sábado, 27 de fevereiro de 2010

Festa no Motel

A pedidos insistentes da Meg, e premiando sua conquista universitária, falo um pouco de minha viagem à São Paulo de outro modo, focando mais o tocante à festa.
Não sei bem como as pessoas se sentem quando chegam pela primeira vez a São Paulo. Eu me senti rapidamente dentro de uma tirinha do Laerte. As sucessões de viadutos, prédios antigos e novos, os edifícios invadidos, construções caindo aos pedaços e outras (por vezes bem antigas) tinindo de tão conservadas.
No percurso de Congonhas para o metrô Tirtadentes, parecia que eu estava em um episódio do programa Rá-Tim-Bum. Exceto por a Dona Fabiana Delírio não ter atendido ao telephone, tendo sido salvo pelas orientações precisas da Nana, foi muito fácil andar pela cidade. Conveniente notar que o percurso do aeroporto à casa da Mariana (sogra da Nana) já dá quase uma Goiânia inteira.
Monique, Flávio (que fizeram caras de “Ele existe!”), Nana, Smurfete e Lady Sith foram os primeiros foristas que conheci pessoalmente.
Passei menos tempo do que gostaria naquele primeiro andar do sobrado, no térreo havia uma oficina de segurança electrônica. Da janela norte via um mar de telhados e edifícios residenciais, de um deles certamente alguém se perguntava como alguém poderia morar naqueles sobradinhos, sem piscina nem elevador. Pois a moradora daquele vive muito bem. O espaço é pouco, mas o coração é grande e quem chegar encontra acolhida.
Fomos de sopetão para o ponto de ônibus, por uma vielinha charmosa onde mal passa um Fusca, imagino a frustração de quem queria um Landau (quando era barato) e era traído pelos dois metros de largura do Ford. Não estou acostumado a fazer o que dá na telha, minha vida é muito amarrada a outras, então estranhei o “vamos”.
Que cidade enooorme! E como é cheia de aclives e declives, só lá entendi porque acham Goiânia plana.
Nos dividimos em uma das estações de metrô e o meu grupo foi de encontro à Audrey, a estrela estrelosa e estrelante da festa. Alguns minutos à espera, em frente a um Café, e o Flávio aventando a possibilidade de sermos abordados pela polícia. Mas eis que chega aquela figura majestosa de braços abertos. Ah, que abraço gostoso!
Nos enfiamos no Ecosport do irmão dela e fomos, quase dando piruetas por ruas que mais pareciam saídas de um seriado dos anos 1970. Na Raposo Tavares nós nos perdemos. Básico. Uma bifurcação quase arrebenta o cárter do carro, pois estava muito escuro e faltava iluminação pública no lugar. Seguimos serelepes, tentando avistar um letreiro, até que alguém (creio que Monique) avistou o motel, lá atrás, tivemos que encontrar um retorno.
Mas chegamos. Entramos sem dificuldades, demorou um pouco até encontrarmos o local da festa. Eu, um caipira desengonçado que nunca tinha entrado num lugar desses, estreei em uma baita suíte com vários andares e chiliques diversos. Encontramos o Shanti e a Serena, que mais parecia uma bonequinha de porcelana em trajes de rebelde-pro. Não sei se dei bandeira, provavelmente sim, o certo é que continuo gostando dos meus momentos de reclusão, mas na hora de ultrapassar cinco mil giros as válvulas já se abrem totalmente. Conheci a Clarissa Passos ao descer uma escada, juro que pisei no pé de alguém, estávamos só nós naquele momento e ela negou a pisada, deve ter sido no do espírito de uma bruxa que me acompanhou.
Chegada a hora da festa, quem estava dentro teve que sair, para verificação de praxe dos motéis, pois entrar em um ainda dá status aos moleques de carinhas espinhentas. Assim que reentramos a festa começou de facto. Não acreditei, mas dancei no meio de gente à qual eu só conhecia, se muito, por photographias. Deve ter sido estranho me verem dançando, ainda mais dançando hits gays já consagrados, no palco e com episódios de “The Muppets Show” passando no telão ao fundo.
Me chamaram a certa altura, Audrey tinha entrado na piscina. Deveria estar desacostumada ao calor (Vem para Goiânia para ver o que é calor) paulistano. Logo João e Cristiane se enfiam na água também. Logo Clarissa e Lacerad se jogam e a farra começa, com este subindo e descendo no tobogã pelo escorregador. Quando decidiu descer de verdade, quase arranca a cabeça da Cristiane. Eu até estranharia se fosse gente comum, mas eram foristas do
Garotas Que Dizem Ni.
Desacostumado a varar a noite sem ser à trabalho, senti o cansaço em alguns momentos. Fosse em serviço, amanheceria para pegar outro turno, mas uma festa é algo totalmente diferente. Me recolhi para um cochilo rápido, que a Moniqueta fez questão de registrar.
Um dos momentos marcantes foi a chegada de Carolina e Quinho, quando entreguei à dama trimétrica a compota de pequi que lhe prometera há dois anos, e ela me retribuiu com uma caneca ilustrada com imagens de
Marilyn Monroe. Fizemos pose, claro, e eu fiquei horrível na photographia.
Como sou abstêmio e não como carne vermelha, e ninguém é obrigado a se privar do que gosta por minha causa, passei à base de água mineral, pondo em prática um aprendizado de muitos anos. Passei bem, no tocante a isto, saracoteando em meio a amigos recém encontrados e apertando laços que ainda estavam frouxos. Com a bruxa me cutucando em modo perispírito, continuei percorrendo os aposentos do lugar, me encantando com como os paulistanos se vestem muito melhor do que nós, mesmo levando em conta que era uma festa. Porque goiano pensa que se vestir bem é gastar muito, então paga trezentos reais por uma marmota e pensa que está abafando.
Iluminação por laser, gelo seco, parecia uma discoteca. O ponto é que ninguém queria me ver parado naquela pista. Tive que me virar para dançar thriller e imitar um zumbi, foi o momento mais bizarro, eu não me lembro da coreografia, depois me chamaram de
robocop zumbi.
O problema maior de ter tantos amigos é que o tempo acaba conspirando contra. Na madrugada do dia seguinte tivemos que terminar tudo. Mas não sem antes uma mancada minha, saí sem levar a bolsa de viagem. Nana, que detesta incomodar, ficou brava, frenética, até mais bonitinha, ligou para a sogra e fomos no carro do Dark. Ela e Smurfete foram deixadas em um ponto de ônibus, fui com Lady Sith de volta ao sobrado, e o bom camarada fez questão de nos deixar no aeroporto. De manhã, com os carros desenvolvendo boa velocidade, a cidade fica maior ainda. Não tive tempo para sacar minha câmera, o Viaduto do chá passou rapidamente.
A última forista que vi foi a Lady, de quem me despedi já dentro das instalações do aeroporto. Deixei alguns reais para o fisco paulistano, lanchando e comprando um jornal que humilha facilmente todos os jornais goianos juntos, e uma revista.
Enfim, uma hora depois eu senti o coice da arrancada e logo o avião rumou para Brasília, de onde peguei conexão para Goiânia. O choque térmico foi grande, desci na pista do Santa Genoveva para entrar naquele prédio que já está caindo aos pedaços, um deles quase matou um usuário, que por pouco não foi atingido pelo forro do teto.
Mymi não foi, se tivesse ido teria ficado lá, tenho certeza. Largaria tudo e se encontraria na cidade-estado de São Paulo.
Quanto à bruxa, é uma amiga que esteve extra corporeamente na festa e me provou, descrevendo tudo, inclusive o bonitão (João) e o Gato (Sol) que mais lhe chamaram atenção, além de como ajudou o Flávio a me manter no centro nervoso do folguedo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Irrelevância...

