sábado, 28 de fevereiro de 2009

Maria Cristina 2

Pessoa íntegra, de caráter ilibado, lúcida de suas convicções, adora banana frita com açúcar e canela, entre outras besteiras.
Ela é a pessoa mais fiél e honesta que já conheci. Beleza refinada sem artifícios e educação esmerada por uma família dedicada. Dá um boi para não entrar numa briga, mas para sair...
Tudo o que falei de Maria Cristina há dois anos não foi o bastante, embora ela tenha achado que falei demais. Até pediu que eu tirasse, com medo que as pessoas lessem, patati e patata.
Ela fez aniversário no último dia Vinte e Cinco de Fevereiro. Passou o dia inteiro ajudando alguém, sem um minuto sequer de repouso para seu corpinho cansado, que há anos pede pelas férias que nunca mais tirou.
É fácil se apaixonar por essa menina, mas tão fácil é também se morder de inveja e ciúmes, até odiá-la. Pois há os espíritos de porco que a odeiam. Suspeito que muitos sejam por paixão não assumida, mas a maioria é porque ela é uma pedra no sapato de marxistazinhos de boutique, que usam de seus cargos e proximidade partidária para perseguir e obter privilégios. Radicais de direita e esquerda são farinhas do mesmo saco, só que com aromas (fedores) diferentes. Em ambos os casos, a medicina se esforça para combatê-los, pois estragam o organismo em que se instalam, destruindo a mais sólida reputação da mais tradicional instituição que se possa imaginar.
Maria Cristina está nessa frigideira, gastando sua juventude para evitar que aventureiros de costas quentes arruínem o trabalho que ela levou anos para construir. Por isso a perseguem, por isso tentam fazê-la de todo modo abandonar seu posto, mas ela não cede.
Seu imenso amor ao próximo a impele ao trabalho árduo que, porém, tem lhe custado muito de sua vida pessoal, de sua já delicada saúde, do convívio com sua família e seus amigos mais caros.
Vocês vão pensar que estou transformando-a em um anjo de candura, quando a primeira face que conheci dela foi a de seus defeitos. Bem, pois estou mesmo, porque aquela figurinha agitada e frenética não consegue esconder o coração maternal que tem, não de mim. Conheço-a há dezenove anos, desde que aquela mocinha petulante segurou o braço de um lutador em plena marcha, e conseguiu detê-lo. São dezenove anos do que é certamente a maior e mais preciosa conquista da minha vida: a amizade e o respeito dela.
Temos tido poucas oportunidades para destilar nossas peçonhas em particular, pelo que muito assunto fica atrasado, alguns já perdidos na memória. Praticamente só quando sozinhos no carro dela, seguindo para algum compromisso, é que conseguimos conversar, até algum bocó chamar pelo celular e nos interromper. Vocês não imaginam quanto conteúdo a conversa mais banal recebe, quando é ela quem fala. Pela experiência que relato, pensa-se ser uma idosa, até se ouvir sua voz e ver seu rostinho maroto que adora debochar da minha caretice. Mesmo com seis anos, dois meses e quinze dias a mais, ela é nitidamente mais jovial do que eu. E mesmo com sofrimentos que não são para serem publicados, mas desbastaram sua saúde física, ela continua linda, meiga (quando quer), afetuosa, uma dama que faria sucesso em qualquer país civilizado.
Eu sempre ficava triste quando sabia de ela ter terminado com um namoro. Primeiro porque é uma moça de educação católica e, embora não reclame, ter sua família constitui um sonho que ela merece; Segundo porque me faz perder ainda mais a fé na raça masculina, principalmente a goianiense. Mas vai ter homem frouxo assim no inferno! Esta cidade tem homens casados, bichas e frouxos, com raras excessões. Posso dizer porque moro aqui desde os cinco anos, ou seja, não sou daqui. O pior é que são frouxos machões, mas que morrem de medo de assumir um compromisso matrimonial, ainda mais com uma mulher forte e independente. Juro que se eu tivesse sido um desses namorados, teria sido o último, porque ela não teria escapado do altar. É triste ver a carinha dela se fazendo de forte, aquela boquinha arqueada e os olhos sonolentos, forçando uma vigília que o organismo mal consegue manter. Os amigos que amealhou a ajudam como podem, mas cada um (incluso eu) tem seus próprios dramas e ocupações, pois vontade de ficar vinte e quatro horas por dia à disposição dela não nos falta. O que lhe resta? Uma equipe reduzida, um departamento com instalações muito precárias, gente de fora que não faz metade do que é paga para fazer e a sobrecarrega, e um governo federal que não dá a mínima para funcionários como ela que, em empresas privadas, já estaria rica com tanta produtividade e horas extras. A última conta que fiz foi em 1998, ela tinha pouco mais de três meses de horas extras; de lá para cá não houve redução.
Eu rezo por ela. Ultimamente tenho rezado dois terços para ela e um terço para mim, inclusive para ter um meio de ajudar mais a criatura mais cristã no melhor sentido da palavra que já conheci.
De vez em quando ela ri do meu jeito tiozão, de eu ficar pasmo com cousas dos jovens, de estranhar ouvir ela dizer "gatinha" ou "gatinho". Passo pelo ridículo com o maior prazer se isso a alegra, pois ela precisa muito. Ela é um broto legal, sensacional, uma brasa, mora.
Ainda espero poder vê-la indo para casa, no máximo cinco horas depois do expediente, feliz a pensar na refeição quente que terá e certa de que uma equipe terá encaminhado tudo quando voltar, no dia seguinte.
Até lá, dedico todo o tempo que puder em seu auxílio, deixo meus ombros à sua permanente disposição, levo sempre que posso a única refeição que ela terá tido ao longo de todo o dia. Enquanto um merecedor de suas núpcias não aparece para ajudá-la, eu me dedico de corpo e alma à criatura mais elevada e levada da breca que a cidade já conheceu.
Feliz aniversário, minha opala de oito matizes.

Posts amarelos: Lucas celebridade

Quem primeiro me apresentou a essa figura que é o Lucas Celebridade foi a nossa amiga Meg, antes mesmo da famosa matéria no TDUD?. Confesso que, assim que abri o blog e li alguns posts, achei que se tratava de uma brincadeira, provavelmente um morador de uma cidade do interior que estava entediado e resolveu fazer piada com a vida social do lugar. Então vocês podem imaginar o tamanho do meu espanto quando soube que não era brincadeira, que se tratava de uma pessoa real e que acreditava em tudo o que estava dizendo. Não precisa nem dizer que o Lucas, juntamente com seus posts falando de si mesmo na terceira pessoa, entraram instantâneamente no hall da siacabância do blog (junto ao Cumpádi Washington, o véio que comeu e não pagou e o nariz perdido de Lord Voldemort), e é motivo de inúmeras piadas internas.

Ele mesmo se define com um trecho de uma música, é impossível entrevistar o Lucas sem ouvir a seguinte frase "Faço tudo pela fama, não tem jeito, sou assim". Mas o Lucas vai além disso, ele não só faz tudo pela fama, como trasforma tudo em glamour, é clássico o post em seu blog no qual ele transforma um restaurante cujas cadeiras são de plástico em um restaurante chique, sem contar com as inúmeras vezes em que ele é gongado pelos participantes da comunidade do TDUD? e não deixa de afirmar que isso é reconhecimento. Pois é, caros talicoisianos, o Lucas é a Polyana do glamour!

O ponto alto da carreira dele foi, sem dúvidas, a participação no programa da Márcia, o Lucas roubou a cena e, segundo ele mesmo, ofuscou completamente os outros convidados. Eu, a Meg e a Luna, contudo, não achamos o suficiente. Não que a gente não tenha simijjado com a performance da piriguete, mas é que achamos que muita coisa deixou de ser perguntada. E foi para conhecermos melhor o Lucas, e para podermos perguntar o que não foi perguntado, que resolvemos fazer essa entrevista...
Preparem-se, post clássico à vista...
TC: Qual foi sua reação ao encontrar a Márcia? Ela também é uma de nossas musas. Quais foram suas impressões sobre sua participação em um programa em rede nacional?
LC: O público gostou sim de minha participação.Tanto é que eu fui o que mais me detaquei; roubei a cena, caí nas graças do público. Claro que a imagem de louco pela fama sobressaiu, fui corajoso em ser bem eclético, fazer performances para um canal nacional de televisão mostrando o que realmente almejo e que sou.

TC: A Márcia parece um tanto brava durante o programa, como ela é nos bastidores?
LC: Ela é super simpática... Gostei muito de ter conhecido uma das melhores apresentadoras do Brasil. Acho que ela ostenta brado porque tem que dotar uma postura não vulnerável durante o programa, afinal, ela cuida de casos que acontecem no cotidiano familiar das pessoas.
TC: Como é a infância típica de um cidadão luzilandense?

