sábado, 31 de outubro de 2009

Último texto do mês

Uéu. Por essas preiclitâncias da vida, o último dia da semana de aniversário do Talicoisa veio parar no último dia do mês, em pleno halloween. No meu dia de escrever.

Eu já tinha anunciado a semana vindoura, mas a semana começa no domingo, não no sábado. Eu tenho alguns textos em mente, mas não com este tema.

O povo aqui às vezes reclama que o blog poderia ter mais leitores, ou seja, comentários de gente de fora. Se consola, o meu às vezes passa duas ou três semanas às moscas. Vários talicoisers já abriram a abandonaram vários blogs mundo afora, sem nem promessa de casamento para os coitados.

Em parte é bom, significa que não estamos aqui em busca de glória, dinheiro e poder. Mas se vierem serão bem-vindos.
Nossos poucos e cativos leitores, porém, devem ter se perguntado os motivos de uma página com tamanho potencial não deslanchar na blogosphera. Eu explico o porquê;


  • Nós trabalhamos, estudamos ou ambos. Fica difícil ter a dedicação que gostaríamos de oferecer ao leitor, pois fora da internet, que é uma ilusão dentro da ilução que é o mundo, não se consegue um Corcel 1975 azul diamante (vulgo azul calcinha) com um simples download. Para continuar a escrever aqui, temos que arcar com os compromissos que a sociedade nos impõe. O Talicoisa ainda não dá dinheiro.


  • Somos um bando de malucos. Fora da internet, vestimos a carapuça de cidadãos responsáveis e confiáveis. Mas aqui dentro a sanidade mental é apenas nossa babá, nós mesmos não nos preocupamos se aquilo rasgado é um cartãozinho de tele-mensagens ou uma nota de cem Euros. Por isto mesmo não temos muito foco, falamos do que nos apetece, ou o que consideramos necessário falar. Não temos muito tempo para pesquisas diárias de grande profundidade, pelos motivos supracitados.


  • Falamos mal do comportamento alheio, não do alheio. Há uma imensa diferença entre ser maluco e ter imensas falhas de caráter. Não nos alegramos com a Xuxa ter se irritado, quando internautas malharam a Xaxá por ela ainda não saber direito quando falar qual idioma. A achamos chatinha, mas conseguir audiência fácil com a indignação de uma mãe (podem dizer o que quiserem, mas ela é mãe) não está em nosso repertório. Por isto a imprensa não nos foca, por isto nossa legião de fãs continua bastante restrita.


  • Nós ainda não nos conhecemos pessoalmente. Viajei para São Paulo, fiz quase tudo o que a patota do Fórum queria que eu fizesse e troquei algumas palavras com o Fio. Não houve tempo para mais e os demais talicoisers eu nunca vi fora da rede. Não tivemos as reuniões de amigos para as apresentações e, na terceira ou quarta vez, para o planejamento sério e altamente militarizado de uma dominação mundial, nos moldes da Coca-Cola. Houve encontros, certo, mas fragmentados, nunca com os talicoisers em massa. Já pensaram se numa dessas os ex-talicoisers decidem aparecer também...


  • Nós sabemos muito bem que o topo é para poucos, simplesmente porque o topo é pequeno e lá não cabe muita gente. Então não grilamos. Também sabemos que já saímos da base da montanha, então temos uma visão melhor que a da maioria dos blogueiros. Conseguimos isto com o esforço desprendido no pouco tempo disponível que temos, sem ganhar um tostão por isto, mas tudo o que fizemos foi com carinho.


  • Nós olhamos sim para onde estamos atirando, por isso mesmo o tiro é consciente e certeiro. Acontece que um alvo sozinho não chama atenção. Há tanto neon, tanto holofote em cima de assuntos torpes e/ou artificialmente "importancializados", que uma reflexão bem humorada sobre um tema grave é ofuscada. Mas se for para ganhar dinheiro com lágrimas e sangue alheios, desculpem e procurem outro blog, continuaremos financeiramente pobres... Por enquanto.

Não nos importamos com a glória efêmera, queremos que a nossa seja perene. Correr atrás de fogos de artifício é uma loucura maior do que correr atrás de estrelas. Quem corre atrás de estrelas tem um caminho, descansa durante o dia e volta a caminhar no frescor da noite; quem corre atrás de pólvora colorida se transforma em uma barata tonta, que não presta atenção nos carros que passam na rua.

Pelo exposto, não estamos em busca de sucesso, por enquanto. Mas quando as preocupações diárias estiverem sob controle, e nossas famílias devidamente acertadas, então será uma segunda época para a blogosphera, quando o modelo actual não terá o mesmo êxito. Valerá mais o conteúdo do que o impacto. Então sim, vamos atrás da glória, do dinheiro e do poder que nos são de direito. Porque são nossos e ninguém tasca.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

2 anos... Now what?

Era um blog muito engraçado. Não tinha teto, não tinha nada...

Tá, não rimou. Deixa pra lá, então.

O fato é, pessoas e pessoos, este pequeno blog, esta coisinha pequena, mas cheia de siacabancia, glamour e psicodelia chegou aos 2 anos de existência.

Muitos não acreditaram na gente. Muita gente se achava mais que nós. Mas nós permanecemos.

Eles não.

Não somos melhores. Apenas continuamos.

Não desistimos. Ainda que não pareça, as vezes.

A vida é cheia de altos e baixos. Cheia de voltas. E nesse período meio "meia-bomba", estamos tendo a vida de pessoas normais. Não mais os doentes mentais e anti-sociais que somos, mas de pessoas que tem vida própria. Sim, nós somos Nerds.

Luna trabalha demais e ganha de menos, e está sem pc. Meg estuda demais e tá tendo phallo demais, com seu cafetão membrudo. Dave Coelho virou professor de pirralhos, trabalha e estuda demais, e não tem o mesmo gás de 20 anos atrás. Adriane arrumou um homem pra chamar Dirceu e desistiu de ser a nova Tiazinha. Fio (este que vos fala) virou babá de pirralhos, e ainda sofre da falta de mulher, mas agora tem ocupação; e um dia ainda vai ganhar dinheiro com isso. Nanael saiu da gaiola (isso não é uma metáfora homossexual; Nanis é mais hetero que muitos que se dizem tal). Elmo (vulgo Fábio) trabalha numa galeria de arte; tem glamour demais e sexo de menos.

Ou seja...

Pouca coisa mudou. Apenas temos esperança o suficiente de que algo vai mudar. Algo vai acontecer nas nossas vidas, porque alguns sonhos e/ou necessidades foram supridos.

Coisas que a gente esperou/esperava tanto, aconteceram. Ainda não é o suficiente, mas a gente tá chegando lá. Isso é certo.

Do mesmo jeito, o Talicoisa mudou. E vai mudar mais ainda. E talvez um dia, a gente chega lá.

Um dia a gente vira um blog com leitores, pra começar. XD

Mas o certo é que tudo está mudando. O que é certo, é que isso vai ser um momento que, ainda que muitas coisas aconteçam, ainda que um dia a gente acorde e resolva acabar com o blog e fazer um último post de cima de um prédio na Inglaterra, a amizade e o amor vão continuar. E isso, meus amigos, mais do que tudo, é o que fez, pra mim, valer a pena estes dois anos.

Temos poucos leitores? Sim.

Temos criatividade de menos, às vezes? Sim.

Somos chatos, preguiçosos, mal-educados e nerds? Sim, e como...

Mas ainda assim, eu amo vocês.

E esse amor, e essa amizade, eu tenho certeza que valem a pena. E que é uma coisa que eu vou levar comigo, pro resto dessa vida. E de todas as outras.

Amo vocês.

E que venha o Ano Três.

[Uia, agora rimou!]





"Augen auf, Ich komme!"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Foi mais ou menos assim

Luna entrou no fórum e reparou no Fio. Ele usava, na época, um avatar do Rob Zombie. Luna gostava de metaleiros. Luna gostou do Fio, portanto. Luna e Fio se deram bem. Brigaram horrores. Riram e choraram. Luna sempre teve problemas mentais. Fio consegue ter mais. Prontofalei.

No mesmo fórum, Luna percebeu a existência de Nanael. Nanael não parecia ser metaleiro, e realmente não era, mas ela achou que ele tinha algo de especial. Luna não se enganou(muito). Nanael não era velho, nem português. Mas era um homem como não se vê mais, Mirtes.

Andando um pouco mais naquele espaço virtual, Luna deparou-se com Frank. Aliás, todo mundo reparou no Frank. Frank virou o preferido de Luna, que até o rebatizou. Não é mais Frank, é Franj. Luna ficava meio labirintítica quando Franj estava presente. Ainda fica.

Franj conhecia a Meg e tratou logo de apresentá-la a Luna. Foi capricho dos deuses. Com Meg, Luna chegou ao ápice de seus problemas mentais. Meg era uma adepta da intrincada filosofia de Cumpádi Uóxinton. Com ela, nasceu a siacabância. E Lord Voldemort ganhou duas fãs bem mais interessantes do que Bellatrix Lestrange. Fãs que não precisam de amaci hair – dica.

