quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ziriguidum

Querem saber uma coisa que eu percebi desde os primórdios da minha existência? Eu nasci no país errado. É sério, a mais pura verdade. Eu não suporto calor, eu detesto cerveja e tenho ânsias toda vez que chega essa época horrível do Carnaval. O certo era eu ter nascido na Rússia, que é frio o ano inteiro e tem vodca até pela torneira. Espero que meu pedido seja atendido na próxima vida, Se alguém lá de cima puder me ajudar, eu ficaria mega agradecida.

Carnaval me dá coisas. Eu diria, inclusive, que tenho alergia dessa dita festa popular. Mulheres nuas, tudo muito sexualizado, samba, silicone por todos os lados. Melissa não se dá com essas coisas. A única coisa que eu faço, como toda corintiana roxa (referência à nova camisa – vocês viram? - feia de doer que resolveram lançar em homenagem a nós), é torcer para a escola Gaviões da Fiel vencer o Carnaval de São Paulo. Mas, tipo, eu nem assisto o desfile. Mas faço minha parte de torcedora, oras. Corintiano tem dessas coisas.

Mas, então, voltando (eu sempre divago nos textos, não tem jeito). Carnaval é chato pra carai. Alguém me diz qual é a graça de pagar os olhos da cara em um abadá para se esmagar na frente do trio elétrico da onipresente e chatíssima Ivete Sangalo? Ou a cópia loira dela, a tal de Cláudia Leitte? Ou Asa de Águia? Ou Chiclete com Banana? Ou Jamil? Pra mim é tudamemacoisa. Qual a graça? Porque, gente, que porcaria é aquela? Gente suada, se esfregando, saltitando feito gazelas alucinadas, gritando como se não houvesse amanhã. Eu gostaria que alguém explicasse para esta leiga que vos escreve como é que aquela galera consegue fazer xixi. Sim, porque é uma necessidade fisiológica que uma hora dá o ar da graça, não é mesmo? E aí, como é que faz? No chão mesmo? Tipo, na frente de todo mundo? Naninanão!!!! Jamais na minha vida eu me submeteria a isso. Nevah!!! Até porque na primeira música da Ivete Sangalo ou na primeira vez que ela dissesse como é gostosa, eu me suicidaria.

E os desfiles das escolas de samba em São Paulo e no Rio de Janeiro? São iguais todos os anos. I-G-U-A-I-S! Sem falar nas revistas de fofoca, jornais populares e programas de televisão que adoram dar manchetes do tipo “Fulana arrasa no ensaio da Unidos de Whatever”, “Ciclana deixa aparecer calcinha na quadra da Agremiação das Mulas Sem-Noção”. Oi? Realmente tem gente que quer saber sobre isso? Eu dispenso.

E as campanhas para o uso da camisinha? Quer dizer que o povo só faz sexo durante o Carnaval, é isso? Porque, na minha modesta opinião, camisinha é item básico na bolsa de qualquer mulher e no bolso de qualquer homem em qualquer circunstância, em qualquer época do ano. Acho de uma hipocrisia sem fim essa campanha só ser veiculada no Carnaval.

Eu quero distância disso tudo, quero esquecer que faço parte dessa nação que adora Carnaval. Bom, na verdade eu também adoro. O feriado. É a única coisa que me deixa feliz nessa época. E é por isso que eu vou pra um lugar bem tranqüilo, bucólico e lindo (mentira, vai estar lotado de gente, quem eu quero enganar) e esquecer que essa tal festa existe. Ou pelo menos tentar abstrair toda a folia e fazer a minha própria festa. Pena que não dá pra ir pra Rússia, porque jornalista ganha uma merda e eu não tenho dinheiro pra isso. Com certeza lá eu estaria muito mais feliz.

Vai me dizer que você sabe que escola de samba é essa? Quem acertar o nome e o ano do desfile ganha um beijo da tia Melzinha.

Devido às merecidas férias da autora, semana que vem não haverá texto da Melzinha aqui no Talicoisa. Ela quer manter distância do computador e curtir uma semana de descanso longe de qualquer coisa que lembre trabalho. Mas não se preocupem, vocês não serão abandonados. No dia 14 de fevereiro a programação volta ao normal.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Exílio Internético


Imagine a cena: você chega em casa depois de um dia particularmente cansativo e se depara com o paizão esparramado no sofá vendo o detestável canal de esportes, seus sobrinhos correndo e gritando pela casa, sua irmã mais velha pendurada no telefone com o namorado pela quarta hora seguida e sua mãe reclamando que faz ‘tudo sozinha nessa casa’. Você conclui que o Iraque seria ligeiramente mais tranqüilo e rende graças aos deuses pela existência daquela caixinha mágica, sua porta pro mundo, seu oásis no meio dessa confusão: o seu computador!

Deus salve Bill Gates e toda sua fortuna!! Bendita seja a World Wide Web e toda a hipermídia! Vida longa à sua conexão!

A internet se torna um elixir, tudo ao redor some quando você se encontra online: o esporro que você tomou do seu chefe, o cocô que você pisou no caminho pro serviço, a cretinagem da vizinha que deixou o som no máximo volume impedindo-o de ver o fim da novela... Enfim, a internet tem um poder restaurador incrível!

Mas nem Dante conseguiria ilustrar o inferno que se apresenta quando esse bem lhe é cerceado. Quando a sua adorável janelinha pro mundo é impiedosamente fechada!!

Maldito seja seu HD! Morte dolorosa à sua Placa Mãe! Empalamento pra sua memória vadia!

No primeiro dia sem internet você é atingido por um desespero visceral, tão enlouquecedor que te leva a transitar sem rumo pela casa... No segundo dia, suas forças minguam e você começa a imaginar coisas e ter devaneios estranhíssimos que de alguma forma começam a te preocupar profundamente... No terceiro dia você decide montar um plano de ação e traça algumas atividades pra substituir o tempo que você usaria na internet: separa sextilhões de dvds, os bilhares de livros, cuja leitura você adiou por meses a fio, e se debruça sobre eles... Depois do quinto dia você já terá visto tantos filmes e lido tantos livros que começará a se sentir imensamente deprimido por ter digerido muita informação e resolve descansar um pouco... É aí que começa a sentir saudades da boa e velha caixinha mágica... Passado o sétimo dia você se sente parcialmente fútil ao concluir que depende da internet, mas acha que é mais produtivo ignorar essa realidade...Porque definitivamente, se a internet fosse uma pessoa, ela seria uma mistura de Angelina Jolie com Marília Gabriela! Gostosa e Sábia! Não dá pra viver sem...

Este texto é uma reedição. Dave Coelho está terrivelmente ocupado cuidando do seu personal computer que acaba de chegar do hospital. Rezemos pra que esteja tudo bem. Aleluia!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Carnaval chegando: o Rei Momo magro, os hits e as homenagens das musas do axé

Gente, só hoje fui perceber que não rolou vinheta da Globeleza pro carnaval de 2008. Uau, se continuar assim talvez em futuro próximo a Globo para de exibir as propagandas das escolas de samba!
Salvador já está preparada para a festa: calor infernal, engarrafamentos no calor infernal, camarotes e arquibancadas obstruindo a passagem, máquinas e tratores consertando o asfalto às pressas e por aí vai.

A polêmica carnavalesca fica por conta do Rei Momo. O encarregado do concurso resolveu cancelar tudo e escolher um cara de 50 e poucos quilos pra ser o Rei. Foi o que bastou parar virar notícia em todos os jornais e cair na boca do povo (que prefere um Rei obeso porque é tradição e blábláblá), os candidatos se sentiram injustiçados e recorreram ao Ministério Público, acabaram destronando o magrelo só que hoje ele já voltou ao posto de Rei Momo e a “controvérsia” continua...