LC: Sadia. Ir a escola, brincar... Essas coisas que as crianças gostam de fazer.
TC: O fato de vir de uma cidade pequena, aliado a vontade de divulgá-la, contribui com sua vontade de ser famoso?

LC: Obviamente... Como todos puderam ver, eu divulguei bem o Piauí durante minha participação no programa.

TC: Há uma nova celebridade da internet que vem do Piauí e que vem ganhando bastante destaque não só no TDUD?, mas em toda web e já foi matéria de grandes portais, o que você acha da Stafhany?
LC: Stefhany é uma menina iluminada, que merece muito destaque, eu quero que ela alce mais e mais o sucesso que ela tanto almeja, eu desejo tudo de bom para ela, pq ela é maravilhosa. E é assim , o piauí, na realidade, é um terreno cheio de muitos talentos que ganham destaque a cada dia que passa... A Stefhany é a Beyoncé do piaúi , eu sou a Paris Hilton.
TC: Mas as comparações não demoraram a chegar, muitos se perguntam por que você, como a Stefhany, não tenta se especializar em um tipo de trabalho, ao invés de tentar impor sua presença...

LC: Eu sou universitário pela UESPI, sou professor, em tudo. Eu gosto mais de impor a minha presença, a Stefhany tem talento, para a área que ela gosta, e a cada dia que passa ela vem se destacando. Não vou comparar, claro, a Sefhany comigo, ela é uma criança, é uma menina que tá aprendendo, que tá no auge da fama, assim como eu também. E o Piauí é assim, é maravilhoso! Lucas Celebridade, ou Stefhany, a Beyonce do Piauí, estão representando o Piauí, tá bom demais, que o Piauí seja aqui!

TC: Você se considera sem talento?

LC: Claro que não, sou ator, tenho um curso de interpretação, também sou cerimonialista, eu tenho curso de cerimonial, tudo isso. Acho que todo mundo tem talento, até quem varre uma casa Quem limpa uma casa é um verdadeiro talentoso. Talento todo mundo tem, a questão é que as pessoas não aprimoram isso para alcançar algo maior.
TC: Você quer ser famoso fazendo o quê, especificamente?
LC: Quero me inserir na dramaturgia televisionada. Sou ator e atuo na 'Paixão de Cristo" anualmente, e os outros trabalhos vem como frutos. Tenho bagagem!

TC:O que a fama representa para você? Por quê esse desejo de ser famoso? De onde surgiu essa necessidade de estar sempre em evidência?

LC: Fama representa vida, que lutamos diariamente para manté-la. Quero ganhar notóriedade; passr pelas ruas e todos dizerem "Lucas Celebridadeeeeeeeeeeeee"- Não há nada mais incomensurável. Fama é uma coisa instintiva, que nunca consegui tirar de dentro de mim, e nem tento. Preciso de gente, o Brasil precisa de mim.

TC: LC, você não acha que de repente, toda essa sua auto-exposição pode, futuramente, tirar seu crédito como artista?

LC: Toda celebridade tem seus princípios. Lembra do famoso e polêmico vídeo da xuxa? Ela hoje não é a rainha dos baixinhos? Então tá respondido a pergunta!
TC: Você gosta de música? Nós vimos suas fotos do ensaio sensual aonde você envergava uma flauta e escondia suas partes pudendas com um violão...Você pretende seguir carreira musical?
LC:Não pretendo, mas não sei o dia de amanhã. Amo músicas e o sensaio em orgasmo foi exibindo apetrechos musicais.

TC:Lucas, você mesmo produz seus ensaios sensuais? As idéias são suas? Você tem colaboradores?
LC: Eu mesmo produzo, e tenho minhas idéias, mas tenho colaboradores tambem.

TC:Quais os seus segredos de beleza? O que você faz para ter essas pernas torneadas?
LC: Não tenho segredos... Sou bonito naturalmente. Agora para ter essas pernas rijas, muito sexo é a receita e, apesar de meu tempo ser pouco, por conta dos eventos, sempre tiro um tempo para a prática sexual.
TC: Quais talentos você acreditar ter que o projetariam para o país todo?
LC: Ator, modelo, apresentador...É uma batelada de talentos que só vendo pra crer.
TC: Agora vamos falar do coração...Com toda a sua fama e a sua carreira em ascensão, já encontrou sua metade da laranja? Sua alma-gêmea? Sua "carniunha"?
LC: Bom, mesmo com minha vida sem brechas para um tempo máximo de dedicação ao coração, eu andei ficando umas 2 semanas com uma pessoa, mas não costumo me apegar, pois eu amo a fama, primeiramente. Gosto de uma pessoa, mas acho que não é o tempo certo de me enlaçar com alguém.
TC:Qual seu tipo ideal de homem?
LC: Que saiba compreender os meus caprichos e meus anseios pela fama. Caso não aceite minhas imposições, fica meio difícil, mas não descarta a possibilidade de entrarmos em um acordo para alçarmos um romance.
TC: Falando em vida familiar, como seus pais reagiram a sua homossexualidade? E a dancinha da Periguete durante o programa da Márcia?

LC: Bom, sou criado com avós desde quando nasci no Ceará. Minha família toda nasceu no Piauí. Conheci minha mãe biológica aos 13 anos de idade, quando ela retornou de São Paulo. Meus avós não dizem nada, até porque não sou problemático, nem rebelde; apenas luto pelo que quero. Sou Universitário e trabalho para me sustentar, e eles querem que eu tenha é sucesso!

TC: No programa da Márcia você falou que a fama seria seu ideal de felicidade, e se você a conquistasse e a perdesse logo em seguida, como você reagiria?

LC: Com certeza ficaria deprimido, caso não fosse uma decisão minha em decansar a imagem.

TC: Sua fama começou no TDUD?, você não tem consciência de que o objetivo do TDUD? é fazer troça das celebridades e aspirantes?

LC: Sim, sou completamente antenado em tudo... bastante detalhista e analista. O TDUD? realmente desanca de uma forma clássica as celebridades. Se a intenção deles foi essa, saiu pela culatra. Mas tenho certeza que a intenção deles foi de dar uma guinada, um empurrão, para que eu explodisse. O fato deles seguirem essa linha de críticar celebridades, não significa que eles fariam de mim também. Eles me ajudaram bastante, disso eu sei; e a intenção deles foi essa!

TC:Bom, você se considera uma pessoa de destaque para o TDUD?, quando na verdade o pessoal gosta mesmo é de gongar... Da mesma fora, você se considera o clamor da sua cidade... Será que não acontece o mesmo lá e você não percebe?

LC: Na realidade, todo meu sucesso eu atribuo ao TDUD? que realmente me deu esses louros de colher a fama. Eu sou cria do TDUD?, quem não lembra daquela matéria? Depois daquilo ali, muita ciosa mudou, eu só tenho a agradecer realmente. E não tem esse negócio de que acontece lá fora, que eu não percebo, gongando ou não, o sucesso me vem, é só isso o que eu tenho a dizer.

TC:Bom, falando em TDUD?, o blog deu um recesso para a cobertura do Big brother, o qeu você tá achando dessa edição?

LC: acho que tá faltando muita coisa para apimentar a edição, tá tudo muito seco, sem novidades, sem polêmicas, por assim dizer, não tá realmente superando as espectativas como muita gente esperou...

TC: E o que Lucas Celebridade faria para apimentar essa edição?

LC: não adianta dá uma receita, acho que lá dentro eu ia realmente abalar as estruturas daquele programa, o Brasil precisa de mim, isso você pode ter absoluta certeza, todo mundo pode sentir isso um pouquinho no programa da márcia

TC: "O Brasil precisa de mim", em que área você seria tão necessário para o Brasil? Você é uma pessoa engajada politicamente?

LC: Bom a pessoa só detecta, só diagnostica, quando realmente ver e convive comigo (...) a convivência seria o ideal para qualquer julgamento, diagnóstico sobre minha pessoa. Me destaquei muito no programa da Márcia, ofusquei os outros participantes, como todo mundo viu, como todo mundo disse, não é a toa que o Brasil inteiro entrou nol meu orkut e deixou mensagens animadoras, por que o Brasil não é invejoso.

TC: Quais são seus projetos? E a proposta da Brasileirinhas? Pretende aceitar? Você não acha que esta seria uma boa maneira de obter reconhecimento?

LC: Não quero falar sobre isso

TC: Se a fama representa felicidade, como você explica a cabeça raspada e as músicas anti-paparazzi da mulher mais famosa do mundo?

LC: Bom, cada qual tem seus métodos... Meu apetrechos são outros

TC: Você acha que tudo isso pelo que Britney passou foi para se autopromover?

LC: acredito que sim, porém não vou jugá-la de uma forma errônea

TC: Qual seria seu limite de auto-promoção?

LC: Não. Tenho. Limites.