"A única coisa que um judeu precisa saber é que Moisés ensinou que havia um só Deus para todas pessoas. O resto é irrelevante.

Um cristão precisa saber que o Cristo mensageiro disse para amar o próximo como a si mesmo e Deus sobre todas as coisas. O resto é irrelevante.

Os budistas precisam saber que Buda ensinou que devemos nos desprender de nosso orgulho, ego, cobiça e ambição material. O resto é irrelevante.

A única coisa que um muçulmano precisa saber é que a guerra santa que o profeta ensinou não é uma batalha contra outras crenças. E sim a conquista do nosso próprio mal, tentações e orgulho. O resto é irrelevante.

E a única coisa que um ateu precisa entender é que nós, não um deus distante, somos os responsáveis por nossas atitudes. O resto é irrelevante."


Texto publicado no Saindo da Matrix, que pra mim é a 8ª maravilha do mundo moderno.

E que traduz 90% do que eu penso.


Sem mais palavras.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Isso nunca vai dar certo!

Existem algumas coisas que realmente parecem fadadas ao fracasso, mas que acabam se tornando um absoluto estrondo.
São bem conhecidas as histórias de pessoas que apostaram tudo contra algo que acabou enchendo os bolsos de quem acreditou no negócio. Por exemplo, um grupo de rapazes com som estranho e penteado mais ainda foi chutado porta afora pela Decca Records em maio de 1962. A gravadora achava que aquele som nunca teria sucesso. Sim, eram os futuros Beatles. O dono da Decca deve ter roído os colovelos de raiva.

Imaginando algumas coisas que me parecem um bocado estranhas, mas que não apenas foram bem sucedidas como chegaram a permear o imaginário de gerações inteiras, eu acho que acabaria agindo igual à Decca Records e chutando coisas como...

... uma dupla de cartunistas fracassados que de repente, durante uma bebedeira, faz uma paródia a outras séries e lança, de forma independente, as "Tartarugas ninjas mutantes adolescentes ". Mas não me julguem, nem eles acreditavam nelas a princípio;

... desenhos com falhas óbvias na animação, como a boca imóvel dos personagens enquanto eles falam/gritam/etc (e não estou falando de falhas na dublagem), os cenários fixos, segundos inteiros mostrando o personagem parado, pensando em voz alta. E não teria o lucro vindo de coisas como Dragon Ball (podem me tacar pedras todos os fãs, é MUITO mal animado, não faz juz aos mangás, e nem me venham falar de estilo! Uma animação muito bonita nessa linha é As Viagens de Chiiro). Enfim, eu perderia dinheiro;

... um garoto que de repente se tranforma em campeão de caratê encerando carros e pintando cercas. Mas TODA década de oitenta e todo mundo que já assitiu Sessão da Tarde na vida já parou alguma vez pra assistir o risível Karatê Kid. Hoje eu desconsideraria investir no projeto, mas confesso que sim, eu gostava dessa história sem sentido;

... um aparelho de telefone que permite que você seja localizado em qualquer lugar, uma espécie de algema tecnológica que tem levado a arte da obsolência programada ao mais alto grau. Mas.... que conseguiu ser imposto como necessidade, embora funcione muito melhor quando a gente realmente não precisa dele. E novamente eu perderia rios de dinheiro....



É o que dá avaliar mal as coisas...

E você, que coisa de sucesso teria dispensado?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Maria Cristina 3