Os hits já estão na boca do povo: Pancadinha (pancadinha, pancadinha, ela gosta de tomar pancadinha), Toda boa (toda boa, toda boa, ela é toda boa), A fila andou (a fila andou, eu te falei, não deu valor...), mas minha aposta para a música do carnaval recai em Não vale mais chorar (não vale mais chorar por ele, ele jamais te amou... Jamais te amou), da banda Bonde do Maluco – na verdade é uma versão da música Don´t Matter do rapper Akon (se você gosta da música não ouça a versão arrocha) e já passou até no Fantástico (na mesma reportagem da música do Créu, que nível!).

Os preços dos abadás aumentam progressivamente, é possível encontrar um abadá do bloco Camaleão (Chiclete com banana) por R$ 3.000. Tem gente que paga mil reais por dia, simata!
Os figurinos das cantoras de axé também ganham destaque nos jornais (intercalando com a febre amarela e o Rei Momo esbelto): Aline Rosa da Banda Cheiro de Amor (não sei como ainda existe) vai fazer uma homenagem ao mundo ou algo do tipo e vai usar trajes de gueixa, de espanhola (aposto que vai ser dançarina de flamenco, criatividade não é o forte) entre outros. Se ela usasse uma burka iria causar muito mais e perder muito mais peso. Daniela Mercury vai fazer uma homenagem à carreira dela, anyway vai ser algo muito brega, como sempre. Cláudia Leite prepara uma surpresa, qual será a homenagem?



Sêo Clarindo, o rei-palito...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Vergonha alheia

Todo mundo sabe o que é vergonha alheia, não é? É aquela sensação que nos deixa mortificados, não pelos nossos atos, mas pelos atos de outras pessoas. Acontece com você? Comigo é bastante freqüente, embora eu não saiba dizer as razões. Simplesmente fico com vontade de me enfiar num buraco, de tapar os olhos para não ver certos espetáculos grotescos, ou ainda de virar o rosto, contar até dez e pensar noutra coisa. O pior é que nem sempre dá para fugir do que nos deixa embaraçados. O que podemos fazer é tentar achar graça, já que o humor é o que nos salva, sempre.

Eu tenho vergonha alheia de quem:

Toca air guitar;
Grita “Toca Rauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuul!”, nos shows;
Ouve Raul Seixas por livre e espontânea vontade;
Recebe Bolsa Família ou qualquer tipo de ajuda social sem precisar realmente;
Fala “seje”;
Usa os bordões do Chaves;
Fala “a nível de”;
Escuta música ruim no som do carro – e ainda compartilha com todos;
Chama as mulheres de princesa;
Imita o visual de algum pagodeiro ou funkeiro;
Copia o figurino de alguma personagem de novela;
Começa um curso de dança do ventre (ou qualquer outra tranqueira) porque viu na novela;
Usa sandália sem estar com os pés bem feitos;
Só lê auto-ajuda;
Usa calça de cintura baixa e miniblusa sem estar em forma;
Está ficando calvo e puxa os cabelos da nuca para a frente;
Acha os Beatles chatos;
Faz piadinhas infames, como a do pavê ou a do “caiu um lenço”;
Fala “saúde!”, quando ouve alguém espirrar;
Comenta as doenças da família no ônibus;
Corre atrás do ônibus (eu prefiro perder...);
Reclama com quem não pode resolver seus problemas;
Não sabe usar o caixa eletrônico;
Pega todas;
Não pega nem gripe;
Pensa que toda música lenta (em inglês) é sobre amor;
Tatua o nome do atual namorado;
Ainda usa pochete ou aquelas “bolsas de homem”, chamadas de “leva-tudo” ou “capanga”;
Acredita em tudo o que vê na televisão;
Tem pássaros engaiolados em casa;
Deixa o cachorro preso a uma corrente, a vida toda;
Pinta as unhas do pé de vermelho (estilo o caramba, para mim isso vai ser sempre “coisa de velha”);
Tem um quadrinho com os dizeres “Aqui mora gente feliz” em casa;
Ainda corta o cabelo no estilo Xororó;
Anda com as unhas sujas;
Chama desconhecidos de “meu amor”, “meu bem” ou “meu anjo”, ao telefone;
É puxa-saco;
Fica de agarramento em público;
Fala mal do cônjuge (palavra horrível), na frente de qualquer pessoa;
Fala “pra mim fazer”;
Joga lixo na rua;
Trata cachorro como se fosse gente;
Não depila as axilas (se for mulher);
Mandou fita para todas as seleções do BBB;
Dá nomes comuns demais para os cachorros: Rex, Totó, Laica, Lassie;
Coloca nomes americanizados nos filhos;
Trata mal o garçom, o porteiro, a empregada;
É vendedor e trata os clientes como se estivesse fazendo um grande favor;
Voltou de Woodstock a pé;
Tenta converter os outros à força;
Não gosta de Ramones;
Pergunta à professora quantas páginas tem o livro que ela mandou ler;
Deixa os filhos mandarem na casa;
Usa batom vermelho Ferrari às 7 da manhã;
Usa muita bijuteria dourada (fica parecendo a cigana Sandra Rosa Madalena!);
Cospe na rua – e fala “gospe”;
Fala o que vai fazer no banheiro;
Pergunta o que os outros vão fazer no banheiro;
Chama salgadinho de “Chips” e sabão em pó de “Omo”;
Cutuca o nariz enquanto espera o sinal abrir;
Conta detalhes da sua vida sexual;
Pinta o cabelo de loiro e depois não tem dinheiro para fazer os retoques necessários;
Manda bilhetinhos com frases melosas, como: “Se amar é viver, vivo porque amo você”;
Deixa a unha do mindinho mais comprida do que as dos outros dedos;
Briga em liquidações;
Fala alto demais;
Grita “Lindo! Tesão! Bonito e gostosão!”, nos shows;
Canta “Fulaninho, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”, nos shows;
Berra “Aumenta, que isso aí é rock’n’roll!”, nos shows;
Dá o “golpe da barriga”;
Cai no “golpe da barriga”;
Quer competir com as filhas adolescentes;
É mulher e é machista;
Tem celular, mas só recebe ligações ( o cúmulo da pobreza e da falta de noção);
É Maria-gasolina, Maria-chuteira ou Maria-vai-com-as-outras;
Fica feliz por ser chamada de cachorra, tchutchuca, ordináááááária, ou qualquer outra vulgaridade do momento;
Selecionou o Sérgio Mallandro (!) para fazer papel de galã (!!) no filme da Xuxa;
Leva coisas pequenas muito a sério.

A lista ainda não terminou. A qualquer momento, alguém vai me surpreender com mais alguma aberração. É a vida...

sábado, 26 de janeiro de 2008

Ai... ai...

