quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Meu manual pegou!

Em Abril de 2009 escrevi um texto (aqui) sobre o meu conceito de ser um homem romântico, no Palavra de Nanael. Na época consegui alguma repercussão, dentro do que esperava de um blog secundário, escrito por alguém que não tem fama alguma. Depois quase esqueci do texto.

Em Junho deste ano começaram a contar os acessos, por meio de estatísticas. Passei a acompanhar e que surpresa a minha! O texto "Meu manual do homem romântico" era disparado o campeão de leitura. Na época contava com quase quinhentas visitas directas, aquelas que o sujeito faz de propósito e não porque estava passando, viu, achou interessante e resolveu dar uma olhada. Por algum tempo eu pensei que fossem sincronicidades, acidentes por buscas de palavras que acabaram levando aonde não se pretendia, mas não.

A reincidência é imensa! Há cerca de dez minutos já eram 696 acessos directos ao texto, nove vezes o segundo colocado, com palavras que só faltavam ser o link completo do artigo. Origem? Alemanha, Argentina, Canadá, Cingapura, Coréia, Estados Unidos, Itália, Japão, Reino Unido, enfim, um monte de países cuja figuração nas estatísticas coincide com os picos de acesso directo ao texto. Ou seja, há muitos brasileiros lá fora não só lendo, mas também recomendando.

Eu agradeço. Asseguro que fiz o manual com o maior carinho e nenhuma intenção secundária. Mas me deixou intrigado, porque há outros textos com teores parecidos e os mesmos também são, embora não tanto, acessados directamente. Nem imagino o montante de acessos anteriores à contagem e feitos dentro do próprio blog.

Eu sinto falta do bom romantismo de pés no chão. Eu tenho saudades de quando um assobio não era motivo para processo por assédio sexual. Eu me sinto mal em uma época na qual até bonecas infláveis recebem mais carinho do que uma mulher. Juro que pensava que fosse só eu! Quer dizer, pensava que só eu tinha coragem de assumir meu romantismo e que poucas mulheres davam valor a homens assim.

Vendo dramas de cartunistas como Allan Sieber, Benett e Laerte, que vivem enfrentando a ira de internautas agressivos, revoltados e gramaticidas, estudei o modo como eles lidam com a gratuidade estúpida dos ataques de machismo aleatório que hoje prolifera, e infelizmente chega a dar status. Ser fútil, animalesco, egoico e repulsivo, caros leitores, é a onda do momento. Pois desejo um naufrágio breve e em caráter perene, dos idiotas e de quem os apoia.

Está acontecendo ao mundo o que já era de se esperar, mas eu não imaginava constactar dentro desta casa. As pessoas estão sufocadas! Estão ansiosas em expressar seus sentimentos e já não sabem mais como. Enfrentam a hostilidade da maioria materialista e imediatista que ora domina os meios de comunicação, então ficam tímidas e buscam, talvez inconscientemente, um lugar para escape. Mesmo que seja um artigo curto e sem referências acadêmicas de um sujeito que não tem sequer diploma universitário. Tudo o que escrevi naquele artigo foi de experiência própria, do convívio com profissionais de saúde mental, de educação, de assistência social e gente comum. Agora descubro que tudo o que escrevi bate com a realidade de não sei quantas pessoas ao redor do globo. Não é de hoje que sei de academias de dança onde as mulheres precisam dançar umas com as outras, porque faltam homens que queiram praticar dança de salão. Pode parecer apenas o ocaso de uma prática antiga, mas a proliferação de festas e estabelecimentos afins prova que não é. Dança é uma expressão suprema, os que conseguem praticar regularmente também conseguem expressar seus sentimentos com muito mais facilidade, mas isto implica em abrir mão de uma armadura e geralmente também de uma máscara. Mas e o medo da rejeição? Pedir um ombro amigo se tornou sinônimo de fraqueza e senha certa para o ostracismo em muitos grupos, então muitos preferem contar vantagem de algo que precisaram pagar para obter. Só que não resolve, vicia e todo vício leva ao vazio existencial, cedo ou tarde; acontece cada vez mais cedo.

Coincidência ou não, com a iminência de guerras e hostilidade explícita entre nações recentes, os acessos cresceram e ficaram mais estáveis. A crise econômica que deve estar fazendo a Chanceler Merkel soltar palavrões inéditos, também ajudou a planilha.