Os colegas talicoisers saberão compreender que a data não pode passar em branco. Por esta fineza agradeço.
Dama de finos modos e brava disposição, ergue sua mão caridosa em prol dos seus, mas são seus todos os que a buscam.
Toda a vida desta dama bravia e meiga se debruça no labor sem trégua, em sua tendência inata ao bem comum e ao serviço completo à resolução do problema.
Repousa unicamente na mansidão de sua consciência limpa, que não lhe acusa ter feito menos do que poderia, pois as horas de um dia não lhe bastam para executar o que gostaria.
Neste ano estão completas duas décadas de uma fértil amizade, desde aquela menina atrevida a me deter em marcha, até a moça que já não esconde mais o cansaço pelas lutas travadas. Mas mesmo cansada ela segue, prossegue e consegue.
Consegue dar ao aluno um fio de esperança naquilo que tinha como falido, ao servidor o consolo e o ombro que talvez não encontre em casa, aos amigos os préstimos que quase a tornam onipresente.
Consegue impôr sua vontade ao figurão sentado em seu status, mostrando-lhe os limites que sua petulância infantil não deve ultrapassar, acolhendo a causa que o medo alheio legara ao rápido esquecimento da covardia coletiva.
Quantos funcionários públicos se gabam de, com freqüência, terem a visita de ex-alunos que por lá passam só para dar um abraço e dizer "Te amo, Mãe Cristina"? A maioria não ouve isto em casa. São frutos doces e nutritivos cujo pomar ela vem cultivando nos últimos vinte anos.
A guerreira solidária expõe e dispõe todos os seus recursos pelo que abraça. Não ganha para isso, nem mesmo a gratidão dos que são pagos para realizar o serviço, mas não realizam. Seu carro está sempre a serviço da comunidade, pois dos oficiais os motoristas não se encontram, e se encontrados não se comovem. E lá vai ela com seu etanol, seu lubrificante, seus pneus, sua paciência e sua juventude sendo gastos sem esperanças de reposição.
Ah, Maria Cristina, quem dera fosse cada um tocado por teus exemplos, te visse como uma bússola giroscópica à qual os ímãs não desnorteiam. Quem dera ganhasse por sua utilidade e não pelas tabelas levianas do governo; estaria rica.
Utilidade, aliás, separa seus desejos dos vulgos. Não deseja em prol de seu desfrute exclusivo, mas para se melhorar e melhorar o que faz. O problema é que o mundo protege os maus, os bons não convém pois não adulam. Ela não adula, às vezes mima um pouco, mas sua face endurece e atemoriza sem esperar pela segunda necessidade. Fosse má, teria suas vontades satisfeitas sem demora por um mundo que não merece sua graça.
Quando seguia o declive ao orbe que hoje habita, os anjos já a advertiam para as agruras que encontraria e para a perversidade que se poria em seu caminho. A perversidade, saibam, não é apenas a ação, mas também a inação consciente de quem deveria agir. Sua pessoa delicada desceu à truculência retórica do mundo machista, mas não baixou a cabeça à infantilidade mórbida dos espíritos fracos. Nunca esperou por ajuda, sempre pediu, mas também sempre agiu antes que o primeiro se levantasse em seu favor.
Ela se fez por si mesma. Por seus méritos é a autoridade moral de hoje. Por suas mãos se unem as espheras estadual e federal, para suprir as necessidades que a deficiente comunicação sufoca.
Os de coração duro não percebem que as flores evoluem quando ela passa, algumas se abrem. Se vissem seriam fulminados pela inveja que já os corrói.
Não se deve tomar seu tempo em vão, ele é escasso, precioso, raro pela falta de recursos humanos que lhe supram as necessidades. Em não podendo ajudar, é bom que não atrapalhe, o que geralmente significa se despedir e se retirar. Embora doa abrir mão de uma companhia tão nobre a amorosa, seria pior ter o dedo da consciência me acusando de dificultar ainda mais uma lida já complicada. Melhor voltar noutro dia.
Muitos assuntos, muitos tópicos importantes se perderam nesta toada. É comum ter algo a me dizer (e vice-versa) que as urgências súbitas soterram de pronto. Com a família não é muito diferente, desta ela também sente pela convivência esporádica.
Não se trata de uma pessoa do povo, mas uma pessoa que se pôs junto ao povo de livre arbítrio. Embora sem posses, sua educação é esmerada e sua formação altamente qualitativa. Não fez macetes de memorização para esquecer tudo ao fim da prova, tampouco se esforça em ouvir notícias futilmente tecidas sobre gente fútil, o que por si só já a elitizaria. Sua cultura sólida e vasta é legitimada pela aplicação, na medida do possível, na vida prática. Foram anos juntando medicamentos e baterias vencidos até Goiânia finalmente ter um fim adequado ao montante, isto em uma cidade em que ecologia é só uma palavra da moda, à qual a maioria sequer sabe mencionar utilidade.
Vinte e Cinco de Fevereiro é uma data discreta, cuja luz só enxerga quem se dispõe a pagar o preço, pois se fica cego para o egoísmo reinante neste triste início de século. Em verdade ela só é revelada a quem faz por merecer sua confiança. Eu tenho a bem aventurança de enxergar esta luz de muitas matizes, pois ela gosta de cores, tanto mais quanto mais berrantes e emperuadas. O que se pode negar a alguém assim, que oferece tanto e quase nada pede para si? Aceitei usar uma camisa que é um escândalo para meus padrões.
Embora o panorama pareça melancólico, não precisa muito mais do que um "oi" para seu sorriso se abrir. Ela não se entrega, não se dá por vencida nem a mão à palmatória. Não dá mais respeito que o merecido e não se intimida por um uniforme cheio de penduricalhos. Neste plano não sombrio e de atmosphera tão pesada, ela é a luz da vida dos que a cercam, o faról a guiar em meio à tormenta das emoções baixas tão em voga, a voz a neutralizar as das sereias vampíricas que seduzem os incautos.
Vinte e cinco de Fevereiro é aniversário dela. Ela vai acordar cedo, após ter voltado muito tarde do trabalho, e voltar a trabalhar. Ela poderia tirar o dia de folga, por direito de tradição, mas então não seria Maria Cristina. A pessoa mais útil que conheço.

Com a graça Divina, no ano que vem trarei boas novas a seu respeito.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vício: Eyeko

Logo quando cheguei do Carnaval me deparei com o tão esperado pacotinho em cima da mesa da sala. Fiz o pedido no dia 13/12, mas só foi postado 07/01 porque o mau tempo na Europa atrasou a entrega de alguns produtos. Enfim, o que importa é que minha encomenda chegou sã e salva.





O Glitter Eyeliner e o Pretty Polish vieram de brinde. Amay. O Eyeko Magic Eyeliner eu acabei vendendo, o Pastel Polish tá indo pra Novo Hamburgo encontrar seu lar junto às unhas da Debs, o Pretty Polish vai ficar com minha mãe, que demonstrou um certo apego ao ver o frasquinho rosa. O Vamp Polish já está nas minhas unhas, ele é azul, mas não dá pra notar muito bem, joguei 3 camadas e ele ficou preto, como vocês podem ver abaixo (tá, a foto é uó, mas eu ainda não domino a arte de fotografar unhas, relevem):

A embalagem é a coisa mais fofa, bem pequenininha (esmalte hobbit, como a Debs definiu). Agora eu quero todas as cores, não posso fazer nada se não fabricam nada parecido aqui no Brasil.

As embalagens dos Fat Balms também são perfeitas, eu ando com a caixinha dentro da bolsa. Já usei dois: o Minty (caixinha azul) e o Strawberry (caixinha vermelha). O Minty deixa os lábios rosinhas e tem um cheiro fresh que dá uma sensação de refrescância, o Strawberry deixou minha boca com um tom vermelho-mas-não-muito que eu adorei totalmente. Difícil escolher qual é o melhor. Já são meus batons preferidos disparadamente, duram um tempão, são cheirosinhos, deixam a boca com uma cor linda e discreta. Também dá pra usar como blush e o efeito fica legal, só não dura muito tempo. Ainda tô decidindo o destino do Raspberry...