17 anos, perto de acabar a escola, bate uma onda de pensar no futuro. Mas o que acontece comigo quando penso em mim mesmo daqui a 5 ou 10 anos pode ser explicado com uma única palavra, vazio...
Me parece que essa imagem de adolescente que só quer diversão não sairá de mim nunca, não consigo me imaginar tendo mais responsabilidades do que tenho hoje. E quando penso que eu vou telas me bate um arrependimento do tempo que eu deixei de aproveitar, das coisas que eu devia ter feito e não fiz...
Sempre bate a pergunta, vou mudar completamente ou algumas coisas ainda ficaram do jeito que está...?
Ah, mas essa não é a única dúvida que me assola...
Como estarei financeiramente?
Terei tempo pra diversão?
Quanto será meu tempo livre?
Continuarei jogando conversa fora com meus amigos?
E eles? Onde estarão?
Como será minha aparência?
Nenhuma dessas perguntas tem respostas... Em parte por que não consigo prever o futuro (D'oh!)... Por outro lado por que não consigo nem tentar achar respostas...Aí vem aquela pressão de ter que me decidir e começar a fazer algo... Ou será que eu devia esperar e deixar as coisas acontecerem?
Provavelmente isso não é possível, chega uma hora que você deve deixar de ser coadjuvante de sua própria vida...E tá na hora de fazer isso... Último ano de escola... vestibular...É nessa hora em que a vida diz: Oi? E aí? Como vai ser? E agora eu, o Sr "Não imagino o futuro", tenho que decidir o que devo fazer nos próximos anos...
Eu, que converso a aula toda...
Eu, que muitas vezes estou mais preocupado com COld case do que com matemática...
Eu, que dou risada o tempo todo sem está nem aí...
Eu, vou ter que decidir por mim...
Uma coisa que vai ficar por muito tempo...Mas é bom que isso aconteça... É o mundo falando "CRESÇA!!!"!!! Tomar decisões é difícil, mas só o fato de ter que tomá-las nos faz crescer, melhorar, evoluir...Agora é tempo de pensar... Não adianta tentar deixar pra lá e ir ler o "Te dou um dado".
Frank, Agora é você e você? Vai encarar?Não tem outro jeito!(Fui fiodosesco, não?)
***

Pessoal sabe o que é pior disso tudo?
É que agora temos que estudar!!! Mas de verdade! Não como era na

Primeira série: Quando eu só estudava pra que as notas ficassem iguais no boletim
Não com era na quarta: Sopra mostrar pra monstra da professora de matemática que ela não me vencia
Não como era na sexta: pra mostrar a minha mãe que mesmo como as mesmas companhias as notas continuavam iguais.
Não como era na oitava: Pra ganhar um presente que eu queria.
Não como era no primeiro ano de ensino médio: Para desmentir a teoria da minha irmã de que eu estava assistindo muita TV e que isso tava me prejudicando.
Não como foi o ano passado: Só pra não ficar em recuperação em quase tudo.

Agora, pela primeira vez na minha vida, tenho que estudar pra APRENDER!!!!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

De uns tempos pra cá, as livrarias se viram invadidas por obras que têm o Afeganistão como assunto principal. Antes do George W. Bush invadir o tal país na busca tresloucada por Osama Bin Laden, essa que vos escreve tinha vaga memória da existência de tal nação graças às aulas de Geografia, e olhe lá. Era uma daquelas manchinhas do mapa mundi que a gente luta pra tentar lembrar o nome.

O pouco que sabia era o que passava na televisão, o que lia nos jornais e ouvia no rádio. Que tinham costumes ultrapassados, que eram fanáticos religiosos e se matavam em nome de Deus. Eu, que não sou uma pessoa religiosa, aprendi a respeitar todos os tipos de crença. Se o cara acha que explodir duas torres do país mais poderoso do mundo vai garantir a ele um lugar ao lado de seu deus, eu simplesmente não contesto. Existem maneiras e maneiras de demonstrar a devoção a algo ou alguém. Mas, enfim, não é sobre religião que eu quero falar.

Quero dizer que, mesmo que criticada por alguns, essa onda afegã que invadiu as livrarias, pelo menos pra mim, serviu para que eu pudesse conhecer melhor a história de um país devastado por guerras, sofrimento e dor. E, em especial, conhecer os costumes desse povo tão diferente de nós. Tudo por causa de um cara chamado Khaled Hosseini, autor de O Caçador de Pipas e A Cidade do Sol. O primeiro, um best-seller de grande sucesso que vendeu mais de 8 milhões de cópias no mundo - sendo 1 milhão de exemplares somente no Brasil - e que acaba de ganhar uma versão para o cinema. O livro trata de questões de diferenças étnicas dentro do próprio Afeganistão. É uma história sobre culpa e redenção que eu gostei muito.

Mas foi a leitura de A Cidade do Sol que me fez admirar o trabalho desse autor afegão. Hosseini fala sobre duas mulheres com histórias distintas, mas igualmente sofridas. Em um certo momento essas duas histórias se encontram. Não sei se é o fato de eu ser mulher e sofrer junto com as personagens, mas em vários momentos da narrativa eu chorei. Chorei por saber que do outro lado do mundo existe tanta crueldade. Hosseini consegue, por meio de suas palavras, traduzir em imagens na minha mente toda a desgraça que se abateu sobre o país e, em especial, sobre a vida dessas duas mulheres. Além disso, as minúcias históricas são muito bem explicadas como pano de fundo para a narrativa principal. Os detalhes são de uma riqueza impressionante, pois Hosseini viveu aquilo e ele sabe muito bem do que está falando. Com certeza as duas personagens principais desse livro, Mariam e Laila, ficarão por muito tempo na minha memória. Ficará na minha memória também que, por mais que sejam personagens fictícias, existem muitas mulheres que passaram - e ainda passam - pelos mesmos desafios, as mesmas lutas, as mesmas derrotas, a mesma humilhação, a mesma opressão que elas. São personagens marcantes, com histórias de vida impossíveis de ser esquecidas. Hosseini construiu com maestria duas das personagens que mais mexeram comigo até hoje. Disso eu tenho certeza.

Eu só sei que recomendo a leitura. Recomendo e muito. Não só pelo fato de saber mais sobre um país desconhecido para a maioria de nós, mas, também para conhecer um autor que sabe exatamente como tocar profundamente o seu público com as trágicas vidas que relata. Trágicas mas, de certa maneira, reais. E reais até demais para uma criatura tão emotiva com eu. E recomendo você deixar que a narrativa invada sua mente. Só assim você vai perceber o que esse cara é capaz de fazer por meio de simples palavras.

Khaled, gostaria de poder escrever igual você quando eu crescer.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

I S2 Beatles


Meu pai é beatlemaníaco, então eu cresci ouvindo Beatles por tabela. Demorei um pouco para me viciar, mas agora até o toque do meu celular é deles. E vamos para as minhas preferidas:

Something:
Totalmente linda. Só posso dizer que o George mandou muito bem.
Twist and Shout:
Cover, mas e daí?
Associada para todo o sempre ao filme Curtindo a vida adoidado, sempre dá vontade de dançar ou de dar uma de Ferris.
Strawberry fields forever:
Essa sempre me deixa um pouco triste, mas não de um jeito ruim... Não sei definir direito.
Ob-la-di, Ob-la-da:
Até em lista de piores músicas já foi parar. Eles levaram 60 takes para concluir a gravação, o John odiou. Eu adoro.
With a little help from my friends:
Conheci primeiro através da versão do Joe Cocker, depois que ouvi na voz do Ringo fiquei em dúvida de qual interpretação é a melhor. Hoje percebo que não dá pra comparar, cada uma é especial.
A hard day´s night:
Tão legal quanto o filme.
Please please me:
Love me do eu acho meio chatinha, mas Please please me é bacana e foi a primeira a atingir o #1 nas paradas inglesas.
All you need is love:
E ainda usaram a música na cena do casamento em Simplesmente amor…
Can´t buy me love:
É, essa eu uso no celular atualmente, mas até Hey Jude já ocupou este posto.
Eleanor Rigby:
Já foi minha preferida, até eu atingir o ponto de não poder mais escolher só uma...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Uma bruxa, um mágico, um velho e uma menina

“Minha avó era uma bruxa. Mas não uma bruxa qualquer, ela era a líder das bruxas de Porto Alegre e região. Andava sempre bem arrumada, cheia de jóias. No pescoço, ela pendurava um colar sagrado, que possuía poderes mágicos. Além disso, ela conseguia adivinhar seus pensamentos, só com um olhar. A casa dela era toda de pedra. Ao entrar na sala, a gente via um imenso caldeirão, que estava permanentemente borbulhando. Não havia luz elétrica. Toda a iluminação era feita por velas, muitas velas. Uma vez por mês, todas as bruxas se reuniam lá. Não sei, acho que era por causa da lua cheia. Nessas ocasiões, era acesa uma grande fogueira e todo mundo dançava e cantava em volta dela...”.