TC: Mas QUALQUER coisa MESMO? Até apanhar do Sean Penn, ser pego fazendo sexo no carro com Hugh Grant, sair por aí sem calcinha? Até mesmo NAMORAR o BELO????

LC: Que história de calcinha é essa?!? (risos) A pergunta já tá jocosa demais, isso tá fora de cogitação, mas... Vamo lá, o Bello, tem muita coisa que eu faria sim, claro, a maioria das coisas...

TC: Nem precisava dizer que faria tudo, bastava dizer que namoraria o Belo!

LC: Faço tudo pela fama, não tem jeito, eu sou assim

TC: Lucas, Paris Hilton fez um vídeo pornô... Então para manter o título de Paris do Piauí...

LC: Você não perdoa mesmo, né? (risos) Vou pensar no caso, o pessoal quer me ver pelado realmente.

TC: Qual a maior barreira que o separa da fama?

LC: A distancia que logo vai ser superada. Vou me formar e ir embora. Fica na ponte aerea entre Rio e São Paulo. Tentar a carreira, neah!

TC: Você se considera um ícone fashion? Pois sua boina já fez um certo burburinho...É sua marca registrada, Lucas? Ela suporta o sol forte do Piauí?

LC: Sim... É minha marca registrada. O Piauí tem sol forte, mas tambem tem um frio maravilhoso. A questão que tem muita gente que vem de fora que não pode sentir um calorzinho que falta morrer. Destesto "não-me-toques", gente sem costumes.

TC: Tem como adiantar que programa nacional é esse, que vai abalar a estrutura do país... É o profissão repórter?

LC: bom, não posso divulgar ainda, mas já foi batido o martelo e logo logo vai ter outra explosão! Eu sou assim, imprevísivel, quando aparece é que nem bomba de hiroshima.
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Teste Tali-coisa de heresia:

TC: Coca ou Pepsi?
LC: Ambos
TC:Britney ou Paris Hilton?
LC:Ambas
TC:Filme preferido...
LC: Dificilmente paro para assistir filmes. Mas titanic marcou
TC:Madonna ou Cindy Lauper?
LC: ambas
TC: Baby one more time ou Genie in a Bottle?
LC: Vocês são ótimo em perguntar sobre músicas (riso), Nenhuma!
TC: Hollywood ou Luzilândia?
LC: Ambas
TC: Playboy ou G Magazine?
LC: ambas
TC: Big Brother ou Casa dos Artistas?
LC:Ambos

Lucas, o ícone fashion, e sua tão falada boina...
***

vocês encontram o Lucas e seu mundo Polyanístico em http://www.lucasfamapop.blogspot.com/

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Do que Deus é feito?

Em conversas com ateus (adoro), sempre se cai nesse tipo de questão. Sem contar as básicas "Deus existe?" e "Se existe, onde está?". Mas a que mais me pegou esses últimos tempos, foi essa.

Do que Deus é feito? Seria fácil responder (como algumas religiões o fazem) que ele é inefável, que nós não temos capacidade pra entender ou conceber o que seja Deus.

Será que é tão complicado? Deus estaria realmente em cima das nuvens, invisível? E composto de átomos que não podemos ver ou detectar?

Ou ainda, Deus está em tudo e tudo está nele, uma vez que tudo é a Criação?

Um famoso webhit ("As árveres somos nozes") dá a resposta mais acertada quanto a isso. O locutor dizia "Jesus é a floresta, e as árvores somos nós". Na verdade, Deus é a floresta, e as árvores somos nós.

Todos nós, juntos, compomos Deus. Sim, somos parte dele. Somos parte de tudo isso.

Fica o ponto. Se não fazemos as coisas por nós mesmos, de que adianta esperar a ajuda dos céus?

O próprio Cristo já dizia "Sois Deuses." Mas não na verdadeira acepção. Somos parte do poder Criador, somos parte da energia e força do Universo. Temos tanto poder e liberdade de uso dele como o próprio. Mas nos limitamos, muitas vezes por medo.

Ficamos naquele exagero de humildade (que é mais danoso ainda que o orgulho) dizendo "Ah, eu não mereço..."

Quem disse que não?

Deus está em nós. Todos nós.

Como dizem os Bramanes... O Deus que está em mim saúda o Deus que está em vocês...


"Eu sou vocês. Ontem, hoje e sempre"

90's back, alright!

Outro dia eu estava andando pelo shopping quando me deparei com uma coisa bem esquisita.
No lugar das habituais 10 mais da 96 FM, o que estava tocando na rádio interna do shopping era um dos clássicos do cancioneiro talicoisaiano, Genie in a bottle!
Achei estranho e, enquanto hiperventilava, esperei que a música acabasse para ver qual seria a próxima. Vocês nem podem imaginar meu espanto quando a música seguinte começou a tocar, nada mais, nada menos, que WANNABE!
Pois é, o que eu desconfiava que aconteceria, vai REALMENTE acontecer, quer dizer, meu irmão - que trabalha no shopping- falou que isso é só idiotice do novo cara que coloca as músicas. Eu, porém, continuo esperançoso de que essa setlist do shopping só confirma uma tendência, a volta dos anos 90!
Como diz um cara da MTV, é normal no mundo do POP as pessoas resgatarem o que aconteceu há duas décadas atrás. Como nessa década os anos 80 estiveram na moda, apartir de 2010 iremos colocar a mão no joelho, dar uma agachadinha e aproveitar tudo de bom que os anos 90 tem para oferecer... Por que anos 90 de volta significa

1- A volta das boybands - O que significa a volta dos clipes cheios de efeitos especiais, letras sobre amor de verão acompanhadas de coreografias que sempre incluem um soco na areia . Sem contar que as terríveis franjinhas emo serão substituídas pelo cabelo à la Nick Carter- que também não é nada bom, mas já é um progresso.




2- A volta das girlbands - e um monte de crianças gritando que é a Ema, ou que é a Mel B., sem contar com a possibilidade da volta daqueles pirulitos...






3- Músicas como Wannabe, Baby one more time, Bye bye bye e Backstreet's back voltarão a tocar na balada - já posso imaginar, as pessoas com um Ice na mão, os olhos fechados e gritando "Give me a siiiiiiiiiiiiiiign, and hit me bay one more time!"






4- Filmes teen clássicos ganharão remake- Ok, remakes sempre são piores que os originais, mas os filmes teens já são ruins o suficiente para que possam se estragar mais ainda... E no mais, quando há remake, a versão antiga sempre aparece mais barata no pacotão das Americanas





5- Voltarão a fazer concurso para nova loira do Tchan - um no Gugu e outro no Faustão, por favor.


Olha gente, eu até faria uma listinha de 10, mas isso é trabalho para o "Mais de uma hora"... Enfim, os anos 90 podem não ter voltado ainda, mas, como vocês já devem ter percebido, EU voltei ao TC.
Isso mesmo, Frankstreet's back!






E preparem-se, amanhã tem post clássico aqui no TC... falando SÉRIO!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Cartão-postal - história, curiosidades e um cadim mais






Inspirado pelo recebimento de um cartão-postal enviado a mim pelo queridíssimo Dave Coelho, a quem dedico esse pequenino texto. Beijos, deevah!






Aquele simpático cartãozinho com foto-de-local-lindo que nós conhecemos como cartão-postal, em sua primeiríssima versão apareceu lá pelo século XIX. Como muitas invenções legais que não foram devidamente patenteadas, há várias versões sobre quem teria sido o autor do dito-cujo.


Os estadunidenses, lógico, garantem que foram eles. Se a história não fosse bem específica quanto a isto, eles seriam mesmo capazes de dizer que inventaram a pólvora, a escrita e o domínio do fogo. E, claro, eles também patentearam (como fizeram com tantos outros inventos alheios) o cartão-postal, em 1861, não tendo, porém, havido sobreviventes dessa que teria sido a primeira leva.

Os alemães também requerem a invenção, que teria sido lançada num evento oficial, como não poderia ser diferente, levando-se em conta o estereótipo de organização germânica, tão decantado. Não apenas foi oficial, mas teria acontecido na Conferência Postal Germano-austríaca, em 1865 (uau, antes mesmo da unificação alemã - 1871).

A última versão dá conta de que foi criado por uma questão de economia de envelopes e simplicidade, em pleno momento da chamada "Paz armada" (anterior à Primeira Guerra Mundial - 1914-1918) e teria sido invenção dum professor de Economia Política do Império Austro-Húngaro, em 1869, ano em que os correios do então vigoroso império lançou o primeiro cartão-postal. Era bem singelo, um cartão creme com escrita em preto. Nada de fotheeeeeenhas coloridas, pode? Também, um invento com base na pão-durice não podia ter mesmo um pingo de gramú.