Os cremes são tudo de bom e mais um pouco. Tô usando mais o Tinted Cream (caixinha amarela-dourada) pra aproveitar a cor que eu peguei lá na ilha, no Carnaval. Eu odeio base, pó e essas outras coisas do tipo, então, me encontrei nesses cremes: dão um brilho suave. Passo um pouquinho, espalho bastante, jogo o fat balm e estrou pronta pra sair. Adorei, adotei. Maquiagem carregada é uó, me encontrei com os produtos "light" da Eyeko. Até mesmo o Glitter Eyeliner, olhando pro frasquinho você até pensa que é uma coisa meio dragqueeniana, mas nem. Fica bem legal, não sou muito de usar delineador, mas testei em frente ao espelho e acho que cairá bem numa maquiagem para festas. Só falta conseguir manejar adequadamente nos meus olhos.

É isso, migs, viciei! Já estou elaborando a próxima listinha de compras. Tomara que eles lancem mais produtos - meu cartão de crédito não agradecerá, mas...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Medo


Daí que olhando a lista das pessoas que me adicionaram no Twitter acabo me deparando com isso:

WTF ?

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ah, Amélia.


Casamento não deve ser venda casada, Amélia. Por que olhar só para as virtudes? Porque ele é homem? As virtudes de um homem, postas na balança, freqüentemente sequer movem o fiél, quando os defeitos estão no outro prato. Quando é necessário prestar tanta atenção, é porque o alvo é na verdade pequeno demais.

Não precisas de um homem para ser feliz, Amélia. Ser bom pai e bom provedor não é virtude, é obrigação, é como elogiar alguém por não ter atropelado as crianças que atravessavam a rua. Se é por isto que te empurram para ele, então o argumento está morto.

Se queres se realizar como dona de casa, faça-o na tua casa. Decore tua casa, receba bem as visitas, mantenha tudo limpo e organizado, equipe bem a cozinha, faça de teus aposentos um cenário de revista, cultive o jardim com que sonhas. Mas não ache que precisas de outra pessoa para ter tudo isto. Amélia, ah, Amélia!

Tua capacidade de resignação é tocante, mas não se resigne em ser anulada. Toda essa capacidade de doação deve ir para quem merece e precisa, Amélia, não para quem a deseja. Se precisas de braços fortes, tens os amigos que bem cultivaste. Um bom psicólogo te ouve e te dá o aconselhamento que marido machão nenhum é capaz de oferecer, ainda que quisesse, pois não quer. Ele só olha para si mesmo, para como aparecerá para os outros homens em seu homossexualismo insoluto, te levando para passear encoleirada e cabisbaixa.

Em última instância, case-se com quem gostas de conversar, ainda que ele ganhe menos. Não é à família quer queres se dedicar? Não relevarias o comportamento troglodita? Então releve os comentários alheios de gente a quem não deves satisfações. Teus amigos de verdade não se afastarão de ti por isto, é um bom momento para filtrá-los, Amélia.

Não precisas de um homem para te proteger, Amélia. O mundo medieval de cavaleiros e bárbaros invasores já não existe, mesmo então haviam mulheres que se defendiam sozinhas. Proteção, hoje, é discar 190, porque diante da arma de um meliante só a polícia saberá agir.

Sim, Amélia, ninguém está te obrigando a se casar, mas gente como ele vai querer te obrigar a permanecer casada, talvez dividindo a casa com outra coitada que caiu na sua conversa.

Machões, Amélia, são como adolescentes mimados, que jamais admitem que suas vontades sejam sequer questionadas. Levante teu rosto ainda sem hematomas, pense nos teus dentes ainda intactos, no corpo que jamais foi entregue à força, no amor por si mesma e pelos seus, aos quais não poderás ajudar sob o julgo de alguém.

Divisão de tarefas deve ser feita como em uma empresa, pela competência e por nenhum outro critério. Um casamento feliz depende da felicidade de seus membros, ou será apenas um cartaz de papel, que não resistirá à primeira chuva para enrugar e descolar do painél. Para ser feliz, Amélia, dependes de ser feliz consigo mesma.

Sim, Amélia, vá. Imponha a tua vontade à tua vida e não permita que vontades alheias o façam. Se alguém te abandonar, outro toma coragem e se mostra. Se queres tanto ter e fazer feliz teus filhos, eles te agradecerão quando adultos por esta decisão, pois se és capaz de cuidar de si mesma, não terás dificuldades em cuidar de teus rebentos, de teus amigos, teus pais e de toda gente que te ama de verdade.

Levanta, Amélia, que é de pé que os guerreiros agem. Teu emprego é parte de tua conquista, teus estudos não devem ser interrompidos sem real necessidade, a sociedade que ajudas a manter deve agir em teu favor e não à tua revelia. Pois és boa, és justa, teu coração imenso já perdeu as contas de quantas pessoas acolheu e encaminhou na vida, não pode ser ferido por um bicho bípede.

Ergue tua espada e vá à luta. O mundo ainda não é um paraíso, não repouse como se já fosse. Sejas Amélia, não amarga. Dê à tua juventude o presente da liberdade, que separá-la da promiscuidade tu já sabes bem. Tua elegância não tem par, tua educação esmerada te dá vantagem em qualquer lugar do mundo. És grande demais para pertenceres a alguém, Amélia. Se for de tua vontade, arranje quem mereça caminhar e lutar do teu lado.

Críticas terás fazendo ou deixando de fazer, seja isto ou qualquer outra cousa na vida, aprenda a conviver com elas e selecionar as que te acrescentam. Discriminação os homens também enfrentam, continuar teu caminho não vai agravá-la. Não ganhas sendo quem és, mas se anulando perdes tudo, até a vontade de viver. Tu mereces muito mais do que tens, Amélia, muito mais do que tens e muito mais do que te oferecem.

Abra um blog, mande e-mails para divulgá-lo, consiga teus seguidores e espalhe as tuas idéias. És livre, Amélia. Se foste feita para ter vida em abundância, saiba que a liberdade é parte orgânica da vida. Mesmo as árvores, que parecem inertes em suas raízes, crescem para onde bem entendem, basta que lhes pareça melhor a direita ou a esquerda e para lá lançam seus galhos. Tu és frutífera, abra tua folhagem, floresça, frutifique e espalhe o que tens de melhor, que solo e água para isto te serão providos.

Não permita que os outros lamentem "Oh Amélia", faça com que se admirem "Ah, Amélia!".