“Quando eu nasci, ainda no hospital, recebi a visita de um mágico. Ele andou pela maternidade, procurando duas crianças, a quem ele concederia alguns dons. Fui escolhida. A outra criança era um menino. O mágico se aproximou, pôs a mão nas nossas cabeças e sussurrou algumas palavras. Desde então, eu leio pensamentos, tenho sonhos premonitórios, consigo levitar sempre que eu quiser (a não ser que vente muito) e entendo a linguagem dos animais. Nunca contei isso para ninguém. A única pessoa que sabe disso é a avó. Porque ela é bruxa...”.

“Falando em avós, preciso contar sobre o avô da Márcia, minha vizinha. Ele é um zumbi. Não no sentido figurado, ele é zumbi mesmo. Um dia ele morreu, mas retornou do mundo dos mortos. Por isso, ele tem aquela pele meio esverdeada aqueles cabelos sempre arrepiados. Coisa estranha... Durante a noite, ele fica vagando pelas ruas. Quando encontra algum cachorro solto na vizinhança, ele mata. E come. Foi o que aconteceu com o pastor alemão da esquina. Diz que o velho chegou, ficou olhando fixamente para o cão, até que o animal fosse hipnotizado. Depois disso, ele só teve o trabalho de torcer o pescoço do bicho. No outro dia, os donos do pastor alemão só encontraram o couro e os ossos dele... A gente ouve cada coisa, não é? Mas é tudo verdade”.

A menina Luna gostava de inventar histórias sem pé nem cabeça, para assustar os outros. Mas ela não saía por aí, falando essas invencionices para qualquer um. Ela sempre soube escolher as vítimas perfeitas...

A história da bruxa foi contada para a, digamos, babá da menina. Luna não gostava dela, porque ela era chata, maldosa e vivia difamando as pessoas. Foi gratificante ver a babá from hell ficando apavorada e não se atrevendo mais a falar mal da avó de Luna, com medo de alguma represália, de algum feitiço. Melhor ainda foi notar que a babá nem conseguiu olhar diretamente para a avó, quando esta apareceu para visitar a neta...

Já a mentirinha sobre o suposto mágico, foi contada para um primo, numa tarde ociosa na praia. Ele acreditou em tudo, mas a menina Luna resolveu mudar de assunto, quando teve de dar uma pequena demonstração. Usou a desculpa de que podia aparecer alguém... Todo o cuidado é pouco, quando não se quer ser descoberta! Ainda assim, os poderes mágicos foram assunto durante o resto do veraneio.

Porém, a melhor história foi mesmo a do velho-zumbi. Essa virou até lenda urbana no bairro, pelo menos entre as crianças menores. A cada dia surgiam fatos novos, no melhor estilo “quem conta um conto, aumenta um ponto”. Devo dizer que a menina Luna ficou feliz da vida, por ter começado o diz-que-diz...

É muito bom ser criança e poder dar asas à imaginação, falar tudo o que se tem vontade, sem se preocupar com nada. O máximo que pode acontecer é não acreditarem na gente. Quando crescemos, a língua não pode ficar tão solta, porque aí somos acusados de fofoca, calúnia e outras coisas chatas. Como diz C.S. Lewis, em As Crônicas de Nárnia: “Gente grande tem mania de dar explicações sem graça!”.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Eu e o esporte

Foi no tempo da quarta série que me ocorreu esse pensamento: Tenho que praticar algum esporte. Quase todo mundo praticava algum e pareciam bem mais satisfeitos praticando-os do que fazendo educação física (que sofria o processo de “Oba! Educação física” para “puta merda, sair da sala pra fazer isso”). Então eu comecei a fazer as tentativas.
O primeiro foi o mais obvio, o futebol de salão. E lá vou eu pra o treino... Ah caramba, não deu certo mesmo! Até que é um esporte legal e talicoisa, mas não era pra mim... Além do mais, a explicação de que eu me concentrava em chutar pra um lugar, mas a bola ia pra outro não colou depois da sexta vez em que a bola foi parar nas escadarias do ginásio... E ainda tem aquela coisa da respiração ficar difícil... Corria um pouco e os pulmões queimavam e dava enjôo.
Depois eu fui tentar o Vôlei (por que no vôlei, supostamente, não se corre)... Não dava! Até que eu lembrasse de todas as posições... A manchete sempre saia torta, quando a bola vinha de toque, seu destino era sempre a minha cabeça... Sacar era um ato impraticável. Não, vôlei não era pra mim...
E lá vou eu pra o handball. A primeira parte do treino pra iniciantes era um jogo livre. Mandei muito bem, coloquei a bola no gol várias vezes, mas então o professor parou o treino livre e foi explicar as regras...
Três passos, bate a bola no chão. Três passos, bate a bola no chão, três passos bate a bola no chão, três passos bate a bola no chão, três passos... Alambrado, puft, caí!
Outra coisa ruim de decorar era a linha em que a bola devia ser arremessada... Lá o time fazia o maior esforço pra chegar próximo ao gol e eu estragava tudo passando da linha... Isso depois do mico do alambrado!
Depois teve a natação... Engolia água pra caramba, ficava com dor de garganta e depois com dor de cabeça por que sempre batia a cabeça na piscina.
Decidi voltar pra o vôlei! Aquela bola maldita não poderia ser melhor que eu! Mas não podia mesmo! Tentei... Tentei... E nada de melhorar, mas eu não queria desistir... Até que eu fui ficando mais velho e melhorei bastante...
Até hoje eu pratico esse mesmo esporte... Confesso que algumas vezes condenei a atividade física (geralmente nos momentos de frustração. Rs), mas é muito bom está integrado em uma atividade. Falo atividade por que não há a necessidade de ser um esporte... Pode ser até um clube de biscuit, o importante é ter esse momento em que você saia de casa e se dedique a algo que você gosta de fazer acompanhado de pessoas legais com as quais você possa dar risada... Aí vem aquele papo de substâncias que são liberadas pelo cérebro, blábláblá talicoisa...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Um homem contra o tempo

Ele abriu os olhos, irritado com o som intermitente do despertador. As pernas e os braços doíam, como haviam doido todos os dias, como sempre acontecia. Espreguiçou-se, fez força para levantar. Já haviam passado cinco minutos.

Foi ao banheiro, ainda tropeçando com o sono. Leva pelo menos 15 minutos até despertar totalmente. Sentou-se, acendeu um cigarro. Pensou no dia que vinha pela frente. Já haviam passado mais 10 minutos.

Voltou ao quarto, pegou suas roupas, sua toalha. Voltou ao banheiro. Jogou as roupas com que tinha dormido no chão. Ligou o chuveiro. Tomou um banho lentamente, pois o sono ainda o acompanhava... Hoje, estava demorando para acordar. Já haviam passado mais 20 minutos.

Secou-se, fez a barba. Realmente, barbear-se após o banho era melhor. A pele fica mais lisa, e macia. E os pelos saem mais facilmente. Vestiu-se. E já haviam passado mais 10 minutos.

Agora estava desperto. Desceu as escadas, arrumou suas coisas. Foi até a cozinha, não havia café. Pegou o bule, o coador, o pó de café, o açúcar. Pôs a água para ferver. Acendeu um cigarro. Já haviam passado mais 10 minutos.

Enquanto isso, o Sol lá fora brilhava, sem ligar para o que acontecia.

