sábado, 30 de janeiro de 2010

Que mal entendam

Não é habitual eu justificar o que escrevo aqui, à amiúde pouco me importa que não gostem ou deturpem o que disse.

Ataques daqui e dali vêm e eu continuo com as complicações diárias que me chamam a atenção, pois tenho muito o que fazer fora da internet e nenhuma disposição para implantes córneos em encéfalos de eqüinos, com trema.

Nas últimas semanas, porém, pêlos eriçados apontaram para mim; de uns como se eu fosse um radical de extrema direita que quer restaurar o escravagismo, expulsar os negros do país e estabelecer uma religião única e compulsória; de outros como se eu fosse um misógino radical a tramitar um projecto de lei para obrigar as mulheres a nascerem e morrerem dentro de casa, submissas e à mercê de seus amos e senhores, exclusas da declaração universal dos direitos humanos; outros ainda com maluquices que só podem ter saído de algum adolescente desocupado, ou de um adulto desocupado com cabeça de adolescente.

Como me pegaram (no plural) em uma péssima semana, com o estresse minando a saúde, que nunca foi lá essas cousas, e a depressão piorando o quadro, decidi prestar alguns esclarecimentos.

Por que não o fiz logo na primeira encrenca da semana? Porque uma só não me deixaria assim, e porque não permito que a neurose alheia mude meus hábitos. Se tivesse acontecido algo de bom, teria feito um texto extra, como não aconteceu é melhor poupar vocês do que não precisam ler.

Abri este blog em 2006, por insistência das amigas Ana Martins e Renata. Acreditei que quase ninguém fosse ler, que poderia escrever e divulgar minhas idéias de gerico sem medo, que só quem realmente procurasse com a finco um tema correlato aos textos parasse por aqui. Longe de ser um fenômeno de acessos, o Palavra de Nanael é bastante lido, em sua maioria os leitores são anônimos, sei porque tenho retorno de alguns deles por outros veículos, alguns ao vivo.

Não ganhei um centavo sequer, nenhum presente de agradecimento, nenhuma publicidade na imprensa. Venho ao computador de boa vontade, escrever aquilo que acredito que devo escrever, nem sempre satisfeito com o que escrevi. O que faço aqui não é um desabafo, é divulgação de idéias, nenhuma de minhas necessidades é satisfeita com este trabalho, nenhum dos meus sonhos foi realizado e não tenho a menor esperança de que aconteça. Em suma, aqui não há interesses. Lá em cima, no monitor, enquanto escrevo, há uma lingüeta onde leio "Gerar receita". Nunca cliquei lá e não tenho planos de fazê-lo.

Eu não tenho posses, não tenho influência na mídia nem na poítica, não lidero agremiação nenhuma, nem clube, nem instituição, nem uma sociedade secreta. Eu não represento perigo algum para vocês, para suas ideologias, suas liberdades individuais, seus vícios e suas crenças mais arraigadas. Mesmo que pudesse representar, não o faria, não me interessa.

Não gosto de retóricas. Admiro a habilidade com as palavras, mas raramente leio algo onde uma longa espiral toma indevidamente o lugar da reta. Pessoas que tentam apenas provar que estão certas, em vez de buscar resolver um problema, não têm minha audiência. Sou muito pragmático e busco resultados em tudo o que faço, desperdiçar palavras em busca de um orgasmo verborrágico coletivo está fora da minha alçada. Talvez por isto seja mal interpretado, mas é da minha natureza não dar mais do que a medida. Citar nomes famosos e pomposos, obras aclamadas e afins não me convence; Nietzsche me dá nos nervos, Saramago me dá sono, citações à Revolução Francesa me soam cada vez mais como fanatismo religioso, não vejo diferença entre Fidel e qualquer outro ditator de qualquer outro país ou época.

Eu não sou partidarista. Não é por ter idéias similares às minhas que considerarei certo tudo o que me for dito, eu contrario com muita freqüência (e trema) meus amigos e a mim mesmo. A mim porque não escrevo o que gostaria de escrever, escrevo o que me parece oportuno. Não é por Angela Merkel ser de um partido teoricamente contrário a muitas de minhas idéias que ela me desagrada, não é por Marta Suplicy ter alardeado idéias teoricamente simpáticas às minhas que deixei de lamentar muitas de suas decisões, como o destino dos trólebus.

Eu não sou dogmático. O facto de eu defender algo não me obriga a concordar com toda a idéia, nem de maltratar ou ver como inimigo quem aparentemente a contraria. As regras que sigo não me prendem, me orientam. Se não gosto do que leio simplesmente deixo de ler, não vou atrás de ninguém tirar satisfações e não deixo recadinhos malcriados.

Não sou racista nem machista. Meu padrão de beleza não me foi imposto, rejeitei tudo o que me parecia errado e arquei com as conseqüências, ainda na adolescência. Já expliquei noutros textos a minha concepção de beleza, meus critérios para considerar o que é belo e a importância da harmonia nesta equação. Ter Grace Kelly como modelo de beleza não é ser racismo, ter Audrey Hepburn como modelo de elegância não é machismo, estou convencido de que meus detratores nem tentam enxergar o que vejo nelas, só o que seus dogmas pseudoprogressistas ordenam.

Sou adulto. Não tentem me dar lições de vida, ou dizer que não sei do que estou falando, não ache que sabe mais da minha vida do que eu mesmo. Quase ninguém sabe da minha vida e prefiro que assim seja, pelo que ninguém tem maturidade, autoridade ou mesmo moral para dizer que estou errado, muito menos usando palavras de baixo calão. O que sou hoje (não grandes cousas, admito) é resultado de esforço próprio, de contrariar hipocrisia de família e sociedade e arcar com os custos da petulância. A vida me deu lições duras e numerosas o suficiente, se eu não pedir, guarde para si as suas.

Eu conheço psicologia, tanto pessoal quanto coletiva. Conheço e aplico na prática, não em discursos raivosos. Aplico para ajudar a resolver um problema, não para alimentar ressentimentos e rivalidades. Me mandar estudar ou ler algo é inócuo, quase tudo é meramente discursivo. Conheço jogos de interesse, conspirações, manipulações de opinião e similares, eu trabalho em uma repartição pública arrecadatória e fiscalizadora, portanto dispenso aulas de gente revoltada.

Continuarei escrevendo ao meu modo. Não aderi à deforma ortográphica, não sou politicamente patético, não sou ufanista e não sou refrigerante para ter um rótulo. O que eu expresso aqui é o que eu sou, Nanael Soubaim é um cognome, não um personagem. Sou imensamente democrata e respeito o direito de expressão e opinião, só não dou a mínima para a imensa maioria delas, pois não me dizem respeito. Não me importo em parecer velho com isto, não me sinto lisonjeado quando me chamam de "jovem".