Numa noite de inverno, Dave Coelho chegou. A primeira conversa entre Luna e Dave foi sobre o tempo. Estava fazendo frio no Rio Grande do Sul e calor no Maranhão. Nenhuma novidade, portanto. Mas o diabémoleque e novas conversas vieram. Bem mais interessantes, posso garantir.

Quando Luna achava que já conhecia todas as pessoas legais, siacabantes e interessantes do fórum, apareceu uma certa professora e adevogada. Luna sempre admirou essa pessoa de longe, até que um dia, não se sabe como, surgiu a iluminação. Corceluia! Adriane virou a teóloga da Verdade Suprema e, mais tarde, companheira bloguística.

Bem mais tarde, quando o fórum estava começando a acabar, apareceu o atrasildo: Fabio. Ele chegou tarde, mas conquistou o coração de Luna, que não consegue escrever nada menos brega do que isso. Luna e Fabio querem que a Subway faça sanduíches de 25cm. Estão de olho num certo estabelecimento comercial na Alameda Lorena onde passam o pinto. Ambos são magricelas, usam óculos e são puro glamour.

Toda essa gente reunida, um dia, começou a escrever um blog. E o resto já se sabe.



(Acima, a caixinha que ganhei de presente da Meg. Vejam até onde nossos problemas mentais nos levam. Adoro!)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Branco, branco, branco!

Muitas coisas são brancas. Flores, nuvens, algodão, dentes de propaganda, páginas quando a gente tenta escrever, telas no lugar das páginas nos dias internéticos de hoje.

Branca é a igualdade, a paz, a cor que se decompõe nas outras.

Os flocos de neve, o pêlo de vários animais, as letras no teclado preto, as teclas marfim do piano são também brancos.

Brancas são determinadas substâncias químicas, algumas das quais são capazes de viciar e matar. Branca é o nome de duas vilãs vividas por Suzana Vieira, cujo ex-marido morreu cheirando uma dessas substâncias bracas vestindo uma sunga idem. Pois é, o branco também pode ser irônico.

O que está ao redor do alvo, da íris dos olhos, na bandeira de armistício, em fumaças, nos casamentos ocidentais, no luto oriental também é branco. Algumas frutas têm a polpa branca.

Em branco também passou o dia de nosso aniversário... mas o glacê de muitos bolos também é branco.

Homenageando ao Talicoisa em todas as suas cores, um bolo branco!

sábado, 24 de outubro de 2009

Pré-coiser


Se não me engano, foi no fim de 2007 ou início de 2008, que recebi o convite para me internar na ala Talicoisa do hospício que é a blogosphera.

Até então eu estava tranqüilo e gordo com o Palavra de Nanael, publicando uma vez por mês e olhe lá.

Na época, a Luna foi me dando as instruções e eu clicando de botão em botão. Tateando os ícones como todo homo analogicus, que ainda tem o cérebro valvulado. Lembro que ao fim do cadastro (ou seja como chamam esse alistamento bizarro) lhe perguntei o que faria; "Agora tu postas, ué!".

Fiquei lisonjeado, ao mesmo tempo que certa estranheza percorria meus chakras. Eu não gosto de publicidade, fujo de câmeras, popularidade ainda é cousa extremamente recente e da qual não sei a extensão.

Na verdade eu virei blogueiro por insistência de amigas do Fórum. Não acreditava ter conteúdo para exibir em rede mundial, até porcer certametne existe algum louco em alguma parte do mundo, que coleciona publicações de blogs obscuros, para fins de acervo cultural; tal qual eu faço com imagens, textos, artigos e reclames antigos.

Eu não escrevo esperando agradar. Na bucha, esperava da internet as mesmas ameaças de morte que já me fizeram ao vivo, mas com o youtube cheio de vídeos eróticos, os psicopatas da rede devem ter mais com o que se distrair.

Quando ingressei para o Talicoisa, TC (não confundir com o Karmann Guia TC) para os íntimos, o blog era um formigueiro digital. Praticamente todos os dias tinham seu texto garantido, às vezes haviam dois ou mais. A Luna chegou a ser entrevistada televisivamente por causa do sucesso.

Entre idos e chegados, percebemos o preço que a juventude cobra. Os garotos do blog, outrora tão activos, estavam ingressando na vida adulta, responsável e chata da maioridade. Questões de emprego, vestibular, mudança e lambança foram afastando nossos co-coisers. Hoje acredito que Adriane, Luna e eu somos os mais assíduos. Muitas vezes preciso fazer textos emergenciais para que o espaço entre eles não seja excessivo. Mas mesmo eu e meu senso de compromisso estamos falhando, de vez em quando. Questões lambançais que estão me deixando careca.

Se tornou comum, e até interessante, publicar um texto nos dois blogs, o que não é o caso deste. Terei que brunir as camisas removíveis para inventar alguma tosqueira para o meu.

Nas dus últimas semanas, queridos co-coisers têm dado o prazer de suas participações, embora fique claro que não conseguem mais o vigor diário de antes. Pelo que os ex-coisers fazem muita falta, por mais encrenqueiros que alguns deles pareçam.


Espero, entretanto, que doravante consigamos regularizar o fluxo de publicações, ao menos quatro textos de quatro talicoisers por semana. Um dia as cousas voltam ao anormal e teremos mais uma vez gente atropelando o dia alheio porque teve uma inspiração que não poderia esperar, voltaremos a ter memês e, quem sabe, toda a ala psiquiátrica junta dando entrevista na Tv Cultura. Alô, Herodoto Barbeiro, nos aguarde-nos a nós próprios...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Capicuas e Palíndromos (para Gaby)

Só a título de referência, e para ficar claro e estragar o início desse texto, explico: Palíndromos são palavras que podem ser lidas de trás pra frente e vice versa, mantendo o mesmo significado, como REVIVER, RELER ou RAPAR.


Capicuas são a mesma coisa, mas com números, como 54245 ou 96369. Pronto. Voltemos ao texto.

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A vida é cíclica, minha querida. O mundo dá voltas. Como capicuas e palíndromos.

E não, isso não é uma referência negativa a aquilo que tem ocorrido a você.

Apenas quero te fazer enxergar certas coisas. E te pedir desculpas.


Sim, o mundo dá voltas. Como disse o nosso grande JC, "colhes o que semeias". E isso se vale tanto para aquilo que se faz de bom, como aquilo que se faz de mau. Tanto para aquilo que dizemos que NUNCA faremos, como para aquilo que fazemos sempre. E achamos que NUNCA vamos deixar de fazer.

A vida é dura? É sim. Alguns dizem que "A vida é dura pra quem é mole". Discordo. A vida é dura pra todos. Para os preguiçosos, é mais dura ainda. Porque há o trabalho em si, e o pensamento de que trabalhar é necessário, que já traz cansaço pra quem é preguiçoso.

É dura, sim, mas ao mesmo tempo é linda. Há momentos difíceis, para todos. Momentos que a gente acha que não vai aguentar, em que a vida não faz sentido, em que tudo parece desmoronar, em que tudo parece perder o rumo. Em especial, aquilo que está exatamente à nossa frente.

Mas tudo isso é ilusão. A vida continua sendo ela mesma. Pra mim, pra você, para todos nós.

Cada um de nós passa por aquilo que TEM QUE passar. À cada um de nós, Deus dá um quinhão de sofrimento. E a partir do momento que aprendemos a enxergar, Ele dá também um pacotão cheinho de bençãos.

É que muitas vezes, a gente não sabe entender. Muitas vezes por estarem tão próximas, ou porque a gente acha que vive num casulo. Ou numa ilha. Mas como já foi dito, "ninguém é uma ilha". Ninguém.

Isso não é auto-ajuda. Nem um texto sobre religião, ou sobre uma pretensa "Filosofia de Tio Fio". (fiodetelefone, como diz a Isa)

Só coisinhas que eu queria te dizer, por experiência de vida. Sei que você pode ler tudo isso e achar que foi desnecessário. Ou inútil. Ou sem sentido. E provavelmente seja, mesmo. Mas eu só queria que você lesse. E pensasse um pouco.

A vida é muito mais do que o colégio. Embora (é claro) seja um microcosmo do que você vai ver na sua vida posterior (de depois do colégio, não após a vida :P), isso não é tudo.

Nisso que eu digo que você precisa de MAIS MUNDO na sua vida.

Embora sua cidade seja pequena, é bem maior que o colégio. Embora seja distante, tem muita coisa de bom.

Tem PESSOAS.

Elas é que fazem seu mundo crescer. Elas é que vão te trazer experiências e novidades. Elas é que vão fazer você estudar mais, procurar mais, saber mais, querer mais.

São pessoas que fazem o nosso mundo. São pessoas que nos trazem prazer.

Claro que a dor também está inclusa no pacote. Mas ela faz parte. Chega a ser estúpido querer viver e achar que não vai sofrer, ou se tomar determinada atitude frente à vida e às pessoas, achando que assim está se protegendo.

Tire as "redes de proteção". Se deixe levar. E aqui, eu puxo o lado religioso: ELE nunca vai te desamparar. Porque ELE quer, acima de tudo, que você seja FELIZ.

Há coisas que eu já te disse, e que não devo dizer novamente aqui. Mas você sabe a o que me refiro.