O medo de não viver aquilo que realmente se quer e tudo acabar de repente é uma hipótese, mas que não pode ser generalizada. Acredito que a maioria viu algo que precisava ver, não necessáriamente que queria ver. Viu um sujeito se abrindo com certo critério, explanando de modo suscinto e sem adornos o que entende por romantismo e se identificou. A reincidência na leitura pode ser muito bem o desejo de assumir-se romântico, algo que passou a ser visto como anacronismo patológico, visto que muitos "profissionais famosos" só focam as virilhas, quando falam de romance, dizendo nas entrelinhas "se você não transar sempre, está ocupando espaço de outro no mundo". Não é de todo seguro praticar um estilo de vida que o status quo tenta enterrar a todo custo, mas asseguro que vale à pena. Na pior das hipóteses, a auto agressão de querer parecer o que não se é desaparece, com ela boa parte da descrença no mundo.

A pessoa que deseja assumir seu romantismo, o sem firulas nem delírios que descrevi, deve ser discreta, mas deve se assumir. As cousas de que gosta ainda são caras não só pela boa qualidade, mas também pela escala de produção ainda pequena. As canções que nos parecem dignas de serem ouvidas voltaram a ser produzidas, mas não saem das seções mais obscuras das lojas se seu público não se declarar vivo. Os programas de televisão continuarão a ser a boçalidade estereotipada enquanto os fãs de Audrey Hepburn não se mostrarem à luz do dia. Acreditem, aquela sim era mulher moderna de verdade. As revistas com o detalhamento útil de outrora permanecerão noutrora , enquanto seus potenciais leitores tentarem remediar com as porcarias sueprficiais que as editoras nos oferecem.

Me intrigou o número de leitores, sim, mas também me preocupou a motivação da leitura. Faço este blog de livre arbírtrio, mas com o rigor de quem deve fazer, não que vá fazer diferença no meu orçamento. Não faço idéia da quantidade de gente que se identificou com o que eu escrevo, mas não deve estar menos deslocada neste mundo do que eu. Falarei mais das cousas que quero para o mundo, do mundo que quero e de como pretendo agir para realizar. Tudo com os pés no chão, respeitando a inteligência do leitor e a confiança depositada. Falarei mais de cousas bonitas, mas também de outras nem tanto, mas nunca apelando da linha do bom senso, me mantendo longe do mundo-cão e do mundo alienado, as duas faces que hoje dominam a Terra.

Finalizo este curto artigo com algo muito bonito, a saudosa Nicolette Larson com Lotta Love, em uma apresentação em plenos anos oitenta, o que as roupas deixam claro. Aqui um site dedicado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Grandes falácias sobre o crime

Em pleno ataque à cidade que verá a Copa e as Olimpíadas, num momento em que as autoridades só não declaram que os eventos são da natureza de uma guerra civil porque não querem (e porque lucram horrores), vou fazer uma listinha das 5 frases que acho mais falaciosas sobre o crime e algumas possíveis soluções apontadas pela maioria.

1. É preciso reduzir a pobreza para gerar mais oportunidades e afastar os jovens do crime. Essa frase é uma variante politicamente daquela: "a culpa pelo crime é dos favelados, tem mais é que fechar as favelas!'. Não sou contra gerar oportunidades, sou contra associar crime necessariamente às favelas. É só ver a lista de grandes chefões do crime, alguns nascidos em berço de ouro, ou em contrabandistas de alto luxo, como a família que mantém a loja Daslu.

2. Tem que tornar as penas mais duras, porque daí os bandidos pensarão duas vezes antes de cometer crimes. Nem é preciso argumentar muito, é só olhar os índices de violência nos EUA, cujas leis penais nos diversos estados não tem nada de brandas.

3. Discriminalizar o consumo de drogas acabaria com o tráfico. B-A-L-E-L-A. Se fosse assim, não haveria quadrilhas especializadas no contrabando, descaminho e pirataria de produtos que possuem suas versões perfeitamente legais, como pilhas, lápis, baralhos de cartas, cigarros, remédios, roupas, calçados, eletrodomésticos, aparelhos celulares, maquiagens, cosméticos.... E o consumo das mercadorias ilegais também não diminui por causa da existência das mesmíssimas mercadorias legais.

4. Tem que dar estudo, porque assim, principalmente os jovens terão outros caminhos. Ahhhhh, tá, como se não houvessem colarinhos-brancos, juizes, policiais, advogados, médicos, engenheiros e tantos outros relacionado a grandes crimes e quadrilhas.

5. O esporte é o caminho! Esporte afasta os jovens do crime, da droga, ensina disciplina... Expliquem isso ao Maradona, por favor. E ao Bruno, ex-goleiro do Flamengo. E a tantos outros.


O crime, como aponta a imagem, está em toda parte. Está até mesmo dentro de nós, porque a tentação do caminho mais fácil é sempre presente.