Nosso Brasilzão-de-meu-Deus logo acatou a idéia e a adotou no ano de 1880; a gente comemora o dia do cartão-postal em 28/04. Os primeiros cartões-postais lançados no mundo mantinham a mesma idéia mão-de-vaca que dizem que teria inspirado o que iniciou a série. Eram monopólio estatal e vinham com selo e tudo. Aos poucos, os postais, como os apelidamos, foram liberados para as gráficas, podendo circular com o selo - que em alguns casos vem até impresso.

As fotos, essa outra invenção bacana que se alastrou no século XIX, logo se aliaram aos postais para divulgar outra mania que se consolidou nesse efervescente tempo: o turismo. As pessoas mandavam para os amigos que não podiam ir ao local-famoso-da-vez, ou remetiam para amigos distantes, para que saboreassem um pouquinho do lugar onde moravam. Com a profusão de máquinas digitais, fotos tiradas de celular, filmadoras e o escambau, ainda hoje os postais estão entre as lembranças de viagem preferidas e podem ser encontrados em toda parte, sendo inclusive disponíveis em temáticas diferentes do clássico lugar-lindo-histórico-significativo-da-região.

Hoje, os postais estão no nosso imaginário, e se você procurar, vai encontar músicas e poemas que o citam, em diversas versões e idiomas. E eu posso vê-lo ali na minha mesa e me imaginar na Rua do Giz, onde meu querido Dave Coelho esteve e se lembrou de mim. Valeu, Coelhote!

E, para vocês, um postal de Florianópolis. Com a imagem-clichê, é claro. E com carinho múltiplo!





quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Minha Vida é uma Prostituição

Antes de se descobrir a tal da vocação, os humanos costumam passear por diversas ocupações profissionais (tram)biqueiras para garantir seu faz-me-rir, sua mufunfa, grana, capim, dinheiro.

Há quem passe a vida inteira procurando uma ocupação, sempre insatisfeito com o emprego atual. Há quem se satisfaça com a instabilidade. Há quem faça uma tempestade existencial em torno da mediocridade de trabalhar em algo que odeia. Há quem não dê a mínima pra isso.

O fato é que todo mundo tem uma relação minimamente interessante de empregos pregressos, que amigos de cabelo em pé, nas rodinhas de final de semana, antes de começar a beber e pagar mico jogando Imagem e Ação.

Então, nessa vida ainda curta, eu já fui:

O moço do posto de Lavagem.

A toca dos coelhos já emprestou sua fachada para um posto de lavagem de veículos. E nessas idas, o Coelho que vos fala já se embrenhou com escovões e aspiradores a limpar carangas alheias. E era triste ter que meter as mãos a esfregar rodas, motores e estofados – mais de uma hora. Nos finais de semana, filas gigantescas de carros imundos esperavam por nós. O empreendimento rendeu um sucesso estrondoso (e forrou a conta bancária dos coelhos por alguns meses), mas teve que ser fechado por estar num espaço irregular.

GLAMOUROSO: Como o empreendimento era nosso, a grana pulava direito pros nossos bolsos, dividindo espaço com nossos butiás.

MALÉFICO: Sol no rosto all day long, junto com os caprichos dos clientes e com surpresas desagradáveis do tipo 'tem bosta de mulla no pneu do carro', já me fizeram quase desistir um monte de vezes.

O Bilheteiro da Lotação

Um outro empreendimento da família foi a Empresa de Transportes e Turismo. Tráfego de humanos pelo interior do Estado que ofereceu vaga pra um cobrador/trocador nos finais de semana. E lá ia minha pessoa acordar de madrugada e passar o dia INTEIRO viajando Maranhão a dentro. A minha função, além de cobrar as passagens, era a de acomodar as pessoas no microônibus, carregar as bagagens e até limpar eventuais vômitos. Enfim, tudo o que o motorista deveria fazer se não estivesse ocupado demais dirigindo.

DIGNO: Eram duas viagens por fim de semana, e por isso eu sempre tinha histórias inusitadas pra contar. Sempre acontecia algo curioso. Ah, a grana era boa - além da sensação impagável de que o dia tinha mais de 24 horas.

DOENTIO: Contei a parte dos vômitos? Contei que o povo transita com pato, galinha, marreco – essas coisas? fato que fazia com que o microônibus parecesse muitas vezes com um microcurral. Ainda tinha a parte dos assaltos. Num desses nem os pés de coelho deram sorte: levaram a grana toda e ainda me futucaram a cabeça com um 38tão. Me respeeeeeeeeite!

Animador de Promos

Eu já trabalhei em ações temporárias pra empresas de telefonia. Numa dessas,nós precisávamos usar uma peruca qualquer coisa de horrorosa, com uma calça fluorescente e uma camiseta ao melhor estilo “mamãe, engoli uma drag!”. Era algo tão embaraçoso que nós tivemos que desenvolver técnicas de Pai Mei para despistar conhecidos que faziam suas comprinhas ali, no hiper mercado então mais high society da cidade.

VÁLIDO: A ação durou uma semana só e a grana era muito mais de mesa.

FROM HELL: Mico dos diabos, né minha gente? Nós quase ouvíamos as vozes das Mirtes comentando: “Esses aí tão mesmo precisado, viu Sulamita?”

Consultor de Cursos

Sabe aquelas simpáticas pessoinhas que atendem nos balcões de cursos/universidades? Eu já fui um deles. Primeiro numa escola de informática, onde tínhamos que ser mais persuasivos que o hibrido de Barak Obama com Hitler. Tudo porque o curso era caríssimo e próximo dele, haviam milhões de outros com o preço super acessível. Trabalhávamos com metas demoníacas e éramos fiscalizados fulltime por supervisores, coordenadores e directores.

Depois foi numa escola de formação profissional em Beleza. Era um espetáculo purpurinado, meu Brasil. Mas a dinâmica era a mesma. A cobrança era generalizada, afinal, éramos nós que fazíamos a grana entrar na casa – vendendo os pacotes de cursos.

ADEQUADO: É possível aprender muitíssimo em cenários adversos como esses. Imagine o contato competitivo com os outros funcionários e o fato de você conhecer gente nova todos dia.

MALDIÇÃO MORTAL: Essas atividades eram extremamente desgastantes física e psicologicamente, a grana era curta e precisava de muito, muito saco. Então, hoje em dia eu preferia fazer um strip tease pra 500 mil homi! 500 mil homi, Adevilso!

É engraçado fazer essas avaliações. Dá uma sensação confortável de responsabilidade junto a meus vícios juvenis e dá pra perceber que as necessidades mudaram um pouco com tempo. E curiosamente a gente tende a lembrar mais dos episódios cômicos e do aprendizado que tudo isso trouxe. Afinal, já carreguei os frangos que eu tinha pra carregar, lavei as rodas de carro e repeti a mesma ladainha “Compre o pacote de Word, Excel e PowerPoint e garanta o de Photoshop inteiramente grátis, colega!” 6 mil vezes por dia. Agora é rir do que foi e estufar o peito pros desafios novos.

***

Esse texto gigantesco é pra fazer valer minha ausência de algumas semanas por aqui - e pra homenagear meu colega, Dudu Fiodoxó, por finalmente abandonar a vida de vadiági por um emprego by concursos. Parabéns, Dudu! A tua vida vale maish!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Oscar 2009

Bolo de Noiva

Sarah Jessica Parker

Caprichou no silicone, hein, amiga?

Penélope Cruz

Só faltou o véu. Rouba umas florzinhas aí atrás e capricha no buquê, beijos.

Sempre tem uma...

Piriguete. E sem Tintura Márcia (odeio raízes aparecendo), né? Heidi, você deve ter $$$ pra uma coisinha melhor. Fikdik!

Da cor do pecado

Anne Hathaway


Não preciso dizer nada. Next.

Baianidade nagô

Beyoncé

Certeza que a Bionça deu umas voltas por aqui. Tá a cara dessas bonequinhas que os turistas sempre compram, com um vestido mais feio, evidentemente (o da boneca está tão mais glamur...).



Eu sei o que vocês fizeram nos Oscars passados!

E não sei o que acontece agora...

Nicole Kidman



A moça que costumava se vestir assim:

Oscar de 1997

O que houve? Por quê? Como assim?
A Nicole se deixou envolver pela onda de PALIDEZ que anda dominando as premiações. O que tem de errado em usar um vestido com uma cor tipo...Alegre?
2009 foi demais para mim, 70% dos vestidos foram brancos/beges/ MORTOS.
Não acho válido.

Halle Berry

Lembrei do vestido da Beyoncé, embora seja melhor. Mesmo assim...A Halle já usou isso:

Arrasou no Oscar de 2002, um vestido assim só pra quem pode, então, a expectativa sempre fica em alta.

Caminho das Índias

Freida Pinto – atriz de “Quem quer ser um milionário?”

Gostei da cor, mas eu arrancaria a manga.

Who?