Eva foi criada junto com Adão, eram unidos pela costela. Não se deixes enganar por traduções mal feitas e feitas por conveniência. O mundo precisa de ti viva, bem, sorridente, não à sombra alheia. Um cavalheiro que mereça assim ser chamado, não tenta submeter uma mulher como tu, mas se joga aos seus pés.

Decidida, Amélia? Então abre este sorriso, desenrugue a testa e vá para a vida. Me avise quando abrir o blog.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Alles ist möglich, wenn du daran glaubst"*

* (Tudo é possível, quando você ousa acreditar)


A vida, vivida aqui na Terra, com os terços (no sentido de medida, não de objeto religioso) em que estamos em vigília, é feita de momentos.

Sim, passamos um terço da vida comendo, outro dormindo e outro realmente trabalhando e fazendo algo de útil(ou de inútil, depende de cada um). Fato.

Enfim...

Esse terço acordado e trabalhando, e fazendo algo de útil, é sim, feito de momentos. Momentos em que estamos trabalhando, em que estamos namorando, em que estamos conversando, em que estamos reclamando, em que estamos amando, trepando, vivendo, enfim.

Mas pelo que somos movidos?

Motivações, existem várias. Pode ser uma "vida melhor"(que na nossa sociedade capitalista quer dizer ter sempre mais), pode ser por um amor, pode ser por Deus, pode ser por uma ideologia, pode ser por mil coisas...

Mas qualquer uma dessas motivações, só tem efeito se você REALMENTE acredita nela.

Se você não crê que pode conseguir uma vida melhor, você realmente não vai sair do lugar.
Se você não crê no seu amor, você não fará nada por aquela pessoa que você considera especial.
Se você não crê em Deus, ou numa Força Superior, ou como quer que você chame, você pode perder várias coisas boas na vida.
Se você não crê na sua ideologia, você não luta por ela.
Se você não crê em qualquer coisa, você simplesmente não faz nada.

Ou seja... Um ponto chave da vida é a Fé.

Não importa se a sua fé é religiosa ou não. O que importa é crer.

Mesmo porque, se uma religião não ajuda você a se tornar uma pessoa melhor, pela sua FÉ, essa religião de nada serve. É apenas um lugar onde você gasta seu tempo.

Lembro de um filme chamado "Num Domingo Qualquer", com o Al Pacino. Um filme sobre Futebol Americano. Eles soltam uma frase, que pra mim, é uma pérola: "Num domingo qualquer, você pode ganhar ou perder. Mas se você vai fazer isso como um homem, depende de você".

Só pra não ficar uma ponta solta, explico: o "domingo" à que eles se referem é o dia dos jogos, nos campeonatos oficiais.

A frase, se trazida pra uma ótica mais abrangente, tem um significado bem profundo...

Todos os dias, nós temos oportunidades de fazer a nossa vida valer mais a pena, em qualquer sentido. Mas também podemos apenas "sobreviver" a mais um dia. Mas a maneira como encaramos isso, depende de nós.

Se você encara uma derrota como algo ruim, depende de você.
Se você encara uma derrota como algo bom, depende de você.

É uma questão de saber encarar a vida. Como ela é.

Sem criar ilusões. Não que não se deva sonhar. Mas não se iludir. Não se permitir se perder em fantasias, mas buscá-las. Tendo FÉ nelas.

Não importando se é em Deus, se é no seu Amor, se é em Platão, Nietzsche, Sartre ou Hobbes.

Só importa a Fé.

E você nota, quando se põe a encarar a vida sob essa ótica, que, realmente, "tudo é possível, quando você ousa acreditar".




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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cinzas... e cinza

Não sou exatamente a pessoa mais adepta ao carnaval, que termina - ao menos em teoria - hoje, quarta-feira de cinzas. Representando o início do período de Quaresma, o qual precede a Páscoa, as cinzas são símbolos do luto em sentido amplo.


Em sociedades como a judaica, as pessoas se cobriam com elas para externar a dor, não apenas da morte, mas de algum sacrifício pessoal, como a manifestação pública de arrependimento.

Elas remontam à extinção do fogo, símbolo da vida, mas também ao , mais uma vez significando o fim da vida.

Interessante é que a cor denominada de cinza tenha tantos seguidores, apesar de toda essa significação ligeiramente mórbida, como já denunciou ironicamente a Desciclopédia.


Volta e meia ela vem absoluta, e em vários matizes, usualmente associada a elegância. Eu, aliás, gosto de algumas de suas tonalidades.

Mesmo na natureza, apesar da melancolia que pode evocar, uma paisagem em cinza pode inspirar introspecão e inclusive ser muito bela. Desde que não dure muito tempo.



Hoje o dia amanheceu aqui quase assim....







E para você, o que o cinza evoca?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

São Valentim

Feliz dia de São Valentim
No Brasil não se fala, ninguém sabe que é, não há comércio ofertando, só chocolate e afins. A loucura insana para ter namorado, a quantidade insana de namoros terminados para poupar maiores gastos, procissões de gente pedindo um cobertor de orelha antes da data, nada disso se vê por aqui.

Na Europa os presentes sob larga nevasca não são só para amores. Para o chefe camarada que compreende a mancada postais de uma praia ensolarada, para o chefe ruim uma gravata de corda com um laçarote.

Lembrando dos amigos que nos aturam as mazelas, da moça do bistrô que é uma bela donzela, o irmão mais velho que buscou na delegacia e o mais novo que riu da covardia.

Os pais recebem, que a data é geral, não só as paixões. E sem os pais, quem haveria então para comemorar? Eles também valentinaram na juventude e merecem uma valentinação de gratidão.

Na América do Norte é pouco diferente, mais espalhafatoso e com mídia mais eficiente, mas o espírito da troca de presentes sem muito compromisso também é inerente. Artistas que saíram de filmes sanguinolentos dizem que o amor é lindo, que as flores são belas e se deve dar tudo de si pelo próximo.

Cartas bem elaboradas com mensagens comoventes, cartas mal coladas com mensagens borradas, cartas bem lacradas com palavras comprometedoras, talvez indecentes. Também há cartas prontas, com espaços para nomes, como postais para quem tem pouco tempo ou memória de peixinho dourado.

No dia de São Valentim não logra o preconceito, mas é hora propícia para acertar os ponteiros. O noivado que se arrasta há tanto tempo pede uma decisão, de preferência já se trazendo bombons e a caixa de alianças na mão. O flerte sem compromisso, mas hoje tão longevo, pede para se descarregar ou desocupar a moita de uma vez.

