terça-feira, 28 de abril de 2009

Armadilha de Satanás

Nada contra as músicas da Lady GaGa, eu até gosto de umas três...É o tipo de música que eu gosto de ouvir enquanto faço faxina.
O grande problema é o visual da cantora. G-sus, alguém faz parar? Essa onda de criar um estilo incomum para parecer ser cool já cansou. Eu gostava do cabelo cupim da Winehouse, achava criativo, só que a Lady GaGa anda se superando na bizarrice.


Minnie Mouse wannabe!


Talvez o cabelo dela seja pior do que a peruca...


Arrasa, gata!


Chapeuzinho Vermelho roubou a meia-calça da vovó.

E o melhor vestido de todos os tempos...

MEDO!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A difícil arte de fazer o cérebro engrenar numa segunda-feira

No ônibus, depois do trabalho, mais ou menos às 18h10:

Eu: Hoje é segunda-feira, dia de escrever o texto do Talicoisa...
Eu2: Ah, não! Tu precisas chegar em casa, tirar esse esmalte vermelho e pintar de outra cor. Não agüento mais olhar para esse vermelho. Eu enjôo rápido, tu sabes...
Eu: Eu sei... Também já cansei desse vermelho. Vou fazer assim: chegar em casa, pintar as unhas e depois escrever.
Eu2: Combinado! E vais escrever sobre o quê?
Eu: Não sei. E vou pintar de que cor?
Eu2: Rosa!
Eu: De novo? Não, eu quero uma cor mais... Estava pensando em usar o Lílian. Nunca usei. Mas tem que ser rápido, tem o texto...
Eu2: Lílian é legal.
Eu: Mania dessa Impala de tacar nome de mulher em tudo quanto é esmalte!

Em casa, na frente do computador, mais ou menos 19h:

Eu: Só vou dar uma olhadinha no fórum, tá?
Eu2: Que mané fórum? Pega a acetona e começa a trabalhar!
Eu: Calma, dá tempo!
Eu2: Anda logo!

Quase meia hora mais tarde:

Eu2: Acetona! Algodão! Esmalte! Anda de uma vez!
Eu: Ok, ok! Aff, cadê o óleo secante? Óleo secante me lembra o Snape, que me lembra a Meg... Vou abrir o MSN!
Eu2: Tu és muito retardada! E eu já não sei se quero pintar de Lílian.
Eu: Ai, não inventa! E pintar de que cor, Maria de Fátima?
Eu2: E eu vou saber? Tu ficas comprando milhares de esmaltes! Depois fica difícil de escolher uma cor! Sei lá, vamos testar... Que tal Glamour Pink?
Eu: É... Não. Já sei, M. Butterfly!
Eu2: Apagadinho demais... Testa o Diva! O Radiante!
Eu: Radiante é vermelho! Quero algo diferente!
Eu2: Ah, pega o Lílian e começa de uma vez!
Eu: Cruzes! Que cor difícil de passar! Não fecha!
Eu2: Pega o Marinho e passa embaixo!

Quase meia hora depois:

Eu: Lílian + Marinho! Ficou uma combinação digna!
Eu2: Mais ou menos... Tem alguma coisa que não me agrada! Passa mais uma do Lílian!
Eu: Mas isso vai secar é nunca! Já são quase 8 horas!
Eu2: Vamos ver no espelho do banheiro. Lá tem mais luz!
Eu: Gostei! Tá ruim, mas tá bom!
Eu2: Eu estava pensando... Não é o meu momento de usar marinho. Quero uma cor mais solar...
Eu: Uma cor mais solar?! Mas eu acabei de pintar as unhas, criatura! Só falta limpar os cantinhos!
Eu2: Eu odiei esse esmalte! Tira tudo!
Eu: E que cor solar tu queres usar?
Eu2: Laranja!

Depois de remover o esmalte marinho e colocado a tal cor solar (duas camadas de Laranja, da Impala), mais ou menos 20h15:

Eu2: Lindoooooooooooo! Mas falta alguma coisa!
Eu: Ave Maria! Falta o quê?
Eu2: Brilho! Pega aquele cintilante alaranjado da Colorama! O Liberdade!
Eu: Mas isso vai secar é nunca!
Eu2: Não faz mal! Se estragar, amanhã a gente pinta de novo!
Eu: É, ficou bom. Mas e o texto?
Eu2: Texto? Sei lá de texto! Escreve alguma coisa enquanto o esmalte seca!
Eu: Isso vai secar é nunca, já falei!

Resultado final: Já são quase 21h, estou com três camadas de esmalte nas unhas, que só vão secar por milagre de Roque Santeiro, e o texto... O texto tem um título legal. Fim.

sábado, 25 de abril de 2009

Malhando, ou o arroz queima.

O sol mal se espreguiça e ela acorda. Vamos começar o dia.

Higiene, que nem mesmo Ava Gardner é imune ao bafo de uma boca fechada por oito horas ou mais. Agora o cabelo, na escova mesmo. Puxando: um... dois... três... Agora o outro braço: um... dois... três... Maquiagem, Leite de Rosas e pronto, vamos nos vestir e arrumar o desjejum.

À despensa. panela de ferro, colheres de material espesso, levar ao fogão. O leiteiro está chamando, compra logo dois litros que hoje quer fazer um bolo. Ferve tudo de uma vez, enquanto bate a massa, cinco minutos em cada mão. Leva ao forno pré aquecido e chama a família, que daqui a pouco pára de mastigar a língua e desce para comer. A água do café está quente, agora verte no coador cheio de pó super ultra hiper torrado, senão o marido bate o carro de novo, por cochilar ao volante.

Mesa posta, chama pela segunda vez, enquanto lava as vasilhas. Ariando bem, com força que são de ferro. Braço direito: um... dois... três... quatro... cinco... seis... Agora o esquerdo: um... dois... três... quatro... cinco... seis... Beleza! Agora é guardar tudo, senão os pestinhas estabanados ainda se machucam.

Alguns minutos de descanso, enquanto comem.

Agora começa de novo. Três pastas escolares, organizar tudo, ver o que falta, tirar aquele brinquedo escondido, colocar a merenda e levar à escola. O maridão deu três saltos a cada gole no café, mas funcionou. Na volta, passa pelo mercadinho. Ovos, frutas, bolachas a granel, alguns quilos de coxão mole, verduras e ervas para condimentar. Equilibra nos dois braços até chegar ao carro, abaixe e deixe tudo no chão, abra o porta-malas, agora levante as sacolas; uma... duas... três... quatro... cinco... seis... sete... Agora fecha. E o marido, louco, querendo lhe dar um Aero Willys! Aquele Fusquinha já é duro o suficiente. Esterça, dá ré, esterça, para frente, esterça, dá ré, esterça, agora pode ir para casa. O Aero teria dado uma ou duas manobras a mais.