Robin Swicord

É o Tchan no Havaí, olha a pranchaaaaaa!

Estrelas teens


Vanessa Hudgens, a.k.a aquela das fotos safadinhas / namorada do Zac Efron

Arrancando esse rabo aí, eu usaria o vestido, é passável.

Miley Cirus, a.k.a Hanah Montana

Errr, o da Miley eu não usaria, nem dá pra cortar nada. O cinto também é desnecessário, não uso cinto em calça, não é em vestido que vou usar.


Tchamtchamtchamtchammmmm...


Evan Rachel Wood

Com o vestido mais bonito de 2009. Ficaria melhor na Penélope Cruz ou na Halle Berry, mas não podemos ter tudo. Pelo menos a Evan não namora mais o Marylin Manson, ele super estragaria a foto.


P.s: Invadi o dia da Debs ;)
50 textos...Emolãoooo.

Minha história de amor


Na infância e em boa parte da adolescência, eu costumava cometer uma enorme heresia: roer as unhas. Diferentemente de outros roedores, eu não comia os dedos. Não arrancava pedaços de cutícula, nem cheguei a ter aqueles dedos “batatudos”. Eu comia só as unhas, mesmo. Em momentos de maior tensão, elas ficavam curtíssimas.

Para parar com o hábito de roer unhas, não adianta colocar pimenta nos dedos, nem apanhar, nem ser ameaçada. Dizer para a menina que um dia ela vai parar no hospital, com a barriga cheia de unhas, não funciona. Até porque ninguém conhece um caso desses. Ou conhece?

Uma menina, para parar de roer unhas, precisa de estímulo. Precisa querer ter unhas bonitas para poder pintá-las. No meu caso, foi assim que aconteceu. E eu estava no lugar certo, na hora certa.

O ano era 1995, quando estreou a Malhação. Não riam, o assunto é sério. Antes dessa data, as prateleiras das lojas de cosméticos só ofereciam esmaltes vermelhos “minha vida é uma prostituição” ou aqueles rosinhas “curtindo o asilo adoidado”. Adolescente nenhuma ia querer parar de roer unhas para pintá-las com essas cores.Quando a Malhação estreou, Camila Pitanga ostentava unhas na cor azul. Outra personagem, a Magali, usava esmalte preto.

Foi aí que comecei a parar de roer unhas. Ganhei um esmalte Big Universo (oi?) preto. Mesmo com as unhas fracas e curtas, passei a pintá-las. Em seguida, minha mãe me deu um kit da Colorama, com dois tons de azul, um mais escuro, outro mais clarinho. Daí para a frente, minhas unhas melhoraram e o vício em esmaltes só aumentou. Pintava de todas as cores, até perdi o preconceito com o vermelho.

Hoje, passada a fase adolescente, continuo a mesma. Posso estar roubando, matando ou com o nome no SPC (credo!), mas o dinheiro da manicure é sagrado. Não consigo estar com as unhas mal-feitas. Eu não sou “eu”, se estiver sem esmalte nas unhas. Coisa de louco.

E as cores... Gosto de todas. Experimento todas. Quero todas. Só tenho algumas ressalvas. Odeio esmaltes cintilantes clarinhos, que a gente tem que passar 365 camadas para a cor aparecer. Pintar as unhas de amarelo, também não rola. E compartilho com Roberto Carlos a ojeriza pelo marrom.

De resto, uso tudo. E não entendo quem vai à manicure e sai de lá com duas camadas de Renda. Se as unhas são bonitas, temos mais é que mostrar. E isso só se consegue com cor, muita cor.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sem título 1

Plantaram uma muda e ele ria, ela estava sem jeito e ficou furiosa, com o vestido cheio de terra. Mas eram só crianças que mal tinham aprendido a ver beleza nos outros. A plantinha miúda balançava ao vento forte de outono, mas crescia.

O natal foi triste, a véspera foi de luto. Um anjo entrou sem pedir licença e o seio materno já não estava lá. Os amigos diziam para ter coragem e tocar a vida, ela só segurava sua mão e lhe deixava chorar. A doçura em um momento tão amargo fazia esquecer a revolta. Ele sabia, garotas crescem antes dos garotos.


A planta já espalhava folhas, despindo-se para o inverno seco do centro-oeste. Mas era uma árvore tão jovem, ainda havia muito o que crescer.


Ela chora pelo fim do namoro com quem só queria diversão, não quis saber de futuro, só do cassino que via nela. Ele ficou ao seu lado, ouvindo e esperando o momento de dizer que garotas crescem antes dos garotos.


As flores que a pequena árvore já exibia também forravam os jardins, as praças e enchiam de promessas as palavras de amor. Os dois não se ignoravam mais. Tanto respeito, tanta dedicação. Pouco sabiam do cotitiano do outro, menos se viam do que gostariam, mas sabiam um quem era o outro. Dos campos as flores iam para os olhos. De vez em quando os garotos também crescem.


A árvore então madura revelava os primeiros brotos que ensaiavam a frutificação. Um conheceu a vida pregressa do outro, dos dramas e das alegrias, das virtudes e das fraquezas, o que exigir e o que perdoar. Vinte anos de amizade findados para ceder ao namoro o lugar devido.


Discussões tolas, efêmeras, que os abraços calavam e desvaneciam. Não havia paixão no coche, ela estava sob os arreios, o cocheiro era o amor que o respeito e a amizade criaram e educaram. De mãos dadas pelas ruas, não exibiam o glamour da intimidade que só os dois conheciam, como em filmes branco e preto, como em páginas que só o autor sabe tudo o que quis dizer.


As bodas à lua cheia com o vento uivando lá fora, as estrelas admirando o casal com terna comoção, com as paredes silentes testemunhando o destino que escolheram de comum acordo. Os acordes de Osanas sacros virtualizavam o acto, onde cada um buscava a plenitude do outro, pelo que era o caminho que extasiava, o orgasmo tão somente uma misericórdia aos corpos que não resistiriam ao amor de seus ocupantes, se estes levassem tudo às extremas de sua comunhão.


A primeira fruta tão doce e vermelha, uma cereja brilhante que alimentou a gestante em sua glória conjugal. Que dificuldades oscilariam a solidez de um brilhante tão bem lapidado? A semente da cereja foi plantada e brotou. Os choros noturnos lembravam sempre que o amor é mais ação do que sentimento, demanda prática. Noite após noite o praticaram e acalmaram a sanha do rebento.


A pequena cerejeira foi para um vaso maior, protegida sem ser poupada. Vento, chuva, sol e as mãos serelepes da pequena doçura que conceberam. Ambas cresciam fortes, ambas cresciam belas.


Tantos casais se distanciavam e eles permaneciam. Tantos arrastamentos passaram sem sucesso ante a casa, tantas vicissitudes que a vida impõe não desbotaram o compromisso. O amor era baseado na maturidade e no respeito do inverno, sensações vieram na fartura da primavera.


Ela baseava sua maturidade na convivência e na assistência, ele na bravura com que sobreviveu à infância e à adolescência. Um sabia o que exigir e o que perdoar do outro, garotas crescem antes dos garotos, mas um dia eles também crescem. Seu fruto amadurecia no respeito e no trabalho, à salvo do vazio de do afã pela comodidade.


Um dia o mesmo anjo entrou novamente sem pedir licença. Agora eram só ele e a filha, ela segurava sua mão e o deixava chorar. As duas cerejeiras estavam nuas e a chuva lavava seus prantos.


Duas árvores crescem melhor quanto mais longe estiverem uma da outra, ela levou a cerejeira cuja origem alimentou sua mãe. Agora precisava da mesma alimentação. Via seu pai todos os dias, coloria sua vida esmaecida pela viuvez precoce, mas já não era sua casa. Tinha suas próprias mudas e seu próprio jardim para cuidar.


Os anos passam, as folhas caem e a amoreira morre. Eleonor volta para buscar seu amado, que a casa dos dois já está arrumada.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O cliente


Ao pagar, é o rei, é tão querido,
mas ao exigir, é o vil, o preterido.
Ouve promessas de todo lado,
antes de o produto ser comprado,
mas logo assume toda dor
ao transformar-se em comprador.
A garantia, os sorrisos
somem no instante preciso
em que assina o contrato,
e sai, mais uma vítima, um “pato”...
Nos ônibus, lojas, repartições:
má-vontade, incompreensões -
só faltam pedras para atirar,
mas ainda está ali, a comprar!
Nos serviços, supermercados e bancos
as informações vêm aos trancos -
ser cliente é ser maltratado,
é mal que não pode ser curado?
Pobre cliente! Pensa que é gente!
Tenta, em vão, seus direitos receber,
e mesmo nos lugares onde o deviam socorrer
é tratado como escória,
enrolado com todo tipo de histórias...
Cliente paga tudo, mas sempre é lesado,
no peso, na medida, na quantia é roubado...
Se você, lojista, fornecedor, acha que pode ficar contente,
lembre-se: não é você também um cliente?




