terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pet Shop, burocracia e talicoisa

Minha mãe é veterinária. Ela está abrindo uma clínica, pet shop e coisaitali...
Então, minha vida agora é colar lacinhos e cadastrar mercadoria no computador. Hoje eu colei uns 300 laços com motivos de Natal.
No fim das contas, tá tudo meio atrasado...Depois de três semanas finalmente a prefeitura enviou um fiscal, mas o alvará ainda vai levar uns 20 dias para sair.
A idéia é abrir no final de Outubro (Deus queira!).
Chiques como somos (oi?) já temos um blog. Se você estiver afim de ver lacinhos e roupinhas de cachorro clique AQUI.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Nas últimas

O último filme a que assisti foi “Uma linda mulher”. Adoro a Julia Roberts, adoro historinhas água com açúcar, adoro o Richard Gere, adoro a cena do piano.

O último livro que li foi “Harry Potter e as relíquias da morte”. Shoray öseanos. Este livro deve ter alguma maldição. Não consegui engrenar nenhuma leitura, depois disso.

No último Grenal, ontem, o Inter ganhou de 4x1. Alegrias fugazes.

A última novela que eu acompanhei foi Cobras e Lagartos. Saudades do Foguinho.

A última vez em que fiz uma limpeza de verdade no meu quarto faz duas semanas.

O último chocolate que eu comi foi Kinder. Não o ovo, aquele da barrinha.

O último ataque de riso que tive foi hoje, no ônibus. Não me lembro o motivo.

A última vez em que chorei foi assistindo “Simplesmente Amor”. De novo, e sempre na mesma cena. Patético.

A última vez em que meus olhos verteram lágrimas inadvertidamente foi hoje. Lente de contato.

Na última vez em que montei um quebra-cabeças, não consegui terminar.

O último sonho que tive envolveu grama, sol e alguma coisa que me assustou.

A última vez em que comi picolé, foi de uva. Odeio. Não sei porque faço esse tipo de coisa.

Esta última frase me causou o meu último pensamento infame: "Chupa, que é de uva".

Na última vez em que fui à manicure, pintei as unhas de azul com glitter. Não sei porque faço esse tipo de coisa.

Na última vez em que fiz chapinha, fiquei parecendo o Saruman. Já contei isso...

A última vez em que atendi o telefone, a ligação caiu. Graças a Deus.

A última música que o meu player tocou foi Wild Thing, do Kinks.

Na minha última TPM, chorei ouvindo Twist and Shout. Coisa de louco.

A última vez em que pensei ter encontrado o sentido da vida, foi ouvindo We can work it out, dos Beatles. Sempre eles.

A última vez em que eu tentei escrever um texto, saiu isso.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Do outro lado da rua

Então ele estava lá. Vendo o dia passar. As pessoas passarem. As horas passarem.

Tudo se passava. Menos ele.

Permanecia lá, imóvel. Via homens e mulheres, homens e crianças passando. Via o céu escurecendo, via a quantidade de carros aumentando mais e mais.

Pela esquerda vinham pessoas que desciam do ônibus. Caras cansadas, quase sempre, com algum pacote, embrulho, ou sacola. Compras, comida para o jantar. Uma blusa nova. Um calçado novo. Pessoas bem vestidas. Mas as roupas estavam amarrotadas, fruto de apertos no ônibus, e um dia cansativo de trabalho. Pessoas esperançosas em chegar logo em casa. Tirar aquelas roupas, que apesar de bonitas, apertam. Que cansam. Impregnadas de suor e cansaço. Impregnadas do dia desagradável que tiveram. Impregnadas de raiva. De chateações. De sonhos que terão que ser adiados, porque a prestação ainda não foi paga. E o sonho vai ter que ficar pra depois.

Pela direita, vinham as pessoas que estavam saindo. Indo pra escola, pra faculdade. Algumas indo trabalhar, ainda. Algumas indo pro segundo emprego. Algumas indo pro emprego que vara a noite. Os mais jovens, com mochilas nas costas, roupas brilhantes, e sorrisos que refletem a esperança dos dias que virão, cheios de promessas e alegrias. Os universitários, com a mesma roupa do dia inteiro de trabalho, suados, mas alertas, não tem as caras de cansados dos mais velhos, que vinham pela esquerda. Parecem movidos por algo desconhecido. Na verdade, são movidos pelos sonhos que os mais jovens acham que virá fácil. Eles sabem que não é fácil, e lutam, incansavelmente. São guerreiros. E vão conseguir seu intento. Um dia. E aqueles que vão trabalhar, na noite... Tem os rostos já cansados. Sabem o que o trabalho faz ao seu corpo, à sua mente. Mas não tem opção. Trabalham pra sustentar uma família, um filho, ou os pais. Ou alguém mais. Os que vão para o segundo emprego, parecem os universitários. Seguem na luta, como bravos guerreiros. Sabendo que não querem para os seus aquilo que lhes sucede.