Não esteja apenas no mundo. Faça parte dele. Saiba o que ele tem a oferecer para você aproveitar. Permita-se isso.

Apenas desejo que você seja feliz. E que consiga perceber o mundo como ele realmente é.

Como o Éden que o Pai nos deu.

E que nós, por interpretarmos não apenas as palavras d'Ele, mas como nossa própria vida, estamos sempre destruindo. Sempre sugando. A Serpente somos nós mesmos. Através de um espelho que mostra como somos por dentro.

A ganância, o egoísmo, o orgulho. ISSO é a Serpente.

Não permita que essa Serpente viva em você, minha querida.

Tenha fé no Pai. E viva. A cada dia, segurando nas mãos d'Ele.

Ele não vai deixar você cair.





"Hey you, sing along: 'I WANNA HOLD YOUR HAAAAANNND...."

Bandicoisa

Eu quero fazer um texto bem bonito em homenagem ao aniversário do blog, mas nem vai ser agora...Oi? Eu tô no laboratório da faculdade e não quero me emocionar aqui (e nem pesquisar imagens tipo Cumpádi Uóshington e web-hits com travestis - coisas que pertencem ao mundo talicoisístico).

Então eu resolvi que vou escrever um bandicoisa. Típico de quem está aproveitando o horário vago entre as aulas e o estágio :]

Alguém aqui já ouviu falar de cupcakes? Ando apaixonada por esses bolinhos. Ainda não vi ninguém vendendo aqui em Salvador, mas a moda das tortinhas foffys está se expandindo.
Acho que a melhor definição pra cupcake é awnnnnn:
Quero aprender a fazer, quero comer (se bem que até deve dar pena de devorar um docinho tão cute). Meu lado doméstico (que já não é pequeno pelo que eu tenho notado nos últimos tempos - meu último post foi sobre máquinas de costura, né gente?) berra: faça cupcakes, faça cupcakes!

Pulando do lado culinário para o lado televisivo da vida, eu mal tenho acompanhado os seriados
Preciso ver os episódios novos de House (amor eterno, eterno amor), ainda não vi nadinha da sexta temporada (e só ouço elogios).
Ontem eu vi alguns trechos de Glee (que anda mega comentada também) só que eu achei meio Across the Universe...
Não que isso seja ruim, mas é meio enjoativo. Mas como ainda não vi nenhum episódio inteiro, não posso analisar direito. Foi a impressão que ficou.


"Michelle Obama brinca de bambolê na Casa Branca; veja". Acabei de me deparar com isso no iG, será que alguém clicou e foi assistir? Bambolê me lembra Bambotchan (aquele bambolê de montar que vinha dentro de uma sacolinha de plástico e que 99,99% das meninas dos anos 90 tiveram - inclusive eu, mas era uma merda já que os pedaços nunca ficavam encaixados direito e no meio da movimentação bambolêzística eles voavam para todos os lados) e Bambotchan obviamente me faz lembrar do É o Tchan, que me faz lembrar do Cumpádi, que me faz lembrar do boato do filme pornô, e assim sucessivamente - uma cadeia de lembranças altamente bizarras...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Haaaaaaaaaaaaaaaaja coração, talicôsers!

Bem, amigos do Talicoisa! Estamos aqui, ao vivo e em definitivo, para levar a vocês em primeiríssima mão a retrospectiva do maior campeonato de publicações talicôsicas do mundo, O Campeonato Talicôser do ano de 2008!!!!!!!!!!!!! Vamos começar aos poucos, falando dos primeiros quatro meses, porque você viu, foram muuuuuuuuuuuuuuuitas mudanças, amigo! Esse, sem dúvida, vai ser o segundo de muitos que virão, porque a Internet é paixão nacional e nas postagens virtuais o brasileiro é a grande referência, a mais nova e respeitada escola deste esporte. Esporte é vida, esporte é emoção, esporte é Talicoisa!
Bem, amigos, vamos reviver as fortes emoções que encheram as telas de nosso computadores neste que foi sem dúvida um verdadeiro show do esporte de postagens talicôsicas. E vamos diretamente ao mês de janeeeeeeeeeeeeirrrrrrrrro! Dave começa com novidades e talicoisa, e Melzinha vem com tuuudo com pensamentos, desabafos e idéias soltas. Fio tem toda pressa do mundo, é um homem contra o tempo. Nosso comentarista Frank fala sobre ele e o esporte, enquanto Luna recorre à mandinga para ganhar mais essa, com uma bruxa, um mágico, um velho e uma menina. Meg não perdoa e joga seu S2 com os Beatles,e Melxinha vem numa cadência sem título sobre livros afegãos. Sabe tudo, essa menina. Frank aparece com uma jogada catimbada, com base em muito "ai, ai". Que que é isso, Talicôser? Luna chega a ficar com vergonha alheia, mas Meg ajeita tudo com um magistral drible, até parece que vem como o carnaval chegando, o rei momo magro, os hits e as homenagens das Musas do Axé. Um abraço à nossa amiva Pivete Sem-galo, que deve estar nos assitindo! Dave Coelho reedita sua velha estratégia de exílio internético. Melzinha entra no espírito e comemora ao estilo Ziriguidum. E assim acaaaaaba esse mês, com muita alegria e festa. E você vê aqui, com exclusividade, a retrospectiva do Campeonato Talicôser.
E vamos diretamente a fevereiro. Meg declarou que resolveu passar um tempinho escrevendo tudo que lhe vinha à cabeça. Luna, cercada de repórteres, na falta do que falar responde a perguntas sobre celebridades. Dave quer que o jogo inicie logo e grita: "menos babaquice, por favor!". O mal-estar se espalha entre os jogadores, e Fio só quer um momento diferente. Frank responde aos repórteres internacionais em perfeito inglês: " They tried to make her to go to a rehab". É impressionante, amigo! Luna entra em devaneios de uma quase balzaquiana, e Meg dá um longo passe estilo "escrevo, logo não durmo". Dave Coelho não poupa e dá um chute certeiro, enviado como uma simpática cartinha endereçada aos imbecis que vão ao cinema, e passa para Fio, que dá um tiro certeiro entre parêntesis! Haaaaaaaaaaaaaaaja coração! Frank dá uma bola totalmente fora numa falta, a chamada "chega de Siris!"A regra é clara: a Blogo dá o que o povo gosta, Talicôser! Luna vem com uma jogada de fundo de campo num chute só por hoje,e Meg também comete uma falta contra nosso reality-show, realmetne é falta do que falar. Melzinha é chamada a falar sobre o ano de 1998, e relembra seus melhores momentos uma década depois. Frank resolve abrir o jogo numa tentativa arriscada, a chamada Frank Cabot. Luna retoma a jogada de amis coisas intrigantes. Meg, no intervalo, revisita seu diário do dia em que ACM morreu, essa figura polèmica da nossa amada Bahia. Alô, Olodummmmmmm, quero ouvir os tambores do Pelôooooooooooooooooo! Dave fala à imprensa internacional, sobre o "Oscar´s top creepy [oscaricaturas, ele explica]". Melzinha reinicia uma jogada no melhor estilo "surpesa sim. Decepcionada jamais". Brasileiro é isso, é garra, é vontade! E assim termina esse mês de feveriro, amigo. Vamos aos melhores momentos de março!
E comeeeeeeeeeeeeeeça o espetáculo. Frank, também chamado pela imprensa internacional, reponde com uma "Ode to my sister". Luna é pega conversando com Mika e os repórteres perguntam: Who? Meg resolve dar o basta, e Dave concorda lembrando o dia em que foi [quase] pisoteado por uma vaca e Melzinha fala de mudanças na tática. As coisas estavam esquentando no campeonato, amigo Talicôser! Assediado pelos repórteres, o semrpe polêmico Frank fala do Prêmio SIMATA da TV brasileira! A torcida brasileira perdoará mais esta provocação? Luna reinicia o jogo numa triangulação quente, até parece que ela está se perguntando porque odeia o inverno. Meg contribui com pedacinhos de si. Dave Coelho dá um lindo lance... e..... na caaaaaaasa! Haaaaaaaaaaaaaaaaja coração, amigo! Melzinha faz uma falta grave e é advertida pelo juiz! Agora, está falando com ele das coisas que a tiram do sério. Vai ficar só na coversa, Fulanaldo César Beltranhelho? "Não, Falastrão Chateno, a regra é clara: tem que ter o Tio Fio de volta!". Frank faz uma jogada bonitinha, bem arrumadinha, uma jogada secundária, o chamado "saudoso número dois". Luna tem uma contusão e é levada para a beira do gramado! "Foi castigo dos deuses", diz ela, balbuciando confusamente muitas vogais. Confusa esta falta cobrada pela Meg, até parece Papai Noel de Páscoa! Tendência, Fulanaldo? "Só quando se escuta o papo dos outros, como fez o Dave, Falastrão". Quem sabe, sabe, amigo! E vem o intervalo! Meg comunica o aniversário de Luna e do Frank. É simpáaaaaaaaaaatica, a nossa baianinha! Alô, Olodummmmmmmmmmmmmmmm! Quero ouvir os tambores! Assediado pela imprensa internacional, Fio declara: "The world needs a hero". Concorda com ele, amigo? Precisamos de heróis? Luna, descontraída, em entrevista coletiva fala sobre Tocantins, gnomos e outras coisas assutadora e Meg nos brinda com modismos. Dave Coelho, o intelectual, faz uma sessão Professor Tibúrcio, simpático personagem da TV. E temos um comunicado importante: Melzinha ainda vive! De volta à entrevista internacional, Fio desabafa: "here comes the pain!". Será algo preocupante para a torcida brasileira? Em resposta, Frank faz um post desesperado. Luna alivia a situação e brinca, mandando um recado à Melzinha, dizendo que Lady Murphy também a ama. E assim vai acabando março, amigo talicôser, é muita emoção!
Comeeeeeeeeeeeeeeeeça o mês de abril. Melzinha abre a zaga, numa jogada onde o romantismo ataca novamente e marca falta perigosa. Fio, preparando-se para bater, manda um recado ao torcedor da Blogo internacional" The world needs a hero - II". Frank tenta colocar uma barreira com Jesus= Redbull, Renew e agenda. Luna defende com garra e revida: é maldade sua! Meg reinicia a jogada pelas laterais, pedindo que alguém insira ali um título da pesada. Dave, totalmente disperso, nem viu a bola no devaneio. Melzinha faz uma liiiiiiiiiiiinda jogada em profundidade, parece tênue a fronteira entre a fantasia e a realidade. E temos um novo jogador em campo, amigo! Ele declara às câmeras o qeu os astros têm a dizer sobre Fábio, o chamado Elmo. A caminho do vestiário, Luna comunica à imprensa internacional, sempre presente nessas ocasiões: "Young and sweet, only seventeen". Num espírito ameno, Meg fala sobre o Miss Brasil 2008 e Dave, intelectual que só ele, faz constatações sobre a vida, o universo e tudo o mais sobre o prisma da casa 22. Melzinha retorna ao jogo, que beleeeeeza de jogada, amigo! Realmente a elegância é silenciosa. Elmo faz uma jogada mais simples, mas de muito e feito e fala com nosso repórter: "a felicidade custa 12,90". E Fio tenta retornar à jogada, mas é atropelado por Luna! É falta, Fulanaldo César Beltranhelho? "A regra é clara, Chatão, tem que pegar o dicionário de família!". Você ouviu, amigo, nem adiantou Dave tentar confundir com carga totally torta. No intervalo, Melzinha fala de sua viagem a São Thomé das Letras, qeu ela chama de das Pedras. Lindo lugar, amigo, lindo lugar. Fio, abraçando a imensa riqueza cultural deste país, nos fala sobre o Diabo, demônios e talicoisa. Meg inicia o jogo na defesa e grudou, amigo! E Dave fa uma liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinda jogada no melhor estilo carta-discurso ao avô.
E assim se passaram, amigos, os primeiros quatro meses do maior campeonato de postagens talicôsicas do mundo, o Campeonato Talicôser de 2008. Muito mais emoções virão por aí, e nós estaremos aqui, dando cobertura, revendo os melhores momentos, junto a você amigo, um abraaaaaaaaaaaaaaço, torcida brasileira!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