Agora é preparar o almoço da família, enquanto arruma a casa. Lavar as mãos, avental na cintura, cabelos presos. Tudo certo? Certo, então vamos malhar. Pega a tábua (mais ou menos um quilo) de bater carne, o martelinho de ferro (mais ou menos um quilo e meio), a faca e vamos trabalhar. Tira a carne, corta os bifes, bate com cuidado, vinte vezes cada um, depois passa o sal, a cebolinha e a pimenta, mais cinco batidas em cada um, põe para descansar no molho e vai lavar o arroz, agora catar feijão, busca a panela de pressão (uns dois quilos), enche de água e põe o feijão. Agora refoga o arroz e vai tratar dos vegetais.

Enquanto tudo está encaminhando, tira o pó e varre a casa, o cheiro fica forte, corre à cozinha e põe mais água no arroz, a carne está bem embebida, hora de ir para a frigideira (de ferro, mais ou menos um quilo) novinha. Janela bem aberta, para não saturar a casa com o cheiro. Carne quase pronta, feijão pronto, arroz pronto, é hora de cozer levemente os vegetais.

Chega a família, é hora de almoçar e descansar um pouco.

Vai todo mundo tirar uma pestana, então ninguém vai atrapalhar (já que ajudar é pedir muito) na arrumação. guardar o que sobrou na geladeira, para o orçamento render.Tudo para a pia, tirar restos, ensaboar, ariar, enxaguar e secar, pendurar tudo e dar uma pausa.

Crianças lá fora, marido de volta ao trabalho, é hora da limpeza pesada. Cadeiras para cima, tapetes idem, pano, rodo e balde de água. Vá esfregando, vá e volte, vá e volte, vá e volte. Lave o pano, torça e recomece, para frente e para trás, para frente e para trás, para frente e para trás. Agora é encerar, canto por canto, espalhando a pasta por igual, para não endurecer montinhos nas quinas. Vamos dar o brilho. Enrolar a flanela no esfregão de ferro (uns dois ou três quilos) e fazer força; vinte vezes de cada lado, em cada cômodo. Agora espreguiça, estica a coluna e admire a verdadeira obra de arte. Nem parece ter quatro crianças (três filhos e um marido) em casa, de tão limpa.

A roupa acumulada, para não ficar trabalho demais no fim de semana. Separa, enxagua, passa sabão e deixa de molho. Esfrega, esfrega, esfrega; Bate, bate, bate; Esfrega, esfrega, esfrega; Torce e joga no tanque ao lado, para recomeçar com outra peça. Enxagua, torce e leva para o varal.

Hora do bolo. Ovos, leite, mel, frutas, farinha, manteiga, açúcar, canela e uma pitada de sal. Vamos lá, trinta vezes com a mão direita, agora mais trinta com a esquerda. Reserva com um pano em cima, para não atrair moscas, vamos bater a clara em neve; cinco minutos com cada mão, agora mistura e volta a bater. Leva ao forno quente e vai lá fora, que já secou tudo.

Hora do ferro de passar roupa. Lembra da mãe balançando, por meia hora ou mais, uma tralha de ferro cheia de carvão, felizmente o seu é eléctrico. Deve ter uns três ou quatro quilos, não mais. Vai passando, vai e volta, vai e volta, vai e volta; do outro lado, vai e volta, vai e volta, vai e volta. Dobra tudo, uma por uma, sem moleza. Vai dar uma olhada no bolo e volta às roupas. Pendura, engaveta, com cuidado para não amassar o algodão.

Mais claras para fazer o glacê, mais trabalho de mãos, mais atenção ao forno. Bolo pronto, tira, desenforma com cuidado, passa o caramelo ainda com ele quente, para absorver e volta a bater. Já morno, passa o glacê e decora com metades de cerejas. Agora é hora de lavar as vasilhas, com força e delicadeza. Vai mandar um homem fazer isto sem ter sociedade na loja de utilidades domésticas!

Mais uma pausa, enquanto saboreia com os filhos o lanche. Pode dizer "Eu mereço", porque merece.

Mandar as crianças para o banho, enquanto prepara o jantar, previamente organizado. Põe o arroz e um bife (desfiado) do almoço no moedor e gira com vontade, faz bolinhas e joga na manteiga quente. Muito rápido, só para tomar forma e formar a casquinha crocante, se demorar encharca.

Chega a quarta criança, dizendo que o trabalho foi terrível e que o chefe só compreende os puxa-sacos. mas nada que um abraço e um beijo não curem. Vão todos à mesa que a refeição está posta.

Crianças na cama, marido e mulher namoram um pouco. Ela aproveita, porque amanhã começa tudo de novo, como em qualquer lar típico dos anos 1960.

E ainda perguntam porque as mulheres daquela época eram mais esbeltas, e qualquer curvinha abdominal já causava espanto. Não foi uma época glamourosa, as pessoas fazendo o melhor com o que tinham é que eram glamourosas... E elas ainda conseguiam se manter belas com tudo isso.

Quando o Universo sorri...

Muitas e muitas vezes, pensamos que não temos mais saída, não tem mais jeito, não há mais luz no fim do túnel.

Mas... Há.

E especialmente, quando chegamos nesse ponto, de desesperança, de falta de perspectiva, é que algo acontece e faz tudo mudar. Inclusive o nosso próprio ponto de vista.

Quem me conhece, sabe que eu sou um cara que sempre foi deprimido e estressado.

Até eu chegar num ponto, numa tragédia pessoal, e buscar, para continuar seguindo, uma saída.

E Deus, na sua infinita bondade, me mostrou o Universo.

As saídas pra vida são incontáveis.

Logo me lembro do dito popular: "Só não tem jeito pra morte".

A morte, no fim das contas, é mera enganação. A vida não termina.

Não me importo se você concorda ou não, estou exprimindo o que eu sinto, creio, e sei ser verdade. Se pra você não é, seja feliz como você é.

Eu sou feliz assim. Crendo e sabendo que é assim... Enfim.

Quando me dei conta das possibilidades, a vida ficou mais leve. Não sou mais depressivo (embora fique triste às vezes), e o stress, estou aprendendo a lidar com ele com várias técnicas diferentes.