Aos românticos de plantão, que têm seus alvos em retrato, a época no Brasil é quase esquecida e o presente sai bem mais barato. Para quê esperar dia doze de Junho, data transferida por conveniência comercial? Vá a uma banca de revistas, compre umas bobagens e faça uma linda carta de colagens. Não é difícil, não demora e encanta. Leve um guarda-chuva que o tempo é instável e reze para chover, os dois sob o impermeável, juntinhos, buscando um lugar para se esconder. Não precisa de coragem, basta esperar o momento, ela abre a porta e o galã adentra o apartamento.

Neste ano a lua é nova, as estrelas cintilam com mais vontade no abismo acima. Basta uma mesa com espaguete e almôndegas, um castiçal bem fixado e o MP3 ao lado. Deixem as piadas se soltarem, casos e lembranças virem à tona, pelo acaso se conhece o outro. Não esqueça de lhe dar a bolinha derradeira, seja de boi, frango ou soja, a atitude é certeira.

Já me enjôo com circunflexo de ver imagens de carnaval, piadas de carnaval, flashes de carnaval, ofertas de carnaval (queria saber o que escovas de dente têm a ver com o folguedo) e bacanais de carnaval. Volto minhas atenções para o que não se anuncia, o que exige busca e empenho.

Não exagere para não assustar, pois o brasileiro já perdeu o costume, seja singelo. Um lanche para quem tem plantão, uma visita para o enfermo, faça de coração que São Valentim é assim mesmo. Vale a intenção, mas melhor se houver atitude.

Agora, se a decisão lhe toma e a vontade saltita, não esite. Aproveite a euforia e refine a indumentária, para mostrar que é sério leve logo as alianças e que lhe valha o santo amigo. Se inspire pelo caminho, passos largos e peito para fora, que um homem decidido impõe mais respeito. Seja cortês, vá directo ao assunto e se declare "Quer se casar comigo?".

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Surpresa!

Escrevendo com atraso, o que não é exatamente nenhuma novidade, fiquei comigo pensando nas diversas supresas que me ocorreram nos últimos dias.

Por exemplo, fiz uma manifestação oral perante um tribunal, composto por desembargadores, estava nervosa até a medula, e ao final me saí muito bem. Meus argumentos chegaram a surpreender o desembargador relator, o que, claro, causou impacto maior ainda em mim.

Outra grande foi ontem. Indo na formatura dos acadêmicos da unversidade onde leciono, acabei sendo designada como representandte do departamento de História e entregando o certificado aos graduandos. Confesso que fiquei quase tão nervosa quanto os formandos, ou mais que alguns, até.

E antes dessa, ainda chegando no local da formatura, o pessoal dos eventos perguntou-me se eu era uma das formandas. Senti-me vinte anos mais moça!

Tudo isso me fez matutar sobre uma das coisas que mais gosto: pesquisar palavras e frases aleatórias no Gugou. E, claro, o mote de hoje é... supresa!

Segundo o Santo Gugou....

1. O povo que busca surpresa quer uma para namorado: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 1.480.000 para surpresa para namorado.

2. E o romantismo persiste, pois o segundo item mais procurado é supresas românticas: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 173.000 para surpresas romanticas.

3. Como o amor está, mais do que nunca[/Fausto Silva], no ar, o próximo é supresas do amor. Resultados 1 - 10 de aproximadamente 765.000 para surpresas do amor. O filme e uma canção homônima estão no meio das buscas.

4. Aí o pessoal da primeira busca resolve atacar no plural, e o que temos? Resultados 1 - 10 de aproximadamente 160.000 para surpresas para namorado.

5. E, ainda nesse passo, o que aparece são... supresas de amor: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 766.000 para surpresas de amor.

6. Finalmente um distinto: supresas de aniversário. eu já estava ficando enjoada de tanto amor (ahhaha). Olha isso: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 366.000 para surpresas de aniversario .

7. Mas voltamos ao amor, porque o próximo é a busca para copiar o filme do item 3: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 405.000 para surpresas do amor download.

8. Talvez de olho no item 6, a próxima busca é para supresa de uva: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 60.300 para surpresa de uva.

9. E, em seguida, no mesmo ponto, aparece supresa de abacaxi: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 309.000 para surpresa de abacaxi.

10. O último item é a busca por supresas, assim, amplas, gerais e restritas: Resultados 1 - 10 de aproximadamente 2.150.000 para surpresas. Mas nem tanto. É só vocês darem uma olhada nos linques que vem nesse resultado e o que aparece? Sim, vocês acertaram. De novo, as supresas para namorado. Pra namorada não tem, não?

Agora, segundo a busca de imagens, para o Gugou, supresa é....



Um garotinho tapando os olhos.
(primeira imagem do resultado de buscas).
Só vejo relação dessa imagem com o número 6.

A não ser que a menina leve o garotinho pelas mãos e diga pro namorado:

- Benhê, esse menino aí é seu filho. Supresa!




E vocês, que tipo de supresa tiveram ultimamente?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Update

O que rola no momento é que eu (finalmente) passei na UFBA. Não é só isso, eu passei em primeiro lugar (História-noturno), coisa que me deixou completamente chocada, já que não estudei nadinha para a prova e, além disso, no final de semana da segunda fase eu estava podre de dor de estômago (o que me fez parar no médico, fazer uma endoscopia gostosa-sensação-do-momento e descobrir uma úlcera made in estresse).
Eu determinei o segundo grau em 2006, não passei para o curso de Direito da federal e como eu odiei os poucos meses que passei no Sartre (cursinho aqui de Salvador), no meio de 2007 iniciei na particular.
Foi mais ou menos nessa época que eu resolvi tentar História, que é o que eu sempre gostei de estudar.
Nos dois anos seguintes eu não passei, ficava por duas ou três colocações e dava o azar de não ter outra chamada. Já tinha decidido que se não passasse agora, ia deixar para tentar depois de me formar em Direito. E agora eu passei em grande estilo, por assim dizer.
Amanhã é a matrícula e eu estou ciente de que minha vida vai virar uma escravidãozinha nessa de conciliar duas faculdades e mais o curso de francês. Meu estágio no Balcão de Justiça já está terminando e até agora não divulgaram o resultado do estágio do TJ, então, talvez seja até bom não passar, porque não sei como iria lidar com tudo isso e mais um estágio localizado lá no CAB (a.k.a lugar longe pra porra).
Vou terminar o curso de Direito sim. Não vou parar no sexto semestre (tem gente que pergunta isso). Oi? Pode não ser um mar de rosas, mas eu já descobri uma área que eu gosto e eu penso que quanto mais, melhor: se tenho a oportunidade de me formar em duas coisas, pra quê largar?
Desistir é um verbo que eu não gosto, pode até ser necessário de vez em quando, mas não é a minha praia. Com úlcera ou sem úlcera, estamos aí.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O que só eu sei...*

Não, não é pra falar de coisas que só interessam a mim.