Update: E quem nunca se sentiu assim?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hoje é dia de folia!

O carnaval está próximo. Quando ele chegar, vai ser assim:

Milhares de pessoas perguntarão aos seus conhecidos se eles pretendem ver a Mangueira entrar;

Milhões de preservativos serão distribuídos, dando a entender que a população só faz sexo uma vez por ano;

Muitas pessoas dirão que gostam do feriado, mas não da folia;

A palavra “folia” aparecerá milhares de vezes na mídia;

Uma repórter perguntará, com cara de espanto, o que Ivete Sangalo e Claudia Leite fazem para ter pique para encarar os dias de... folia. Elas são profissionais do trio, não são? Ter pique é mera obrigação;

Juliana Paes, Nana Gouveia, Greycyanny Barbosa, Luma de Oliveira, Luiza Brunet e companhia limitada responderão o que fizeram para estar em forma neste carnaval;

A tevê mostrará flashes ao vivo da folia em Salvador, Rio de Janeiro e Recife. Em Recife, estranhamente, em todas as vezes em que o repórter aparecer, estará tocando a mesma música;

Suzana Vieira brilhará em alguma escola de samba. Para mostrar que nada consegue acabar com a sua alegria, que ela nunca teve depressão e que é amada pelo Brasil. E contará, mais uma vez, a sua história com o falecido;

A tevê também irá a algum asilo, para que os velhinhos cantem músicas carnavalescas do passado. Cabeleira do Zezé, Mulata Bossa Nova, Me dá um dinheiro aí. O repórter ficará encantado com o pique da terceira idade;

Muitos idosos reclamarão que o carnaval já não é mais aquele, olha a cara dele;

Nós ficaremos sabendo qual é o novo som de Salvador, apesar de nem sempre estarmos a fim de saber;

Lecy Brandão fará seus comentários nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Falará que uma das características da Império Serrano é a profusão de cores nas alegorias. Elogiará a bateria do Salgueiro, comandada por Mestre Fulano de Tal. Mostrará preocupação com as falhas na evolução da Vila Isabel. Nós bocejaremos;

Alguma subcelebridade, escalada para madrinha da bateria de alguma escola, pagará mico, por não ter samba no pé. Ivo Meirelles dirá que, se tivessem escolhido alguém da comunidade, isso não aconteceria;

Durante os desfiles, haverá closes de bundas e peitos. Afinal, mulheres heterossexuais e homens gays não têm direito de ver o que lhes interessa;

Gente chata dirá que o Brasil não vai para a frente por causa do feriado carnavalesco. Ah, se esse fosse o nosso único problema!;

Carlinhos Brown, se é que ele ainda existe, explicará o conceito afro-samba-reggae-timbalada-escambau de sua música. Nós não entenderemos;

Caetano Veloso dará alguma declaração polêmica. Ou não;

Milhares de pessoas, unidas numa só voz, dirão que carnaval é uma armadilha de Satanás.

Carnaval. Quem viu um, viu todos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

De pres são

Um comentário pode desencadear tudo, do nada não acontece. Mesmo um facto corriqueiro, um aborrecimento que noutras ocasiões seria relevado, ganha importância e peso.

A vontade é de dormir e só acordar quando for a hora da próxima encarnação, o que pode durar até cento e vinte anos, ou mais. Mas o sono não resolve o problema e não dura tudo isso.

Por fora pode-se não apresentar qualquer sinal. Para nossos avós já seria difícil perceber qualquer um, para a sociedade egocêntrica de hoje beira o impossível. A pessoa trabalha, anda, come, aparenta até alguma alegria e todos acham que tudo está bem.

Não se consegue conversar a respeito; Primeiro porque só poderia ser detectada a parte hormonal, a material do problema, as outras ainda não são tangíveis, dificultando ao extremo um desabado eficiente; Segundo porque raríssimas pessoas, mesmo os profissionais da área, estão capacitadas a lidar com a gente que sofre assim; Terceiro e pior, porque a maioria dos que sofrem não acredita nem consegue ver meios de receber ajuda eficiente, às vezes nem tenta.

Há os ignorantes que chamam de frescura, dizem uma noite no bordel resolve. Se resolvesse, a Holanda seria isenta de suicídios.

Há os charlatães que tiram diplomas de medicina e enchem o coitado de drogas, sem sequer terem uma palavra que não seja sobre os sintomas.

Há os bem intencionados que, no afã de ajudar, falam besteira e pioram o quadro, pois o modo como falam fazem o estímulo se converter em cobrança.

Há os que não dão a mínima.

Dizer "deixa disso, você é forte, bonito, tem tudo o que quer, seu irmão tá pior e tá feliz, bola pra frente, a vida é bela" não adianta. Isso piora o quadro. A pessoa passa a se sentir incompetente por "ter tanta cousa" e não estar feliz, é uma pressão que a empurra mais para baixo.

Comparações são um tiro no pé de quem pretende ajudar, e podem ser um tiro de verdade na testa do depressivo. Alegar que existem pessoas em pior situação é inútil, alegar que elas são felizes mesmo na miséria imprime uma culpa muito grande no doente. Ele não está ruim porque quer, ele simplesmente não consegue ver uma luz no fim do túnel. A única luz com a qual conta é a de uma vela perpétua, falar as bobagens acima é assoprar a vela achando que é carvão. Só que velas, ao contrário do carvão sólido, consomem cera em vapor, assoprar manda o combustível para longe do pavio, que se apaga. Daí para atentar contra a própria vida é um pulo.

Se tu cometeres a asneira de apagar essa vela, trate de acender imediatamente, sob o risco de ela nunca mais arder.

O problema pode não ser sequer hormonal, quanto mais visível, mas existe ou não faria efeito. Ele pode ter imaginado o problema, mas enquanto não conseguir parar de imaginar esse problema, continuará sofrendo. Reconhecer que ele sofre, mas que não é um coitadinho de jeito nenhum, ajuda muito. Ficar por perto, de vez em quando, aproveitar as poucas aberturas para ajudar a encontrar uma solução já consiste em uma solução. Ainda que o pretenso socorrista não saiba o que fazer, convidar a fazê-lo já oxigena aquela velinha que o depressivo tem no peito. Ele está dentro da depressão, com essa luz extra pode acabar vendo caminhos que não enxergava antes, com isso ajudando a si mesmo a sair desse estado.

Pior é quando o problema é mesmo tangível, mas os outros não dão a mínima para o que ele significa para a pessoa. Geralmente os piores algozes, neste caso, são os familiares. Eles confiam que já conhecem a pessoa de longa data e falham em querer deduzir que é tudo capricho, que aquilo não tem a mínima importância, que todo mundo vive sem isso, que está fora de moda, os amigos vão rir de nós, et cétera. Acredite, mané, aquela caixinha de phósphoros cheia de botões raros é extremamente importante para a pessoa. É o único laço que a mantém viva na Terra. Se este laço for rompido, ela perde o único compromisso que tinha na vida.

Quando digo "compromisso", não me refiro à agenda social ou profissional, que isto se compra com dinheiro e acaba no fim da programação. Compromisso é um objectivo na vida, seja o quão desmioladamente ridículo for, ele deve existir. Estudar a vida e a obra de uma actriz islandesa obscura e sem importância do cinema mudo, levar uma refeição todos os dias para uma amiga que não consegue sair do trabalho para almoçar, fazer parte do coral de uma igrejinha do interior. Qualquer cousa que tire o foco do umbigo ajuda o depressivo.

No meu caso, o compromisso ajuda de modo incontestável. Compromisso com o serviço público, com a família, com os meus ideais, com a firme convicção de que não devo abandonar ninguém sob hipótese alguma, compromisso com a forte religiosidade que era impensável há dez anos. Com o tempo, passei a perceber o quanto faria sofrer as pessoas que amo. Me dói o peito só de pensar em fräu Adriane aos prantos, a Luna miudinha em soluços, Meg atônita e sem acreditar, a Nenê inconsolável com mais uma perda. O passar dos anos transforma o compromisso em amor, estas são algumas das pessoas que sob hipótese alguma quero ver chorando.

Assopraram minha velinha um milhão de vezes, não raro com agressividade, foi um milagre eu ter resistido à fase de céptico, pois dar cabo de mim já tinha me passado pela cabeça.

Tenho uma técnica para sair mais rápido das fases de depressão, ouvir músicas tristes e românticas. Elas aceleram a queda. Em vez de espernear no ar, que não me oferece apoio algum, me estatelo de vez no chão duro, este sim me oferece base para me levantar e voltar a subir. Dói, eu choro, mas funciona comigo. Com outros pode ser fatal, mas sob a supervisão profissional competente, pode funcionar até certo ponto. Outro ponto é que me tornei fortemente nostálgico, até um pouco vintage, um efeito colateral que não me traz incômodos.