E todas elas me remetem à Deus, em sua infinita bondade, e àquele que chamamos de "Jesus Cristo", e a sua misericórdia e amor sem fim.

Não sou evangélico, nem católico, mas digo, sem vergonha alguma, que Jesus entrou na minha vida, e tem operado milagres nela.

Tem sido um companheiro de jornada, que me dá a mão quando preciso, e me dá broncas quando eu fico preguiçoso.

Mas em tudo isso, aprendi a ver a vida de outra forma, e contemplar o Universo de maneira diferente.

Antes, via desorganização, maldade, frio e dor.

Agora, todos os dias, contemplo o Universo, e ele sorri.

A dor continua, os tormentos também, bem como certos sofrimentos que me cabem passar.

Mas acima de tudo isso, eu olho pro Universo, e ele sorri.

Obrigado, Senhor.


Sim, ele sorri. É só olhar direito...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cartinha (de amor)

Para S.


A professora está falando e minha mente está bem longe da aula.
Meu dias agora são assim...Permeados com uma ansiedade que não cessa.
Ansiedade, incerteza, medo. É difícil viver assim, mas eu estou dando meu jeito, seguindo meu rumo.
Em alguns momentos (como agora) eu não consigo controlar, vai me sufocando até que eu não consiga me concentrar em mais nada.

E aí eu penso em você, penso em mim, penso em nós, penso na falta de nós. Em como foi, como é, como seria...Como será?
Penso muito, mas não entendo quase nada, e, pior, não chego a lugar nenhum.
Tenho medo de falar demais, tenho medo de falar muito pouco e tenho mais medo ainda do que você pode dizer.

Minha intenção não era fazer uma carta de amor. O que eu sei sobre o amor? Acho que não muita coisa, talvez não saiba nada. É tudo muito novo.
Eu sempre segui a razão, tentava ser prática, me refugiava no sarcasmo, talvez. E mais do que tudo: fugia dos clichês!
E veja só...Hoje eu escrevi tudo isso. O que será do amanhã?
Eu me perdi quando percebi que gostava de você mais do que deveria.

Charles Dickens, personagem de si mesmo.

Hoje trago a vocês um texto um pouco diferente. Vocês sabem que literatura não é bem a minha área, mas ler faz parte de meus hábitos e profissão.
É estranho admitir isso, mas vou falar de um autor que conheci não por isto, mas sim graças a um desenho animado. Trata-se do desenho clássico de Disney "Um cântico de Natal", com base no conto de Charles Dickens, que já teve todas as versões possíveis em filmes, desenhos, livros e talicoisa.
Fascinada por aquela história, sempre tive curiosidade de conhecer mais sobre o autor do roteiro original. E quanto mais conhecia sobre Dickens, mais me convencia de que ele, assim como tantos outros, conseguiu fazer de sua história particular de tristeza e miséria uma fonte inesgotável de sabedoria, inspiração e, porque não, entretenimento.
Ele nasceu em 1812, na Inglaterra, época em que se expandia a Revolução Industrial. Filho de um pai perdulário e sempre acossado pelas dívidas, ele viveu em meio pobre. Acabou, como tantas outras crianças, indo trabalhar numa fábrica, aos doze anos, vendo o pai afundar nas dívidas e ser preso por conta delas, como alguns de seus personagens.
Vemos muito dessa experiência da vida real na obra de Dickens. Pode-se mesmo dizer que ele se tornou "personagem de si mesmo", assim como aqueles a seu redor. Por exemplo, quando seu pai recebeu uma pequena herança finalmente saldou as dívidas, ele conseguiu estudar e ter uma vida mais confortável, mas logo o pai perdeu tudo novamente, e Dickens teve de votar a trabalhar, mais ou menos como em "Grandes Esperanças". Essas reviravoltas da vida também marcam outros textos literários dele.
Mas também como no livro citado, não se deixou abater e lançou-se ao trabalho, sem deixar de ler no pouco tempo que tinha de folga. Conseguiu trabalhar num jornal, o que permitia a ele circular na alta roda. Nesta época, viveu um romance que parece ter sido tirado de seus livros: apaixonou-se por uma filha de banqueiro o qual, obviamente, proibiu o namoro. Quando Dickens se tornou famoso e rico, deve ter se contorcido de raiva.
Outro elemento de folhetim que ocorreu com ele foi um evento trágico que lhe deu mais espaço no jornal onde publicava sobre o pseudônimo de Boz. O suicídio do chargista Robert Seymour, a quem seus textos eram subordinados, abriu caminho para que ele publicasse suas próprias histórias livremente. Mais ou menos como aquelas coincidências incríveis que pululavam nos romances dele, algumas vindas de momentos tão ou mais improváveis do que este evento real.
O mais interessante é que o primeiro romance de sucesso - publicado, como era comum à época, em capítulos no jornal - não teve nada de tragédia, mas foi um conjunto de histórias engraçadas, recheadas personagens atrapalhados e patéticos, mas também com um fundo de crítica social. Essas histórias lhe deram reconhecimento e uma popularidade que nunca perdeu, assim como não abandonou esse tom crítico, pelo contrário.
Mesmo quando avançou nas críticas sociais e no melodrama, o público esperava ansioso pelo "próximo capítulo". Imagino as Mirtes londrinas comentando: "Coitadinho do Ólivi Tuíste, Marlene! Esse mininu não para de sofrer, não? ".
Enquanto isso, Dickens trabalhava e dava palestras mundo afora. O "pobre mininu" ganhou o mundo, queridas Mirtes londrinas. E é tão conhecido que mesmo os desenhos animados se renderam a ele e o apresentam a quem nunca tinha tido contato com a literatura mundial. Como eu, por exemplo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Que beijinho doce...

Hoje em dia, é muito moderno mostrar casais gays nas novelas, não é mesmo? Não tenho assistido a nenhuma novela há tempos, mas lembro de um casal em Paraíso Tropical. Os dois eram bonitos, bem sucedidos e apareciam seguidamente na trama. Mas tinham um pequeno problema: não se beijavam. Não é estranho?

Casais se beijam nas mais diversas situações: quando se encontram para almoçar, quando se despedem para ir trabalhar, quando vão dormir, quando terminam de brigar, quando um dos dois viaja... Então, o que há de errado com os casais gays mostrados nas novelas? Eles têm medo de compartilhar germes?

Não, são as emissoras de tevê que têm medo da reação do público e acabam mostrando as coisas pela metade. Fica uma coisa velada: a gente sabe que aqueles dois homens ou aquelas duas mulheres formam um casal na novela, mas não podemos vê-los agindo como tal. Não é estranho?

