segunda-feira, 14 de julho de 2014

Luv; pouca roupa e muito carisma



  É uma fórmula com data de validade. Não adianta tentar estender muito, porque ela só dura enquanto tudo estiver durinho e o shortinho tiver o que realçar. Mesmo assim há grupos que aproveitam tão bem sua fase, que voltam de vez em quando, claro que não nas mesmas roupas.

  É o caso do LUV. Formado em 1977 por Marga Scheide, José Hoebee e Patty Brard que faziam
dancinhas insinuantes, naquele jogo de esconde e mostra, com carinhas de inocentes, como se não estivessem fazendo absolutamente nada demais, além de deixar os marmanjos mais sensíveis e carentes em situação constrangedora em público. Alguém aí vai dizer "Naquele tempo era só dancinha, ninguém esfregava a buzanfa na cara do espectador. Sim, é verdade, inclusive as coreografias não se resumiam a cantar de costas para público, mas meu amigo, eram doses cavalares de sensualidade! Não eram coisas que as mamães quisessem ver suas filhas pequenas imitando, muito menos em público, pior ainda em rede de televisão, nem me fale se existisse youtube na época!

  Ainda tiveram quatro integrantes temporárias, para os períodos em que José e Patty se afastaram: Rita Tielsch, Diana Van Berlo, Michelle Gold e Carina Lemoine. Sim, taleitores, o trio enfrentou turbulências, inclusive com troca de empresários. Só a loura Marga Schneide se manteve nele ininterruptamente. O que gerou as turbulências? Tudo o que vocês imaginarem e muito mais. Eram garotas bonitas, mas sem ter aquela beleza acima da média, por isso precisavam vendê-la bem, era o cartão de visitas para os fãs. Vocês podem imaginar que acusações de exibicionismos poderiam ter permeado e estremecido as relações pessoal e profissional das três. Todo mundo pensou que o fim estava próximo, exceto Marga. A posição central em quase todas as apresentações, se talvez tivessem gerado ciúmes, mostrava quem era a líder ali.

  O período de actividade foi de 1977 a 1981, de 1989 a 1995 e de 2005 a 2012. Elas chegaram a ter uma carreira internacional, de 78 a 81, não tanto pela relevância musical, mas muito pelo sex appeal que era muito bem vendido e comedido; não muito, mas elas conseguiram se manter livres de excessos. O que esperar de um grupo assim, se grupos femininos até hoje não são levados à sério? Pois elas lograram êxito, talvez muito mais do que pretendessem. Chegaram a vender 750.000 cópias, mesmo o público sabendo que não as enxergaria dançando com o disco girando... A imaginação criava asas. O facto é que como os Monkees, o Luv nunca acabou oficialmente. Decerto que elas não usariam aquelas peças ínfimas em shows, hoje são senhoras maduras, mas não há impeditivos para uma nova reunião.


  Por que elas voltaram na primeira vez? Por causa do ABBA. O quarteto sueco voltou a fazer muito sucesso em meados dos anos oitenta, atraindo atenções para mais gente e elas pegaram carona. Funcionou muito bem, tanto que um segundo retorno aconteceu para comemorar os vinte e cinco anos de fundação do trio, com as integrantes originais. Não só elas, muita gente deve aos quatro o retorno ao sucesso, e quem o agarrou está até hoje colhendo os louros.

  Um novo retorno? Difícil. Muito difícil! Mas como eu já disse, são carismáticas, espertas a ponto de terem aproveitado um revival em que nem todos acreditavam, têm um séquito de fãs que perpetua sua fama, como acontece com muita gente que sumiu dos grandes circuitos. Não sei se caberia, mas não seria nem um pouco parecido com a estréia, não mesmo!


  As canções? Tem alguma coisa mais sofisticada para ouvir? Quer só passar o tempo e relaxar? Então compensa. É como ouvir a maioria dos grupos de pop rock brasileiros dos anos oitenta, só entretenimento mesmo. Ah, claro, os mais velhos vão gostar de ver três moças não masculinizadas e bonitas por inteiro, não só onde foi colocado um litro de silicone. O que os vídeos mostram, era de verdade.

  Sim, estão todas vivas e as pausas fizeram bem à amizade. Como em namoros sérios, dar um tempo às vezes é necessário. Cá entre nós, sinceramente? Para quem se acostumou às musiquinhas bobas e quase monossilábicas que invadiram a era da discoteque, até que as letras eram bem cuidadas. Só não se pode elogiar demais...

Para mais informações clique em All About LUV, um blog dedicado a elas. Wikipédia. Algumas músicas aqui,

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Pier Angeli e seu amor proibido



Vejam que interessante, só hoje (11/07/2014) percebi, é o meu 300º texto no Talicoisa!

  Anna Maria Pierangeli teve como única falta grave, nos deixar cedo demais. A italiana de Cagliari veio em 19 de Junho de 1932, se foi em 10 de Setembro de 1971 em Beverly Hills. Era baixinha para os padrões hollywoodianos, 1,52m. O que lhe faltava em estatura sobrava no carisma. Gêmea de Marisa Pavan, ela teve uma história um pouco mais triste e trágica do que a irmã.



  Teve dois maridos em sua vidinha conturbada, Vic Damoni e Armando Trovaioli. Deixou dois filhos, Perry Damoni e Andrew Trovaioli. E como ela amava esses meninos! Foram casamentos problemáticos, especialmente o primeiro, que agradou à sua repressora mãe; ela parecia estar mais preocupada com seus padrões do que com a felicidade da filha.



  Seu primeiro trabalho foi no italiano “The Million Dollas Nickel”. O estranho é que ela está lá, nas cenas, mas seu nome não aparece nos registros. Ela não ficou muito tempo restrita à península, após "Domani è troppo tardi" de 1950, Hollywood a nacionalizou rapidamente.



  Conseguiu coisas que pouca gente no ramo consegue, ser amiga de verdade da maioria dos colegas, como Debby Reynolds, com quem veio ao Brasil em excursão em 1953, e o galã meteórico James Dean. Já perceberam que seus parceiros de cinema eram estrelas de primeira grandeza, como Paul Newman, Cid Charisse, Kirk Douglas... Enfim, a moça não foi para brincar, ela aterrissou na Califórnia para ser uma estrela de primeira linha. Dona de uma risada gostosa e de uma voz aconchegante, ela tinha uma facilidade imensa para cativar as pessoas.



  A carinha de anjo não escondia sua índole namoradeira. Não pérfida, mas namoradeira, o que gerava muitos ciúmes e cotovelos doloridos. mas trazia princípios morais da família dos quais não conseguia se desvencilhar. Namorou sério o rebelde James Dean, com quem teve um amor impossível, a mãe de Pier impediu o casamento por ele não ser católico. Sim, meus amigos, a namoradeira Anna Maria era uma moça à moda antiga, obedecia à mamãe mesmo depois de adulta e dona de seu nariz, mas desta vez a obediência foi daninha e custou caro. E dizem que ela também foi a única mulher que ele amou de verdade.



  Faleceu em casa, por choque anafilático. Nunca superou a morte de seu único e verdadeiro amor, James Dean, o que motivou suspeitas de suicídio. Quem a conhecia e sabia do amor quase obsessivo pelos filhos, descartou e rechaçou a hipótese. Como Romy Schneider, morreu mesmo foi de coração partido.

  Se tivessem se casado, talvez ela ainda estivesse viva, porque Marisa ainda está, talvez até Dean estivesse vivo. Mas nos fim das contas, mesmo contra a vontade da megera, eles estão juntos.




Wedsite dedicado à diva: Pier Angeli