Sem falso bom-mocismo, façamos nossa parte no combate ao crime evitando cometê-los. E não financiando quem os pratica.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Como desandaram as novelas

Novela boa foi esta aqui!
Mãe madura e bem-sucedida faz mil caretas com um envelope nas mãos...
- Filha, uma carta pra você.
Vai à mesa farta e diversificada que qualquer família brasileira tem. A menina passa geléia de damasco no queijo curado, mas não morde, antes abre o envelope...
- Ah, é a vizinha do 507.
- O que ela quer?
- Que eu pare de dar pro marido dela.
- Você está tendo um caso com um homem casado?!!
- Mãe, deixa de caretice! Esse discurso do século vinte não pega mais, valeu! O corpo é meu, eu faço o que eu quiser com ele. Esse papo de casamento é invenção patriarcal pra subjugar a mulher e tolher seu direito de escolha! Quando duas pessoas se curtem, tipo, tudo rola, não tem hipocrisia!
- Pelo menos você está se prevenindo?
- Sim, já deixei a clínica de teste de DNA paga.
- Essa é a minha filhinha!
Toca a campainha e a empregada paulistana com sotaque pernambucano vai atender...
- Mãe, tô indo pra praia.
- Também estou saindo, vou pra clínica de estética.
E ficam o dia inteiro fazendo o que disseram que iriam fazer.
Enquanto isso, no núcleo de cotas, todos observam o garotinho que está reaprendendo a andar com suas muletas...
- Para onde você vai, nessas férias?
- Vou para Piropó do Quiproquó.
- Ah, lá tem paisagens lindas, cheias de brasilidade.
- Pois é, e a sua mãe?
- Vai bem, fazendo crochê para se distrair.
- Ê, vida de aposentado!
Todos riem da piada. Juro, a última fala foi uma piada politicamente correcta. Por que não está rindo, seu... seu... seu politicamente incorrecto!!!
De volta ao núcleo de classe média, mãe e filha decidem ir para Nagasaki, assim, de sopetão. Apenas pegam o táxi, vão para o aeroporto e embarcam. Fácil! Não entendo porque todo mundo não passa um fim de semana no exterior, de vez em quando!
Mãe e filha encontram no Japão seus amores da escolinha. Se abraçam, se beijam, fazem piadas que só seus pares entendem e vão para um restaurante. Não comem nada, só conversam...
- O que você tem feito?
- Ah, ando tendo uns projectos de abrir uma clínica de massagem holística no Brasil.
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- O que você tem feito?
- Tô pensando em voltar pro Brasil, tocar uns negócios do meu pai.
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- Não sabia que você tinha uma filha, desconsiderando que não nos víamos desde 1986.
- Ah, foi do meu casamento com o Armando. Lembra do Armando?
- Lembro, como vai ele?
- Virou o garanhão da novela, tem uma clínica cirúrgica em Ipanema. E você, tem filhos?
- Não. Estou solteiro até hoje...
Voltam para o Brasil na tarde de domingo, à noitinha desembarcam no Rio e voltam para casa, na Barra da Tijuca. A mãe então faz uma revelação, o amigo que encontrou no Japão, onde todos entendiam português...
- Ele é o seu verdadeiro pai.
Escândalo! Escândalo! Escândalo! Mãe e filha rompem e se odeiam para sempre, a menina só volta uma vez por semana para pegar a mesada. Passa a morar com uma amiga do núcleo cômico da novela.
Cinqüenta capítulos depois, a menina reaparece de mala e cuia, dizendo que está grávida. O pai é o padeiro da confeitaria da esquina, que é gay, mas estava bêbado na noite em questão. A mãe decide ligar para o ex-marido e para o verdadeiro pai da menina, ambos dizem o mesmo...
- Eu te odeio! Você me escondeu a verdade por todos esses anos! nunca mais quero falar com você!
Ela chora e decide acolher a filha sozinha.
No dia do parto, sem ninguém ter avisado, pai e ex-pai aparecem, se cumprimentam...
- Como vai?
- Muuuuuuuuuuuuuu!!!
Não ficam amigos, mas perdoam a traição. Então o padeiro do Bexiga, meu, aparece, com sons de choros ao fundo...
- Nasceram, meu! É tudo umas lindeza, meu, as cinco!
Termina a única fala dele na novela. Infelizmente a menina-mãe morre, não sem antes perdoar a mãe por ter escondido tudo. No último capítulo, os quatro aparecem em um parque em pleno horário comercial, quando todos deveriam estar trabalhando. O pai das crianças fica mudo, mas os avós e o ex-marido falam...
- Elas não são lindas?
- São! Saudades dela!
- Muuuuuu!
- Tudo bem, o importante é que ela me perdoou.
FIM... Graças à Deus!


Por muitos anos todas as novelas foram variações disto. Era tão ruim e repetitivo, que bastou começarem a fazer uns pastelões mequetrefes que, por comparação, todos estão achando o máximo.
Eu passo. Fico com a sessão nostalgia do Youtube.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Só amanhã...