É estranho, muito estranho. Ainda mais quando se pensa no resto da programação da tevê. No carnaval, a Globeleza aparece com os peitos de fora às duas da tarde, quando tem crianças assistindo. Na programação dominical, a popozuda da vez aparece fazendo uma dança bem bagaceira, ao som de alguma música de duplo sentido.

Nada disso é apelativo, para as emissoras brasileiras. Um beijo entre duas pessoas do mesmo sexo, é. Não é estranho?

É estranho, muito estranho. Ainda mais se levarmos em conta que nos Estados Unidos, aquele país bem careta, beijo gay não é mais novidade nos seriados que passam na tevê aberta. E não é só um beijinho chocho no final da temporada, não. Se o casal é gay, ele é mostrado “agindo como tal”.

Kerry Weaver, do seriado médico “E.R”., desde que “se descobriu” gay, foi mostrada beijando (e até fazendo mais) com várias namoradas – é, ela não teve muita sorte, pulou de galho em galho até encontrar sua metade da laranja.

Houve um casal que se beijava (nossa, que emoção!) até em “Dawson’s Creek”, que era um seriado adolescente. Seria o mesmo que ver dois gays se beijando na Malhação...

Se eu fosse citar mais exemplos de seriados americanos, não acabaria o texto hoje. E nem vou mencionar “The L World”...

Será que o Brasil não está preparado para ver as coisas como elas são? Por que as novelas não mostram um casal gay “de verdade” e deixam a gente decidir se isso é chocante ou não? Garanto que isso seria mais educativo do que ensinar a dança do créu para as telespectadoras.

No mínimo, ajudaria as pessoas a entender que qualquer maneira de amor vale a pena. E que, assim como o fogo é fogo, o beijo é beijo: esquenta o nosso amor. O nosso, o deles e o delas.

sábado, 18 de abril de 2009

À Mad

Jovem senhora de fino trato é interpelada pelo marido...
- Cortou o cabelo?
- Não, deixei para lavar / Não, puxei pra dentro para não empoeirar / Heim? Meu cabelo? Socorro! Roubaram meu cabelo!

Herói concluindo três meses de missão, encontra um político puxa-saco...
- Então você é o Super Homem?
_ Não, sou a Mary Marvel, na pressa vesti o uniforme errado / Não, sou um actor, isto é um filme e você um figurante que fala demais / Não, sou o Silvio Santos, não viu o "S" no meu peito?

Modelo bem sucedida está de férias e quer permanecer de férias...
- Você é a Ana Hickman?
- Ana Hickman? Onde? Minha ídala! / Não, sou uma artista de circo com perna-de-pau / Não, sou o Ronaldão, me disfarcei para não ser reconhecido.

Guarda rodoviária pára um rachador...
- Eu tava correndo muito?
- Não, você estava parado, o carro é que corria / Não sei, só te parei pra perguntar as horas / Sim, sou agente funerária e vim tirar suas medidas.

Vendedora atendendo um adolescente chato...
- funciona com bateria?
- Não, funciona apertando o botão "on" / Não, funciona com guitarra / Não funciona, pra funcionar cobramos um adicional.

Marido chega em casa uma hora depois da esposa e já aborrece...
- Esse jantar não vai sair?
- Já saiu, mas disse que volta em meia hora / Não, ele tá sem grana pro táxi / Sim, e eu vou com ele.

Meliante pego em flagrante delito...
- Cês são da polícia?
- Não, somos Os Quatro Fantásticos e você é o Doutor Doom / Não, somos irmãos da sua amante e viemos te obrigar a casar com ela / Não, somos Os Trapalhões, não nos reconhece?

No restaurante...
- O que o senhor deseja?
- Um Fiat 147 / Se eu pedir você dá? / Almoçar, sabe onde encontro um restaurante?

Uma cantada barata...
- Mamãe quer te conhecer.
- Uma noite não foi suficiente? / Então mande ela aparecer no 5º DP / Que coincidência, acho que meu pai a conhece.

Outra cantada barata...
- Alguém já te disse que você é linda?
- Não adiantaria, sou surda / Sim, a minha namorada vive dizendo / Sim, todo idiota que encontro pela primeira vez diz isso.

No elevador, no subsolo...
- Sobe?
- Não, vai pro lado / Não, só estamos aqui descansando das escadarias / A barra da sua saia, com certeza!

Em memória dos bons tempos da MAD, que também foi vitimada pela crise causada pela especulação financeira, que ela mesma denunciava em tom de humor e ironia.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Teste: (quanto) você é esquisito?

Totalmente sem inspiração pra escrever, fiquei aqui rindo de certas coisas que faço que me colocam na categoria dos esquisitos. Então pensei nesse teste para você, adorado leitor, averiguar seu nível de esquisitice. Afinal, só pra citar o chato do Caetano, de perto ninguém é normal.

Ao falar ao telefone, você:

a) Gesticula moderadamente, fazendo indicações de sim, não e outras.
b) Gesticula com intensidade, como se a pessoa estivesse à sua frente.
c) Gesticula como se fosse um italiano de piada, indicando, por exemplo, o local para onde a pessoa com quem você fala deve ir (gestos à direita, à esquerda e outros).
d) Não gesticula.

Ao andar pelas ruas, você:

a) Rememoriza algumas coisas verbalmente consigo mesmo, repassando sua agenda.
b) Além de sua agenda, revive diálogos e ri consigo mesmo de frases que disse/ouviu.
c) Além de tudo isso, relembra de brigas e discute com a memória, fingindo que está cantando quando alguém passa por perto.
d) Não fala nada.

Ao ver uma roupa/calçado/outro em sua opinião totalmente bizarros e que você jamais utilizaria, você:

a) Ri consigo mesmo e balança a cabeça, dizendo-se que jamais vai entender a moda.
b) Comenta com algum conhecido o quanto aquilo é feio/bizarro/etc.
c) Cutuca a pessoa mais próxima, ainda que seja um total estranho, para fazer algum comentário sarcástico sobre o objeto de seu estranhamento.
d) Não faz nada, apenas olha.

Ao ver uma ação que você considera um total absurdo, você:

a) Pergunta a si mesmo se deve ou não intervir na ação.
b) Comenta com alguém sobre a situação, ponderando se deve ou não se meter.
c) Fica revoltado e intervém, mesmo que todo seu ser diga o contrário.
d) Não se mete.