Se tu não gostas do que escrevo, há uma miríade de blogs que podem perfeitamente atender às tuas expectativas. Se tens sugestões de temas, reclamação consistente ou pedidos a fazer, a caixa de comentários está à disposição. Já atendi pedidos justos mais de uma vez, não me custa nada. Agora, se pretendem continuar lendo o que escrevo, apesar dos avisos, e me entenderem mal, que mal me entendam.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Philos - Sophia (para Dani)

É o Amor pela Sabedoria, assim como a Psicologia é Psyche - Logos, estudo da alma.

Sabedoria essa que poucos entendem. A grande maioria, a "boiada", nem se interessa. Mas alguns se sobressaem, e buscam isso. Buscam a Verdade.

Buscar a Verdade é uma tarefa ingrata, pra valer. Porque muitos surgem com a sua versão da Verdade.

Por isso minha questão com o Personalismo das visões clássicas.

Nietzsche negou Deus pra atingir o pai morto. Não porque realmente há provas empíricas para a negação.

Ainda dá pra falar de Sartre, Heidegger, Berkeley e tantos outros.

Mas eu respeito cada um deles, por suas buscas e visões (ainda que distorcidas) da Verdade.

Eles realmente tinham o Amor (Philos). Era a busca, a missão da vida deles.

Assim como eu sei que é a sua.

Como disse Jostein Gaarder, o filósofo é "aquele que está na ponta do bigode do coelho". E se a metáfora fosse real, eu sei que você, assim como eu e os que buscam a Verdade, estaríamos sentados lá na pontinha.

E pra mim, Deus seria aquele que pega o coelho pra fazer um afago.

Sim, eu sou cristão, paternalista. Sim, eu enxergo Deus como o Criador; sim, eu dependo d'Ele pra viver. Sim, eu sou fraco. Mas encontro a minha força n'Ele.

Talvez se se procurasse mais a Verdade, e não apenas um meio de se negar o que não nos é dado conhecer, talvez estivessemos mais perto dela.

Mas ainda assim, o Philos pela Sophia continua. Em mim e em você. E em alguns, que ainda buscam a Verdade.

A busca é ingrata, sim. Mas traz frutos. Um deles em especial é uma melancolia, uma tristeza... Por saber que o mundo é feito de pessoas, e essas pessoas, a tal "boiada", não querem se inteirar disso.

Mas sabe do que mais? Elas são felizes assim.

Talvez nós sejamos os errados, buscando a Verdade. Talvez a busca pela Sophia seja realmente uma busca inútil.

Mas o Philos continua. Pela Sophia.

Talvez, a resposta definitiva, sobre a Verdade, seja a .

Mas existem muitas variáveis ilógicas nessa equação lógica que buscamos por a realidade.

Sophia é volúvel e mutável, complicada e perfeitinha, como uma "mulher de fases".

É uma amante que traz prazer apenas para poucos.

Mas nós conhecemos as suas delícias.

E buscamos cada vez mais o Eros de Sophia.

A busca continua. Philos continua.

Mas Sophia se mantém lá. À espera. Talvez de nós. Ou de amantes mais generosos...



E ela se mantém, inefável, esperando seus amantes...



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mulé Dinovela

A gente sabe que novelas trabalham com estereótipos, e que são só meios de entretenimento (bem, se vocês considerarem algumas recentes, são é meios de aborrecimento, mas essa é outra história).

Mas, gente, precisa fazer tanta caricatura da figura feminina? Vejamos alguns exemplos.

Caso 1: a vilã. Sem ela, a novela não teria a menor graça. Quando se tem uma vilã de peso, a novela é inesquecível. Mas os autores não são assim tão generosos com as musas que fazem as Mirtes se agarrarem à poltrona e decantarem suas más qualidades com frases como "Mas essadaí é uma boa bisca!". Apesar de fazerem as vilãs serem invariavelmente classudas, eles cometem algumas injustiças com elas. Citemos: o final das vilãs é SEMPRE definido em categorias muito simples: morrem (e, algumas vezes, do mesmo jeito que mataram algum desafeto); enlouquecem (em vários casos, deliram achando que venceram), vão presas. Os únicos casos diferentes de que me lembro foram os finais de Bia Falcão, que se mandou com o michê-gostosão da trama, e de Yvonne, que fugiu lépida e fagueira da prisão. Mas... que foi presa, foi presa - apesar de não ter sido lá uma vilã tããão arebatadora. Outro ponto é que, quando a vilã diz algo que todo mundo (inclusive e principalmente os telespectadores) pensam de algum personagem mala-sem-alça, a coisa é vista como vilania, não como desabafo coletivo. Ou vai dizer que você também nunca teve vontade de pegar a mocinha (vide caso 2) pelos cabelos e dizer, como a Nazaré Tedesco: "sua anta nordestina!"?. Ah, além de terem muito estilo e classe, as vilãs é que usam os melhores xingamentos e apelidos. Ao menos isso, já que elas, lindas, inteligentes e riquíssimas (quando não são, se tornam), acabam perdendo tempo demais com o mocinho sonso da vez, ou com seu cúmplice boboca da vez. O que é uma outra injustiça com elas.
Caso 2 - A mocinha. Poucas têm sido amadas ultimamente. A maioria é uma tremenda mala-sem alça-sem rodinhas-de-papelão-e-em-dia-de-chuva. Não dá pra amar uma personagem que passa horas fazendo sorriso de boazinha alternando com cara de sofredora e emendando um discurso politicamente correto atrás do outro. Inclusive, já houve algumas novelas em que o público torceu ardosoramente pra que a dita se estrepasse, amando de paixão a vilã, por motivos mais que óbvios (vide caso 1). E, se o nome dessa criatura for Helena, eu corro pras montanhas.
Caso 3 - A suburbana burra-gostosa. Personagem que tem aparecido em diversos folhetins, algumas das quais mantém quase os mesmos diálogos e até o guarda-roupa, como nos casos da Babalu, da Darlene, da Leila e da Rakelli.
Caso 4 - A suburbana que tem vergonha da família e se torna uma das principais vilãs da trama, ou a vilã-mor. Adquire todas as qualidades da vilã, mas - infelizmente - sofre as mesmas injustiças. Ás vezes (e ´novamente a audiência dispara), a dita tem um final - ao menos para ela - muito feliz.
Não tem só a maravilhosa Maria de Fátima não. Estão nessa categoria a Rosália, de Dona Xepa, a Raquel (que é má, porque a Rutinha é boa), entre tantas outras.