Pensando hoje (quarta feira) no que deveria postar amanhã (quinta feira), comecei a lembrar de filmes e canções que tem a palavra no título. Vamos às músicas, primeiro.

Em português, a pesquisa gugólica de sempre me traz como primeira colocada uma da qual eu nem ouvi falar. Vamos ver a letra:

O Amanhã (Detonautas): Quando vem o amanhã incerto/a certeza me faz ver o inverso/já não tenho mesmo medo de me repetir/
a verdade disso tudo é o que me faz seguir/(refrão)/Pra que mentir/Se os dias vem e vão/ Não vou mudar em vão/e não me vejo aqui(...).

Pareceu-me um tanto sem sentido, mas né? Podia ser pior. Mas eu ainda prefiro a canção "Amanhã", homônima de Guilherme Arantes, segunda colocada na busca:

Amanhã/Será um lindo dia/Da mais louca alegria/Que se possa imaginar/Amanhã/Redobrada a força/Pra cima que não cessa/Há de vingar/Amanhã/Mais nenhum mistério/Acima do ilusório/O astro rei vai brilhar/Amanhã/A luminosidade/Alheia a qualquer vontade/Há de imperar/ Há de imperar!

Em inglês, a primeira que aparece é da jovem Avril Lavigne, Tomorrow, e fala de um amor que jura que vai mudar. Mentirinha!!!!!!!!!! Quem quer mudar muda, ora essa, e não é um amor que promove isso. É sempre a própria pessoa.

Em francês, uma bela letra, que fala do amanhã sem esquecer do ontem. Uma lição importante, aliás, em Chanson Pour Hier Et Demain. Vale a pena ouvir, o linque anterior tem uma amostra da canção.

Quanto aos filmes, começa a lista por "O dia depois de amanhã', aquele da nova era do gelo, prossegue com "Amanhã - quando a guerra começou", com base no livro homônimo, que trata de jovens que, ao retornar às casas, percebem que uma guerra assolou sua vila e talvez todo seu país. Daí se segue por diversas remisssões ao primeiro citado.


O amanhã, parece, é menos assustador cantado que filmado.

Na primeira imagem de busca, o amanhã é um livro aberto em frente ao mar.
Gostei.

domingo, 14 de novembro de 2010

Demônios-Internos vive

   Aos leitores que ainda nos brindam com sua paciência e sua sapiência, posto que ainda não nos mandaram um vírus de protesto, aviso que uma das crias do Talicoisa ainda vive. Parcamente, mas vive. O blog Demônios Internos (see here) ainda recebe textos esporádicos deste humilde e magnânimo escriba. Não, não é um blog satanista, muito pelo contrário, nele eu verto meu pequeno arcabouço para informar e desmistificar o que não deve permanecer no mundo místico, posto que quase tudo não passa de bobagem inventada pelos homens.
Nem todos vão gostar, muitos vão querer, munidos do livro que o Império Romano picotou e remodelou ao seu bel-prazer, me converter; a estes peço que poupem seu português, estudem um pouco de latim para saberem o que realmente estava escrito.
Aos que querem saber os motivos e comer os biscoitos de sapiência que as escrituras sacras ainda oferecem, gardei um pouco do último chá que ofereceram e acredito que são suficientes para todos. Em especial aos cristãos que sabem que nada surge do nada e nada vai para o nada, como os espíritas e os luteranos, guardo os recehados.
Querem saber o que há por trás do ano de 2012? Lá eu explico. Desmistificar a astrologia também, bem como recomendo uma de minha confiança.
Vão lá que me esforço com carinho em actualizar e ajudar a exorcizar os nossos demônios internos, aqueles que todos temos e poucos admitem. Pois quem não os tem já não está preso à Terra.
No que depender de mim, os anjos permanecerão plugados, prontos para nos darem o exorcismo ou o baptismo de que precisamos, o que for mais urgente... Tá, muita gente vai ter que passar por maus bocados, nas primeiras leituras, mas depois verá que não constitui nenhuma ameaça, a não ser para as trevas.
Cliquem nos links e apreciem, é de graça, pois de graça me foi dado e assim ofereço.

Edição: Um simples entretenimento que, para quem tiver discernimento, trará reflexão.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Da auto ajuda

