sábado, 31 de dezembro de 2011

Aos Taleitores

Tim-tim. Feliz 2012!

Agradecemos pela compreensão de nossos leitores, que se mostram fiéis mesmo com o passar dos anos, das dificuldades e das atribulações que enfrentamos.

Agradecemos pela freqüência com trema. Nosso painel mostra bem a estatística de leitura. Embora nem todos comentem, o painel do blog mostra os acessos, já nos aproximamos de cem mil visitas.

Agradecemos aos taleitores pela boa aceitação das mudanças de estilo de nossos artigos, afinal não faz sentido escrever exactamente as mesmas cousas em dois ou três blogs.

Agradecemos por compartilharem nossos gostos pela fina arte da boa tosqueira, porque tosqueiras de mau gosto, há muito blog idiota que se gaba de mostrar sem pudores.

Agradecemos porque vimos aqui escrever de boa vontade, sem ganhar um centavo, só perpetuando a nobre philosophia com "PH"da siacabância.

Agradecemos porque somos crianças bem educadas, e levaremos uma vara de marmelo no lombo se fizermos malcriações.

Agradecemos pela teimosia em, tendo caído aqui por acidente, insistirem em ler nossas tosqueiras, geralmente acrescentando um leitor ao nosso blog.

Agradecemos aos taleitores e deixamos aberta a caixa de comentários, não só para que comentem, mas também para sugestões, críticas, pedidos e afins.

Agradecemos também a Henry Ford, sem o qual o Corcel Coupé Azul-Calcinha ano 1976, jamais poderia existir.

Agradecemos à Flávia, à Clarissa e à Viviana, que nos deram a chance de começar esta encrenca, reunindo-nos em um só pardieiro, digo, fórum.

Agradecemos e deixamos nossa mensagem no melhor estilo do Talicoisa, por intermédio do inigualável grupo ABBA, que melhor traduz o que nós somos. O mundo não vai acabar e nós continuaremos aqui, neste mesmo bat-blog, procurando assunto para falar com vocês.


sábado, 24 de dezembro de 2011

Apesar


Apesar de tanta gente descrente agredir quem crê;

Apesar de tanta gente só enxergar o natal como troca de presentes;

Apesar de tanta gente só enxergar o natal como reforço de caixa;

Apesar de tanta gente amarga usar a internet para tentar nos obrigar a não tocar no assunto;

Apesar de tanta gente nos assediar para nos convencer (na marra) que que é tudo besteira, e nos ameaçar com represálias materialistas por não aderirmos;

Apesar de nossos talicoisers estarem enfrentando revezes duros nestes últimos anos, e por isso quase não nos agraciado com suas ilustres presenças;

Apesar de tantas adversidades a tolherem nossas criatividades... e também nossos desvairos semanais ao teclado;

Apesar de os trolls azedos e sem motivos próprios para viver terem urubuzado o Talicoisa...

Nossos seguidores mais do que dobraram em menos de um ano;

Ainda encontramos alguma bobagem legal para escrever, mesmo que seja na base do uni-du-ni-te;

Este blog não tem prazo de validade e permanecerá no ar até o último talicoiser deixar seu corpo... se não houver herdeiros;

Temos este singelo textinho de natal, ainda que saibamos que o nascimento de Cristo foi em Abril, mas quem disse que ele se importa?

Continuamos a nos importar assim mesmo, falaremos de pessoas como pessoas, não como "celebridades" ou o que valha;

Continuamos trabalhando de graça neste blog, mas com toda a boa vontade do mundo;

Com toda a distância que nos separa, nem dá para pensar em um amigo secreto, então fica só no Feliz Natal mesmo;

Feliz Natal e próspero Ano Novo, dos talicoisers para seus leitores, não-leitores e gente que não fala português, mas é trazida até aqui pelas maluquices do Google.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A longeva balada de Air Supply


Graham Russell e Russell Hitchcock se conheceram nos ensaios para o musical 'Jesus Christ Super Star', em Sydney. Os santos bateram e os dois se tornaram amigos, formando uma banda em 1975. O pontapé foi quando abriram um show de Rod Stewart em 1976.

Graham é poeta, guitarrista e percussionista autodidata. Com onze anos, em 1961, escreveu sua primeira canção: 'That Rockin Feeling. Encontrou no amigo Russell o complemento perfeito, uma voz potente e afinada para par com sua voz adocicada.

Russell trabalhou por três anos em uma empresa de informática, até se inscrever para o espetáculo e conhecer o parceiro. Não, não escrevi errado, em 1975 o primeiro mundo já tinha empresas grandes de informática, o Brasil é que era (é) muito atrasado, por causa da famigerada reserva de mercado.