Um cachorrinho/gatinho/criança vem brincar com você. Sua reação é:

a) Sorrir e brincar um pouco.
b) Rir muito, brincar à vontade, chegando a sentar no chão para isto.
c) Fazer como no item anterior, mas também querer levar pra casa, principalmente se for algum bichinho.
d) Sair de banda. Afinal, você pode se sujar, eca.

Seu resultado(*):

(*) Update: Antes que alguém me pergunte, empate entre letras significa oscilação de esquisitice. Esquisito, né?

Maioria de respostas a): você é um esquisitinho boa-praça.
Maioria de respostas b): você é um esquisito divertido.
Maioria de respostas c): você é um esquisito e se parece tanto comigo que me assusta.
Maioria de respostas d): você não me engana! Afinal, você chegou a fazer este teste, não chegou? É o mais esquisito de todos. Sai de perto! :P

terça-feira, 14 de abril de 2009

Crepúsculo

A série Crepúsculo virou a febre teen do momento. Em todas as livrarias, pelo menos uma parte da vitrine é dedicada para os livros (capinha preta, maçã, flores...) e também já lançaram o primeiro filme.
A história? Adolescente comum (Bella) se muda para uma cidadezinha do interior (fim de mundo dos Estados Unidos) para morar com o pai. A cidade é um ovo total, o colégio é uma chatice total...E é no meio de todo o marasmo que ela acaba ficando atraída por um rapaz (Edward) que vive com uma família meio esquisita.
Todos são muito belos e maravilhosos (principalmente Edward) – isso é citado inúmeras vezes ao longo do livro:

“Fiquei olhando porque seus rostos, tão diferentes, tão parecidos, eram completa, arrasadora e inumanamente lindos. Eram rostos que não se esperava ver a não ser talvez nas páginas reluzentes de uma revista de moda. Ou pintados por um antigo mestre como a face de um anjo. Era difícil decidir quem era o mais bonito — talvez a loura perfeita, ou o garoto de cabelo cor de bronze.”

O problema reside no fato de que Edward e familiares são, na verdade, vampiros.
E é aí que começa tudo: o vampirismo deles é meio controlado, só se alimentam com sangue de animais. É o vegetarianismo crepuscular...
Só que nem todos os vampiros seguem esta linha, e aí no meio da história aparece um grupo rival. E, claro, Bella e Edward se apaixonam. ZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzz.
Não dá pra contar mais do que isso.

Na falta de novos livros do Harry Potter, Crepúsculo virou moda. E por todo o “fenômeno”, começaram as comparações entre os livros da Stephenie Meyer e os da J.K Rowling.
Pra mim, Crepúsculo é tão inferior...Não consegui encontrar a graça, parei no primeiro livro.
E pelas sinopses que já li na Internet, o desenrolar da história fica pior ainda.
Não me cativou nem um pouco. Não gostei da Bella, do Edward...De ninguém.
E isso é muito estranho, pois eu adoro esse tipo de eguági literária.

Santo Google acabou me mandando para o site Twilight Haters:
http://twilighthatersbrasil.wordpress.com/
Quem pegou ódio mortal pelo livro vai se interessar.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Elas são todas iguais


Outro dia, conversando no MSN com uma menina que conheci no Orkut, surgiu o assunto “comunidades virtuais”. Ela estava reclamando de uma comunidade da qual ela participava, mas que abandonou, devido a uma série de brigas.

Comunidades virtuais são pontos de encontro de pessoas com interesses parecidos. Um ótimo lugar para fazer amizades, debater idéias ou simplesmente jogar conversa fora. Todas elas têm o mesmo propósito: unir os fãs de alguma coisa, de abacaxi cristalizado a Gilmore Girls.

Ouvindo o desabafo dessa nova amiga, reparei que as comunidades virtuais são parecidas em outro ponto: a belicosidade. Se você, algum dia, brigou ou se irritou num fórum, saiba que a mesma briga já foi observada, de forma quase igual, em outro.

“Eu cheguei aqui primeeeeeeeeeeeeirooooo!!!!”: Sempre que há alguma discussão num espaço virtual, os veteranos fazem questão de jogar na cara dos novatos esse fato relevantíssimo. É realmente muito importante que todos saibam – e os que já sabem, recordem – que Pedrinho está na comunidade desde o início. O que Pedrinho ganha com isso? Fama? Aumento de salário? Namorada craque no Kama Sutra? Não, ele ganha o status de ser mais antigo no fórum do que o Julinho!!!!! Chamem o Fantástico!

Dois pesos e duas medidas: Também é muito comum, mas é meio difícil de detectar. Camilinha criou um tópico na sua comunidade preferida: “Você prefere o Brad Pitt com a Angelina Jolie ou com a Jennifer Aninston?”. Em seguida, apareceram os dementadores, dizendo que aquele assunto era totalmente inútil, sem graça e que Camilinha estava ocupando o espaço do fórum com infantilidades.
Semanas depois, Ritinha cria um tópico assim: “Rihanna devia ter voltado para o Chris Brown?”. Nenhum dementador apareceu, o assunto foi comentado de forma civilizada e depois esquecido.
Qual é a diferença entre os dois tópicos? Ambos são infantis e “inúteis”, não? Sim, mas é que a Camilinha não é muito popular no fórum, já a Ritinha... E o mesmo processo acontece em outras situações: se Jorginho escreve em miguxês, é analfabeto. Se Carlinha faz o mesmo, estava só brincando, porque ela tem um extraordinário senso de humor. Não importa muito o quê é feito, mas quem faz.

Perguntar ofende: Quando uma pessoa é nova numa comunidade ou não aparece com muita freqüência, é normal que ela tenha algumas dúvidas. O problema está quando ela decide perguntar. Alguns membros não têm paciência de explicar ou ensinar nada. Mas têm toda a paciência do mundo para xingar quem perguntou. Abrir uma janela para mandar uma resposta mal criada leva o mesmo tempo do que fazer o mesmo para responder sobre “onde está a receita do pavê de maracujá?”. Questão de prioridade.

“Vou te pegar na saída!”: Numa comunidade virtual, é normal que surjam panelinhas. Elas existem até em comunidades reais! Na escola é assim, na família, no trabalho... As pessoas formam grupos, mesmo estando dentro de um grupo maior. Virtualmente, porém, as coisas tomam proporções gigantescas. Se Renatinha xingar Lucinha, é provável que Lurdinha, Marquinhos e Zezinho apareçam para defendê-la. Em seguida, Bruninho, Huguinho e Selminha também se metem na quizila. Resultado: ninguém sabe mais quem começou a briga, nem o motivo. Uma discussão entre duas pessoas vira uma guerra mundial. Pode ser divertido, em doses homeopáticas.