É dos gêneros mais atacados no mundo, especialmente pelos que se intitulam "intelectuais", mas que raramente fazem algo que preste ou não seja em louvor ao próprio ego. Gente que gosta de ofender e sair impune, só para "ter razão", como se isto resolvesse algum problema, além de alimentar seu ego e inchar seu umbigo. O povo deve se manter alerta, vigilante, mas lembremos que o povo é formado por gente. Gente tem  momentos de intensa euforia e extrema tristeza, ambas são nocivas. É gente com vida sexual normal, pelo que se pode deduzir que sexo (às vezes) ajuda, mas o problema continua lá. Sexo só estimula a parte mais animalesca e egoísta da pessoa, não resolve o que causa o apuro. Se sexo resolvesse, a Europa não teria suicídios e estes não seriam tão banais entre adolescentes. Eu não faço uso de auto ajuda, na verdade até mesmo desabafar não tem efeito significativo para mim, só que eu não uso de minha visão interna de mundo para dizer se isto ou aquilo presta ou não, eu investigo, geralmente por anos.
Os maiores detratores da auto ajuda são os que nunca precisaram e nunca se aprofundaram no assunto. Eu convivo (cada vez menos, infelizmente) com profissionais de saúde mental, que me mandam slides afins regularmente. Não bastasse o respeito pelo outro ser um motivo civilizatório suficiente, eu testemunhei muitas vezes o bem que um livro de auto ajuda, escrito por gente competente, é capaz de fazer por uma pessoa.
Pessoas com problemas pessoais graves não se sentirão melhor lendo algo duro, combativo e que gera incômodo social. Se incômodo resolvesse algo, piolho seria medicamento. Para quem não sabe, muita gente tem depressão e enfrenta imensas dificuldades para ver uma luz no fim do túnel, especialmente porque essa luz muitas vezes se move, faz "chuc-chuc" e apita. Um autor endeusado pelos catedráticos enraivecidos e inimigos do cidadão comum não vai ajudar, vai é precipitar um suicídio de tanto pessimismo que acrescentará. Eu não entrei em congressos para concluir isto, eu testemunho isto na vida real, a que sustenta seus congressos. Na vida real as pessoas precisam se sentir bem, ter um lampejo de esperança em algo, qualquer cousa pode servir de bóia e evitar que ela afunde e não consiga mais emergir sozinha. Claro que isto não importa aos engomados e revoltados, especialmente porque estes são os que mais se beneficiam da tristeza e da desesperança, se candidatam a qualquer cargo e se aproveitam do péssimo estado de espírito em que a população é colocada para se declararem "A solução".
O que mais revolta essas pessoas, é o facto de os outros não adoptarem sua visão interna de mundo e não agirem como querem que ajam. Acontece que mesmo duas pessoas que convivam vinte e quatro horas por dia, a vida inteira, não têm a mesma visão interna de mundo. Então apelam para uma ideologia, ou uma religião extremista, ou qualquer outro grilhão de papel, e passam a se ver como a reserva moral ou intelectual do mundo. Uma ideologia uniformiza e faz parecer que os envolvidos têm essa mesma visão de mundo. Basta um momento de tranqüilidade para as divergências aparecerem, então evitam relaxar. Mantêm sempre palavras de ordem e frases prontas na ponta da língua para manterem a ilusão. Gente se sentindo melhor, sem ser pela desgraça de seus desafetos, então, incomoda muito.
Dizer "eu não vejo como isso pode ajudar alguém" é bem diferente de "larga essa merda e vai ler algo que preste, seu alienado". É também a diferença entre manter e perder o amigo, ou manter e perder os dentes se for comigo. Quem diz que não vê como pode ser útil, não conhece. Apenas lê algumas frases soltas e retiradas do contexto, para depois praguejar e voltar a protestar contra tudo isso que aí está, para se dar a ilusão de que está fazendo algo... O que não deixa de ser uma auto ajuda bastante torta. Mas em vez de fazer refletir, simplesmente te coloca como vítima cheia de boas intenções em uma sociedade que merece ser destruída. Coitadinho. Ninguém dá importância para sua literaturazinha que incita e incomoda... Se incômodo resolvesse algo, a tensão pré-menstrual seria medicamento.