Estou começando a sair de uma crise depressiva que durou quase dois meses. Ter o que fazer e poder fazê-lo foi fundamental, porque nem sempre o deprimido consegue fazer o que quer, como as bonecas de papel da Grace, que ainda estou devendo. A crise foi agravada por uma série de factores que não cabe contar aqui, mas o compromisso com as pessoas que amo e a religiosidade me mantiveram longe de qualquer pensamento estúpido. As pessoas confundem alegria com felicidade e me cobram estar alegre vinte e cinco horas por dia, também confundem tristeza com infelicidade e quase me agridem por isso.

Meus queridos, ajudem o depressivo a ajudar a si mesmo. Não tentem fazer nada sozinhos por ele, nem pensem que a felicidade química dos medicamentos afasta o pior. Se sentir gente é imprescindível, só gente faz o outro se sentir gente.

Ofereça a mão, ajuda para resolver o problema e nada mais.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Fluoxetina, Dramin e uma noite sem dormir

É no escuro que eu me calo. Calo meus lábios, mas mantenho a mente jogando palavras no ar.

É no escuro que eu esqueço de qualquer mágoa, tristeza ou decepção. É onde meu mundo se torna mais brilhante, onde eu sou o herói, onde eu alcanço a vida que eu quero.

É no escuro que não existem pudores, limites, ou regras. Não existe nada. Nada que me julgue.

Mas o coração palpita. Treme. As mãos suam. O calor vem, mesmo na noite fria... Pequenas estrelas brilham no escuro, prenunciando que algo nada bom vem por aí.

O arrepio vem, de alto a baixo, as pernas tremem, os braços doem e travam. O coração dispara novamente. Algo está errado.

O escuro se vai, mas a sensação não passa. O homem de roupa branca mal olha. Uma agulhada, e parece que tudo vai ficar bem. Mas não fica.

Volto ao escuro. Dizendo que tudo vai passar, que tudo vai ficar bem, que tudo isso está apenas na minha mente.

Por um momento, me convenço. E é nesse momento que eu me entrego.

Querendo que não aconteça outra vez...


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

5 Frases (*) que eu realmente odeio(**)




(*)Uma listinha básica... porque nem sempre a gente está inspirada a escrever.

(**)Pena que não dá pra riscá-las da vida da gente...






1. Logo tu?
Esta terrível frase já ouvi por muitas vezes, e acho que ainda ouvirei. Como assim, “logo eu”? Sou por acaso de ferro? Sou um robô? Não, sou humana, eu falho também e também posso tirar nota baixa, ser reprovada, chegar atrasada, ter craca atrás da orelha... e só a bailarina que não tem, não tem*.

2. Não é aqui
Depois de a gente ter passado por trezentas salas, quatrocentas repartições e estar com calos nas cordas vocais de tanto repetir a mesma história, tudo que não quer ouvir é esta frase.

3. Acabou de passar um
Quando a gente chega no ponto de ônibus, está com pressa (quase sempre) e pergunta aos demais se o seu ônibus passou por ali. Sim, já passou, não adiantou nada vir correndo e quase virar o pé: só vem outro dali a horas (e mesmo que sejam minutos, parecem horas). E a cara de piedade que os demais fazem? Gahhh!

4. Vendi o último
Você estava namorando aquele produto, não estava? Quem mandou demorar? Não tem mais, meu bem. Pior que isso é ver a cara de triunfo da pessoa que comprou o último.

5. Ainda não ficou pronto
Sim, era pra segunda, hoje já é quinta e nada feito. Meu computador está nesse estágio, e é por isso (e pela absoluta falta de inspiração) que fiz esta listinha. Vocês me perdoam?




* Ciranda da bailariana (Edu Lobo/Chico Buarque)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Yahoo! Respostas

Eu fiquei obcecada com Y!R recentemente, tipos...Viciei, é uma fonte permanente de risadas.

Vamos lá!
TOP 10 Yahoo! Respostas:


“Que países estão localizados na porçao sul em relação ao equador,e que fazem parte dos países socioeconômicos?” - iGabYhi!

Países socioeconômicos! Um novo conceito geográfico...Seria o Brasil um país socioeconômico?
Milton Santos deve estar se contorcendo no túmulo.

“Algueiin sabe sites de pessoas parecidas com nos?Tipo assim voc coloca a foto ee ai o site mesmo procura a pessoa que parece com voc mee ajuudem..” - Breenda


A resposta que foi dada supera qualquer comentário que eu possa fazer:

“No seu caso, zoologico.sp.gov.br
Procure na jaula da Anta ( Tapiris terrestis )
"Algueiin" vai internar vc qualquer dia” – Crotalus

"O que você achou sobre o novo bonequinho automático do BBB 9?
O RoBBB, comente, ele é bonitinho, feinho?Fale mais!" – Jean Naur


Existe isso? Esse tal bonequinho poderia começar eliminando o Bial.

"Quem foi jean charles de menezes????" - Elimedei MAIS DE 7 MIL PONTOS

A menina Eloá e a menina Isabela do ano de 2005.

"Quero saber como é q eu fasso um msn?
quero faze um MSN alguém me ajuda" – Gabyzinha


Comofas/

"Vcs viram os alemaum q ficaram kuase pelados no aeroporto de sauvadô qq vcs axam diço?" – X do vale
Eu acho analfabetismo.

"Minha irmã deve invalidar a gravidez e transferir para mim ?
A minha irmã é um mulherão, mas agora que ficou grávida pode se estragar. Eu me ofereci para cumprir a gravidez em vez dela. Uma cirurgia de anulação da gravidez e transferência para mim é muito complicada ?" – Patrícia L


Chama o Dr.House.

"Meu marido viajou a trabalho, fui escondida ao baile funk e transei com 2 homens gostosos e sarados. E agora?
meu marido viajou e uma amiga minha me chamou para ir ao baile
como ñ tem como meu marido saber eu fui
acabei dançando no trensinho e transei com 2 no motel
meu deus e agora?" – Lupita


Depois de 9 meses você vê o resultado.

"Tamanho do Pênis influencia no sexo do bebê que vier a ser fecundado?
Pênis grande da maior possibilidade de fecundar um bebê menino, e vice e versa?" – Rafael Uber


Influencia na inteligência, isso significa que o pênis do seu pai é quibinho size.

Texto publicado no MUH

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cabelos problemáticos

Comprar xampu. Não é uma coisa do outro mundo, todo mundo faz, eventualmente. Também nem é um assunto para se escrever num blog. É uma coisa corriqueira, sem graça nenhuma.

Eu pensava assim até hoje, quando fui ao supermercado e vi uma prateleira cheia de xampus, para todos os tipos de cabelo. Não existe mais xampu para cabelos secos, xampu para cabelos normais e xampu para cabelos oleosos. Comprar xampu virou uma tarefa um tanto quanto árdua.

Existem várias subdivisões: cabelos cacheados, cabelos afro, cabelos com frizz, cabelos lisos que precisam ficar mais lisos, cabelos tingidos, cabelos mistos, cabelos opacos. Seria muito fácil, se o meu cabelo fosse de um jeito só.

Acontece que ele é cacheado, seco, opaco, danificado, às vezes fica oleoso e tem frizz para mais de metro. De vez em quando, ele também vira tingido. Qual levar? Não existe nenhuma categoria de xampu que englobe tudo isso! Podiam inventar algo como "cabelos problemáticos".

O que eu fiz foi levar para casa um que tinha um nome interessante e que eu ainda não conhecia. Comprei o Dove para cabelos com frizz crônico.

Adorei essa parada de frizz crônico, até parece que o meu cabelo tem alguma problema sério, tipo esquizofrenia ou dependência química. Já comprei alguns livros só pelo título, por que deixaria de comprar um xampu com um nome bizarro?

Já testei, vamos ver se realmente funciona. Não tenho muita esperança, porque minha vasta experiência no assunto me diz que nada é capaz de acabar com o frizz. Nem mesmo a chapinha.

Pelo menos, se me perguntarem se eu faço algum tratamento para doenças crônicas, direi que sim: "Tenho frizz, minha filha, você não imagina o quanto isso atrapalha a minha vida... Ai, como eu sofro!".