Se é pra fazer caricatura, aprendam com a melhor. Paola Bracho diria:
"Eu desprezo essa gentinha!





Que outras "Mulé Dinovela" vocês conhecem?

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ah, a marmeleira!

Só se olha com saudades para o passado quando o presente não dá conta do recado, e o futuro anuncia que pode ser ainda pior.

Há lugares aonde só vou arrastado, pelo mínimo possível de tempo, o shopping center é um tipo desses. Pior ainda quando cheio de adolescentes ou crianças mal criadas.

Certa feita, entro em uma fila para pegar meu pacote, havia uma festinha infantil para dali a uma ou duas horas. À minha frente havia uma mulher que demonstrava claramente seu despreparo para a função de mãe, o fedelho mexia teimosamente em um boneco horroroso e todo empelotado, que mais parecia uma biba de cademia do que o Wolverine...

- Carlinho, pára de mexer! Pára, Carlinho. Carlinho, não mexe. Eu não vou levar a sua picapinha! Carlinho, não mexe que o homem tá olhando!...

No decorrer da ladainha, o moleque não dava a mínima para o que ela dizia. Não sei qual dos dois merecia mais um correctivo, talvez uma vara de marmelo nos glúteos. Sei que tirei o brinquedo horroroso do lugar assim que ele virou as costas e saiu, embora a mãe ainda estivesse na fila. Brinquedos horrorosos, aliás, estão tendo safras recordes há anos.

Já fora da loja e longe do ar condicionado inexplicavelmente no máximo, vejo mais exemplos de uma geração que dará continuidade às gangues, no que depender de seus pais. Molecotes onde a espiral genética precisa ficar dobrada, por falta de espaço, dominando os marmanjos com "Eu quero é agora!" ou chutes impunes no tornozelo. Depois de "Ai, machucou o papai" fiquei em dúvidas sobre quem deveria jogar pelo vão, dois andares abaixo, mas logo descobri que me tornaria um serial killer. A doença se alastrou.

Nas praças de alimentação o festival de desperdícios ratificava minha posição. Pratos e copos deixados pela metade davam uma idéia clara do que acontece no ambiente doméstico. Fora aqueles pezões enormes a obstruírem a circulação entre as mesas, que já são muito próximas para o meu gosto. Para alguns deve parecer humilhante não deixar ao menos uma colher sobrando no prato, ou não pedir um king full size quando um sanduíche médio já satisfaria.

"Com licença", "me desculpe", "por favor" e "obrigado" parecem ter se tornado atestados de inferioridade social, tanto mais quando mais jovem o indivíduo. Verdadeiros reizinhos.

Eu não sou a favor de maus tratos, sei muito bem a discrepância de forças que há entre um adulto e uma criança. Muitos canalhas se valem do argumento de "educar os filhos" para descarregarem neles tudo que não podem descarregar do mundo, ou naquele policial enorme que mandou tirar o carro da vaga para deficientes. Um dia os filhos ficam grandes e eles ficam velhos.

Fora isso, uma orelha puxada no acto da birra produz efeitos miraculosos, dá direitinho o recado e a noção de causa e conseqüência. Porque se a família não der a educação necessária, o mundo lá fora vai fazê-lo da pior forma, agrava muito se o adulto de então não souber lidar com frustrações.

O chefe (ou o cliente) não vai admitir ser maltratado, será demissão no primeiro chilique, para que o mau comportamento não se dissemine na empresa. Entre perder um cliente e perder um empregado encrenqueiro, ele não terá dúvidas.

Vi naquela fatídica tarde uma geração inteira totalmente despreparada para o que a vida mais oferece, lições que são tão duras quanto maior for a incapacidade de aceitá-las. Mesmo para quem nasceu e cresceu na adversidade essas lições podem ser traumáticas, mas este consegue digerir, quem foi mimado não consegue nem mesmo acreditar nela.

Ser agressivo, bruto e tirano com os pais não é "normal" nem "cousa do mundo moderno", é animalismo. As pessoas estão achando normal ter um bicho que morde, se suas vontades não forem feitas na hora, como se a única utilidade da família fosse lhe dar prazer; mais ou menos como achar normal o cão segurar o dono pela coleira.

Também ajuda a estragar quando os pais acham que ter recursos, é ter obrigação de dar tudo o que puder para quem não precisa e não merece. Saber quanto custa ganhar algo não é chantagem, não sei de onde os pais tiraram que uma criança não deve nem saber que existe dinheiro, quanto mais o trabalho que dá para ganhá-lo.

Para quem acha que uma palmada dói, advirto que a polícia bate muito mais forte e com muito mais vontade.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Graça

É engraçado como o tempo passa rápido e nos faz mudar.
É engraçado como a criança de outrora tornou-se uma "mocinha".
É engraçado como certos acontecimentos tornam-se tão irrelevantes.
É engraçado como nossas preocupações e prioridades tomam proporções cada vez maiores, apesar de tão diversificadas.
É engraçado como nossas perspectivas mudam conforme ganhamos maturidade.
É engraçado, também, como maturidade nada tem a ver com idade.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Golden Globes 2010

Cameron Diaz - Alexander McQueen
Simples e elegante. Obs: digna.

Drew Barrymore - Atelier Versace


Um tom "nude" bem bonito. O tecido do vestido é muito lindo, pena que não dá pra ver direito por esta foto, também gostei da "ombreira". O único porém é aquele treco ali na cintura. No geral, achei digno. Obs: digna.

Kate Hudson - Marchesa



O vestido é uma bela porcaria, mas fiz questão de colocar duas fotos para que todos possam reparar no sapato: será que a Kate pegou emprestado com a Dimmy Kier do BBB10? Obs: cruza de glacê de bolo com transformista.

Tina Fey - Zac Posen



Horrível, mas já era de se esperar, visto que ela nunca aparece com um vestido bonito. O sapato também uó, senso de combinação mandou lembranças. Obs: boring...ZzzzZzz.



Mariah Carey


Cada dia mais embarangada! E odeio demais esse bronzeado, cruzes. Agora todas aparecem nessa cor laranja. Obs: AFF.

Chloe Sevigny

Crente que tá arrasando, mas nem. Obs: bizarra.



Julia Roberts

Simples demais. Por quê ela não usou um vestido lindo tipo aquele com o qual venceu o Oscar?Aquele vestido era luxo, glamour e sedução. Obs: decepção.

Cher




Uma vez Cher, sempre Cher. Obs: prefiro Elvira, a Rainha das Trevas.