Dar um tapa e esconder a mão: Carlinhos implica com todo o mundo na comunidade. Lança indiretas, joga um contra o outro, posta coisas estapafúrdias. Quando o circo pega fogo, ele tira o corpo fora, explicando que “não foi isso que eu quis dizer”. Manipula a situação a ponto de transformar o “ofendido” em culpado. Afinal, ele não tem culpa de que Osvaldinho não soube ler nas entrelinhas que “aquilo” não era uma ofensa, nem uma tentativa de picuinha. Carlinhos é quase um santo, só falta ser canonizado!

Comunidades virtuais, como demonstrado acima, têm um amplo poder rejuvenescedor. Você pode ter 20, 30 ou 40 anos de idade, mas acaba agindo como se fosse uma criança de dez anos.

Espero que ninguém ouse criticar meu texto, porque eu estou no Talicoisa desde o início, sou muito popular no blog e tenho uma panelinha imensa para me defender. E não pensem que estou lançando indiretas e tentando ver o circo pegar fogo. Como sacerdotisa, eu seria in-ca-paz de uma atrocidade dessas...

sábado, 11 de abril de 2009

Dial

Bzzzzz!!! Thweeeeeee... Por que a mulher bonita, quando quer, faz sangrar o coração do peão de bagé até matar...

Bzzzzzzzzz! Crrrrrrrr... Galera irada da nigth que se liga em curtir altas adrenalinas...


Crrrr... Bzzz... me ama que eu sou corno, volta que eu sou corno, sonha comigo que eu sou corno, dá pra mim que eu...


Hmmm... Bzzzzzz!! Thweee... Brasileiros e brasileiras, não me abandonem nessa marolinha, assim não pode, assim não dá...


Bzzzz... Hmmm... Weeeee... O demônio está em tudo, irmãos! Não leiam, não assistam, não cantem, não dancem, não riam...


Bzzzzz!!! Thweee... Eu sou o mano da peripheria, eu sou a vítima da sociedade, eu tenho raiva do rico bonitinho, eu vou pixar o muro pintadinho...


Bzzzzz!!!... Uou uou uou uou!! Você me abandonou, mas vou te esperar, quando cansar da outra vai aqui me encontrar...


Bzzz... Hwoooom... Chega de imoralidades! Chega de privilégios enquanto o povo passa fome! Filie-se ao PQP (Partido do Querido Povão) e vamos às armas...


Bzzzzzzzz!!! Swooooooonnmmmmm... Liro-liro pegou a bola, driblou um, driblou outro, está de cara com o goleiro, vai de bicicleta e... CHUTOU FORA!!!...


Bzzzzz!!! Thweeeee... Da promoção 99 1/2 FM! Qual o nome do terceiro namorado da noite passada da Sujana Velheira? Ligue e concorra a uma xerox do autógrapho da Sujana Velheira! Sua vida depende disso...


Bzzzzz!!! Thweeeeeoonnmmm...


Dans quelle Espagne


Dans quel vin d'Italie


La vie s'éloigne


Quelque fois elle oublie


Que le temps passe


Comment le dire


Et qu'il ne passe pas qu'ici


Dans quelle histoire


Dans quelle géographie


Allez s'asseoir et puis boire à la vie


Qu'on soit du soir ou du midi


Le même espoir nous réunis


Où est ma vie, ma simple vie


Mon cœur d'enfant, mon eau de pluie


Où est ma vie, ma seule vie


On dirait bien qu'elle chante aussi


La la la la la la


Où est ma vie, ma seule vie


Dans quel naufrage


Dans quelle comédie


Sur quel visage, de princesse endormie


J'aurais écouté, jour après nuit


L'amour ne parlait que de lui


Où est ma vie, ma simple vie


Mon cœur d'enfant, mon eau de pluie


Où est ma vie, ma seule vie


On dirait bien qu'elle chante aussi


La la la la la la


Où est ma vie, ma seule vie...
(Où est ma vie, de Isabelle Boulay)


Ao contrário do que se especulava nos anos 1950, a tevê não matou o rádio, a mediocridade das novas programações quase fez o serviço sozinha. Felizmente ainda há quem prestigie quem gosta de ouvir boa música e boas locuções, mesmo perdendo em popularidade.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Coelho e a Páscoa

É praticamente básico textos explicando porque existe a Páscoa.

Vão dizer que no Judaísmo, a festa surgiu para celebrar a saída dos Judeus da Escravidão no Egito.

E que para os cristãos, é a festa para "celebrar" (na verdade, relembrar) a Crucificação e Ressurreição de Jesus Cristo.

Para mim, a nível de mim mesmo, enquanto indivíduo (by Elmo), relembrar o sacrifício de Cristo é todo dia. Relembrar que Deus ajudou a tirar milhões da escravidão, é todo dia.

Mas essa Páscoa, que se inicia hoje, tem um sabor especial, diferente. Não é o sabor de chocolate. Nem da lembrança diária do Sacrifício do Cristo.

Tem um sabor leve de arroz de "koochat", ou de um belo "copo de leite light", ou de uma voz magnífica, ou de um carinho especial, de uma pessoa especial.

Hoje é aniversário de Dave Coelho, o nobre colega de Talicoisa, que é uma pessoa que eu amo. É minha alma gêmea intelectual, é um espírito de rara nobreza, mas tem uma pitadinha de pimenta também, leia-se seu sarcasmo tantas vezes ácido.

Mas Dave tem um coração como poucos.

Colega, eu te amo, e espero que Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo te cuidem e te guardem sempre maravilhoso do jeito que você é.

Já disse uma vez, e sempre repito, para que não se curve ao idiotismo acadêmico, que mantenha seu coração sempre aberto, e seja sempre a pessoa maravilhosa que você é.

Eu divido minha mãe com você, que também te adora.

E todos nós, e eu sei que o cast do Talicoisa assina embaixo, que você é uma pessoa mais que especial, que merece tudo de bom que essa vida possa conceder a alguem.

Seja feliz, sempre, e sempre mantenha o amor no seu coração.

Esqueça as dores e as decepções, pois elas passam.

Não há bem que não perdure nem mal que não se acabe.

Mantenha isso sempre em mente, e vem logo pra SP, seu porquera, pra gente ir comer tacos todo mundo junto...

Feliz aniversário, Dave, Deus e Jesus te abençoem, sempre.

Do Gacto Gordurínea, pra você.



Indiana Dave, em busca dos Tacos da Perdição

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Slogans: a verdade por trás do mito (*)

(*) O título bombástico é uma estratégia pra (tentar) atrair leitores.