(Texto publicado no meu outro blog. Triste demais para escrever coisas legais.)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Unicoiser

Vamos abrir uma faculdade.
Contrataremos alguns mestres e doutores desempregados e desacreditados, o ministério não quer saber se eles são mais duvidosos do que ternos de cem reais.
Como prédio, compraremos um galpão antigo em um bairro distante, pode até ser na zona rural. Faremos divisórias de compensado reciclado, pintaremos de cores sóbrias. Tudo será comprado de demolições, inclusive os computadores, com programas pirateados, lógico.
Os cursos poderão ser de fim de semana e a aprovação será garantida, pegaremos as apostilas que as federais descartam no fim do ano e só trocaremos as capas. Usaremos os incentivos fiscais para convencer os empresários a dar estágios para nossos alunos, os relatórios destes serão de múltipla escolha, uma revolução.
Alugaremos o terreno ao redor da faculdade para quem quiser explorar, assim teremos encadernadoras, lanchonetes, lojas de becas e ternos, estúdios phorográphicos, papelarias e tudo o que pudermos usar em propagandas enganosas, mas aparentemente idôneas.
Claro, a campanha comercial! Chamaremos um canastrão decadente, que tenha dado problemas para a mídia e sempre apareça nas colunas policiais. A garotada não gosta do que não presta? Então! Bastará o retardado mostrar o diploma que tirou na nossa faculdade (daremos à escolha dele) e todo mundo vai querer se matricular.
Agora o processo selectivo. O candidato só precisa do diploma de empurrismo do ensino médio, preencher uma prova de múltipla escolha bem imbecil e o computador o avaliará instantaneamente, já programado para deixar passar qualquer um que saiba desenhar o próprio nome.
As mensalidades caberão em qualquer bolso, até nos nossos. Mas vamos tirar o couro com matrícula, taxa de aprovação, taxa de transferência, taxa de material, taxa de estacionamento, taxa de emissão de documentos, taxa de freqüência, taxa dobrada por ausência injustificada, taxa para entrar na directoria, taxa de estágio, taxa de tapete, taxa giz de lousa, taxa de chuva, taxa de sol, taxa de lua e uma contribuição compulsória para o pagamento das taxas.
Os professores ganharão por productividade. Leia-se: três turnos sete dias por semana, sempre com sala cheia, para ganhar alguma merreca. E, claro, serão terceirizados, terão que abrir firma para nos prestar serviços.
Se der algum problema com o reconhecimento dos cursos, recorreremos. Transformaremos lagartixa em dragão, diremos que estamos sendo perseguidos pelas universidades caras e poderosas, com gente do congresso no bolso. De quebra, ganhamos propaganda grátis.
Ao fim de quatro ou cinco anos, quando as primeiras turmas forem passadas, venderemos tudo para algum figurão que queira aproveitar a mutreta e vamos dar no pinote. Ele que se vire com processos, ameaças, prédio prestes a desabar e o ministério finalmente conseguindo cancelar as licenças, que nós teremos ocultado na hora da venda.
Fácil, não? Pois se é mais ou menos isto que já acontece pelo país inteiro, por que conosco não funcionaria? Só precisamos perder a vergonha na cara e esquecer que nossos entes (ou nós mesmos) podem ser vítimas dos profissionais fajutos que vamos colocar no mercado.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A pedagogia do coitadinho*

*...ou frases ditas para proteger crianças mal-educadas, pais omissivos e a política das Secretarias de Educação, não necessariamente nesta ordem.

A frase - Ele é tímido
Vida real - Ele perturba todas as aulas e todos os professores para chamar a atenção

A frase - Ele é apenas uma criança
Vida real - é a desculpa para qualquer coisa de errado que ele faça

A frase - Todo adolescente tem seu tempo
Vida real - idem

A frase - O mundo está passando por uma fase complicada de novos paradigmas sociais
Vida real - Ah é, e ninguém descobriu ainda...

A frase - Ele está indo ao psicólogo
Vida real - Ele tem problemas e você vai ter que engolir

A frase - Você não está sabendo lidar com ele
Vida real - Ele avacalha a aula inteira, xinga todo mundo, não faz tarefas e não traz o material

A frase - Precisa ter mais carinho, mais paciência
Vida real - Você tem que ser professora, babá, mãe, pai, irmã mais velha, avó, tia e amiga de um capeta

A frase - Ele não fez por mal
Vida real - Depois de ter jogado o material de um colega numa poça de água

A frase - Ele disse que você não entendeu o que ele quis dizer
Vida real - Depois de você tê-lo colocada para fora de sala por ter mandando você se f***

A frase - Castigo, bronca, suspensão, nada disso adianta, só precisa conversar que ele vai entender

Vida real - Porque ela não sabe mais o que fazer com ele na coordenação e não quer suspendê-lo para não ter que aturar a mãe dele

A frase - Você não sabe ter o controle em sala
Vida real - O problema é seu, incompetente!

A frase – É preciso rever as formas e critérios de avaliação
Vida real – É a secretaria e sua política da aprovação pela aprovação

A frase – Coitadinho(a), professor(a), esta criança/adolescente é pobre/tem sérios problemas familiares/tem distúrbios de aprendizado/vai ser excluído pela vida, mesmo/já é excluído pela vida/ não seja mais um a exclui-lo(a)
Vida real – Você vai ter de aprovar o coitadinho(a).


Adriane continua de férias, torrando sua delicada cútis em alguma praia do Litoral Brasileiro. Esperamos que ela sofra de insolação, porque vai e fica deixando a gente na vontade. Que sua pele descasque inteira, e seu bronzeado não dure 2 dias, sua loka!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Stevie Nicks, Débora Brasil e o Festival de Dança

Tudo começou como quase sempre começa: uma conversa sem noção no MSN.

Luna - Stevie Nicks vai participar da turnê? Sem ela não tem graça.
Rafa – Não say, acho que sim.
Luna – A outra mulher é a Débora Brasil.
Rafa – HAHAHAHAHA. Tadinha.
Luna – Ninguém liga.
Rafa – Débora Brasil foi apresentadora do show de dança lá do colégio uma vez.
Luna – FDC
Rafa – Era amiga da professora. Uóooooooooooooooooooooo.
Luna – Até LC (Lucas Celebridade) é mais famoso.
Rafa – Pior que é.


Um pouco depois, fui dormir. Minhas aulas recomeçariam e pá...O cansaço bateu.
Deitei, o sono não chegou...Lembrei da conversa sobre a Débora Brasil, lembrei dos Festivais de Dança.
Minha mente entrou no túnel de tempo [/vídeoshow] e eu passei horas (só consegui adormecer depois de umas 2 da madrugada):
Logo no começo do ginásio (acho que nem se fala mais assim) o sistema de educação física mudou, e cada um escolhia o esporte que queria fazer. Eu resolvi me inscrever em Dança Moderna, lá para o meio do ano a professora “convocou” as meninas que iam entrar para o corpo de dança do colégio, e eu acabei entrando. Acho que o nível devia ser bem baixo, nunca fui nada que prestasse em matéria de dança.

O corpo de dança tinha um dia a mais de aula por semana, nossas atividades eram king-kongistas: quando tinha campeonato, tínhamos que servir de animadoras de torcida.
O uniforme era um macaquinho (disgusting) de malha cinza-moletom, cor que eu odeio, e com as iniciais do colégio na barra: C.A.V (um claro sinal de meu futuro talicoisístico), os pompons eram brancos. Além da fajutice cheerleader, tínhamos que fazer um número de dança quando havia alguma comemoração no colégio.
No final acontecia o festival, cada turma de dança apresentava um número, e o problema começava aí: a professora-amiga-da-Débora-Brasil tinha as idéias mais estranhas para compor o “show”. No primeiro ano em que participei, o tema foi algo do tipo “Danças que foram moda no Brasil”, claro que minha turma pegou o pior número de todos: Bossa Nova.

De cara eu já achei estranho: como é que se dança Bossa Nova, meu Deus? Alguém já dançou Bossa Nova? Que loucura é essa?
A bizarrice também envolvia o figurino: o da Bossa Nova era formado por uma calça dourada, um colete branco, uma cartola dourada.
O número do corpo de dança foi uma coisa meio afro, a roupa foi um vestidinho marrom-marromenos.
No outro ano, eu segui minhas amigas e me matriculei na aula de Swing Baiano (tocava “onda, onda, olha onda” e coisas assim, essa aula era muito mais disputada do que a de D.M. Sorria, você está na Bahia pride).

Eu já tinha largado o corpo de dança, um ano de experiência foi mais do que suficiente. No fim do ano, a professora conseguiu se superar com um tema tipo “O homem invade o espaço”. Outra vez a minha turma pegou a pior dança (?), era o número de abertura, com astronautas explorando o lugar (Lua, Marte, Tatooine, o que vocês quiserem): o figurino era um macacão branco e um tubo de oxigênio feito com garrafas de coca-cola, em dado momento da apresentação a gente se jogava no chão, num movimento que mais parecia um ataque de epilepsia.

Isso foi demais para mim, no ano seguinte me inscrevi para fazer vôlei, depois fiquei alternando entre aeróbica, vôlei, e futsal. Só ontem me dei conta de que toda a esquisitice do festival era no fundo, uma siacabância enorme. Senti saudade de todas as eguágis colegiais.


Chistine McVie, a Débora Brasil do Fleetwood Mac.