O que mais surpreende na dupla não é o enorme talento, mas a carreira longeva. Passados quase trinta anos de seu auge, suas vozes ainda são praticamente as mesmas, não há notícias de brigas sérias ou desavenças ao longo desses anos todos. Em suas vidas pessoais, aliás, preferem reclinar a poltrona e aproveitar a família.

Sem o menor acanhamento, eles continuam cantando baladas doces e românticas, às vezes com umas raspas de limão, com elas mantendo e renovando seu público. Estouraram nos anos oitenta com canções como 'Making love out of Nothing at all', 'Goodbye', 'All out of love', 'Lost in love' e 'Without you'; o mais romântico pé-na-bunda da história.



Mais do que simplesmente recitar letras com melodias, o que já é esperar muito do que estou acostumado a ouvir, a interpretação visceral os manteve intactos em um longo período em que, praticamente, ninguém que valesse à pena surgiu, segurando a peteca até as novas divas virem à tona. Nos áridos anos noventa, quando a música de baixo ventre passou a ser regra, eles apareceram com a doce e melancólica 'Goodbye'.



A exemplo das novas divas, e das renascentes big bands, o que e como cantam chama à dança em pares, juntinhos, sussurrando. Mas também chama às lágrimas quem está só, com uma perda ou um afastamento compulsório a amargar. O uso se suas obras em formaturas é comum, porque ilustram muito bem as passagens de fase na vida.

A discrição de suas vidas pessoais, e o desapego para com os holofotes, mostrou ser um bom seguro contra paparazzi. São notícia praticamente só no âmbito profissional, quando anunciam e dão andamento às turnês. Sim, turnês, o facto de serem sessentões não lhes tira a vontade de trabalhar, fazer inveja aos fãs mais novos é de praxe entre os dinossauros do pop e rock.

O Air Supply esteve várias vezes no Brasil, sempre com casa cheia, sempre sem qualquer alarde arrasa-quarteirão. Eles sabem quem é seu público e que este não tem tanto encantamento com pirotecnia. O mais recente com em 1º de Abril, em São Paulo. Parece mentira, mas estiveram e a casa lotou de novo.



O que mais faz seus desafetos se remoerem, é que a dupla é extremamente bem sucedida e arrasta legiões de admiradores por onde passa. Não precisam apelar para polêmicas, só precisam cantar. Recomendo Air Supply a todas as pessoas, exceto aos machões que não querem ser pegos suando demais pelos olhos, para eles o vexame é certo.



Fã blog nacional aqui.
Website deles aqui.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vamos dar uma chance: Vazquez Sounds


Tem gente que só usa rede social para suprir seu imenso e enrustido complexo de inferioridade. Tem gente que só usa rede social para suprir sua imensa carência afetiva. Tem gente que usa rede social para não ficar de fora de redes sociais. Tem gente que usa redes sociais para ver se faz algo que valha à pena fazer.

Samuel Barroso, um de meus contactos no Facebook, apresentou-nos um trio infantil que demonstra talento, o Vazquez Sound (perfís aqui e aqui) é formado por três pequenos irmãos mexicanos: Angie (vocal), Gustavo (bateria) e Abelardo (Guitarra e teclado). O vídeo que vi foi um cover de Rolling in the deep, de Adele. Ao contrário do que costuma acontecer, a menina conseguiu mostrar sua própria identidade na interpretação e fez juz à música, cantando com toda a emoção que se pode esperar de quem ainda não teve tempo para ter desilusões amorosas.

O trio Já foi assunto de vários jornais nos Estados Unidos e na Espanha, justo por conseguir interpretar a obra da diva sem perder-se nela. Os fãs mexicanos já se assanham, alguns afirmam "é por isso que tenho orgulho de ser mexicano". Não me recordo de algum músico brasileiro, das novas safras, ter conseguido isso aqui dentro. Para verem muitos vídeos a respeito, vejam aqui.

Agora o titio Nanis ranheta vai falar sério. O talento dos três é patente, vê-se que se encontraram em suas funções e tudo parece muito bem arranjado. Só espero que os pais e (principalmente) o empresário não dêem com os burros n'água, quando vislumbrarem o real potencial artístico das crianças. Vejam bem, são crianças. Ainda são crianças. Embora eu aprove que crianças maiores façam serviços leves e com curtas jornadas, por uma remuneração compatível com a hora-serviço, sempre me preocupa a falta de tato que os pais têm demonstrado nos últimos trinta anos, não sabendo dosar deveres e prazeres. A chance de eles quererem compensar uma exploração desenfreada com mimos é grande, as chances de isto estragar o caráter do trio é muito maior.