Jennifer Morrison - Luis Antonio



Vestidinho muito feio. Parece aqueles prendedores de cabelo feitos com retalhos de lycra. Obs: Uó.



Olivia Wilde - Gucci



Coloquei a foto da Olivia lodo depois da foto da Jennifer para que vocês possam ver que nem todas do elenco de House jogaram o nome do seriado na lama da Medina-Fashion. Obs: digna.



Sandra Bullock - Bottega Veneta

A cor é linda, o resto é uma tragédia - incluindo o cabelo. Obs: oops, tente outra vez.

Penelope Cruz - Armani Prive


Não é feio, mas acheio meio temático: uma vibe latina vai ao enterro, latina de luto, enfim, achei meio negativo. E atenção para o bronzeado sexy do momento. CROOZYS. Obs: decepção.



Nicole Kidman



O que está acontecendo com a Nicole? Ela costumava usar alguns dos vestidos mais lindos! Obs: decepção total e absoluta.

Fergie


Pro tipo de roupa que ela costuma usar...Até que não está mal! Obs: where´s my neck, where´s my neck, my neck, my neckkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

Marion Cotillard - Dior


Arrasou, até mesmo a rendinha aparecendo ficou legal. Obs: digna.

Invadi o dia da Luna, mas é por um motivo válido: amanhã eu estarei de volta à ilha e a conexão de lá não é muito digna!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Casar é moderno

Pode parecer que bebi, ainda mais com tanta gente dizendo o contrário, mas casamento é muito moderno, um tremendo avanço.

Antigamentíssimo, o sujeito só tinha compromisso com suas próprias necessidades mais básicas. Comia, dormia, transava e dava os ombros para o resto. O homem era supostamente livre, sem regras, sem compromissos, sem aborrecimentos. Uma vida que muita gente hoje inveja, por ser aparentemente mais feliz.

Mas veio a civilização malvada e pôs tudo a perder. Será?

Na bucha, a vida descompromissada e sem regras era excessão, na verdade era uma vida de egoístas, que não queriam dar ao grupo sua parcela de sacrifício. Um desses sacrifícios teria sido a defesa da prole ou da comunidade.

É perfeitamente aceitável, hoje, que se queira a presença de amigos, mas não a de seus filhos, não só pelo trabalho que dão, mas também porque os interesses das crianças não divertem quem não gosta de crianças. Na verdade, gente que age assim não costuma tolerar quem não as diverte ou não compartilha dos mesmos interesses, é gente que quer evitar problemas a todo e qualquer custo, mesmo aqueles decorrentes de seus actos. O sujeito simplesmente lava as mãos e de exime de suas responsabilidades, como os do parágrafo acima.

Quem vê um pai de família voltando cansado do trabalho, quase dormindo no bando do ônibus, usa-o como argumento para ser contra o matrimônio. Conviver com gente em um botequim é muito diferente de conviver diáriamente com alguém. No cotidiano o verniz da pessoa afável e benfazeja se dilui no solvente de seus defeitos, é preciso tato para conviver com isso. No botequim se paga para tudo, não se vê o serviço sendo feito e todos estão lá para fins recreativos. Parece o mundo perfeito, talvez até fosse, mas é falso.

A vida de entretenimentos é sustentada pelo labor de quem tem compromisso, pessoas que ajudam a sustentar uma família ou sustenta a própria. Sem um grupo compromissado, a diversão de alguém não acontece. Quem diz que não conhece um casamento feliz, não procurou, se ateve aos exemplos que quis ver. Nós temos uma inata tendência a não enxergar o que está à nossa frente, se saber daquilo não nos for conveniente. É uma imaturidade difícil e penosa de extirpar, mas se até eu consegui, então qualquer um que quiser e se dispuser ao esforço consegue.

Eu passo as histórias de casamentos onde a moça foi completamente anulada e o cafajeste tentava viver como se ainda fosse solteiro, sei que acontecem, como sei que não são a regra do caso, ou aquelas piadinhas onde a mulher espera o marido com o rolo de macarrão não existiriam. Homens como o supracitado têm fins cruéis, eles têm a certeza de que todos irão ao enterro para terem certeza de que morreu mesmo. Quem nunca pára para pensar, não sabe o sofrimento que isto causa.

A civilização, tão execrada por revoltados de todas as épocas, garantiu a sobrevivência da humanidade. Como animais, nós somos a espécie mais despreparada de todo o planeta; Nossa pele é muito fina, o maior casca-grossa se fere com facilidade e demora a cicatrizar; Nossa musculatura é débil, o sujeito tem que ser muito musculoso e com músculos muito bem consolidados para brigar com um chimpanzé mediano; Nossa infância é uma prisão, ainda estamos tentando controla as mãos quando outros mamíferos correm e fazem predadores de bobos. Não fôssemos gregários, teríamos sido extintos em poucos milênios, talvez em poucos séculos. Graças a Deus não encontramos os dinossauros.

Fica fácil perceber que ser uma espécie gregária nos livrou do pior. À parte o mau uso que tantos fizeram disso, assegura que a criança doente possa se tornar um adulto forte e saudável. Sob os cuidados dos pais, que podem acompanhar o desenvolvimento do rebento por muito mais tempo do que a falsa liberdade permitiria, o indivíduo consegue desenvolver suas aptidões e produzir avanços, como a roda, o domínio do fogo, a conservação dos alimentos, o chocolate entre outros.

Um solteiro está sempre sob o risco de morrer cedo por falta de socorro, caso não viva com uma família. É difícil chamar socorro pelo celular quando o braço esquerdo está como se o estivessem descarnando com um alicate, e o peito como se fosse rasgado. O corpo é burro, não sabe que apertando botõezinhos a ajuda chega rápido, em situações de emergência ele nem sempre deixa a mente agir.

Vivendo em uma república ou em uma família constituída, por mais rusgas que hajam, as chances de um amparo rápido são muito grandes, durante e depois de um ataque cardíaco, quando é aconselhável o repouso com refeições leves em horas certas. A turma divertida do botequim não vai te ver em casa, não vai te ajudar a andar até a sala, não vai te dar comida na hora certa, não vai ligar para o médico a qualquer anomalia.

O homem sábio, que sempre tem a última palavra "Sim Querida", mesmo sem perceber assegura uma velhice mais tranqüila. Porque o maior medo da maioria dos solteiros é a incapacidade de se virar sozinho, algo que será inevitável, mas muitos preferem não cogitar e não cercar das devidas previdências. O homem sábio se compromete com o casamento e com os que dele fazem parte, é um motivo perene para se aprimorar sempre.