(Mais um post-tentativa de homenagem aos dois anos do Talicoisa, aqui os 4 primeiros meses de 2008, post-a-post, no estilo de um certo narrador esportivo que ninguém aqui deve ter adivinhado qual foi) .

sábado, 17 de outubro de 2009

Vila Trabalho

Vila Trabalho é uma cidade serena, mas não uma cidade pacata. Em suas ruas sempre há gente, sempre há movimento. Quem trabalhou até á tarde serviu quem trabalhará até de madrugada, que agora os serve.

O trabalho faz parte da vida do trabalhense. Desde criança vê seus pais chegando exaustos do serviço, mas nunca mau-humorados. Chegam aliviados de poderem descansar, não reclamam de terem se cansado. Uma vez em casa, aproveitam a família, os amigos, as tosqueiras do dia a dia que seus rebentos proporcionam.
É comum haver crianças nos locais de trabalho dos pais. É comum que aprendam com eles uma profissão. É regra já terem seu próprio dinheiro aos dez anos, por pouco que seja. Nenhum conselho tutelar pune quem ensina uma profissão a uma criança, puniria quem a deixasse à esmo na rua, mas um trabalhense não faz isto.
As crianças trabalhenses estudam e o estudo é considerado um trabalho. Quem trabalha com crianças, então, recebe adicional. Professores, enfermeiros, psicólogos, babás e assistentes sociais são uma elite. Porque seu trabalho não tem fim, mesmo quando chegam em casa, no fim do expediente, há amigos e vizinhos que aguçam sua índole laborativa.
A expectativa de vida do trabalhense é elevada. Raramente um se aposenta de acordo com a lei, eles preferem trabalhar até onde derem conta. Quando o corpo já não coopera como deveria, a vida útil e productiva lhes deixa de herança uma mente lúcida, que permite o trabalho intelectual. Aos setenta anos ainda fazem planos para o futuro. Não só planos, como estudos e cálculos para viabilizá-los. Todo trabalhense quer deixar à posteridade o que tem de melhor, o bom exemplo. Gente com mais de cem anos ainda trabalhando não é notícia, a não ser para a imprensa de fora. Músculos, ossos e sistema nervoso sabem agradecer por uma vida de trabalho árduo e regrado.
Quando as abelhas trabalhenses vão se divertir, é hora das corujas trabalharem. Trabalhenses gostam de dançar e cantar. Bailes informais e de gala fazem parte do cotidiano, são verdadeiros pés-de-valsa. Com o apuro que o senso de prioridade lhes lega, sabem identificar uma boa música e um bom intérprete. Nem tudo o que é sucesso aqui fora tem êxito por lá, e vice-versa. Bares e restaurantes nunca estão lotados, mas sempre com boa ocupação. Todos se tratam pelos nomes, cordialmente. O gari que varreu e recolheu folhas, por falta de lixo nas ruas, durante o dia, é o cavalheiro que conduz sua convidada à noite. O trabalho é valorizado, ser útil é bem visto.
Ser mãe é uma missão respeitada e bem remunerada. Quer mais alguém mais útil à sociedade que uma boa mãe? São autoridades. As meninas aprendem desde cedo os ossos da maternidade, mesmo que não venham ter filhos o conhecimento terá serventia, mas também a não depender dos outros para se manterem. O treinamento começa com a menina ajudando a cuidar de crianças de colo, ainda que seja apenas segurando a mamadeira ou uma fralda, enquanto a mãe ajeita o rebento. Paralelamente isto evita os ciúmes que os recém-chegados consumam suscitar, pois quem ajuda a cuidar também é cuidado e recebe atenção. Embora mais intensivo para elas, os meninos também têm que ajudar, pois mulheres não engravidam por brotamento.
Na Vila Trabalho há poucos chaveiros, pois há pouco mercado para eles. O que fazem é trocar fechaduras danificadas por mau uso, pelo tempo, substituir chaves perdidas. Fechaduras com segredos e toda a parafernália a que nos acostumamos, lá não existem. Onde o trabalho tem o status que por cá damos à malandragem, criminalidade é notícia vinda de fora.
Foram séculos de trabalho para ser o que é hoje. Conspirou a favor o facto de nunca ter despertado interesse de turistas nem de políticos, de estar em lugar de difícil acesso e ter poucos recursos naturais. Vila Trabalho se fez por si mesma, nem sempre teve papel-moeda suficiente, então as transações se davam com base na confiança, que foi cuidadosamente cultivada pelos seus cidadãos.
Não tente procurar Vila Trabalho em reportagens, no máximo vais encontrá-la em trechos da literatura oficial. Pois não desperta interesse político. Seus vereadores têm pouco o que fazer, além de ajudar o prefeito a administrar, pois um povo civilizado e comprometido com a coletividade não precisa de muitas leis, na verdade mais de três quartos delas foram abolidas com o passar dos anos, pois se tornaram supérfulas e obsoletas.
Poucos viajantes não para Vila Trabalho, bem menor ainda é o turismo, pois a única estrada que lhe dá acesso não passa por lá, vai pra lá. Só vai quem realmente quer ir. Mas a cidade não tem as atrações que a maioria julga impresciondível para um bom turismo, e a cidade não as quer.
Os dois únicos jornais diários não têm ligação com os grandes jornais, as três emissoras com freqüência trabalham em conjunto. Dão poucas informações a respeito do lugar e só quando são solicitadas. Mas há trabalhenses estudando e trabalhando pelo mundo e eles servem de correspondentes. É uma situação confortável, é uma cidade invisível que sabe tudo e da qual quase nada se sabe, senão por photographias de satélite e relatos de viajantes, que poucos se importam em ouvir. Nem a criminalidade reinante no páis se interessa, pois não há mercado para uso recreativo de entorpecentes.
Recreação em Vila Trabalho é farta, mas não tem anúncios escandalosos, apelativos, nem são excludentes, são para a família toda. Porque foi na família que Vila Trabalho encontrou o gérmen de seu sucesso. E o sucesso de Vila Trabalho está intimamente ligado à discrição do trabalhense. Discrição não dá ibope. Na verdade, eles nãodiferenciam trabalho de diversão. Só tratam de ter suas pausas regulares ao longo do dia, para não serem traídos por seu amor ao labor.
Como regra de um bom trabalhense, lá se dá o melhor de si o tempo todo, é ponto de honra. Logo a mente do cidadão está alerta e bem calibrada. É natural encontrar um doutor de alguma área em qualquer lugar, crianças falando vários idiomas com naturalidade nacional, às vezes rodinhas discutindo cada um em um idioma, para ajustar melhor os neurônios. A internet foi uma bênção, pois agora eles podem trabalhar para empresas distantes sem sair de sua amada cidade. Mais uma vez eles sabem do mundo que não sabe deles. Levam á sério o que fazem, mas não a vida que levam. Por isto mesmo poucos programas de televisão vindos de fora têm índices significativos de audiência. Por isto mesmo Vila Trabalho permanece em seu lugar, crescendo sem inchar, sem chamar atenção.
Trabalhense que se preze sabe aproveitar a vida sem depredá-la, para tanto, nada melhor que se sentir útil. Trabalhense útil é trabalhense feliz.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Frühling in Paris

É a primavera em Paris.