Há os engodos, as ovelhas dolly da vida, como em todas as éreas da actividade humana. Há as revistinhas diabéticas que só soltam frases como "Meu momojinhu eh soh poxeh viuuuuuuuuuuuuu!!!!!". Aí o excesso de açúcar causa vômito mesmo, mas até mesmo esses pedaços de papel grampeado conseguem ser úteis a alguém. Revistas de adolescentes não primam pelo conteúdo, salvo raras excessões. Autores competentes como Içami Tiba (de quem já tive o prazer de ver uma palestra), Flávio Gikovate e Rosana Braga são os que recomendo. Têm uma grande lucidez, não aparente, daquelas que saem de quem simplesmente acredita do que fala, mas a sólida, daquela que os anos e a experiência acimentam. Ah, sim, os nomes são links, cliquem neles. São gente com experiência e conhecimento de causa, que sabem o que o como dizer. Eles estudam para terem o que dizer.
Frases bem ditas, no momento certo e no tom certo, conseguem aliviar o dia de uma pessoa sensível; ou seja, a pessoa comum. A base empírica da auto ajuda é justamente esta, usar o poder de uma palavra bem colocada para que a pessoa encontre em seus meios a própria saída. Então, já livre de idéias imbecis, ela poderá ler Marx, Maquiavel, Júlio Verne e o que mais quiser, sem medo de ter uma piora de seu quadro. O aparelho roteador que é o cérebro, em sua imensa vulnerabilidade, é facilmente reprogramável pelas palavras certas, ditas no tom certo e acompanhadas do apoio certo; foi o que o nazismo fez com a Alemanha, é o que seitas fanáticas fazem com seus seguidores, é o que faz uma humilhação verbal doer em quem a recebe. É o cérebro que nos conecta ao mundo, usando as antenas dos cinco sentidos, é ele quem nos diz o que é o mundo que nos cerca, e ele é altamente sugestionável. Eu mesmo costumo me reprogramar com relativo e suficiente sucesso. Basta uma imagem chocante ou apelativa para que a pessoa se sinta incomodada ou estimulada, é muito fácil fazer isso, qualquer publicitário sabe como. Com frases não é diferente. Até hoje a frase "Coca-Cola é isso aí" dá sede em muitas pessoas, ainda que tenham acabado de beber litros de água.
Quem não gosta do gênero, é uma pessoa normal que tem gostos próprios, eu torço o nariz para muito do que sai a respeito, como creio ter deixado claro no artigo. Quem ataca é ignorante ou doente, doente pela insensibilidade à dor alheia. Não foi uma vez, nem uma dúzia, foram incontáveis em que uma frase simples, dessas que eu digo sem pensar e sem intenções, ajudou a mudar completamente o dia de uma pessoa, a ponto de me dizer que era tudo o que precisava ouvir de alguém. Auto ajuda não é dizer o que a pessoa quer ouvir (isto os radicais fazem), é dizer o que ela precisa ouvir, e muitas vezes uma palavra dura pode bem acompanhar o contexto de uma mensagem bonita. Uma das formas que mais gosto de usar é a parábola, que é difícil de preparar e temperar, ma quando o é gera mais efeitos benéficos do que eu pretendia. Os contos de fada não foram sucesso à toa, eles imbutem no inconsciente noções de limites e riscos. Para quem sabe ler, e se empenha na leitura, podem ser considerados (também) livros de auto ajuda. Hoje é que se desdém tudo o que não for explicitamente destruidor e estimulante do ódio a qualquer cousa, então a reflexão que esses livros porporcionam a longo prazo caiu em desuso e "contos de fadas" passou a ter conotação prejorativa.
Não me importa se tu gostas ou não de um gênero, seja do que for. O problema se forma quando o "não gostar" se torna pretexto para denegrir, querer ter razão a qualquer custo e acentuar tua mentalidade desequilibrada. Todos temos algum desequilíbrio em algum grau, mas muita gente tacha de hipócrita quem não o alimenta, passando a acalentar em vez de simplesmente encarar de frente sua fraqueza de caráter. Auto ajuda age como uma base, que ajuda a atenuar a acidez desse desequilíbrio, o que não agrada a quem o cultua como se fosse uma droga. Enquanto remoer em si mesmo o rancor, é problema pessoal, se abrir a boca para atacar os outros o problema é público.
De minha parte, gosto de ver uma pessoa se reerguendo por seus próprios esforços, ainda que auxiliada, e retomando seu caminho na vida. Gosto de ver as pessoas se melhorando, se importando umas com as outras, ainda que precise tomar um litro de água após uma explanação, para atenuar o excesso de açúcar. Mas na maioria das vezes nem se precisa ser muito doce, uma sentença tirada do arcabouço de minhas experiências de vida costuma ser suficiente, ainda que eu não me dê imediatamente conta dos efeitos do que disse. Ninguém ficou alienado, pelo contrário, todos voltaram a raciocinar por conta própria e dispostas a agir. Quem dialoga sem pretensões, com conteúdo para oferecer, está fazendo o serviço de auto ajuda.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ipês em flor