Um matrimônio bem contraído civiliza. O maior fanfarrão sabe que seus antigos excessos vão afetar mais pessoas, o problema de cair bêbado já não é só seu, o de dirigir bêbado nunca foi. Sabe que haverá uma criaturinha que tentará imitar tudo o que fizer, e não adianta usar o bordão "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço", ele não funciona, só retarda e agrava a imitação.

O maior sabotador de um casamento é aquele que tenta anexar-lhe todos os hábitos de solteiro. Lamento, mas não dá. Onde dois vivem há um mínimo de regras a serem seguidas, como avisar que vai demorar, avisar (com antecedência) que vai levar alguém para o jantar, jogar a roupa suja no lugar certo, ajudar na conservação da casa; cousas que outrora uma pizza ou se mudar de endereço resolvia, deixando o prejuízo para quem ficasse.

O que ouço de casais longevos e felizes é praticamente isto: "Case-se com quem gostas de conversar". Casar porque gostou de transar com o sujeito é reservar dinheiro para as despesas do divórcio, é casar por impulso, por instintos, instintos são regidos por hormônios e estes têm ação de curta duração, não se pode confiar neles para uma vida. Com esses casais aprendi que o amor nasce, se deixarmos. Aquela moça que se esmera em te fazer ver o que precisas ver, que consegue manter a tua amizade mesmo te jogando na fronte o que nem sempre te agrada, cuja companhia (muitas vezes) pobre em emoções te faz esquecer um pouco das agruras que te acometem, dê uma boa olhada nela e depois me conte. Olhou? Ela tem seus encantos. Enquanto as aventureiras se esmeram em te seduzir, para te arrancar os recursos, ela só o fará se houver um compromisso teu de que haverá continuidade, e para somar seus recursos com os teus.

Não é (muito) da minha conta, enquanto não for na minha família, mas esta onda de "ficar" é de uma estupidez imensa, é um comportamento muito próximo ao dos animais em estágio mais primitivo de evolução. Ninguém se envolve e ninguém assume sua parcela do que aconteceu com o outro, mas no dia seguinte desce a lenha no governo por causa das notícias nos jornais.

Com a idade é natural que o interesse por sensações decaia, em quem decida ter uma maturidade digna, em vez de tentar perpetuar a adolescência. O que vai manter alguém do teu lado é o compromisso. Se a outra pessoa se interessa pela tua saúde, em lhe abrandar a passagem do tempo, então haverá algo para tomar o lugar da virilidade e amparar as novas necessidades. Um destino muito diferente do que esperava os velhos (e os doentes) de antes da civilização, quando ser devorado por uma fera enquanto os outros corriam era normal.

A humanidade só conseguiu avançar quando decidiu constituir família, e suprir suas necessidades. Obrigar homens rebeldes a assumirem um papel relevante em prol de um grupo, não só de si mesmos, foi um remédio amargo que funcionou. E enquanto eles continuarem a olhar somente para o próprio umbigo, imaginando que agora poderiam estar pegando doenças venéreas, sendo processados para assumir paternidades tortas, tendo seus cobres indo pelo ralo da promiscuidade, não vão compreender o quanto se doar para um pequeno grupo pode fazer bem. Deixar de agir como um reles animal para agir como homem pode causar desconforto, mas os que conseguiram me asseveram que não trocariam um dia da vida que têm por um ano da que deixaram. O casamento os fez ver além do próprio corpo, do próprio egoísmo, dos próprios delírios de que seriam jovens pela eternidade.

Para aqueles que querem contribuir com o bem comum, fazer a humanidade avançar de verdade, em vez de apenas se iludir com distrações virtuais, o matrimônio constitui uma pedra angular, pois dá um motivo urgente e real para fazer as cousas andarem a contento. Em família os problemas acontecem em tempo real, muito antes de as estatísticas dubias chegarem à mesa do ministro, obrigando à mobilização imediata.

Nem todos têm o preparo ou a vocação para o matrimônio, mas isto é muito diferente de ser contra, colocar nele a culpa pelo mau uso do patriarcado. Não houvesse casamento, teria sido pior, não haveria o que impedisse a gana de poder e prazeres que teria levado muitas comunidades ao colapso. O casamento, por mal aplicado que tenha sido, freou quase todos os impuldos destrutivos do homem, que ainda hoje os tem.

Em todas as vias de todas estas décadas neste orbe, meus caros, tenho da vida a lição de que o casamento desanimaliza, transforma o macaco pelado em homem, ainda que o péssimo hábito de beber água no gargalo persista.

Promiscuidade é cousa de trogloditas, que pegam, usam e saem sem olhar para trás. O moderno, o avançado de verdade é o casamento.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Homens mais de mesa

Brad Pitt

Meg - Sei lá, ele tem aquela beleza que cansa.
Franj - Perguntada sobre como era transar com o Pitt, Julliet Lewis respondeu, not big deal, e fim de conversa.
Luna – Ele consegue me deixar perdida. Ninguém pode ser tão lindo assim, gente? Brad Pitt é uma alucinação coletiva.

Johnny Depp



Meg - Johnny é Muso! Até de Edward eu pegava, vô minti?
Franj - Jhonny Depp dá medo e sempre que olho pra ele, lembro do Edward...
Luna – O único homem que fica bem de qualquer maneira. Joga no Google, gente. Qualquer look que ele esteja usando, arrasa.

Orlando Bloom


Meg - Morri e fui pro paraíso! Que abundância, mermão!
Franj - Parece aquele VJ da MTV que tá pegando o irmão da Sandy
Luna – Legolas forever.

Hugh Grant


Meg - Aquela coisa da puta foi bizarra, mas quem sou eu pra dizer? Nessas horas até eu queria que minha vida fosse uma prostituição mesmo.
Franj - Hugh S2 aquela moça do sexo oral no carro, sei lá, mas gosto dos filmes dele.
Luna – Poxa, eu posso escrever um texto só sobre as qualidades do Hugh. Ele tem senso de humor, sotaque britânico e olhos azuis. Precisa mais? Precisa! Ele rebola bem. Quebra, ordinário!

Hugh Jackman


Meg - Wolwie, pegael!
Franj - É a CARA do meu professor de geografia.
Luna – Cara de serial killer. Pronto, falei.

Gael Garcia Bernal


Meg - Acho digno ter um espécime latino na lista.
Franj - Who?
Luna – Carinha de pobre, gente. Tipo um Santoro genérico. Mas pegável.


David Beckham


Meg - Considerando os colegas dele, ele é Deuso.
Franj - Puitviado pride
Luna – Victoria Beckham tem isso em casa e não sorri. Ah, se fosse comigo! Life is not fair. FATO.