Dia desses, ao ser - de novo - pessimamente atendida pelo banco onde fui obrigada a abrir conta, reparei o quão distantes estão as empresas em geral e os bancos em particular de seus slogans, na prática.
Então meu espírito-de-porco, também conhecido pelo eufemismo de "lado sarcástico", logo bolou uma listinha de slogans e exemplos de como eles são praticados. Não apontarei as empresas pelo nome para não fazer divulgação gratuita e não acabar levando um processo nas costas. Cabe a vocês saberem quem está sendo citado.

O slogan:

"O valor das ideias" [plural tem ou não acento, afinal?]

A prática:

Ideia de ter uma miséria de agências na cidade onde ganhou a licitação para gerenciar a conta de milhares de funcionários, como é meu caso, e ter sempre mais caixas vazios do que operando - em qualquer horário e dia. Aliás, nada me tira da cabeça que todos aqueles caixas em bancos são cenários (com computador falso, sem a CPU, etc.) pra gente se consolar achando que chegou num mau dia/horário ou que é azarado e sempre que a gente está lá, 99% dos atendentes foi almoçar ou está doente; e o gerente, claro, nunca está no momento.

O slogan:

"O lado bom da vida"

A prática:

Lado bom de entregar mercadoria defeituosa, tentar colocar a culpa no consumidor e levar dias para efetuar a troca, mas só depois de ouvir as duas palavrinhas mágicas que fazem todas as lojas funcionares neste sentido: PROCON e PROCESSO, como recentemente ocorreu com uma amiga minha.

O slogan:

"Vem pra [****] você também! Vem"

A prática:

Vem pra nossas filas quilométricas, em algumas ocasiões podendo ser medidas em hectares. Não, o Código de Defesa do Consumidor não nos assunta. Isso também ocorre com outros bancos, como o famoso "Banco completo", que é completamente lotado sempre, e sempre te atenderá mal. Acho que tem um código de posturas de bancos que é específico e enfático com relação a isto.

O slogan:

"Viva o lado [****-****] da vida"

A prática:

Viva o lado cheio de flavorizantes, aromatizantes e propagandas lisérgicas e uma das maiores fornecedoras de lendas urbanas atuais. Pelo menos, seus comerciais são mais imaginativos que os comerciais de cerveja.

O slogan:

"Se dirigir, não beba"

A prática:

E também não frequente os postos de gasolina, em que se vende todo tipo de bebida alcoólica, assim como cigarros, num lugar em que é terminantemente proibido fumar, tendo em vista que os materiais que vendem ali são - dã - combustíveis E explosivos. Paradoxo pouco é bobagem.

Que outros slogans você acrescentaria à lista?

sábado, 4 de abril de 2009

Branca de Neve

Branca de Neve era pouco mais que uma criança, foi perseguida por uma madrasta com a periquita em chamas e que não admitia concorrência. A estória deixa isso claro. Mas conheço uma pá de gente que tenta a todo custo ver a madrasta como vítima e a princesa como uma monga que merecia ter sido assassinada. Mesmo a estória deixando claros os factos.

Branca de Neve morou com os anões por algum tempo, sem ter sido molestada por eles, a estória deixa claro. Mas conheço uma pá de gente que força para acreditar que era uma concubina, mesmo a estória deixando claros os factos. Uma concubina com os atributos físicos dela não precisaria arrumar a casa, convenhamos.

Branca de Neve era uma garota frágil e bem educada, mas não era indefesa. Não era a monga que muitos querem fazer parecer, ou não teria sobrevivido um segundo sequer na floresta, a não ser que tivesse aberto as pernas para o caçador, o que a estória deixa claro que não aconteceu. Mas conheço uma pá de gente que usa de toda a retórica de que dispõe para denegrir a imagem da princesa. E encontra quem ouve.

Gostar ou não gostar tem motivos que quase nunca nos interessam, só a quem os tem. Gostar não é o caso, o caso é a recusa de tanta gente de admitir uma pessoa que cultive virtudes. Não é grilo da minha cabeça, eu disse que conheço essa pá de gente porque convivo com elas e as estudei ao longo de décadas.

São pessoas que reclamam da corrupção, mas não hesitam em dar um jeitinho para se beneficiar, ainda que em detrimento do outro. Branca de Neve se mostrou doce e meiga, mesmo quando precisava repreender os anões. Trabalhava todos os dias e festejava à noite, como se espera de uma alemã. Oh, sim, a fábula se passa na Alemanha, não nos Estados Unidos. Desculpe se afetei alguma crença arraigada. Bem, o facto é que ela não via o trabalho como um castigo, teria meios para evitá-lo, mas as pessoas que a detratam vêem o trabalho como castigo. A dignidade dela incomoda, por não haver espaço para vícios.

Alguns alegam que ela era uma molenga que se deixou dominar por uma madrasta. O que uma criança que já amargara a perda da mãe, e recentemente a do pai, poderia fazer contra quem já tinha dominado um reino? A rainha má não poderia matá-la, pura e simplesmente, sem enfrentar a ira dos súditos, então uma morte acidental na floresta era a solução. Bem, o caçador também era um súdito e certamente reconheceu no rosto da menina a sua mãe, a quem servira por anos.

Vou contar um lado mais feliz da vira real. Conheço gente que faria o mesmo que o caçador, que pouparia alguém mesmo sob risco de morte. Conheço gente como os anões, que se afeiçoaram à pouco mais que criança e jamais tocaram um dedo nela, talvez até já tivessem seus casos, mas isso a fábula não esclarece. Lembram do filme "Uma Linda Mulher"? Tive notícias de homens (no plural mesmo) que fizeram algo parecido. Não apareceram em uma Lotus, mas fizeram o que o filme mostra.

Branca de Neve é instrumento pedagógico para o que espero que estejam compreendendo. Se dez por cento das pessoas fossem como os detratores da garota fazem parecer, não haveria mais humanidade. Não haveria gente honesta suficiente para compensar os estragos.

O que mais agrava, é as pessoas acharem absolutamente normal que se pense mal, que se denigra a imagem de quem demonstre alguma solidez de caráter. Isso é comburente para os corrompidos, eles passam a agir livremente com a aquiescência da população, que pensa que ser ruim é que é bom. Já é notório o esforço dos editores para corromper e até imbecilizar os heróis dos quadrinhos, talvez por isso tenham matado o Capitão América. Gente que perdeu as esperanças e não admite que alguém ainda a tenha.