Mas pra falar de experiências pessoais.

Experiências essas que o meio acadêmico tanto despreza, por serem "estatisticamente irrelevantes".

Estatísticas só servem pra mostrar que estatísticas não servem pra nada.

Como muito bem dito pelo Leandro Hassum no espetáculo Nóis na Fita. No caso, um sketch falando sobre os jornalistas.
Seu companheiro, Marcius Melhem diz: "Estatísticas comprovam que 30% das pessoas envolvidas em acidentes de carro estavam alcoolizadas". Ao que ele responde: "70% bebeu água e se fodeu."

Pois é. Acadêmicos gostam de vomitar estatísticas pra provar um ponto de vista. Mas esquecem que a estatística prova apenas que o grupo pesquisado tem esta ou aquela opinião, e ainda que hajam diferenças (mesmo que grandes) entre as escolhas dos grupos, ainda assim, as diferenças existem.

É exatamente uma coisa de só enxergar o que se quer enxergar.

E quando se fala de experiências pessoais, clamam (e reclamam) exatamente disso.

Mas o fato do outro enxergar tal fato de outra forma invalida o que você sente ou entende?

Estudando Filosofia, Religião e História, além é claro de Psicologia, compreende-se que as "verdades" científicas são mutáveis. Logo, a própria Ciência muda de opinião.

Mas há acadêmicos que se fiam unicamente em "verdades" científicas. O que a Ciência não pode provar, não existe. Especialmente quando se trata de fé.

Mesmo que seja lugar-comum, ainda "há razões que a própria razão desconhece", e "há mais coisas entre o Céu e a Terra do que compreende nossa vã filosofia". A Ciência tinha CERTEZA de muita coisa que hoje compreende como errado.
Como exemplo, os cientistas tinham CERTEZA que se um trem passasse de 90 Km/h, todos os passageiros morreriam asfixiados.
Claro, em São Paulo, especialmente, é bem fácil morrer asfixiado num trem, mas não por causa da velocidade, mas da superlotação.

Sem contar quando falamos de Astronomia, todas as "certezas" que foram sendo derrubadas, uma a uma, até entendermos que a Terra não era achatada, não era o centro do universo, e que nós girávamos em torno do Sol, e não o contrário.

Sim, a Igreja é que impediu que essa compreensão viesse mais cedo.

Eu não defendo a Igreja, não sou católico nem protestante. Não defendo as religiões, porque são dominadas por homens, e logo, perversas e perversíveis.

Só não concordo com os ataques a Deus.

Mas o ponto é: experiências pessoais são válidas, SIM. Podem trazer o que quer que seja, mas será apenas pra mim.
Quem dividiu experiências pessoais e se deu bem, foram Jesus Cristo, Buda, Krishna e alguns outros caras. (E aos fanáticos de plantão, foi apenas uma brincadeira; não me falta o respeito a qualquer um desses emissários de Deus)

Mas as pessoas teimam em julgar a religião por algo feito pelos homens.

Tomando o exemplo, em NENHUM Evangelho, Cristo diz para que queimássemos "bruxas", ou que destruíssemos patrimônios culturais irrecuperáveis (vide Biblioteca de Alexandria), nem nada disso.

A famosa Jihad islâmica nada tem a ver com homens-bomba, e sim com o que chamamos de "Reforma Íntima", no espiritismo. Com a transformação do "homem velho" no "homem novo", como diz Jesus.

Estes erros foram cometidos por homens que comandam outros homens. Não veio do "Alto".

Por isso, eu assino embaixo quando Lennon canta "Imagine".

O que precisamos é realmente de uma "brotherhood of man, with no countries, no religion, with all the people living life in peace".

Mas ainda tem chão até a gente alcançar isso.

E a mudança precisava justamente acontecer nos meios acadêmicos, que são exatamente aqueles que PRETENSAMENTE guardam nas mãos o poder. Porque SABER é poder.



Sing it again, John...


E só pra relembrar a música, numa das versões mais lindas que eu já vi e ouvi, na série Glee


* Sim, estou fora do meu dia, e atrasado, but who cares?


sábado, 6 de fevereiro de 2010

O que aprender com o crime


Não. Antes que alguém tenha um ataque histérico (ou escrotal), não estou defendendo nem mesmo elogiando os criminosos. Este texto apenas mostra porque o crime organizado parece funcionar tão bem, enquanto o poder público instituído parece ter tomado uma overdose de sonífero. Dentre os muitos motivos, cito alguns dos principais:


  • Primeiro porque é organizado. As comunicações são eficientes e seus integrantes se entendem, não há quebra de hierarquia sem punição exemplar e o objectivo de cada um é fazer tudo funcionar. Precisou agir, se age. Não se extraviam documentos e não se aceitam desculpas para o erro;

  • Segundo porque não há favorecimentos. Se alguém consegue produzir tem recompensa, se não consegue não tem. Simples assim. Pode ser um figurão na organização, se der palpite errado terá, no mínimo, que prestar satisfações formais ao grupo, às vezes até à comunidade em que se instalaram;

  • Terceiro porque não há burocracia. A documentação é a mínima necessária e o que já foi apresentado não será exigido novamente. Ninguém fica sem trabalho por isto, apenas se passa muito rapidamente da papelada para o "trabalho" propriamente dito, e este é estimulado. Sem os excessos dos documentos supérfulos, que facilitam fraudes, todas as decisões são ágeis e precisas, deixando mais tempo e recursos para o que realmente interessa;

  • Quarto porque não há conflitos de interesses. Quando se precisa comprar armamento, se compra armamento; quando se precisa comprar viaturas, se compram viaturas, mas carros de verdade, não bolinhas com motores de mil cilindradas e sessenta e seis cavalos. As decisões de compra são tomadas com base nas necessidades, não há margens para preceitos pessoais emperrarem o que precisa andar, até porque cada área é regida por profissionais competentes, não leigos burros da base aliada;

  • Quinto porque existe lealdade (ainda que na marra) à organização. Se alguém disser que vai dar o seu pior para atrapalhar as decisões do maioral, na mesma noite estará falando bobagens ao capeta. Não gostar do outro não é motivo para emperrar o progresso do grupo. É comum matar o chefe para tomar seu lugar, mas enquanto ele for o chefe, haverá respeito e presteza às suas ordens;

  • Sexto porque não há corrupção. Desviar verba é suicídio. Sempre haverá alguém que denuncie, de olho no cargo, o meliante. Ninguém atrapalha as investigações internas, ser amigo ou parente não livra a cara e tudo é rápido, não se perde tempo com trâmites fúteis. Os membros do grupo agem sabendo que terão satisfações se alguém lhes prejudicar, seja quem for;

  • Sétimo porque as leis são simples e calaras, não dando margens para interpretações, porque interessa ao comando que seus membros saibam de cór seus direitos e deveres, porque nenhum advogado vai safar quem descumprir as regras, ainda que seja alguém querido no meio.