Quando meu coração se entrega ao novo mundo.

E eu enxergo as possibilidades que o mundo me dá.

Quero viver cada dia com intensidade. Mas não tanto que eu me queime em pouco tempo.

Quero enxergar a beleza das coisas, e não me acovardar frente às dificuldades, reconhecendo que problemas sempre vão existir, e nunca dar a eles um tamanho maior do que realmente tem.

Quero ver o mundo com as cores que ele tem, não ficar tentando enxergar demais. Ou de menos.

Quero um amor pra vida toda, ou pra um dia só. O que vier, vai fazer meu coração feliz.

Quero a paz de Jesus Cristo. Quero o Amor do Pai. E quero viver um dia de cada vez.

Vivendo cada dia, trabalhando cada dia, sem pensar no que vai acontecer na semana que vem.

Como disse o Raul.... "Mas o que você não sabe por inteiro, é como ganhar dinheiro"... E eu não quero me importar com isso.

Quero é viver. E no final dos meus dias, olhar pra trás, dizer:

"Non, je ne regrette rien..."



"Oh non rien de rien, Oh non je ne regrète rien

Wenn ich ihre haut verließ -Der frühling blutet in paris"



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Bem-vindos, meus heróis!

Ou: uma breve história dos primeiros passos do Talicoisa ao estilo de um certo jornalista que já foi correspondente internacional e hoje apresenta um programa de futuras subcelebridades e sub-sub celebridades, e ainda por cima tem a audácia de chamá-los de heróis.

Quinta-feira, 25 de outubro de 2007. Estreia do reality-blog Talicoisa. Nessa época, estréia ainda tinha acento.

Bem-vindos, meus heróis, à nave Talicoisa! O Brasil inteiro está olhando vocês! Acenem para suas famílias. Muitos desafios aguardam vocês, meus heróis, e nós vamos seguir daqui, torcendo, rindo, chorando com vocês. E sempre vamos dar aquela espiadinha básica, porque ninguém é de ferro!

Na sala da casa mais vigiada do Brasil, Os membros (Ui!) da casa, os talicôsers, são Dave, Meg, Luna, Melzinha, Vivi, Fiodoxó e Frank. O clima parece que está esquentando. Vamos dar uma espiadinha?

Alguns já estão se enturmando. Câmera para Dave e Luna. Eles estão entre lençóis!
As tensões parecem aumentar na casa! Meg requebra ao sabor do É o Tchan!, enquanto Melzinha manda dizer que odeia "Baby one more time". Sinto cheiro de conspiração no ar. Vivi não está na sala... o que estará tramando a bela? Na piscina, Fiodoxó e Frank parecem estar conversando algo sobre sinceridade. Será que estão querendo acusar alguém? Quem se tornará o líder da casa?

(Intervalo)

Estamos de volta à casa mais vigiada do Brasil! Bom dia, meus heróis!

- Urrúuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

As esperanças rondam o segundo dia na casa. Todos querem ser vistos, ouvidos e lidos. Todos querem que seja bom como a a primeira vez. São românticos, os talicôsers. Mas nem tudo são flores na casa mais vigiada do Brasil! Fiodoxó, todo emoção e esperanças, nem sequer imagina que Frank e Luna estão tendo uma conversa mirtesca. Dave confessa que acha mulé um bicho besta. As mulheres da casa reagirão a este verdadeiro show de provocações? Num canto à beira da piscina, Luna descreve fatos relevantes sobre a pessoa dela. Fiquemos atentos, as nuvens da discórdia pairam sobre todos! E finalmente parece que temos um líder. Frank quer botar ordem na casa, mas garante que é só a título de informação. Ele distribui tarefas e até estabeleceu um cronograma. Como reagirão os demais talicôsers? Parece que Meg é a mais bem humorada do grupo, está contando agora os kongs da vida dela. Vivi, soturnamente, declara que sua vida é seu martírio. Todos nós sabíamos que esse clima de amizade e humor não poderia durar para sempre! Ligue para o número que está em sua tela e vote: qual foi o maior barraco desse programa até agora?

(Intervalo)

E estamos aqui de volta! Como passaram a noite de ontem, meus heróis?

- Urrrrrrrrúuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!

Fiodoxó acordou citando Mateus 6:21. No fundo, ele só quer que todos protejam seu coração. Será jogo do talicôser para permanecer na casa? Melzinha está para fazer uma confissão. O áudio não funciona, mas dá para perceber a frase: "Louca por ti". Será que ela revelará seu amor secreto? Que nada, é só a paixão pelo Corinthians, despedaçando as esperanças dos homens da casa. Enquanto isso, Vivi observa o jardim da casa e fala sobre a Lagarta Lalá. Meg conta ao grupo a incrível possibilidade de um papo intelectual no messenê. Luna concorda e começa a enumerar os sintomas que fazem você perceber que está ficando velho. Os homens da casa olham com estranheza. Teremos mais uma gigantesca discussão na casa? Dave começa a falar inglês, dizendo "Back to the past". Como fui correspondente internacional, sei que ele quer dizer "volta ao passado" e não "ao pasto", como talvez algum desavisado acredite que seja. No quarto, Fiodoxó fala sobre macumba. Isso mostra a imensa diversidade desse incrível povo brasileiro, este mesmo povo receptivo que nos dá o imenso prazer de sua companhia. Melzinha, dessa vez, realmente fala sobre romantismo e diz que é importante saber esperar. Vivi não se contém diante disto e desvenda um dos maiores mistérios femininos para os meros mortais: abre sua bolsa e diz que está pronta para começar. Meg chora copiosamente ao lembrar de amizade, e fala da alta e da baixa. A amizade realmente toca a todos nós. Luna não segura sua ansiedade e lança uma pergunta profética. Ela será uma das poucas a acreditar em Chinese Democracy. O tempo dirá se ela tem ou não o dom da profecia. Senhoras e senhores, temos um mistério! Frank desapareceu da casa. Procuraram-no por dias, até que ele final declarou o motivo de sua ausência. Talvez jamais saibamos até que ponto este fato afetou a casa. Dave confessa que a inspiração é uma desconhecida dele, enquanto Fiodoxó (Fio, como é chamado pelos talicôsers) passa a descrever o demônio e outras coisas fofas. Melzinha, em nova investida romântica, fala sobre o momento eternizado, numa lembrança de uma famosa foto de beijo. Na sala de ginástica da casa, Vivi comenta sobre música, especialmente asque crianças sabem. Os baixinhos sabem das coisas! Meg, lembrando do É o Tchan!, parece estar espantada com o nível das músicas. Mas nós sabemos que o povo brasileiro é isso, é alegria, é gingado, é ousadia! E, atacando mais um ícone deste povo tabalhador e sofrido, Luna critica as novelas brasileiras, perguntando: "Trabalho? Que trabalho?". Novelas são para divertir, e as novelas de nossa empresa são vendidas em todo mundo, sinal do padrão Blogo de qualidade. Para aliviar as tensões causadas, Dave passa a lembrar do Natal, e deixa correr uma lágrima ao falar da família. Será uma estratégia do bom moço, ou ele realmente pensa tudo isso? Mas tem gente que gosta de criticar. Lá vem o Frank falando do mershandising, esse importante meio de informação ao telespectador, quando os apresentadores, educadamente, pedindo para dar um recadinho e mostram maravilhosos produtos. E não esqueçam que a trilha sonora de nosso programa está já nas lojas e na internet! Fio, mais espirirualizado, segue no sincretismo brasileiro e fala de macumba. Melzinha, num clima intelectualizado, aborda a filosofia de uma paixão. Vivi, toda introspectiva, brinca com seus devaneios, cheia de mistérios. Meg resolve dar uma alegrada no ambiente, brindando ao grupo do Escort XR3 e outras coisinhas. Luna junta as garotas e confessa coisas sobre o primeiro amor, que nos faz ser patéticos sem fazer esforço. Ah, o amor! Quando cupido resolverá voltar suas setas para a casa? Dave, num acesso de maior romantismo, fala, com amor, aos netos que pretende ter. Frank, acertadamente, fala sobre o progama submundo. Nós, da Blogo, zelamos pela qualidade de nossa programação e jamais permitiríamos algo assim. Vejamos o que discutem os talicôsers na sala... fala-se sobre cinema, e Fio garante que não viu "Tiros em Columbine". E, introspectiva, Melzinha resolve se apresentar, e com muito prazer. Vamos ver a opinião do Brasil sobre este assunto palpitante! Vote pela internet, telefone, participe, dê aquela espiadinha!