Coou o café, escaldou a garrafa. Encheu um pequeno copo, e bebeu. Planejou a saída, por aonde iria, que ônibus pegaria. Pensou se daria tempo para tudo. Mais 10 minutos haviam passado.

Escovou os dentes, passou mais desodorante. Conferiu se havia pego tudo o que precisava. Olhou novamente no mapa para se certificar. Pegou as chaves, abriu a porta. Saiu. E lá se foram mais 5 minutos.

Andou até o ponto do ônibus, e esperou. Acendeu outro cigarro, enquanto esperava. O ônibus chegou. Ele subiu, e ficou em pé. Não havia mais lugar para sentar. Desceu do ônibus na avenida movimentada, sem ter muita certeza de qual direção deveria seguir.

Perguntou ao passante pelo caminho. O passante não sabia. UMA HORA havia passado.

E o Sol continuava brilhando, alheio à ele.

Encontrou outro passante. Este soube lhe dizer o caminho. “Segue a rua até o final, depois entra a esquerda, depois à direita”. E lá foi ele. Encontrou o seu destino. Havia chegado cedo. Teria que esperar mais UMA HORA.

O momento se aproximava. Entrou, e procurou a pessoa com quem devia falar. Deveria esperar, pois haviam outros na frente. Acabou puxando assunto com outro, igual à ele. Estava ali pelo mesmo motivo. A conversa fluiu fácil. E mais 30 minutos se foram.

Finalmente, seus documentos foram pedidos. Ele pode encontrar a pessoa que o havia chamado. A conversa fluiu fácil. As esperanças são grandes. Ele vai precisar correr. E muito. E mais 20 minutos se passaram.

Saiu, levando consigo a mente cheia e o estômago vazio. O trabalho o esperava. Precisaria correr, agora. Um ônibus, um metrô, outro ônibus. UMA HORA E MEIA havia passado.

Chegou ao trabalho. Não havia muito o que fazer. Mas ele precisava correr. Há perguntas à serem feitas para as pessoas certas, há respostas à serem dadas. Há coisas para estudar, e resoluções para serem tomadas. Ele acende outro cigarro. A tarde avança. Mais TRÊS HORAS se vão.

Havia chegado atrasado ao trabalho. Mas ninguém tinha ido lá pra conferir. Resolveu voltar pra casa. Mais dois ônibus, um metrô, e mais TRÊS HORAS passaram.

O Sol estava escondido agora pelas nuvens, de uma chuva que se anunciou o dia inteiro, mas não veio.

Chegou em casa, contou sobre seu dia à sua mãe. Recebeu telefonemas, fumou cigarros.

Falou com aquela que realmente importa. Tomou outro banho, havia sido um dia quente. Jantou, descansou. Mais um cigarro. E mais DUAS HORAS se foram.

O Sol já tinha ido embora. A Lua deveria estar no céu, mas não estava. As nuvens da chuva que não vem a encobrem.

Ele volta ao quarto, senta-se a frente de seu computador. Acessa a internet, fala com amigos. Decide escrever um texto, para seu blog. UMA HORA E MEIA havia passado.

Ele termina seu texto. Tenta publicar, mas a internet lenta insiste em deixá-lo irritado. 20 minutos esgotam a paciência dele.

Ele não sabe como terminar seu dia.

A outra sexta feira havia passado tão rápido....

E ele passa, inexorável...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pensamentos, desabafo e idéias soltas

Sabe aqueles dias em que a cabeça vira um turbilhão de pensamentos confusos e sem explicações plausíveis? Então, as últimas semanas têm sido assim pra mim. Uma série de questionamentos passou a fazer parte do meu dia-a-dia. Questionamentos que surgiram, talvez, devido a alguns acontecimentos inesperados.

Percebi que comecei a questionar o sentido da vida. Não, acho que não o sentido, mas a fugacidade da vida. Em um momento, existe; no outro se esvai sem nos dar tempo de perceber sua partida. Aí, imagino e me questiono o quão vulnerável nós somos. Não somente na vida, mas nas atitudes que tomamos a cada segundo dela. Nossas decisões, escolhas e renúncias. De repente bate uma insegurança. Será que fiz as escolhas certas? Abdiquei daquilo que realmente não era importante pra mim? O que conquistei até agora é o que planejei? Enfim, minha cabeça começa a entrar em parafuso e tudo parece não fazer mais sentido algum. Afinal, o que a vida ainda reserva pra mim?

Só sei que um sentimento muito estranho de incerteza tomou conta de mim. Não sei quanto tempo isso vai durar, só sei que é incômodo. Logo eu que sempre estive disposta a tudo para conquistar o que quero, nunca fui desencorajada por nenhum tipo de obstáculo e nunca deixei pessimismo fazer parte do meu vocabulário. Não sei mais qual caminho seguir e isso me deixa extremamente perturbada.

Talvez esteja na hora de buscar novos objetivos, seguir uma estrada desconhecida, sonhar sonhos diferentes e deixar a vida me levar. Afinal, a vida às vezes pode ser tão lasciva, reservar tantas surpresas. Quem sabe eu possa ser surpreendida. De uma maneira positiva, espero. Para que esse sentimento, essa angústia e esse aperto dentro do peito sejam expulsos de mim. E que a alegria, o otimismo e a vontade de lutar voltem a fazer parte da minha rotina. Logo!

Pra onde ir, afinal? Essa é a grande questão.

Chiques de doer

Leitores, como o menino Dave já adiantou, hoje a Luna, nossa querida companheira neste singelo blog, participará do programa Urbano, do Multishow.

A partir das 20h, acompanhem no
www.multishow.com.br e prestigiem o caminho de Luna rumo ao sucesso.

Nas próximas semanas avisaremos vocês sobre a participação dos demais integrantes do Talicoisa neste mesmo programa. Aqui só tem gente chiquetosa, bem! E, muito em breve, famosa também. =P

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Novidades e Talicoisa

Muito bem, Brasileiros.

Eis que trago centenas de novidades aos senhores.

A primeira e mais clara delas, é o nosso novo layout que ainda está em fase de experimentação, mas que já agradou muito mais que os 137.943 anteriormente testados. Todos os agradecimentos ao querido profissa Wandson Lisboa que foi quem fez essa arte batuta!

Outra grande novidade é que os membros deste blog estarão participando a partir dessa quinta-feira do programa URBANO, do canal Multishow. [Sim, também achei chique]. A estréia fica por conta da nossa musa do Corcel Azul-Calcinha, a Luna.

Fiquemos todos insanamente sintonizados a partir das 20h nesse link bem aqui assim: http://www.multishow.com.br/

Muito boa leitura ao longo dessa semana que mal começou.

Grande Abraço Talicoisativo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Baianês


De vez em quando eu dou uma espiada na Desciclopédia, geralmente leio os textos sobre o Brasil. Me racho de rir com o artigo sobre Salvador, então hoje eu vou comentar a parte do baianês:

Em Salvador é falado o Baianês, que conta com seu próprio alfabeto:
A Bê Cê Dê É Fê Guê Agá Í Ji Lê Mê Nê Ó Pê Quê Rê Si Tê U Vê Xis Zê
Ao contrário do que muitos pensam, o Baianês não é falado lentamente, mas sim cantando. Não existe o gerúndio, mas sim o gerúnio: o "d" no "-ndo" é excluído, o que resulta em falano, correno, ao invés de falando ou correndo.


Totalmente verdade. Eu não costumo falar assim, mas ocasionalmente me pego mandando mensagens de texto assassinando o gerúndio.