Que os próprios fãs, maioria de adultos, façam valer a admiração pelo trabalho das pequenas estrelas e se mantenham vigilantes. Todos sabem dos problemas que Britney Spears enfrenta até hoje, não sabem? Pois bem, ninguém está imune às conseqüências de abusos laborias durante a infância. Especialmente porque há há paranóicos formulando teorias conspiratórias a respeito, e gente besta tentando reduzí-los a um mero fenômeno midiático.

De resto, são crianças lindas, que fazem seu trabalho direitinho, têm muito tempo para melhorar e hoje já são muito boas. São de uma família musical e têm muita base para se apoiarem, não precisam procurar os caminhos fáceis em que tantas crianças-prodígio se perderam.

Sobre as antas a criticarem o facto de terem 'alçado fama mundial com música alheia', vamos nos lembrar da quantidade de bons artistas que começaram cantando obras notórias, para depois, já firmados, cantarem suas próprias músicas. Também lembremos que até hoje as orquestras vivem às custas de Beethoven, Bach e Mozart. E o que seria do theatro de hoje sem Shakespeare?

Website do trio, clicar aqui.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Um subversivo chamado Kermit - Aka Caco

Vejam, a boca dele é vermelha! É um comunista!

Eles são gênios! Não é à toa que o último presidente de seu partido, George W. C. Bush, tornou os Estados Unidos simpáticos ao mundo de tal modo, que a palavra de um turista americano vale como prova cabal em qualquer parte do mundo, e hoje (também graças ao gênio da política) os americanos contam com um superávit de dezenas de trilhões de dólares, que não pára de crescer.

Desde os anos sessenta que esse bando de desocupados nos influenciam, disfarçados sob aparências doces, meigas e carismáticas, até mesmo inofensivas... à exceção daquele barbudo cor-de-rosa, este sim, mostra o que eles verdadeiramente são.

Ah, o que seria de nós, selvagens de raça inferior do hemispherio sul, sem os baluartes da democracia, em seus elefantes brancos? Estaríamos perdidos. Nossos amados e louvados tutores descobriram quem são os reais responsáveis por todas as ondas de protestos pelo mundo, os verdadeiros causadores da crise financeira mundial, os agentes comunistas infiltrados da Al-Kaeda nos sacrossantos lares americanos; são os Muppets!

Sim, senhores pais, aqueles bonecos cheios de 'boas intenções', que acompanham seus filhos por qualquer canal decente de tevê a cabo. Que desilusão, não? E eles ainda incentivam ao sexo sem casamento, entre raças diferentes! Ou pensam que um sapo namorar uma porca é só para parecer bonitinho? Não é!!! É subversão da moral cristã-tã, que exige que cada raça se relacione somente em matrimônio, e somente com os de sua raça!

Há décadas fazendo lavagem cerebral nas crianças, incutindo cousas estúpidas como "Dinheiro é bom, mas não traz felicidade", ou ainda "respeitem seus amigos negros", pior ainda quando colocam um bicho judeu que não tem nem espécie como o coitado da turma. Sim, Gonzo é judeu! basta procurar na internet pelas teorias conspiratórias mais absurdas, mais ridículas, dos tipos que fariam o Barão de Munchausen ficar corado de vergonha!

Todo mundo sabe que felicidade é um factor químico, exclusivamente químico, portanto só pode ser encontrado em drogarias, sob prescrição médica. Afinal, se não desse lucro exclusivo para alguém, não seria bom. Alguém aí já recebeu alguma coisa boa de graça? Não, claro que não, e quem disser que sim está mentindo!

Respeitar negros? Vejam só o que aconteceu, eles elegeram um negro e todo o conto-de-fadas que o venerável e adorável salve-salve Bush deixou, se transformou em um enorme déficit, algo simplesmente impagável. Lembrem-se que foi no governo dele, Obama, que a crise apareceu, não no do Jorginho.

Agora, para completar, estão lançando um filme onde um petroleiro tenta acabar com um theatro para fazer escavações! Que injustiça é essa? Que deboche de mau gosto é esse? Por acaso o carro que eles usam funciona com o quê? Energia eléctrica? Bio-combustíveis? Todo mundo sabe que isso não existe, ainda que já esteja circulando pelas ruas!