(intervalo)

Boa noite, meus heróis! Dessa vez, ao contrário do que fizemos até agora, não faremos a narração em estilo flash-back, mas em tempo real. Na sala, Dave fala, ou melhor, repete, que podia estar robando, matando... nosso bom menino? Não, na verdade é uma crítica aos vendedores dos ônibus e afins. Luna também resolve repetir sua listinha particular de coisas que a irritam. Causará ela constrangimento entre os colegas? Meg parece não se importar e fala da avalanche de fé. Com surfistas e skatistas evangelizando, muito radical! Vivi entra num clima intimista e fala como pedagoga. Realmente, o professor é pouco valorizado nesse país e todos sabemos que o futuro do Brasil está na educação. E Melzinha explode! A tensão na casa aumenta. Mas ela fala: que não está irritada, é só impressão. Frank abre o jogo e fala de conspiração. O desconforto é palpável. Logo em seguida, faz duras críticas aos famosos no Brasil. Luna, cansada desse imenso problema, resolve escrever uma cartinha para o Papai Noel. Será que ela quer apenas a sua simpatia, telespectador? E a primeira eliminada foi a Vivi! Fiodoxó foi encarregado por nossa produção de se despedir dela e dar as boas vindas para Marina, a mais nova participante do programa! O clima promete esquentar! Meg apenas reclama que tem que estudar. Dave, concordando, fala que seu refrão é que o dia deveria ter mais de 24 horas. Melzinha entra num desconforto que a faz evidenciar um pessimismo em sua plenitude. Chorando em seu ombro, Fio confessa que quer uma vida menos ordinária. Finalmente teremos um casal entre os talicôsers? Querendo descontrair um pouco as coisas, que andam pra lá de carregadas na casa, Frank explica o que é o carnatal. Sem entrar no clima alegre, a recém-chegada Marina desabafa: Façam o que eu digo, não o que eu fiz. E uma barata apareceu na cozinha! Entre gritos de uns e tentativas de matar o bicho de outros, Luna grita algo que parecia impensável a uma moça dizer: "Salvem as baratas!". Meg, sem se abalar com a confusão causada, lamenta sua rotina de provas. Sempre querendo descontrair, o bom moço Dave fala de bobagens delicosas da internet, de saunas tão distantes. Por falar nisso, não esqueça que os melhores momentos do programa já estão disponiveis no nosso site! De volta ao jardim casa, Melzinha faz sua estratégia de falar sobre as coisas sem as quais ela não vive, enquanto Fio mostra suas preferências musicais, especialmente a banda Slipknot. Ardiloso, Frank inicia uma campanha na casa contra o jornalismo, elaborando uma lista de matérias que passam todos os anos. Não é ele que está aqui, tentando informar você, telespectador, somos nós, jornalistas, que damos duro! Tentando amenizar o clima, Marina conta tudo sobre o experimento 1, a balada. Alguém tem que tornar as coisa mais alegres, e Luna, entendendo a situação, fala de coisas intrigantes do dia-a-dia. No luxuoso jardim japonês da casa, Meg mostra seus livros, literatura de menininha - ou não. A Blogo incentiva e apoia a leitura em todas as suas formas! Descontraído, o belo Dave fala sobre a primeira embiaguez de um homem, enquanto Melzinha fala de mentes criminosas, mas o contrato com a Blogo me impede de falar mais sobre isso. Fio, sempre introspectivo, confessa suas dores e quer ter um dia normal, mas Frank, sem nenhuma sensibilidade, quer é conversar sobre progamas de outras emissoras e de suas apresentadoras, Regina versus Márcia. Qualidade de programação, você sabe, só na Blogo! No último dia desse episódio, Marina fala sobre a arte de ser cafona e bota todos os talicôsers no rolo. Terá criado uma fissura irreparável na casa? E agora? Quem será o próximo eliminado?

Nesses dois anos do reality-blog Talcoisa, muitos foram e vieram, mas nenhum deles será jamais eliminado de nosso corações. Todos eles brincaram com as palavras, semearam amizades, fizeram a gente rir e chorar. Que venham mais e mais anos de Talicoisa!

(Este texto foi uma tentiva de homenagear ao primeiro ano do TC e a todos os textos publicados então).

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Alguém lembrou?

Não vi promoção de giz anti alérgico. Tá, seria até ridículo, mas ao menos seria mais que o nada vazio e frio que aconteceu hoje.

Campanhas na televisão então, nem pensar. parece que ninguém jamais precisou de uma ajudinha deles na vida. Na verdade os próprios parecem ter se esquecido.

Tendo que vender lingerie ou catélogos de cosméticos para complementar a renda, não me admira nem um pouco.

Eu mesmo tinha um pequeno branco na memória, mas me lembrei a tempo. Confesso que tenho rusgas e resolver com essa classe, mas é outra história que não cabe ser considerada aqui.

As lojas estão cheias de biquinis, bermudas rêgo-à-vista, camisetas espalhafatosas e et cétera. Nenhum jaleco de tecido fino em oferta.

As ópticas não ofereceram descontos especiais para a troca dos óculos, tão essenciais nesta profissão ingrata.

Fora uma manifestaçãozinha farisaica aqui e ali, ninguém se lembrou. E por ser farisaica, a manifestaçãozinha não produzirá senão homenagens burocráticas mecanizadas e inúteis.

A fedelhada então, pode desconsiderar, quer é ver essa gente pelas costas, e se for mulher que seja sem roupa, porque o respeito já virou fábula.

É com imensa tristeza, tapando buraco, que venho informar que todo mundo esqueceu o dia do professor.

Pois é. Zero para todo mundo. Ficarão todos de castigo durante o recreio, cambada de bosquímanos ingratos! Todos vocês que foram capazes, ainda que com dificuldades, de ler este pequeno texto são uma vara de ingratos! Todos para a secretaria. E sem choro.

sábado, 10 de outubro de 2009

Fazendo um hedonista

Um dia tudo isto será seu. Você vai ter milhares de empregados, será dono de doze empresas presentes em sessenta países.
Será uma vida de viagens e estresse, mas valerá à pena. Você vai conhecer gente interessante, aprender idiomas naturalmente, se relacionar com líderes e ganhar prestígio.
Veja aqueles trabalhadores lá em baixo. Pois é lá que devem ficar. Dêe-lhes um agrado de vez em quando para que não causem problemas. O sindicato será uma pedra no sapato, sempre foi assim. Nós querendo que esses asnos bípedes trabalhem de graça, eles querendo que recebam sem trabalhar. Sabe o que fazer? Suborno. Sempre haverá um traidor ambicioso querendo o lugar do chefe, ele será fácil de identificar. Geralmente é um morto de fome que suou para ter uma vida menos medíocre que os outros, mas acha que merece mais. Mas na primeira crise não hesite, mande uma centena deles embora que logo esquecem dos ganhos e tentam negociar garantis de emprego, é então que você os tem nas mãos sem eles perceberem.
Vou te mostrar como comprar políticos. Vai aprender a identificar os que simpatizam com a sua causa própria. De cara você vai ganhar doze deputados e seis senadores que já tenho no bolso. Foram eles que atrasaram algumas leia ambientais e nos deram tempo para desmatar completamente a área para a construção deste hotel.
Uma dica é atrapalhar o desenvolvimento do país. Está cada vez mais difícil e não vai dar para fazer isso por muito mais tempo, mas será o suficiente para você acumular mais alguns bilhões e mandar para o exterior, longe das conquistas sociais que estão acontecendo por aqui. Temos suporte político para tanto e a mídia muito bem paga para nos acobertar. Só não exagere, senão nem o presidente da república safa a sua cara. Faça tudo muito discretamente e bem feito, para ninguém descobrir antes que seja tarde, ou tenha expirado o crime.
Funcionário público é tudo corrupto, salvo uns poucos que eu consegui neutralizar e acusar de corrupção, para que não me atrapalhassem. Se for mulher então, fica mais fácil ainda, com sexo. Mas mantenha as mãos deles sempre cheias para que não dêem para trás. Quando eu digo "cheias", não é dinheiro de verdade, é uma esmolinha que fazem brilhar os olhos desses pés-rapados, mas não nos faz diferença. Eles ficam molinhos quando ganham um Civic automático, nem sabem o que é um Rolls Royce. A turma do meio ambiente e da vigilância sanitária são nossas maiores dores de cabeça, então merecem presentinhos melhores, desses que não cobrem uma festa na nossa mansão. Pobres patéticos.
Até há um ano tínhamos contacto com piratas somalis, mas os cretinos ficaram muito ambiciosos e tivemos que executar um grupo deles, para que os outros nos deixassem em paz e não nos delatassem. Lembre-se: Ninguém precisa saber como financiamos nossas propriedades, mas todos precisam babar por elas, os acionistas gostam de prosperidade e o Zé povinho simpatiza com gente rica. Bem, vamos agradá-los e enriquecer mais.
Por falar nisso, contractei uma equipe de reportagem para cobrir a sua viagem à Santiago de Compostela. Enquanto os seus amiguinhos vagabundos vão derreter seus poucos neurônios remanescentes em viagens da moda, você vai ganhar a fama de garoto precoce e responsável, preocupado com coisas mais elevadas e relevantes. Só que ninguém precisa saber quais são. Já combinei tudo com a agente daquela modelo que venceu o último reality show. Esnobe ela no primeiro encontro, depois pode puxar conversa.
Assim que a sua mãe voltar do shopping, vamos conhecer um grupo de colaboradores, são marqueteiros e publicitários que divulgam nossas ações sociais, para distrair as atenções enquanto dilapidamos os bestas que trabalham para nós. Ah, se soubessem o quanto lucramos com seus suores fedorentos!
Só uma última recomendação. Você provavelmente será a última geração com esta facilidade toda, infelizmente o Brasil está para dizer adeus ao terceiro mundo. mas enquanto o Zé povinho continuar alienado e imbecilizado com futilidades de televisão, brigando por time de futebol ou qualquer outra irrelevância, nós teremos tempo para enriquecer mais sem recorrer a métodos trabalhosos. Além do mais, honestidade é para os fracos.
Chega a esposa cheia de sacolas, aparentemente sem ter se preocupado com os custos, é a benfeitora que dá boa fama à família. O pai vai buscar o Droop Head enquanto ela conversa com o garoto...
E então, ele disse tudo o que eu previ? Foi o que pensei. E como te ensinei, você vai fazer tudo ao contrário, certo? Certo. Você já tem a minha fortuna para se assegurar, no futuro, ganha honestamente, sem o corno do seu pai saber. Vou te ensinar como fiz isso, em Santiago de Compostela. Vamos embora.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mea culpa - OTB

