra o que o povo quer ver. Mesmo? Formar opinião não faz parte das atribuições da mídia?

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Scarlett, simplesmente Scarlett


Filha do arquiteto dinamarquês (daí o nome) Karsten Johsnsson com a productora Melaine Sloan, com raízes no judaísmo, em 22 de Novembro de 1984 veio Scarlett Johansson ao mundo. Uma arquitetura de mulher muitíssimo bem produzida.

Não, desta vez não farei uma biographia dela, não desta vez. Falarei do drama que ela vive em Hollywood. Os taleitores vão perguntar que drama poderia ter uma diva divinesca e escalafobnética daquela? Eu respondo: Ela é vítima de sua própria beleza.

Toda aquele encanto de mulher, com sua beleza quarentista concentrada em 1,6m de altura, apenas dois centímetros a mais do que eu, sofre com a pressão perversa e ingrata do mundo artístico. O facto de ser tão bonita, faz as pessoas exigirem que seja perfeita o tempo inteiro.

Certa feita, ela reclamou que em Hollywood, as pessoas são muito magras, embora as muito gordas também povoem a floresta. As comparações são terríveis, fazem as actrizes acreditarem que nunca estão magras o suficiente. daí um taleitor vai berrar "MAS PORQUE #**!@#&!!! ESSA MULHER TEM QUE VIRAR CABIDE?". Bem, ela não tem, mas Los Angeles tem o sadomasoquista hábito de destruir o que ama. Quem não tem uma formação sólida e uma personalidade muito beme struturada, e Marilyn Monroe carecia de ambas, acaba sendo engolida pela indústria do entretenimento.

A verdade mais baixa nisso tudo, é que muitos fãs, tão sadomasoquistas quanto a cidade, têm verdadeira obsessão em ser mais parecido com seus ídolos do que eles mesmos. Tem muita perua por aí, tirando costela, colocando silicone e botocando o corpo todo, para ser mais Scarlett Johansson do que a própria. Hollywood sabe disso, sabe e explora.

Vejam vocês, que certa feita ela fez um ensaio, com as pernocas totalmente à vista. Pois apareceu um pastel que photoshopou aquelas pernas, para fazê-la parecer masi alta e magra! Atenção, fãs recém-ingressos ao vasto fã-clube da moçila, isto não constitui ABSOLUTAMENTE NENHUM ELOGIO! ela gosta do que vê no espelho, por mais que os picaretas de Beverly Hills sabotem.

Na realidade, a deformação estética dos ensaios não servem para vender o producto, servem mais para tornar as modelos inseguras, como se não fossem belas o suficiente para as campanhas. Não o fosse, eles poderiam economizar fortunas, criando modelso virtuais, perfeitinhas, sem chiliques, sem cachês e disponíveis vinte e quatro horas por dia, sem a menor exigência trabalhista. A intenlção é desvalorizar a mulher, não valorizar o que se está vendendo, para facilitar a doma (sim, isso mesmo, do-ma) e o controle.

Photoshopar para melhorar o conjunto do trabalho, é nobre, muito nobre. Se for para retocar marcas de expressão resultantes de um imprevisto, é discutível, porque um bom maquiador resolve, mas é aceitável. Modificar a modelo, a ponto de mal ser reconhecida na rua, mesmo estando ao lado de sua imagem alterada, é horrível. Photoshopar Scarlett Johansson, é passagem para o inferno!!!!!!! É execrável, hediondo, et cétera, et cétera e et cétera!

Pessoalmente, ela é uma moça tranqüila. Atrevida, às vezes, mas tranqüila, do tipo que gosta mais de um bate-papo do que de tietagem, e que fica pê da vida quando é clicada até tomando sol, na praia. Quer ser fã dela? Quer mesmo? Seja amigo dela. Admita desde já que ela é ma-ra-vi-lho-sa, mas não é perfeita. Admita e a aceite, porque assim é que se usufrui do melhor que o trabalho de um artista oferece.

Aliás, por falar em trabalho, muitos fãs nção sabem que a moça canta, canta bem, e canta ao vivo! Ouçam só...




Website dedicado à Scarlett, clicar aqui.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Como eu tenho sorte! (parte II)

Então, como vocês sabem, eu sou uma pessoa de muitísisma sorte. Aqui, falei sobre as maravilhas de ser sempre sorteada, de ter confirmados depósitos por pessoas e bancos que desconheço, de ter amigos que me avisam da traição do meu amor, enfim.

Ali nosso nobre Nanael, que tem lutado para manter esse blog respirando, fez o seguinte comentário: "Já perdi a conta de princesas árabes que me pediram em casamento, apenas solicitando o número da minha conta bancária e dados pessoais para providenciarem tudo. Este mundo é tão bonzinho!".
Pois bem, Nanael, morra de inveja! Eu fui pedida em casamento por uma herdeira russa riquíssima! Conversando com minha amiga Jana Jones Hasselman, lá no feicebruque, falamos desta luz que nos acompanha e que só não somos ricas porque não queremos.