Gente honesta do mundo! Uni-vos. A alegoria da Branca de Neve é o exemplo ideal de caráter. Ela trabalhou no castelo onde nasceu, mas não embruteceu por isso, se desapegou do título que seu sangue legou para assegurar sua subsistência, mesmo com as vicissitudes mais severas manteve a amabilidade que os pássaros reconheciam, se desapegou do passado para poder viver com os anões, trabalhando diariamente, cozinhando, lavando, buscando água e agüentando o assédio dos paparazzi durante a gravação do longa metragem. E sabe-se lá quantas vezes quebrou os chifres no portal de entrada, porque aquilo era muito baixo.

Eu não estou dizendo que é possível haver gente do naipe de Branca de Neve, eu afirmo porque conheço pessoas (plural) como ela. Apreciar e cultivar a beleza e o refinamento não aliena ninguém, muito pelo contrário, essas pessoas que conheço são muito mais politizadas que os marxistas de boutique, pois enxergam os dois lados da balança.

Me deprime haver todo um universo de belezas e virtudes, mas as pessoas que me cercam insistirem para eu só ver podridão. Pior, insistem para que eu me torne podre. Não entro nos méritos e motivos de cada um ser amargo o quanto for, mas seria no mínimo amigável guardar o amargor para si mesmo. Durante dez anos ajudei com acompanhamentos psicológicos, essas pessoas deveriam estar em um divã ao menos duas vezes por semana.

A fábula não deixou dúvidas sobre a Branca de Neve, inventar dúvidas e perverter a estória não acrescenta nada além de mostrar onde está realmente a perversão; nas cabeças dessa gente. Perverte quem é propenso à perversão, como dizer que Wendy (de Peter Pan) teve uma alucinação enquanto era violentada.

Acredito que as vidas dessas pessoas sejam sujas, amargas, cinzentas e medíocres. Elas querem que assim se mantenham. A minha vida e as das pessoas das quais procuro me cercar não são. Eu vejo as flores nas ruas por onde passo, não só o lixo que os porcalhões jogam pelas janelas dos carros. Sei admirar uma dama com as pernocas de fora sem planejar 1/2 de levá-la a 1/4, e não sou só eu. Não se intimidem com a propaganda cafajeste que se tornou tão popular, contrabalanceando com os excessos fúteis do politicamente correcto. São porções demasiadas do que deveria ser útil, nada demais presta.

Não podemos determinar como será a vida do outro, se ele será feliz e saltitante, mas podemos decidir sim o modo como vemos o mundo. Tomar os personagens clássicos como exemplo não é ficar com a cabeça nas nuvens, é sensatez. Nelas há todo o arquétipo humano que encontramos na "mitologia" greco-romana, só que numa roupagem menos antiga. Há beleza, acompanhada da realidade dura dos camponeses das idades média e moderna, mas há muita beleza e essa beleza é que ensina a lidar com os perigos da vida real.

Não sei se alguém ainda não notou, mas essas fábulas têm o que ensinar, ao contrário de historiadores fajutos que chamam a Princesa Isabel (ironicamente) de "branquinha bonitinha que libertou os pretos". O pior é que esses livros didáticos foram comprados com o nosso dinheiro. Chamem os anões, a madrasta se escondeu no Ministério da Educação!

Quanto ao "Viveram felizes para sempre", é o fim da estória. Ei, meu! Ela vai se casar, vai para a lua de mel, quer bisbilhotar para quê?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Mais louco é quem me diz

Uma das mais famosas obras de Machado de Assis é "O Alienista", em que são criticadas, de uma só vez, as teorias deterministas e positivistas que faziam a moda intelectual da época (século XIX; o livro foi publicado em 1882), mas também debate a loucura, seu tratamento, definição e outros. Ele fez perguntas que poucos ousaram fazer à época e que ainda são atuais: quem é o louco? O que é a loucura, afinal? Expõe, além disso, um jogo de poder e de rotulação que fariam Michel Foucault (nosso Fucô velho de guerra) tremer de inveja.


Determinar quem é o louco e como vai ser tratado é uma angústia bem do nosso tempo, e aparece em várias partes, inclusive na ficção, sendo uma das mais famosas o Asilo Arkan, dos quadrinhos do Batman. Em algumas cenas memoráveis, os "vilões esquisitos" afirmam que ele, assim como a própria cidade, são os criadores de toda loucura e crime que o Morcegão e Gotham City combatem. Nada que Machado não tivesse tratado, com muita propriedade, no livro referido.


Falando em "asilo", as palavras "Asile, madhouse, asylum, hospizio" estão entre os nomes dados aos "lugares pra guardar loucos", ou para tratá-los/torturá-los/etc, tudo conforme a época na qual surgiram. A idéia de tratamento em si, assim como a palavra "manicômio", aparecem no famoso século XIX, o mesmo em que Machado publica o livro acima citado.


Os primeiros a tentar tratar a loucura, diz Fucô, foram os árabes, e o primeiro hospício conhecido foi inaugurado por eles no século VII. Na Europa são mais tardios, aparecendo no século XV, na Espanha ainda dominada pelos árabes, espalhando-se no século XVII.


E, como não podia deixar de ser, tem dedo do Iluminismo e da Revolução Francesa (já tem linque pra ela no Talicoisa - chique!) na mudança dessa história, mas também de um homem cujo sobrenome, até hoje, se tornou sinônimo de loucura/lugar pra abrigar-tratar-esconder os "loucos": Philippe Pinel (1745-1826), que quebra suas correntes e os deixa livres para se exercitarem. A partir dele, divide-se o tratamento e estudo da loucura em duas partes: a primeira aposta na terapia e psicopedagogia, a outra centra fichas no tratamento físico, colocando a loucura como algo orgânico, e, portanto, não dá importância ao local do tratamento.


Este, apesar de toda a discussão, ainda tinha sua carga do que hoje consideramos crueldade, e atualmente - quase dois séculos depois de Machado - se vê a loucura como algo criado socialmente, como os "loucos de Arkan" denunciam, e que pode mesmo mudar de sentido e significado conforme a cultura e a época.


Por essas e outras que eu digo que Machado comanda (rules, como dizem por aí). E, como ele alerta brilhantemente em "O Alienista", ao apontar demais o dedo na tentativa de definir quem é o louco, a sociedade pode acabar vendo a si mesma.


Para quem acha que pessoas diferentes do que alguns consideram normal são loucas, cante:




Ao lado, o Louco, um dos melhores personagens de Mauricio de Souza. Espero que a bobajada "politicamente correta" (blé) não o destrua.