Sou uma pessoa dura, não que isto seja pretexto para justificar meus rompantes autoritários. É uma luta controlar essa tendência, especialmente quando a situação empeteca. Quando vejo já estou em posição de combate.

A maior parte do tempo, sou duríssimo comigo mesmo, faço voluntariamente o trabalho de consciência. Costumo regular muito o conforto. Conforto vicia, como o ar condicionado. Quando se vê, ele é ligado mesmo quando quando as pessoas de fora do ambiente estão batendo os queixos de frio. Essa bodega nunca me fez bem, mas admito que costumo sofrer com o clima desértico de Goiânia.

O problema é que, sem querer, acabo sendo duro com as outras pessoas. Sei bem o quanto sou chato, que sou dificílimo de se conviver, que só gostando muito de mim para aturar meus hábitos que beiram o militarismo. Se para mim é duro, imaginem para os outros.

Às vezes ofendo. Já disse aqui que sou depressivo, que tenho crises que podem ser bem longas. Na época em que era cético cogitei o suicídio várias vezes, conheço o caminho. Por isso mesmo vejo bem quando alguém o trilha mesmo sem perceber. Repreendo e permito reprimendas sempre que necessário, não me ofendem. Mas muitas pessoas se ofendem quando eu o faço. Faço porque as amo e sou sensível à dor alheia. Se não amasse eu simplesmente deixaria bater contra a parede a toda velocidade, mantendo a devida distância para não espirrar sangue em mim.

Eu consigo ser frio e calculista, mas não com as pessoas. Não é uma condição permanente. A diferença entre o entretenimento consigo mesmo e o perigo é transparente, fácil atravessar a fronteira. Aprendi com minhas perdas a reconhecê-la, pois é transparente e não invisível.

Sou o que preciso ser e quando preciso ser. Gostaria de ser bonzinho com todo mundo o tempo inteiro, mas não é possível. O alemão autoritário emerge mais vezes do que o desejável, mas não emerge de graça. Ele é paciente. Muita gente já ficou muito tempo sem falar comigo por isso, algumas pessoas eu nunca mais vi. Sei que o problema é comigo, eu sou incompatível com a sociedade contemporânea à qual quase todos estão razoavelmente adaptados. Estou aqui na marra. Mesmo sem usar palavras fortes, a combinação das que uso pode chocar muito. É uma questão de matemática; várias palavras amenas, mesmo que agradáveis, na ordem certa e na quantidade certa, têm mais força de choque do que uma ofensa clara. Há risco? Há. Um risco que nem sempre permite prazo de cálculo.

Prefiro que fiquem com raiva de mim. Por experiência sei que todos ficam mais atentos após o choque, nem sempre continuam meus amigos, embora eu permaneça seu amigo. Uma particularidade de minha mentalidade pré-guerra que não recomendo. Mas gostando ou não, eu já sou assim, paguei muito caro para ser assim e não seria ressarcido se tentasse reverter.

Quem estuda as cousas do espírito sabe que as zonas abissais onde vivem os demônios estão cheias de gente bem intencionada, que só quis o melhor, só fez por amor, ou ainda estava caminhando no mar quando o pneu furou. Não tem sentido eu justificar a dureza com que às vezes trato pessoas próximas. Felizmente há as que compreendem, me dão um safanão e fica tudo bem. Mas não repreendo os outros, que ficam ressentidos e se afastam. Eu sou triste de aturar, posso passar de um camponês retraído para um ogro com dor de dente em um instante. Passo conseqüentemente por grosso, insensível e insociável. A parte do insociável é até verdade, de vez em quando, mas é só. Porque eu percebo as emoções das pessoas e consigo conhecê-las sem precisar conviver com elas, basta a observação adequada pelo prazo adequado, que variam para cada pessoa. Não vem ao caso tratar a respeito, principalmente porque muitos nem acreditam no que não podem tocar, medir e fatiar. É facto, porém, que eu percebo quando alguém sofre e acabo sofrendo também. O que minha cabeça tem de dura, meu coração tem de mole.

Estou ciente de que acabarei quase sozinho, não totalmente porque há os anjos encarnados que me aturam com uma tenacidade santa. Mas não sou amigo de horas alegres e não meço esforços para amparar os meus, ainda que me virem as costas depois. Estou longe de ser santo, vão umas vinte e cinco encarnações até lá (cousa de três mil e quinhentos, quatro mil anos) se tudo der certo. Neste intervalo eu só posso tentar controlar meus defeitos para que não ponham tudo a perder, para que os estragos não sejam grandes demais.

Tudo isto não é virtude, é apenas uma de minhas sombras.

Elas só falam... daquilo!

Como já falei por aqui, cada vez mais - e cada vez menos sutilmente - se vem cantando o sexo e o tesão.
Ali, enumerei algumas canções sobre o T., também agora faço uma listinha de 10 canções brasileiras que "só falam... daquilo!"
Na imagem, a falecida humorista Zezé Macedo, que repetia o divertido bordão "ele só pensa... naquilo!".

1. Amor e Sexo, letra-cabeça de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Arnaldo Jabor (oi???), decanta as diferenças entre o sentimento e o ato, com algumas pitadas de preconceito (em minha opinião, claro). Mas não consigo imaginar algo que diste mais de minha noção de tesão-sexo que Jabor, por conta de sua enorme empáfia.
2. Sexo!, do Roger Moreira (Ultraje a rigor), divertida, pontuada de críticas à moral e à falta dela; creio ser impossível não concordar com a letra, como nessa parte em que, depois de criticar a censura, pondera: "Bom, vá lá, vai ver que é pelas crianças/Mas quem essa besta pensa que é pra decidir?/Depois aprende por aí que nem eu aprendi/Tão distorcido que é uma sorte eu não ser pervertido".
3. Sexo na caranga, do Armandinho-quando-Deus-te-desenhou. Fala do ato sobre rodas, famoso motel-de-pobre. Não é a primeiro sobre o sexo no automóvel, esse objeto que se tornou uma-projeção-peniana-e-blabla. Mas acho que é uma das mais infantis.
4. Sexo com você, do tal grupo Amêndoa. Daquelas letras com inversão de frases, é até interessante. Roquenrou razoável.
5. Quero fazer sexo, de um grupo chamado Bianca Crhonica. Cheia de palavrões é, no fim, absolutamente infantil. Parece aqueles poeminhas-pornô de quinta série.
6. Sexo e karatê, da Plebe Rude, já cantada pela Fernanda Abreu. Fala de sexo, frustração e uma pessoa solitária. Achei simpática.
7. Sexo H.C, do Tequila Baby. Fala de um ato um tanto mais forte. Hard Core, eles dizem. Machista, fala de mulher masoquista, mas não poderia esperar muito de hard-core, que costuma ser tão ou mais machista que o fanqui.
8. T-lover, do grupo The Jandders, fala do cara que gosta de sexo com mulheres com algo a mais. E eu não estou falando de personalidade ou bens materiais. Pegou, pegou?
9. Carta-canção, do Latino, esse poeta da sutileza. Aqui ele promete fidelidade à amada e prova que latinos também amam, com muitas justificativas: "É nessa carta eu justifico amor/Justificando numa carta a canção"(negritei). Awwnnnnnnnnnn!
10. O côncavo e o convexo, uma das rimas mais estranhas do Rei, com metáfora geométrica e tudo. E ainda é reponsável pelo famoso depoimento da senhora toda-babada.
Essa aqui é a capa de um álbum em inglês com um bocado de sexo e vaginas inundadas (homenagem ao episódio citado?).