Jude Law



Meg - Não consigo simpatizar com esse moço.
Franj - Who? Gente, tô muito mal de celebridade hoje, sério?
Luna – Ele tem um jeitinho de genro que mamãe pediu.

Ewan McGregor

Meg - Eu MORRO pelo Ewan em Moulin Rouge.
Franj - Who? Acho que esse vestibular tá comendo parte dos meus conhecimentos celebridísticos.
Luna – Odeio Moulin Rouge, ok? Vi outro filme com ele, não me lembro qual. Acho digno.


George Clooney


Meg - Muito gato naquele filme O Pacificador (oi?). E a aura de solteirice dá um tchan a mais.
Franj - Lembram daquela declaração do Brad? Que essa história de solteirão convicto não convencia?
Luna – ISSO SIM é homem. O resto é conversa. Ele é velho, mas quem dera o Brasil tivesse um ator assim. José Mayer se aposentaria e iria morar no Retiro dos Artistas.

Texto copiado-e-colado do finado blog "Mais de uma hora". Que tempo bom, que não volta nunca maaaaaaaaaaais! Onde foi parar a siacabância perdida?

sábado, 9 de janeiro de 2010

Heróis nas sombras

O dia em que soube que um sujeito outrora flagrado em uma boca de fumo, chamou de "meus heróis" um bando de desocupados, cuja única função era dar maus exemplos pela televisão, eu desabei. Li a notícia várias vezes para ter certeza de não ter me enganado.

Tenho noção do que é ser um herói, do quando custa ao sujeito ser um herói, principalmente porque quem é não pretendeu ser um herói, nem se considera um herói.

À parte os super poderes que a fantasia imprime, necessários à conquista de leitores, os quadrinhos clássicos mostram o que realmente é um herói. Tomarei o exemplo de Batman, cuja verdadeira identidade é... Batman. Bruce Wayne é seu alter ego. Batman presenciou o assassinato dos pais ainda em tenra idade, sendo então criado pelo mordomo Alfred. Se para uma criança é duro perder toda a sua família (não me consta que tenha primos, tios e afins), imaginem presenciar seu assassinado. Claro que um evento como este destrói completamente a infância, e me atrevo a dizer que o pequeno Bruce morreu com seus pais. Naquela noite, tomou o seu lugar uma criança perturbada e anônima, a quem todos insistiam em chamar pelo antigo nome, mas de modo algum era Bruce. Ele poderia ter se revoltado, se refugiado na vida fútil, na auto destruição, na corrupção e na vingança. Mas um herói, se bem que pode se construir, também pode nascer com a tendência heróica. Batman se refugiou no trabalho árduo, nos estudos, na vida útil e productiva, não se deixando dominar pela dor e pela perturbação mental que se instalara. Ou seja, ele fez todo o contrário do que se esperava de uma pessoa em sua situação. Quando se sentiu pronto, pôs seus recursos e sua vida à disposição de uma causa, quando então Bruce Wayne passou a ter utilidade, como alter ego, dando suporte e financiando a sina de Batman.

Não são os apetrechos caríssimos e onerosos (imaginem o quanto o batmóvel bebe) que o tornam um herói, é a renúncia. Batman dedica sua vida à comunidade em que vive, usando a máscara de homem de negócios apenas para investigar quem as autoridades consideram acima de qualquer suspeita. Ele não participa de programas fúteis, não dá entrevistas torpes, não fornece audiência para apresentadores de quinta categoria. Ele não busca holofotes, trabalha nos bastidores, pois é lá que surgem os problemas que serão tão menos danosos quanto mais cedo forem corrigidos. Ele não age em seu benefício, não busca recompensas, apenas faz o que é preciso fazer e depois se recolhe até a próxima urgência.

Alguém aí achou a última sentença parecida com o trabalho de policiais, enfermeiros, médicos, bombeiros, assistentes sociais e afins? Se sim, começou a entender o que quero dizer.

O problema é ter havido uma completa deturpação do que é um herói. Antes reservado a quem realizasse feitos de extrema coragem e relevância, hoje o termo é dedicado a qualquer idiota que dê lucros de seis dígitos pela audiência. Com isto não é de se espantar que a juventude passe a idolatrar bandidos, comprar revistas em que vilões altamente perversos (e que se existissem dariam cabo sem dó de quem os idolatra) são as estrelas.

Não conheço um fã-clube da Irmã Dulce, mas ela abriu mão de tudo o que poderia ter vivido para assistir à gente necessitada, fazendo de graça o que a prefeitura era paga para fazer, mas não fazia. Hoje podemos contar nos dedos os jovens que sabem quem ela foi. A seu exemplo, temos muitas missionárias em países miseráveis, que erguem hospitais do nada e fazem as vezes de Estado onde ele inexiste.

Temos soldados no Haiti. A onu (minúscula mesmo, não merece melhor) virou as costas para nossas tropas, sabotou tudo o que podia e mesmo assim estão conseguindo fazer seu trabalho, sem holofotes. Quando um grupo deles volta eu não fico sabendo, não é notícia. Eles estão lá, entregues à própria sorte em um país que faz o Brasil parecer o primeiro mundo.

Eu não sou afeito à idolatria, mas conhecendo a tendência humana em se apegar a ídolos, gostaria muito que voltassem a idolatrar quem merece, não pessoas que foram colocadas em pedestais por seu potencial carismático.

Quando um completo idiota é alçado à fama, já há todo um aparato preparado para vender futilidades com seu nome, sua esfinge ou relacionados á sua imagem. Quando a vida lança um homem comum à fama, não demora para alguém começar a futricar sua vida, até transformar faltas corriqueiras em crimes hediondos. O mundo tem demonstrado uma imensa aversão aos heróis de verdade, aqueles que fizeram por merecer o título, mas têm muito o que fazer para darem atenção ao que não merece.

Em breve teremos uma geração inteira de adultos perdidos, gente que não saberá o que está fazendo no mundo, de tanto insistirem, hoje, nos valores efêmeros dos fogos de artifício que lhes são vendidos. Gente que terá aprendido a trocar senhas de celulares, mas não terá nenhum preparo para lidar com decepções e mudanças bruscas de rotina, como a morte. Gente que terá todo o conhecimento necessário ao entretenimento, mas nenhum para a imprevisível vida real, que tira freqüentemente das mãos do indivíduo o leme de seu destino.

Não vejo problemas em se cometer um erro, o problema está em fomentar o erro e querer torná-lo um comportamento natural. Ser fútil é uma fraqueza comum, idolatrar a futilidade é patologia. Não demora muito para que os serviços essenciais sintam falta de gente competente, estarão repletos de diplomados e vazios de profissionais. A negligência que hoje se faz aos valores do heroísmo já resulta em uma sociedade que quer o gozo imediato sem o mérito. Não precisa de um oráculo para saber que essa maioria será quase inútil em um futuro breve, precisando a todo momento receber ordens para saber o que fazer, quando não estiver se divertindo. Por agora, frustração é tabu.