Em baianês, uma frase nunca é concluída. Existem alguns verbos novos, como "bora" ou apenas "bó", que significa "vamos" (acompanhe a evolução: originalmente "vamos em boa hora" - "Vamos embora" - "Vumbora" - "'Bora" - "Bó") e também pode ser dito em forma repetitiva-poética como "borimbora" ("Vumbora embora") . Os exemplos abaixo só corroboram que existe uma capacidade inata no baiano em poupar energia. O caso clássico consiste na evolução do "Vossa Mercê" em "Vosmissê", após no já comum "Você", então no atualmente utilizado "Cê" e já foram encontrados casos de comunicação natural através do "Rummm" (som de grunido).

O bó já está disseminado. Também já presenciei casos de utilização do Rummm. É nessa hora que eu me pergunto aonde o português vai parar...

"Colé, miserê!" - Olá, amigo.

Infelizmente miserê faz parte do meu vocabulário.
"Colé, man!" - Olá, amigo.

Tenhos amigas que se tratam por man. Isso é muito estranho.

"Diga aê, disgraça!" - Olá, amigo.
"Digái, negão!" - Olá, amigo. (independente da cor do amigo)
"E aí, viado!" - Olá, amigo. (independente da opção sexual do amigo)

Verdade, ninguém liga muito em ser xingado – entre amigos, claro.

"Colé de merma ?" - O que é que você quer mesmo? (Caso notável de compactação!)
"Eu tô ligado que cê tá ligado na de colé de merma" - Estou ciente do seu conhecimento a respeito do assunto.

O colé de merma sofre a variação para o colé de mermo...Depende de quem fala.

"Shhh...Ai, mainhaaa" - Até hoje não se sabe a tradução. Sabe-se apenas que nas músicas de pagode, o vocalista está excitado com sua respectiva amante.

Provavelmente o Cumpádi Wasington é o responsável. Se algum dia alguém falar assim comigo eu morro de nojo.

"Porra!" - expressão de surpresa
"Pooorra!" - expressão de admiração
"Porra!" - expressão de raiva
"Porra!" - expressão de alegria
OBS - Existem mais de 5000 diferentes usos para o verbete "porra" em Salvador.

É isso aí, sem tirar nem pôr.

"ei, ó o auê aí ô" - tida como a única frase universal a utilizar apenas vogais e ter sentido completo, significa 'parem de baderna.'

O pessoal aqui se liga nas vogais. Tem também aquela música: aê, aê, aê, ê, ê, ô, ô, ô...

"Recebi Foi a Galinha Pulando" - Problema ou situação inesperado de alto grau

Isso virou até nome de banda.

"Bó vazá véi" - Vamos embora

Essa já ficou comum.

"Ó paí ó" - Olhe para aí, olhe!

Clássica.

Eu quero prova e R$ 1,00 de Big-Big!" - O mesmo que a expressão acima. O "Big-Big" é um chiclete muito valorizado por pessoas de todas as classes.

Uma relação diretamente proporcional: qunto maior for a descrença maior será o gasto em reais.
"Dei um ninja" - Escapei de um compromisso ou algo desagradável.

Ninja também pode simbolizar uma mulher piriguete, piriguete = mulher geralmente pagodeira e ou axezeira que pega tudo quanto é homem.
"Oxe!" - Todo baiano usa essa expressão para tudo, mas um forasteiro nunca acerta quando usa.

É o diminutivo de oxenti, geralmente utilizado para mostrar surpresa, indignação e coisaitali.
O resto das expressões vocês encontram aqui:
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Salvador
É tudo verdade.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Não vi e não gostei

Quando o filme Titanic foi lançado, lá nos idos de 1997, eu estava em outra. Eu era uma pós- adolescente de 19 anos, nem um pouco chegada em coisas melosas. Meu namorado (e todos os homens por quem eu me interessava) era punk.

Assim, não tive motivo nenhum para assistir Titanic. O galã do filme, um tal de Leonardo Di Caprio, era o protótipo do playboy, que eu tanto execrava. Aquele cabelinho loiro, aquela ausência de barba, aquela carinha de bebê, aquela voz irritante. Sinceramente, não dava. Isso sem contar que, na época, todas as minhas colegas de escola se apaixonaram perdidamente pelo frangote. Mais uma razão para eu não querer ver o filme. Afinal, eu queria ser do contra!

Quando finalmente Titanic estreou aqui na minha cidade, lembro que meus pais foram assistir. E eu fiquei em casa, cuidando do meu irmãozinho bebê. Deve ter valido mais a pena. Não tive que passar horas no cinema, nem ter que aturar os ganidos da Celine Dion, berrando os versos da infame “My Heart Will Go On”.

O tempo passou, e um belo dia o filmão estreou no Telecine. Tentei assistir, mas só consegui ver fragmentos da história. Pedi para me chamarem quando o navio começasse a afundar. Era isso o que eu queria ver. Tudo desmoronando, gente gritando, chorando, água para todo o lado, dor, desespero, cenas comoventes de pessoas exercendo o legítimo direito de lutar pela sobrevivência. O Titanic real entrou para a história justamente porque naufragou.

Romance? Ah, isso tem em qualquer novela do Maneco...

(E agora, pelo Santo Anjo do Senhor, chega de Titanic!!!)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Meme Titanic: Morra, Jack!!!!

Ó Céus. Me pediram pra escrever sobre o Titanic. Não sabem a besteira que fizeram.

Eu ODEIO esse filme. Quer dizer... Ódio é uma palavra muito forte...

(...)

Não, eu realmente odeio esse filme.

Tá bom, eu sei. O filme é lindo, super bem feito, cheio de coisas de época, James Cameron fez uma pesquisa incrível pro filme, Leonardo di Caprio, Kate Winslet, blá blá blá...

Mas cara... O Filme é pavoroso.

Veja bem, não me refiro à cena do desastre todo, essa sim, maravilhosa e extremamente bem feita.
Me refiro antes, à ESTÓRIA, ou seja, aquele romance água-com-açúcar entre Jack Dawson e
Rose DeWitt Bukater (Dave, o Coelho, que é fã ensandecido do filme, me disse os nomes... eu mesmo tinha feito questão de esquecer...)

"Rose, cansei de você... Vou pro Cruzeiro das Loucas..."

É pavoroso. Quase consegue estragar o filme inteiro. Chega a me dar asco.
Teria sido imensamente melhor, se tivessem feito apenas um filme-documentário pra mostrar como aconteceu.
Pra que ficar enchendo lingüiça, com aquela ceninha da mão no vidro do carro?

Sim, foi um desses...

Ou o retrato que o Jack faz da Rose...

E houve quem pagasse pra ver isso... algumas fontes afirmam que Dave Coelho teria corrido para a internet, após ver essa imagem. Seu sonho é ser a Rose de Jack.

Cara, me explica, se ele tava desenhando à lápis, pra que pintou a jóia em azul? Quer dizer que a jóia era mais importante que ela?
Esquisito, né?
Sem contar aquela cena do Jack fumando... O cigarro tinha filtro!
Naquela época, cigarro com filtro não existia, ainda!!!!!!!!!

Deus é testemunha que eu queria encontrar uma imagem do Jack morrendo afogado. Mas Deus não está de bom humor comigo hoje...

Agora, esse sim, teria dado um grande Jack Dawson, e quem sabe, alavancado ainda mais o filme...

Ele não deve mais o aluguel...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Meme: eu e o Titanic

Justo eu que não sou muito adepta dessas coisas de internet e talicoisa fui convidada a participar de um meme. Oi? Não sabe o que é? Explicando bem por cima, é o mais novo hit entre os blogueiros e consiste em uma corrente de textos sobre o mesmo tema. Fui convidada pela Ana para participar do meme sobre a primeira vez que vi Titanic. Vou contar pra vocês o que eu consigo lembrar, porque já se foram dez anos e a tia aqui já não tem uma memória muito privilegiada.