Foi muito triste para mim, há cerca de dois anos, perceber que o modelo ideal de administração pública está entre os criminosos. Vivo sendo atrapalhado por gente que não quer trabalhar, outros que vivem ligando para o sindicato para saber se há alguma greve agendada, já de olho em algum ponto turístico, por pessoas que inventam burocracias torpes para afagar seus egos (estou sendo gentil, não falarei de cousa pior) megalomaníacos. Poderia faltar ao trabalho por três dias sem ter que dar satisfações, mas as muitas horas extras que já tenho não interessam a ninguém, na verdade nem são computadas, já que não serão pagas mesmo. Ou seja, me pagam para não trabalhar, talvez seja o que estou fazendo de errado.

Elogios pelos meus serviços já recebi, mas elogios não custeiam minhas necessidades, não facilitam meu trabalho, não curam lesões por esforço repetitivo, nem mesmo me interessam. O que preciso é de resultados.

Como eu há muitos, muitas pessoas que já pensaram em abandonar o serviço público e de vez em quando voltam a cogitar. Porque gente que trabalha e faz tudo funcionar, não é interessante nem mesmo para o tolo eleitor, que gosta de barulho e confete. Como eu há muitos que não se conformam, sabendo que qualquer ladrãozinho na cadeia recebe mais recursos do que nos pagam de bruto.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mulé Dianúncio

Pois é, semana passada falei dos estereótipos de mulheres em novela e de como as personagens estão cada vez mais caricatas.

Mas caricatura, mesmo, é o que se vê nos diversos anúncios, sejam na TV, nas revistas, em toda parte. Enquanto ficava eu rememorando as "Mulé Dianúncio", acabei recordando dum filme que repetia direto da Sessão da Tarde.

É o divertido "Crazy People", que recebeu o apelido "Muito loucos". Aí ficou "Crazy People - Muito loucos". Nossos tradutores são mesmo criativos... Enfim, para quem não viu, é uma comédia em que um publicitário começa a fazer anúncios sinceros e vai parar no hospício. As peças que havia criado acabam fazendo um enorme sucesso mas ele não quer sair da "casa de repouso" e lá, usa os anúncios como terapia de grupo, cujas peças se tornam um fenômeno. Num dos diálogos do filme, um interno pergunta sobre um anúncio que bolou, no qual ele destacava um carro pra conseguir mulher; o publicitário disse que tinha de falar mais de sexo. O louco emenda numa só frase umas 5 citações referentes ao sexo e pergunta se é suficiente, e o publicitário diz: "quase".

A piadinha do filme virou uma máxima publicitária. O sexo - entendido como basicamente comer mulher, ou a mulher se tornar "comestível", competindo contra todas as outras pelo homem - é o mote de campanhas dos produtos mais diversos e retrata a mulher desde a mais tenra infância como bejéto sequiçual. E juro que não é cantilena feminista-talibã. Reparem nos exemplos abaixo:


1. A infância. Última fronteira da sexualidade publicitária, tem se infiltrado inclusive na vida dos bebês, que, para conquistarem a gatinha, devem usar a fralda certa, o protetor solar certo... Teve uma propaganda de chocolate que mostrou, inclusive, várias gatinhas sendo ganhas pelo garoto que tinha o chocolate certo na manga. Passava-se num acampamento tipo escoteiro e elas iam todas pra barraca dele. Outro caso: as meninas fazem desfile de moda e competem cruelmente umas com as outras pela atenção de seus galãs de seis, sete anos. Elas devem usar a roupa, a sandália, a maquiagem (!) certa para enfeitiçar os meninos, antes que as outras o façam.
2. A adolescência. Pega-se tudo que se refere à escola (inclusive material escolar), aos medos e inseguranças, a todos os espaços possíveis onde circulam os adolescentes e sexualiza-se ao máximo. Vi uma propaganda em que o garoto conquistava sua presa dando a ela um caderno. As roupas e demais objetos, então, nem se fala. A crueldade da competição feminina só se acirra nesta fase.
3. A juventude. Não muda nada em relação ao item anterior, só piora. Mas existem algumas propagandas em que dar o doce preferido da garota faz brotarem corações, flores e uma volta à uma infância não sexualizada (ainda tem propagandas românticas, awwwwwwwwwnnnn!).
4. A idade adulta. Aqui, o corpo feminino como bejéto sequissual serve pra vender de tudo; de iogurte a carro, de seguros a revistas. A arma sexual foi usada até na campanha contra o desarmamento e em outra contra os excessos no trânsito. As categorias "bebida" e "desodorante" estão entre as que pior usam a figura feminina, com mulheres que saem até com extra-terrestres (seres, hipoteticamente, de outra espécie) só porque este bebia a cerveja certa, ou que só vão com o cara que usar o desodorante certo, desistindo até de sair com astros da música.
5. A maturidade. A descoberta da sexualidade neste período da vida tem trazido algumas propagandas bem-humoradas, igual a uma em que uma moça perguntava a uma senhora se o seu acompanhante era seu marido. Ela, sapequinha: "Marido não! Tou só pegando", ou algo assim. Só não sei por quanto tempo o bom-humor vai resistir à sanha dos dois estereótipos: mullher-pra-comer e mulher-que-mata-se-for-preciso-pra-ser-comida.

Tenho, porém, que dar a mão à palmatória: o que o filme tratou como piada e agora é regra, ou seja: a excessiva utilização da sexualidade, em especial a feminina, como propaganda, não fica só no Brasil. O exemplo acima não me deixa mentir.
A questão é: o que está à venda, mesmo?