Como acontece com o herói, uma dose de dificuldade útil seria o medicamento certo para o quadro, para as pessoas reaprenderem a merecer o que desejam, e que nem tudo o que se deseja é lícito. A lição do herói é a própria superação, trabalhar seus problemas em vez de apelar para uma pistola porque o garoto da sala ao lado torce para outro time. Superar problemas, superar frustrações, superar fraquezas, superar limitações, superar más tendências, superar a própria condição de animal. Dá muito trabalho, é muito demorado, não dá audiência.

Sob o pretexto de trazer o público à realidade, corromperam e deturparam a imagem dos heróis, mesmo os de ficção. Precisa dizer que não ajudou em absolutamente nada ter destruído algo bonito? Só alimentaram o vício inato que a maioria tem de zombar de bons exemplos.

Enquanto isso, por uma imensa teimosia e identidade com a causa, existe gente trabalhando nas sombras, resolvendo os problemas que precisam resolver à margem de toda a publicidade que hoje se reserva para o que não presta. Eles não querem aparecer, talvez até fossem atrapalhados pelo assédio da imprensa fútil, mas deveria haver divulgação de glamurização de seus bons exemplos, sem deixar de lado as dificuldades que enfrentam.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

É, meu amigo...

É, meu amigo... A vida não é tão bela quanto eu esperava quando era mais novo. Mas acho que mesmo você passou por isso, não? Afinal, tudo o que você teve que enfrentar... Mas valeu a pena, não valeu?

Eu não tive a mesma vida que você. E nem desejo isso. Sou pequeno demais pra isso, ainda.

É, meu amigo... Ter esperança é a melhor coisa da vida. Porque ela leva a Fé. Com o tempo eu aprendi que a fé não move montanhas, mas na verdade, faz com que aprendamos a usar os instrumentos pra transporta-la de lugar.

Mas eu compreendo o que você quis ensinar... E nos ajudar a viver com isso.

É, meu amigo... Todas as noites nós conversamos. Você não é de falar, muito, é verdade. Mas seu silêncio me traz muitas respostas. Especialmente para aquelas que eu já deveria ter notado. Ou que pela minha cegueira emocional, eu não me permito enxergar.

E eu já cheguei num ponto que não consigo mais dormir sem conversar com você.

É, meu amigo... Você sabe que eu tenho chorado muito, vendo o que as pessoas são capazes de fazer umas às outras. E até o que eu mesmo sou capaz de fazer aos outros. Mas eu sei que você compreende. E me ensina que ainda assim, eu devo amar essas pessoas. E à mim mesmo. Afinal, todos temos defeitos. E todos vamos conseguir corrigi-los.

Amor é sobre isso, não é mesmo?

É, meu amigo... Eu quero tantas coisas... Mas ainda não aprendi que às vezes é necessário aguardar. Aguardar o momento certo, aguardar a pessoa certa, a oportunidade certa. Embora eu já tenha desperdiçado alguns desses momentos, pessoas ou oportunidades, eu sei que todos os dias esses momentos acontecem de novo, novas pessoas passam por nós, e as oportunidades sempre vão surgir.

Mas acho que me compreende quando eu digo que algumas vezes, estamos tão imersos em nós mesmos que não notamos isso, não é mesmo?

É, meu amigo... Sem você ao meu lado, eu não saberia mais viver. Afinal, você sempre me ensinou e ensina tanto. Não consigo acreditar que há pessoas que preferem se focar no que foi feito depois de você, do que pelo que foi feito enquanto você estava aqui. Pelo que você ensinou. Mostrou. E fez.

Mas assim é o Homem, não?

É, meu amigo... Eu ainda preciso aprender muita coisa. E conto com o maior Mestre de todos... Você.



"É, meu amigo... Sem você, não tem mais jeito..."

Momento pitoresco

Eu sei que hoje não é meu dia de postar, mas como não tenho certeza se na terça poderei acessar a internet resolvi dar uma passadinha antecipada...Só para dividir um momento pitoresco da minha viagem de fim de ano: Ilhéus - Bahia

Porque a farinha que eles usam não termina com ína!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Equívoco

Poucos sabem, mas há quase um mês ganhei um irmão.
Sim, um irmão.
Enquanto eu me arrumava para ir para o plantão de vestibular no colégio tocou o telefone. Meus pais estavam dormindo, então eu corri para atender.
Era uma ligação a cobrar, estranhei, mas continuei na linha.
- Alô?
- Corre, chama a mãe!
- Ahn?
- Vai logo, sua idiota, chama a mãe!
- M-mas quem é?
- Seu irmão, sua burra.
- Eu não tenho irmão!
- Não? Então agora eu serei seu irmão, então vai lá e chama a mãe.
Desliguei o telefone, um pouco assustada, afinal não é todo dia que a cegonha nos aborda dessa forma. Depois de um tempo eu lembrava e ria. Agora eu lembro e sou tomada pela curiosidade, o que diabos esse menino queria?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Minha vida na igreja


Antes de mais nada, advirto que fui batizado ainda sem saber o que acontecia, ou porque tinha que inchar e encolher o tempo todo para não passar mal.

Venho de uma família mal resolvida em termos religiosos. A parte materna é híbrida, católica-espírita, com tradição em magia popular, benzedeiros, umbandistas e afins. A parte paterna cola adesivos como "Deus que me deu" ou "Se houver arrebatamento, este carro ficará desgovernado" e se acha no direito de infringir todas as leis fiscais e de trânsito, não importa quem se fira no desenlaçar.

Por quase quarenta anos enfrentei pressões de todos os lados, camufladas das piores maneiras possíveis. Na infância me forçavam a ir à presença do padre, louvar preconceitos e tabus dogmáticos para fazer tudo ao contrário quando saísse pela porta. Na adolescência a parte crente radical e intolerante da família dizia que lamentava por mim, pois eu era bom, mas não iria para o céu por não ser da congregação deles, mas os malandros da família iriam pois eram "cristãos". O fedor sulfúrico da hipocrisia me afastou de tal modo, que passei a ver com desprezo os cultos religiosos, especialmente porque continuavam me obrigando a auxiliá-los no caso. Cheguei a ter que desenhar o rosto de Jesus no asfalto, com giz, sob a repetição em tom de escárnio dos meus argumentos para não querer fazê-lo, para a procissão que se daria no dia seguinte.