O pedido de casamento que recebi era mais ou menos asism: . "'Prezado Adriane, eu ser [insira nome russo aqui] e eu queria to marry e eu estar a eu want a casamento e eu ouvir que brazilians são hot homens", Tudo bem que a herdeira russa achou que eu fosse homem e usou o tradutor do Gugou Louco, como Jana me esclareceu, é  feito pelo Joel Santana, mas gente, era só eu disfarçar um pouquinho e virava herdeira russa também!

A própria Jana se descobriu a única parente de um... sultão! Isso mesmo! Euzinha, dias atrás, uma mulher do oriente médio, viúva, filha única, que perdeu o marido e o filho num desastre, queria doar toda sua fortuna para uma instituição de caridade, e eu ficaria responsável pela transação, sendo regiamente paga por tal ato. 

Não é lindo????? 

Então, gente, assim que eu entrar em contato com essas pessoas tão bacanas e magnânimas, aviso vocês. Mas antes vou baixar um arquivo bacana que recebi de um desconhecido (esses lindos!) por e-mail, o fiquericoagora.exe.  

Bóra baixar?




* Ah, e, para se divertir criando memes como o que ilustra este post, vá no http://memegenerator.net, mas lá não tem vírus de brinde :(

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Grato pelos elogios

Olha a minha cara de arrependimento!

Agradeço à turma da patriotada, pelas ofensas, pelos insultos e pelas imagens obscenas que me dirigiram, talvez inocentes, talvez não. Vocês não imaginam o grandioso valor e peso que suas palavras enternecedoras têm em meu coração.

Agradeço aos que deixaram o dia vinte e dois de Agosto passar em branco, um dia que, lembro bem da escolinha primária, é dedicado ao folclores brasileiro. Decerto que ter caído em uma quarta-feira, neste ano, foi um tremendo balde de água fria, ainda mais por não ser feriado. mas o Dia das bruxas também não é.

Agradeço aos babaquaras que SÓ AGORA se lembraram que existem sacis, curupira, boitatá, caipora, enfim, toda uma fauna que só Monteiro Lobato divulgou como se deve, só ele, hoje acusado de racista, e ninguém mais.

Agradeço ainda mais porque, para convencer a toda uma comunidade virtual de sua sinceridade, se deram o trabalho de fazer discursos xenophobicos, acionando a metralhadora giratória a toda velocidade, acabando por atingir também a mim, que quase sou acusado de leso-patriota.

Agradeço à gente ufanista, que jamais fez uma festa temática sobre a Iara ou o Boto Cor de Rosa, mas quase deu tiros nas crianças fantasiadas, que chegavam dizendo "gostosuras ou travessuras". Gente que acha que o carnaval é uma manifestação genuinamente brasileira, mas jamais quis ouvir Chiquinha Gonzaga.

Agradeço deveras aos que encheram as redes sociais com mensagens de repúdio, não só ao que chamam de imposição cultural estrangeira, mas também aos que trocaram "happy halloween" entre si, enquanto a farra com o erário rola solta em Brasília. Afinal, nós lhes devemos satisfações de nossas conversas.

Agradeço às pessoas que não sabem que saci, mula-sem-cabeça, iara, caipora, boitatá e afins, são seres elementais, estudados pela alta magia. Aliás, pessoas que não sabem que os pagés pré-cabralinos, eram um tipo de bruxos e lidavam com esses elementais. Então não seria motivo para me condenar à morte, com quase fizeram. Afinal, os intelectuais de ar-condicionado sabem melhor do que eu, bruxo de longa data, que um boitatá é um elemental do reino de Djin, não é mesmo?

Agradeço, aliás, aos que não acreditam em elementais e tratam algo tão profundo como o folclore, como uma reles e descartável manifestação cultural. Porque foi sendo tratado assim, que o alegado folclore brasileiro caiu no esquecimento... Exceto agora, claro, quando uma monstuosidade aparece para ameaçar aquilo que todos tanto amam, que tem seu próprio dia dedicado... Qual o dia mesmo?

Agradeço tanto a essas pessoas, que quase peço escancaradamente para me excluírem de seus perfís, antes que eu o faça e os bloqueie, caso voltem a me ofender. Sim, porque se atiraram para todas as direções por causa de uma festa celta, povo que deu base ao que o cristianismo tem de mais nobre, então vão contractar assassinos de aluguel assim que eu mencionar fazer um texto sobre Cármem Miranda, a grande traidora da pátria.

Agradeço de coração a todas as pessoas que fizeram uma campanha canhestra, enquanto o dinheiro dos impostos vai para os bolsos de uma entidade privada, já muitas vezes acusada e sempre sob investigação, por suspeitas de corrupção, apenas porque é o órgão máximo de um ópio inglês, que absolutamente nada traz de benéfico ao país, e ainda serve de desculpa para demolir escolas-modelo.

Agradeço messsssssmo! É por gente como vocês que o Brasil continua afundando na miséria, com seus cidadãos se digladiando por bobagem, enquanto o metal mais importante do mundo é contrabandeado debaixo do nariz do ministro (ir)reponsável pela pasta ministerial.

Muito obrigado mesmo. Se eu tivesse um grão a mais de soberba e orgulho, graças a gente como vocês, sentiria vergonha de ser brasileiro.