E você, conhece música que fala... daquilo?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Máquina de Costura

Eu tinha feito um texto legalzinho, mas a GVT resolveu ficar uns dias sem funcionar e agora o bendito texto já tá meio ultrapassadinho.

Era basicamente sobre a inauguração do pet shop e alguns pensamentos bizarros que eu tenho na sala de aula (sempe eles), mas também era sobre a minha mais nova idéia: aprender a costurar.
Na verdade, nem é uma idéia tão recente, mas agora eu resolvi que quero costurar e pronto...Dessa vez vai.

Claro que meu recente vício em Project Runway colaborou. É meu reality show preferido...Tá, é uma das poucas coisas que eu vejo na TV.
A Heidi Klum repetindo "um de vocês será o vencedor e um de vocês estará fora" várias vezes por episódio é um pouco irritante, mas dá pra passar (Oi? Pedro Bial no BBB? Existe imbecilidade pior?).

Agora eu me encontro num dilema: que máquina comprar?
Fui logo futucar o site da Singer, pois sempre pensei que máquina de costura = Singer.
Mas acho que as coisas andam mudando nesse mercado...O segundo passo foi olhar as comunidades de corte e costura no Orkut e acabei vendo vários comentários anti-Singer.
A Singer já não é mais a mesma? Algumas pessoas elogiaram uma tal marca Janome..
Estou nesse impasse: Singer ou não Singer?

sábado, 3 de outubro de 2009

Proibido fazer xixi no poste

Não sei como é nas cidades de vocês, mas em Goiânia bastam algumas gotas para que o sistema público de energia tenha um revertério. Nem precisa haver trovoada, não precisa cair granizo, nem uma tempestade diluviana, basta a água da chuva encontrar um transformador de mau humor e pronto, todo mundo no escuro.
Sim, chuvas causam queda de energia no mundo todo, não é novidade. Mas aqui o caso é grave. Na onda das privatizações, durante os orgasmos neoliberais do Privatizando Henrique Guloso, nosso governador à época quis imitar. Privatizou a melhor parte da Celg, que já não era um primor em seus serviços e pimba! A baixa qualidade dos serviços despencou vertiginosamente.
O maior problema é que o consumo de energia em Goiás cresceu muito, ao que se comparados, os investimentos em infra-estrutura energética mais parecem saques do que depósitos. Já temos indústrias automobilísticas, uma delas de primeira grandeza. Fabricar carros demanda uma rede de outras empresas tal qual o cérebro precisa de um corpo saudável. E os investimentos não acompanharam cousíssima nenhuma.
Nossa rede é arcaica, subdimensionada e não conta com proteção eficiente contra descargas eléctricas. Pagar prejuízos já faz parte da folha de despesas permanentes da Celg. Aliás, quase tivemos um de monta além do material. Medicamentos termolábeis, que precisam ficar em uma faixa muito estreita de temperatura, guardados do frigobar. Caríssimos e, ainda que pudéssemos pagar por eles, o laboratório só vende para pessoas jurídicas. E este medicamento mentém uma pessoa viva. Vocês não imaginam a burocracia que é para se ter uma distribuidora de medicamentos, além de ser extremamente caro de se manter.
Certa feita, quando no curso de mecânica, um professor disse que se todos os tornos do laboratório tivessem uma repenteina reversão ao mesmo tempo, a cidade ficaria às escuras. Bem, não é só por causa da potência dos motores, nem só porque a força contra electro motriz consome o quintuplo da energia da força electro motriz; nossa rede foi pensada para a Goiânia que Pedro Ludovico Teixeira fundou e que hoje não teria mais que sessenta mil habitantes. Somos um milhão e duzentos mil.
Tudo o que se investiu desde então, foi pífio. Tão pífio, que a venda de geradores a combustão teve um crescimento expressivo. Há um ano, no supermercado que freqüento com trema, vi um ou dois geradores estacionários pequenos e caros, suficientes apenas para uma chuveirada ou para a iluminação de uma casa. Hoje, por aquele preço, ele oferece (de uma gama já vasta) um baita gerador que nem nos faria sentir a queda de energia. Ou seja, o negócio prosperou, há muitas lojas que passaram a vender geradores. As que já vendiam estão expandindo.
Do jeito que vão as cousas, em breve a população vai dar um pé nos fundilhos da distribuidora de energia eléctrica e gerar sua própria energia, a um custo ambiental bastante alto. Os geradores quase sempre são equipados com motores antigos, de baixa eficiência e que não estão sujeitos às normas de emissões, que no Brasil já estão jurássicas. Claro, um bom preparador pode resolver o problema, mas a população não sabe disso do mesmo modo que não sabe que se pode construir até três carros por ano, sem precisar de pessoa jurídica. A poluição vai crescer assim como o preço da gasolina, por conta da demanda.
A manutenção da rede, hoje terceirizada, é de assustar. A maioria deles se parece com Homer Simpsom, tanto na aparência quanto na sutileza dos métodos. Vocês podem imaginar o que é isto em sistemas eléctricos? Todo e qualquer conserto dura pouco, pois é feito com o melhor que se pode comprar com o pior que a empresa paga. Mas verba pra publicidade eles têm. E que publicidades optimistas!
Mas o correcto seria mesmo cada casa gerar sua própria energia, mas isto infelizmente ainda é muito caro, se não quisermos queimar combustível. painéis photovoltaicos são caríssimos, praticamente dobrariam os custos de uma construção residencial. Na Europa existe uma política de incentivos, existem fábricas para a demanda, mão de obra para instalação e manutenção. Por aqui eu não penso em ver isto pelos próximos vinte anos, não tenho vocação pra Polyanna.
Outro risco é o contingente de péssimos-motoristas-que-se-acham-azes-do-volante que temos. Postes não são de aço, são de concreto do mais vagabundo, diga-se de passagem. A armação de vergalhões ajuda a atenuar as conseqüências dos acidentes, mas qualquer Fiat Uno vira um Panzer, a mais de cem por hora. E a fiação é toda aérea, tão aérea quanto a cabeça do eleitor. Não se aproveita para implementação de trólebus, prefeitura e empresas de ônibus estão se lixando, é só por ser mais barata de fazer mesmo.
Já soube de um urubu que causou uma queda de energia, por ter fechado o circuito em um poste. Virou um torrão de carvão, mas sozinho fez um estrago enorme.
O grande problema de Goiânia, no entanto, não é só o fornecimento de energia eléctrica. Ela foi toda pensada para um vigésimo da população de hoje. Tudo o que há na cidade tem um ar de precariedade e de improviso que entristece, pois o que foi feito na época de sua fundação é tão bem feito, que dura até hoje. O que foi feito até os anos 1950/60, e a especulação imobiliária (que é a menina dos olhos da prefeitura) não derrubou, atende perfeitamente às necessidades de quem precisa. Mas é só.
Eu gostaria muito de ver o Eixo Anhangüera servido por trólebus articulados. A pista é exclusiva para ônibus e os postes que a ladeiam suportam perfeitamente a fiação necessária. Mas se nem a demanda actual é atendida, imaginem centenas de motores eléctricos com cem ou mais quilowatts de potência funcionando ao mesmo tempo. Teríamos que escolher entre os trólebus andarem, ou a cidade funcionar. Como está, infelizmente não se pode fazer.
Um dia eu falo a respeito de geradores em um texto dedicado, mas é facto que Goiânia está para se tornar o maior mercado proporcional do país.
Enquanto a população ri banguelamente com o asfalto novo (só asfalto, sem alicerce, sem meio-fio, nada) a situação se torna mais precária, pois o Estado já deixou claro que não tem como fazer os investimentos maciços de que o setor necessita, e a iniciativa privada ainda hoje não mostrou a que veio.. Aliás, mostrou, veio chupar o bagaço até secar, porque a cobrança das tarifas tem rapidez de primeiro mundo. Claro que não é culpa só delas, nem só do governo, nem só da alta potência dos trólebus. Boa barte da culpa é do eleitor. Eu, tu, ele, nós, vós, eles. É nossa.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Auf Kurs



E nesse momento, eu me dei conta.

Não preciso mais de você.

A vida continua, e há outros peixes no oceano.

Minha felicidade não está presa à você. Só preciso de alguém que me ame. E não precisa ser você.

O mundo está aberto, cheio de possibilidades.

Sinto falta do teu corpo, claro. Sinto falta da tua boca, claro. Sinto falta dos teus abraços, claro.

Mas não preciso de você.

Minha vida me pertence, agora eu sei. Agora eu tenho certeza.

E o meu caminho, quem faz, sou eu.

E você pode estar nele, ou não.

Não importa mais.

Só quero viver o que eu tenho pra viver.

Seja com você ou não.

Não tenho ódio por você.

Mas não quero mais me prender a esse momento do espaço e do tempo.

Quero que a vida venha, cada vez mais.

E que eu esteja sempre no caminho certo...




Ich bin auf Kurs...