A resultante desta equação não poderia ser outra, me tornei cético. Eu não tinha outra referência de religiosidade, mudava de endereço com tamanha freqüência que não tinha tempo de fazer amigos, absorver a contento outros pontos de vista, et cétera. Eu andava na linha porque queria, já não temia castigos nem esperava por recompensas.

Com a maturidade e a busca por conta própria de respostas, pisando em ovos, o panorama à minha frente mudou. A tempestade de emoções e traumas no decorrer dos anos lavou um pouco a minha visão embaçada e deturpada.

A proliferação de igrejas caça-níqueis, muitas das quais usuárias de (eu conheço, elas não me enganam) magia negra, me fez ver o catolicismo como um dos males menores. Em Goiânia há bem poucas luteranas e todas são muito discretas, até demais para o meu gosto, e para quem tem o dever de divulgar uma mensagem, ainda mais com o conhecimento bíblico tão apurado e fundamentado que eles têm.

Eu já sabia que a Nenê era católica, só não sabia que ela freqüentava a Matriz de Campinas, quase na esquina com meu actual endereço, Deus sabe até quando. Certa feita, em minhas caminhadas dominicais, vejo seu carro e ela saindo da missa. Por minha imensa afinidade com esta moça, passei a ver aquele lugar com mais simpatia. Com o tempo a via voltando para casa, de carro, com a família à bordo.

Cauteloso, passei a ouvir os sermões de fora. Sinceramente não me pareciam mais tão enfadonhos e ruins, na verdade alguns pontos me agravaram deveras.

Um dia entrei. Apesar de há muito tempo não a ver nesta missa, continuo freqüentando, firmei o compromisso de iniciar uma tradição onde falharam comigo. Já estou ouvindo um certo Filho de Oxóssi fazendo insinuações do tipo "Ahm, então foi por causa dela, safadión", mas ele vê sexo até em uma lâmina de vidro, então relevarei.

Muitos podem se perguntar se eu, tão desacostumado às cerimônias católicas, não sinto um desconforto com a duração das missas. Minhas preces diárias duram mais ou menos o mesmo que uma missa, estou acostumado a rigores disciplinares bem maiores durante as mesmas. A diferença é que eu rezava por conta própria, agora há um compromisso formal de minha parte com a minha consciência.

A Matriz tem assistência do Alto, não tivesse não teria suportado a primeira missa. Com o passar das semanas, fui tomando ciência das nuances e energias que circulam lá dentro. A Nenê mesma não concorda com tudo o que o alto clero diz e faz, mas ela sabe separar o joio do trigo e em em que acreditar. Conhece a história tão bem quanto eu, mas ao contrário de mim ela teve suporte para viver infância e juventude naquela comunidade, sabe o que deve ou não considerar. Se mesmo os apóstolos discutiam entre si e Jesus jamais pensou em deixá-los, não será uma fé com inteligência que vai nos condenar. Não deixarei de acreditar naquilo que sei porque acredito e não abrirei mão das missas de domingo.

A parte ruim disto tudo é que eu poderia ter tido uma tradição, uma âncora para me estabilizar nos anos mais difíceis, em que quase me tornei ateu. Tradição, meus amigos, não é cousa de velhos nem um freio para o progresso. Isto é conversa de radicais revanchistas. A tradição bem cultivada auxilia na formação do caráter, equilibra os pensamentos e potencializa os talentos do indivíduo, quem é ou conhece judeus sabe do que estou falando. Infelizmente tudo isto me faltou e só relativamente tarde consegui iniciar alguma cousa, sozinho, por conta própria.

Não são as missas que são chatas, não são os jantares em família que são chatos, não são os passeios à casa dos avós que são chatos. Somos nós, adultos, que tornamos o mundo cinza e insípido para os jovens, transformando em mera obrigação o que deveria continuar sendo um canal de agregação familiar e social.
Minha mente, que já era aberta, ficou um pouco mais livre desde que iniciei esta tradição, contrariando o que alguns catedráticos de extremo rancor universitário apregoam e tentam nos enfiar orelha adentro.
Amanhã, Domingo, estarei às sete horas em ponto, com celular desligado, na missa. Ouvindo, refletindo, filtrando e orando ao meu modo, íntimo, silente, sem medo de ser interrompido desnecessariamente.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

"... And a new day shall rise again..."

A cabeça dói, os dentes doem, os pés doem, as costas doem (coidivéio pride).

Mas tudo vai passar...

Na segunda feira, o trabalho recomeça. Papelada, atendimento, ônibus cheio, sol na cabeça.

Mas é assim que a vida anda, e nesse caso, recomeça, permitindo que as coisas aconteçam.

Logo, mais e mais tarefas, trabalhos, e lutas, pela frente.

Mas tudo vai trazer algo de bom. Tanto pra mim, quanto para os outros.

Todas as sextas feiras, novos textos.

Mas serão sempre modos de entender o que eu sinto, e procurar me melhorar.

É um novo ano. Uma nova esperança. Uma nova idéia. Um novo jeito de viver, todos os dias.

Sempre o Sol vai nascer outra vez, para os justos e para os injustos. Sempre vai haver uma nova chance.

As possibilidades são infinitas. TUDO pode acontecer.

Mesmo aqueles sonhos que pareciam pertencer apenas ao reino da fantasia.

E aqueles que víamos como possibilidades, etéreas, vão ficando cada vez mais concretos.

Dizia a música: "Hoje, é um novo dia, de um novo tempo, que começou/ ... / Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou".

Isso acontece todo dia.

Não é necessário a fantasiosa mudança de calendário. Mas ela faz bem.

Nos traz a idéia do fim de um ciclo e início de um novo. Nos traz a noção do Reinício, do Recomeço. Das novas possibilidades.

E será sempre assim.

Não importa o que se acredite, ou não se acredite. Isso é fato axiomático.

Um novo dia sempre vai nascer. E sempre vai existir a nova chance. Todos os dias.

Que este novo ano traga alegrias, lutas, esperanças, felicidade, paz, amor, saúde, e sem hipocrisia, dinheiro, a todos.

Como diria Jimmy London: "Quero que a estrada venha sempre até você/ E que o vento esteja sempre a seu favor/ Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão/ E que esteja ao seu lado seu grande amor".

Não precisa ser necessariamente cerveja. Pode ser água, suco, refrigerante, até mesmo um picolé.

Mas sim, que o vento esteja sempre a seu favor, e que esteja a seu lado seu grande amor.

Que Deus nos abençoe e nos permita a busca pela felicidade.

Feliz 2010!




Alles wird gelingen! = Tudo vai dar certo!