Não me enganam em não dizerem abertamente que a indústria do petróleo é ruim, fazendo parecer que só estão combatendo um empresário inescrupuloso. Estão sim querendo difamar a abençoada indústria do petróleo, que tantos empregos gera pelo mundo inteiro. Até canais confiáveis, imparciais, de moral ilibada e completamente isentos, como a Fox News, provou por A + B (notícia aqui) que esses bonecos estão fazendo lavagem cerebral nas crianças, nos jovens, nos adultos, nos defuntos e em quem já nem tem mais ligação com o plano terreno, causando as ondas de protestos que assolam o mundo, perturbando a paz, a ordem e questionando os métodos das grandes corporações, como se elas algum dia tivessem feito algo de sujo, ou mesmo mal intencionado contra alguém. Foi provado cientificamente, durante sete minutos, de modo inconteste e irrevogável, que são um bando de comunistas safados, querendo arruinar o modo de vida americano.

Ah, duvidam? Então vejam por vocês mesmos! Vão aos cinemas, depois levem seus amigos, seus parentes, levem todo mundo, lotem as salas e façam todos verem, quantas vezes forem necessárias, até que se convençam de que os participantes da festa do chá-de-erva-louca é que estão com a razão. Todo aquele humor, aquela indumentária elegante dos anos cinqüenta, aquele optimismo incorrigível, aquele roteiro bem cuidado, tudo é feito para ganhar a simpatia e fazer os cidadãos de bem se voltarem contra as corporações!

O que estão esperando? A Fox News (aqui) não deu o alerta para vocês ficarem aí, feito dois de paus! Vão ao cinema e façam esse filme ficar o maior tempo possível em cartaz, de preferência por anos, para que ninguém esqueça!

Para ver mais vídeos subversivos e rachar de rir, clicar aqui.


P.S: se alguém aí chegou agora a este blog, e não tem noções de ironia fina (aqui), esqueça tudo o que leu.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O que é que o Rammstein


Tem talento, profissionalismo, sensibilidade, conhecimento de causa e tino comercial.

Não, minha senhora, não é hamster, é Rammstein. Um grupo alemão de rock pesado que conseguiu a proeza de fazer sucesso mundial cantando em alemão, em um tipo de música que todo mundo canta em inglês. E não é que a língua dos teutões caiu como uma luva no hard rock! Embora, diga-se de passagem, o leque amplo da musicalidade do grupo não se enquadre em nenhum estilo pronto, os próprios integrantes preferem chamar de "tans metal". Surgiu em Janeiro de 1994, em Berlim; não se atrevam a perguntar onde fica. Fã-sites brasileiros aqui e aqui, site da banda aqui. Escracho desciclopédico aqui.

O nome vem de uma tragédia, um acidente aéreo em 1988, na cidade de Ramstein, quando três aviões faziam acrobacias, se chocaram e caíram em cima da platéia, matando setenta espectadores. Acresceram um 'm' ao nome da banda, que significa 'ariete'. Do nome podemos concluir seu estilo: sem sutilezas, indo directo ao ponto e dizendo o que tem a ser dizer.

A formação actual tem seis cascas-grossas musicais: Till Lindermann (vocalista), Richard Kruspe (guitarra solo/vocal de apoio), Paul Landers (guitarra base/vocal de apoio), Oliver Riedel (baixo), Christoph Shneider, o Doom (bateria) e Cristian Lorenz, o Doktor Flake (teclado), caçula da banda, entrou no fim do ano de inauguração. de 1999 a 2010, fizeram quatro shows no Brasil; teria sido cinco, se o de 2005 não tivesse sido cancelado.

Cada música do grupo é feita com esmero e métrica, antes de ser inclusa em um álbum. A qualidade do trabalho, para quem se der ao trabalho de apreciar a obra, demonstra o conhecimento musical e psicológico da banda, pois muitas vezes eles escrevem as letras de modo propositalmente dúbio, para cada um interpretar como pode o que ouve. Invariavelmente são repletas de conteúdo, com lições de moral e vida que constumam estar presentes em contos de fadas. A mensagem é sempre dura, sem rodeios, mas jamais determinista e catastrofista; aqui ele se distancia muito da maioria das bandas pesadas. Rammstein mostra o mundo de luzes e sombras em que vivemos, sem disfarces, mas também sem fazer a realidade parecer pior do que realmente é. O veneno, muitas vezes, é também a cura para o mal que causa...

Dizem que são supersticiosos, só porque todos os seus discos têm onze faixas, e pelo menos uma música tem o nome do álbum. Não, bate na madeira e dê três pulinhos, não é superstição, é um dos estilos comerciais que identificam uma boa marca, e a marca Rammstein é muito sólida.