Em plena florada, os ipês nos brindam com imagens fabulosas.

O amarelo é a árvore símbolo do Brasil.

A palavra significa, aproximadamente, árvore de casca grossa (tupi-guarani).

Pelo menos em algum lugar casca-grossa significa algo belo, não?

Aqui mostramos, na ordem:
amarelo, rosa, branco e roxo.

Morram de inveja, folhas de outono.

sábado, 6 de novembro de 2010

Ela sintetiza o mundo que eu quero

Teve tudo para ser uma dondoca mimada, mas mais seguidora das pregações do Cristo, não há. Ela conheceu a fome na guerra e fez disso o tradutor para compreender a dor do próximo que o mundo desprezava.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Salvem o Gustav Ritter

Centro Cultural Gustav Ritter
Fundado pelo imigrante alemão Henning Gustav Ritter, o Centro Cultural Gustav Ritter é um dos mais respeitados do Estado. Localizado em Goiânia, no setor Campinas, bem em frente à janela do meu quarto, é responsável pela formação sólida de músicos, dançarinos, actores e ainda prepara para o vestibular. (informações e photos aqui)
É um alívio ouvir passos de sapateado e dança flamenca, logo após um imbecil passar com o som do carro ligado no último volume, fazendo alarmes dispararem e cabeças doerem, inclusive a minha. Digo "som" porque "música" eles não ouvem. Vocês ouvem jazz sem precisar do phone de ouvido? Música clássica? Blues? Eu ouço não só isso, mas também músicas sazonais e comemorativas antes do resto da cidade.
Já acompanhei várias vezes a evolução de alunos que começaram com uma cacophonia controlada, e em poucos meses já tocavam com maestria, desde músicas militares até a marcha imperial de Darth Vader, como o apresentado no vídeo do link. Sim, fãs de Guerra nas Estrelas, eu tenho esse prazer e vocês não. O repertório é tão eclético quanto bem escolhido, vocês têm que vir para ver.
Também é um colírio ver as pequenas bailarinas, pouco mais que bonequinhas de corda, saindo serelepes com suas mães, aquelas já cansadas e suadas, mas sem dar o braço a torcer à fadiga. Saem felizes as pequenas pelo dia recheado, e as mães porque seus rebentos tiveram uma actividade sadia e que vai ampará-los por toda a vida. Claro, também há as moças, elegantes, altivas e com aquele ar de dignidade que em muitos lugares faz parte apenas do passado. É quase anacrônico, mesmo com as adversidades que enfrentam, a altivez faz parte da grade.
Hoje mesmo duas bandas marciais estiveram na praça da matriz, em frente à entrada, fazendo um ensaio para o dia da proclamação da república. Preciso dizer que foi um espectáculo? Que todo mundo parou para ouvir? Que é um dos poucos privilégios que Campinas ainda reserva aos campineiros? Vocês podem até imaginar, mas só presenciando para sentir a alma leve e revigorada pela boa música, pelas notas afinadas, pela progressiva e contínua melhoria dos alunos, por ter cultura perene à disposição quando o país se preocupa com o destino de um "reality show de horrores".
O mais impressionante do Centro Cultural Gustav Ritter, porém, é a resistência ao descaso. Cultura nunca foi prioridade no Brasil República para absolutamente nenhum presidente. Nem mesmo um blog no nome do centro cultural eu encontrei, por mais que procurasse. O que acontece aqui é um crime contra a formação sócio-cultural de uma juventude inteira, que carece até de leitura simples. Se aproveitando do desdém que o povo costuma ter com manifestações culturais que não estimulem a pubis, o governo virou as costas durante os meses que precederam o pleito eleitoral, muitas vezes nem segurança interna o centro cultural teve. Na verdade faz tempo que não sei de guarda noturno. Piora o facto de um ginásio semi-abandonado dividir a quadra com ele, é um ponto de venda e uso de drogas que o prefeito e o governador não se preocupam em utilizar, o que afastaria os meliantes. Não sei o que se passa em suas cabeças, decerto que não é o bom andamento da cultura. Nem a boa formação artística e social que essa garotada tem lá dentro, muito menos o amor com que os professores se dedicam à instituição.
Faz não muito tempo que vagabundos atearam fogo à massa vegetal, que restou da poda do bosque que há dentro da meia quadra que o Gustav Ritter ocupa. Essa massa de folhas e galhos ficou na calçada por dias, sem que a prefeitura se dignasse a recolher, o que é uma obrigação básica. Não se trata de uma instituição privada que pode tomar decisões de gastos sem dar satisfações, é um instituto público, que depende do governo para sua manutenção. Ainda hoje as marcas do vandalismo estão no muro chamuscado e descascado pelo fogo. Bombeiros? Estavam muito ocupados com as queimadas no cerrado, o contingente não dá conta do campo e da cidade ao mesmo tempo. Repito, a prefeitura negligenciou uma obrigação básica, não era nenhuma tarefa cara nem extraordinária, era só mandar um caminhão recolher o entulho e pronto.
O belo prédio já foi um convento, ainda hoje conta com uma capelinha em cuja frente há uma bela imagem em azulejos. Provavelmente pelo pouco uso, é a parte mais preservada. Enquanto o Estado se limitava a passar demãos de tinta em cima da pixação do muro, a estrutura sentia o peso dos anos e da negligência. Portas com lascas arrancadas são a regra lá dentro, fora o piso típico dos anos trinta e quarenta que há anos pede restauro, que sabemos que não virá se não se tornar um escândalo, mas deve ficar lindo nas condições originais. Nem falo da escadaria, vocês vão chorar.
Mas o que é um centro cultural de uma capital interiorana, quando o país está tão imerso em discussões estéreis entre os que odeiam e os que idolatram o presidente e sua equipe? Que vantagem há em preservar uma instituição que nunca foi adoptado por nenhum artista ou político de prestigio nacional?
O que se tira de bom do episódio lamentável é o amor que os professores demonstram. Já mandaram alunos para companhias do exterior, mesmo com a miséria que o Estado lhes paga, afinal balé é dança de fresco, de burguês, de veado, enfim, não dá voto. Mesmo assim eles conseguem burilar e lapidar os alunos com a paciência e a dedicação que verdadeiros mestres oferecem aos discípulos. Houve no meio do ano um protesto dos mestres por conta da situação precária do instituto, os pais tomaram a frente e me parece que um mínimo foi atendido. Mas foi só. Não fosse a polícia militar, os traficantes já teriam invadido e expulso todo mundo, porque rondar eles rondam todos os dias.
Eu sugeriria, se o próximo governador tiver um pingo de interesse pela cultura, uma reforma emergencial e completa, do piso ao telhado, para dar condições dignas de trabalho e aprendizado. Depois o aparelhamento e a contractação de gente, porque eles precisam, o efetivo é pequeno para a procura. Indo mais além, eu incorporaria o terreno do ginásio, que hoje é um mocó, ao do Gustav Ritter, porque o espaço também está se tornando insuficiente para a demanda. De quebra é um lugar a menos para a bandidagem agir. Não bastasse a tranqüilidade de um bairro menos violento, imaginemos em um esforço de optimismo o cenário: O dobro do espaço, instrumentos em perfeitas condições e acrescentados, material humano suficiente e talvez o triplo ou mais de jovens (dos oito aos oitenta anos) atendidos. Com o tempo se poderiam fundar uma sinfônica, uma filarmônica, uma orquestra que rivalizaria com qualquer outra no mundo. O corpo de dança fazendo mais apresentações, promovendo bailes temáticos, chamando de volta os moradores que foram embora do bairro. Campinas já foi um bairro residencial agradável de se viver, assim como o Gustav Ritter já foi muito melhor cuidado pelo poder público. Os professores, e muitos dos alunos, podem suprir facilmente as escolas públicas com aulas de suas competências, seria apenas uma questão de planejamento e vontade firme.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um beijo no seu coração (e outras expressões estranhas)