Eu tinha 15 anos e fui com minha mãe, pai, irmã, cachorro e papagaio ver o filme. Lembro que antes de assistir já sabia que o personagem do DiCaprio morria, porque todas as meninas da “turma” já tinham assistido e ficavam choramingando pelos cantos sobre o destino nada feliz do pobre Jack. Além de toda a mídia só falar sobre o tal filme, ainda tinha a música grudenta, cantada pela Celine Dion, tocando sem parar em todas as rádios. Respirávamos “Titanic” em 1998. E as moçoilas suspiravam, perdiam o ar e arrancavam os cabelos pelo Leonardo DiCaprio. Eu, particularmente, nunca fui com a cara do moço. O tamanho da cabeça dele me incomoda profundamente até hoje. Completamente desproporcional aquela moringa enorme e aquele corpinho magrelo, além do cabelo tigelinha mega brega. Nada me tira da cabeça que foi por causa dela (a cabeça) que o coitado afundou como uma perereca congelada no final do filme.

Mas falemos do filme, então. Lembro que sofri desidratação e papai emprestou o lenço pra eu enxugar as lágrimas que não paravam de cair. Algo completamente normal pra mim, que choro até em comercial de margarina ou naqueles quadros do programa do Luciano Huck. Aí, toda vez que a tal música tocava nas rádios, Melissa chorava lembrando do filme. Patético, eu sei. E minha irmã ainda comprou aquela edição especial em VHS do filme que hoje se encontra empoeirada e encalhada em algum canto do armário lá em casa. Mas antes da modernidade chegar e trazer para as nossas vidas o aparelho de DVD, eu assisti muito. Chorando todas as vezes, óbvio. Querendo ou não, “Titanic” marcou essa geração de adolescentes, principalmente as meninas românticas e choronas, categoria na qual eu me encaixo perfeitamente.

E como o meme me obriga a convidar mais três blogueiros para escrever sobre a sua primeira vez com “Titanic”, meus indicados são os fofos Nanael Soubaim, Dave Coelho, querido companheiro aqui no Talicoisa, mas que mantém também outro blog paralelo, e o Dark. Agora é com vocês, cambada.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Para Se Rir [ parte 2]

Dando continuidade à série de Vídeos Asfixiantemente Engraçados (VAE) e ligeiramente imbecis, apresento aos senhores, Dona Edith. Trata-se de uma líder comunitária que está a lançar seu livro "Como educar seu filho... Na favela!" tornando públicas dicas valiosíssimas, como vocês poderão constatar.
Os créditos são do projeto Terça Insana e o talento da Dona Edith é na verdade do fantástico Luis Miranda (o "Moreno" de Sob Nova Direção).
A direção deste blog aconselha os leitores a não assistirem a esse vídeo comendo nada que possa alojar-se irremediavelmente em suas respectivas úvulas.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Assunto de macho!

Morando numa casa com pai e três irmãos, costumo ouvir conversas sobre futebol o tempo inteiro. Não acho que isso seja ruim, muito pelo contrário. Mas não consigo deixar de me perguntar como é que eles conseguem guardar tantas informações (in)úteis na cabeça.

Eles conhecem todos os times, até os da décima-quarta divisão do campeonato lituano. Comentam, com a maior naturalidade, que o Vasco contratou Mirosvaldo César, aquele, que começou a carreira no XV de Jaú, passou pela Ponta Preta, jogou no Lazio e que agora resolveu voltar ao Brasil.

Na hora do almoço, pululam nomes como Juninho Pernambucano, Fábio Baiano, Sandro Goiano, Márcio Mossoró e Ronaldinho Gaúcho (o único da lista que eu conheço). O que me vem à mente, ao ouvir tais nomes:
a) Sobrenomes existem para quê, mesmo?
b) A imensa criatividade dos boleiros, na hora de adotar um nome “artístico”, é digna de admiração.
c) Quem é essa gente?

Não tenho a menor facilidade para acompanhar as reviravoltas do mundo futebolístico, até porque não me interesso tanto assim pelo assunto. Na minha cabeça, Marcelinho Carioca ainda joga no Corinthians, Túlio Maravilha ainda é a estrela máxima do Botafogo e Romário continua unha e carne com Edmundo. E até fico surpresa, quando descubro que tais fatos fazem parte do passado. Afinal, tudo era tão divertido na “época do Túlio”...

Sendo assim, não posso me meter muito nas conversas sobre futebol. Não me dariam atenção, mesmo... Fico quietinha, escutando tudo e tentando decorar pelo menos alguns nomes e escalações. Nunca dá certo, mas eu tento!

Se me deixassem expressar minhas parcas impressões acerca do esporte bretão, eu diria que:
a) Existe um jogador português chamado Cristiano Ronaldo. Jamais esquecerei Cristiano Ronaldo, pois Cristiano Ronaldo tem nome de galã de novela mexicana. Adoro!
b) Em tempos de Copa do Mundo, não posso perder os jogos da seleção italiana. É a maior concentração de homem bonito por metro quadrado!
c) Vampeta já posou para a G Magazine. Atentem para este fato. Um jogador cujo apelido é a fusão das palavras Vampiro e Capeta! O que deu na cabeça dos editores da revista? Será que foi uma edição especial de Halloween?
d) Confissão bombástica: eu vi a revista. Mas isso não pegaria bem revelar numa reunião familiar...
e) Bola na rede é gol. Precisa mais?

Por essas e outras, prefiro deixar o futebol para quem entende do assunto. Se existissem mais Davids Beckhams e menos Mirosvaldos Césares, talvez eu me interessasse um pouco mais por esse mundinho. Enquanto esse dia não chega, eu fico com as minhas novelas.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Voando Solo

Namorar é ótimo. Dá cores e emoção à vida, mas tem um detalhezinho irritante: não está sob o nosso controle. Conhecer a pessoa certa é uma loteria, e até lá, a gente tem opções: se virar com o primeiro mané (ou bruaca) que aparecer, ou relaxar e aproveitar os charmes da solteirice.

Você pode arranjar a decoração com todas as suas coisas favoritas. Ninguém reclamando dos acessórios de pelúcia, nem implicando com a coleção de latas de cerveja, por exemplo.

Uma moça solteira pode até descobrir que não precisa de ajuda para arrastar os móveis, e que trocar a bucha de uma torneira não é nenhum trabalho de engenharia.

Ir só até onde quiser na rotina de beleza, só arrumando o que achar necessário para se sentir bem. Bônus para quem jogar privada abaixo todos os cosméticos com “Sedução” ou “Sensual” no rótulo (a menos que queira cheirar como uma boneca Moranguinho).

Declarar, quando quiser, moletom furado e chinelo como o must da temporada.

Não precisar nem saber da existência de programas de caras que gritam uns com os outros, enquanto transformam um carro/moto perfeitamente bom em algo irreconhecível. Ou de mulheres falando ao mesmo tempo em discussões de duas horas sobre Botox.

Ir a todas as feiras de artesanato, exposições, peças de teatro e cursos que quiser, sem precisar olhar para um ser de tromba amarrada achando aquilo um porre, apesar de ter insistido para ir com você.

Não precisar fazer de conta que se importa com a escalação do time X, especialmente quando torce para o time Y.

Não precisar sentir ciúmes de carro, moto, ou seja lá que aparelho for (insira aqui piada de vibrador da sua preferência).

Chegar perto de um bebê, sem fazer ninguém se borrar de medo, achando que o mero contato com o petiz vai deixá-la com vontade de ter um seu.

Só ter que agüentar os seus puns.

Cultivar um jardim bacana, sem se preocupar se as petúnias vão virar estacionamento.

Apertar o tubo de pasta de dente onde bem entender.

Não precisar prestar atenção na posição do assento da privada.

É claro que dá para fazer todas essas coisas ao lado da pessoa certa, ou, pelo menos, ter alguém cuja companhia faça a amolação valer a pena. Mas até segunda ordem, ficar por conta própria não é nem de longe tão ruim quanto pensam os bem intencionados que sutilmente sugerem aquela simpatia chama-marido na noite do Ano Novo.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Reinício...

Esse foi, talvez, o primeiro ano que eu não senti a mudança.

Explico: Todo ano, quando chegavam Natal e Ano NOvo, depois da meia-noite do dia 31 de Dezembro, dava uma sensaçãozinha de que o ano REALMENTE tinha acabado.

Que agora as coisas "VÃO MUDAR". Que "VAI SER DIFERENTE". Ou o melhor de todos: "Até que enfim esse ano ACABOU!"

Mas desta vez, essa sensação não rolou.
Não sei exatamente porque. Não foi a bebida. Eu não bebi, estava a uma semana tomando remédios, por causa de um dente do siso que eu tive que arrancar no dia 26, que além de inflamado estava infeccionado.

Mas desta vez, a sensação NÃO ROLOU.

Talvez seja minha mente finalmente aceitando que não existe mágica.
O mundo muda, mas lentamente.
Não de um dia pro outro, não de um minuto pra outro.
Mas com o dia-a-dia passando, um dia após o outro, com eu mesmo protagonizando os momentos que farão a vida mudar.

Mas eu não sou partidário desse tipo de pensamento. Eu sei que não sou sozinho no mundo, e MUITAS, mas MUITAS coisas mesmo dependem não apenas da minha vontade, mas de muitos. Eu sozinho não decido o destino do mundo. Nem tampouco da minha própria vida. Uma vez que as decisões de outros podem me afetar, eu não sou dono de tudo.

Tá, me chamem de provinciano, de demente, do que quiserem.
Mas eu penso que é assim.

Se não for também...

Eu ainda não estou em 2008.

Porque a sensação "não rolou".


Não passou não... Não mesmo...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Resoluções para 2008 e talicoisa

Todo fim de ano é a mesma coisa. Uma multidão de carros e pessoas descem para o litoral paulista, ficam horas parados no trânsito e uma viagem que dura no máximo uma hora e meia se transforma em um tormento de mais de cinco horas, cozinhando o cocoruto num sol de 35ºC (aqui você pode imaginar eu assistindo o jornal com um sorrisinho muito do malvado no cantinho da boca). Aí você chega na praia e enfrenta fila pra comprar o pãozinho nosso de cada dia, sofre com a falta de água e é queimado por águas-vivas. Tudo isso para ver a queima de fogos do Reveillon. Programão, hein!

Eu amo São Paulo no fim de ano. A cidade fica linda! Silenciosa, sem filas, sem trânsito, sem gente. Praticamente um sonho. Consegue-se até colocar os pensamentos em dia. Foi o que eu fiz. Gosto de pensar naquilo que pretendo para o próximo ano. Uma listinha de resoluções, sabe? Então, eis a minha:

Aumento de salário
Sim, Melissa precisa de um salário mais alto. Já fiz a solicitação, chefe está a pensar e Melissa está aguardando o resultado de tanta reflexão. Se não conseguir o que eu anseio, a situação me leva a outra resolução: um novo emprego, que pague o que eu quero. Sou uma moça decidida. E leonina, como sempre ressalto.

Save money
Pretendo nesse ano de 2008 engordar minha poupança. A bancária. Está nos meus planos separar uma quantia maior do orçamento mensal para guardar, mas isso depende da primeira resolução aí em cima.

Um carro
Diretamente ligado ao fato de guardar dinheiro está a aquisição de um automóvel. Mas não pensem vocês que eu vou usá-lo para trabalhar todos os dias. Nem pensar. Eu e o trânsito de São Paulo não combinamos, sou muito estressada. Além do combustível gasto, que é exorbitante. Pelo menos pra mim, que atravesso a cidade para trabalhar every day. Quero meu carrinho para sair nos fins de semana e viajar quando eu quiser. Simples assim.

Pós-graduação
Faculdade já concluída, agora é tempo de pensar em uma especialização. Não sei se iniciarei um curso durante esse ano, mas pelo menos decidir qual eu quero fazer já é um bom começo. Tem um monte de curso que eu quero fazer. A escolha tá difícil. Quero fazer alguma coisa que eu goste (óbvio) e, ao mesmo tempo, some à minha vida profissional. O problema é que eu não sei se quero ser assessora de imprensa pelo resto da vida e escolher um curso relacionado a essa área pode ser um equívoco. E depende também da primeira resolução (Cáspita, tudo nessa vida depende de dinheiro? Detesto ser gente grande.) Whatever. Preciso pensar.

Ler mais livros
Sempre fui uma apaixonada por leitura, mas confesso que no ano passado o número de livros lidos por mim foi ridículo. Pelo menos para esta que tem o costume de ler pelo menos um por semana. Colocar a leitura em dia é umas das principais resoluções para esse ano.

Um namorado
Essa não é bem uma resolução. Tô indecisa ainda sobre o assunto. Às vezes eu penso que quero, afinal, estou a quase um ano solteira e é sempre bom ter alguém para brigar na TPM. Brincadeira! Mas, ao mesmo tempo, minha vida de solteira está tão boa e namorar dá tanto trabalho que eu já fico com preguiça só de pensar. Não quero abrir mão da minha liberdade. Portanto, preciso de um ser do sexo masculino que acompanhe meu ritmo e respeite meu espaço. Se for alto, moreno, forte e inteligente pode mandar o currículo para análise, ok? Agradecida.

Reveillon na avenida Paulista
Podem me chamar de louca, mas eu sempre quis passar a virada de ano na Paulista. Eu sei que é estranho. Eu não gosto de muvuca, mas dessa festa eu quero participar. Só não consigo arranjar mais alguém tão insano quanto eu capaz de enfrentar aquela loucura. Eu queria ir nesse ano, mas saber que Leonardo ia chorar (desculpa, mas aquilo não é cantar pra mim) no palco me desanimou e eu não fui. Mas fiquei morrendo de vontade de ver o show do Lulu Santos. Esse ano eu vou! E não há quem me segure.

Se alguém tiver um desses sobressalente, favor entrar em contato.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Solilóquio de um Apaixonado [reloaded]

Brasileiros, foi dada a largada.
E o meu desejo pra 2008 é que sejamos bravos. Que não nos acovardemos diante das adversidades que virão. Que sejamos bravos e que com nossa bravura, conquistemos nossos sonhos.
E que comemoremos juntos! E que celebremos e dancemos juntos.
Façamos de 2008 um ano fodástico!
Quero convidá-los a recordar comigo um texto que escrevi há dois anos e que foi publicado no jornal O Estado do Maranhão. Cliquem na imagem e boa leitura.


terça-feira, 1 de janeiro de 2008

E que venha 2008!

A melhor coisa do ritual de passagem de ano é que mesmo quando a gente está pra baixo, sempre surge uma pontinha de esperança. Mesmo que seja apenas por algumas horas, as pessoas desejam o bem, da forma que for, comemorando ou não, todos anseiam por mudanças.
Não costumo fazer pedidos ou promessas, apenas agradeço por tudo que tenho e penso o mais positivamente possível para o próximo ano.

Se conseguíssemos manter pelo menos um pouquinho desse sentimento de renovação, os anos seriam bem melhores. 2008 vai ser melhor do que 2007, e eu sei disso apenas porque eu acredito, só precisamos acreditar e seguir em frente.
Então, um excelente 2008 e coisaitali para todos vocês - os que escrevem e os que visitam o blog e que eu tive o prazer de conhecer, ainda que virtualmente!