Já virou clichê a despedida "um beijo no seu coração". Apresentadores de TV, cantores, e-mails com mensagens de amizade e até seus amigos e parentes vem com esse estranho cumprimento.

É um senso comum que tal frase tenha surgido da mente do apresentador Aírton Robrigues, em seus célebres "Almoço com as Estrelas" e "Clube dos Artistas".

Tenho certeza que ele nunca poderia imaginar que seu simpático cumprimento iria infestar mundo afora e aparecer em mensagens cheias de glitter nos terríveis power-points da vida.

Agora, você consegue imaginar um beijo no coração?

Abre-se a caisa toráxica do cidadão, ok. É preciso serrar o peito, que legal. Aí você afasta as abas que se formam, como se fosse um livro. Tão meigo!

Então está ali, pulsando, ensaguentado, o pobre coração, pronto para receber o ósculo. Muito apropriado, se a vítima de tal carinho não houver já falecido.

Tudo bem, a essas alturas devem estar imaginando que eu sou uma criatura sem senso de humor, ou o que é pior, sem senso de metáfora. Mas que nada, eu até que nem sou tão ranzinza assim, é que às vezes a lógica me deixa um pouco chateada, tanto com esse meloso e ensanguentado clichê acima quanto com outras expressões estranhas que costumamos usar. Por exemplo...

1. A grande maioria votou em fulano/a. Hummmmm, bacana. E a pequena maioria, fez o quê?

2. Temos que correr atrás do prejuízo. Ah, e depois que vocês finalmente alcançarem o prejuízo, farão o quê com ele?

3. Os correligionários de Y/ torcedores de w/etc. festejaram sua vitória com grande alegria. Sério???? Nunca poderia imaginar isso, uma vitória comemorada com grande alegria. Inédito!

4. Saúde e paz, o resto a gente corre atrás. Bem, só para informar, o correto é "do resto", ou seja, das outras coisas. Ainda assim, a frase fica um bocado estranha. Mas tudo bem, até que nem é tão ruim pra quem tem a ousadia de chamar um bocado de inúteis de "meus heróis" (já avisei que nunca vou cansar de dizer isso...).

5. Uma divertida comédia. Ah, que bom que o locutor avisa, senão eu iria achar que era uma comédia assustadora, ou quem sabe, até triste.

"Vamos lá, pessoal. Depois vai ser o tórax e daí todo mundo vai dar um beijo no coração dele".





Sim, tem horas que sou muito chata.