Do outro lado da rua, um pandemônio de todos misturados. Alguns adicionando mais sacolas, ao peso que já traziam. Outros se dirigindo ao ponto de ônibus. Outros pensando no que fazer. O outro rapaz que olha insistentemente para a garota que nem lhe dá bola. O velho que acende seu cigarro, todo amassado. O bêbado que tropeça, procurando o caminho pra casa. A senhora que apalpa as frutas, para escolher o melhor pra sua família (ou talvez aquilo que dê pra comprar, apenas).

Ele, imóvel, apenas assiste. Vê quantas vidas diferentes tem à sua frente. E pensa em como a sua própria é diferente da de todos eles.

Ele não sabe se agradece pela vida que tem, ou se amaldiçoa seus dias por não ser uma dessas pessoas.

Ele apenas olha a garota que está do outro lado. Com a camiseta laranja. Não sabe nada sobre ela. Nada.

Apenas a contempla. E esquece de suas dúvidas, e esquece de todos à volta. Olha para os olhos verdes dela. Mas ela não o vê. Não toma conhecimento de sua existência. É apenas o homem do outro lado da rua, que sempre se veste com roupas escuras, e que duas vezes ao dia vai até o pequeno mercado de bairro onde ela trabalha.

Ele é apenas isso. E nada mais.

Ela não se importa com os que passam. Apenas está entre eles, querendo, como todos, voltar pra casa, e descansar. Encontrar o conforto da família. E quem sabe beber com os amigos.

Não importa o rapaz do outro lado, que a olha insistentemente. Não importa.

Importa chegar em casa, tomar um banho quente. Jantar, assistir a novela.

E ele, agora, se move.

Olha mais uma vez para os olhos dela.

Entra em casa, toma seu banho quente, janta, e assiste a novela.

Mais tarde, se olha no espelho. E se vê entre todos eles. Da esquerda, da direita. Do outro lado da rua. E a garota de olhos verdes... Não esta lá.



Ela não está lá, não mais...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ponderações à beira dos 40

Olho para o lago da minha vida, à beira dos meus quarenta.
Algumas ondas me vêm à face: minhas rugas de expressão me brindam na testa, no canto dos olhos.
Amores irrealizados, outros que se extinguiram, e um que é sem nunca ter sido.
Mas também na profundidade deste lago, de dentro de todos meus medos e complexos, também muita coisa boa emerge.
As conquistas, os amores, os sonhos, e sobretudo a alegria de viver.
Os desenhos animados e as tosqueiras de que tanto gosto, minha alma brega até a medula, um traço de moleca que gosta de rir, cantar, imitar vozes e criar personagens.
Uma pessoa que tem muitos amigos virtuais e um pomposo título de Teóloga da Verdade Suprema para defender.
Alguém que recentemente iniciou-se numa dura e árida carreira, mas que se mantém como professora: a professora má de óculos na ponta do nariz e jaleco branco.
E digo aos meus jovens compenheiros de blog: bom chegar até aqui no meio de vocês.
Quem sabe, quando for feito o Grande Congresso Talicôsico, eu possa estar junto e entoar mantras corcélicos.
Mas ai de vocês se alguém me chamar de tia!
:-P

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sobre as Locadoras

A primeira locadora que eu visitei na vida tinha um Pernalonga de papelão, mais alto que eu, preso perto da porta de entrada.

A locadora ficava numa praça, com uma árvore imensa, cheia de cipós que escorriam dela como cabelos.
Atrás do balcão de atendimento, um senhor baixinho, de bigode farto e a placa escrita com pilot: “Evite multas. Por favor, rebobine as fitas”.
Os filmes que locávamos eram dividos entre filmes de criança e filmes ‘coisa de gente-grande’. O aparelho de vídeo-cassete tinha uma aura mágica pra nós, pequenos. Era um trambolho preto, grandalhão. O pai tinha que limpar os “cabeçotes” regularmente. É que as fitas de locadora às vezes vinham com mofo.
A idéia da locadora de VHS ainda é muito nítida na minha mente. E depois, com os anos passando, muita coisa mudou. Hoje funciona uma farmácia onde antes o Pernalonga recebia os clientes. A árvore continua na praça com seus longos cipós, que agora caem sobre uma banca de jornal.
Parece que durou só uma semana, a fantástica revolução dos dvds. Eles tomaram conta das locadoras, deixando milhares de velhas fitas cheias de mofo, abandonadas e desempregadas.
Eu nunca imaginei que tempos depois, com o fenômeno da pirataria, dos downloads de internet, as locadoras de dvds fossem sofrer tão grande ameaça. E as cenas que se repetem com freqüência, não chuviscadas e tremidas, mas cristalinas, são mais ou menos assim:

O cenário era assustador. As prateleiras com filmes empoeirados, pareciam não ser atualizadas há anos.
“A situação ta difícil... Nós tivemos que fazer alguma coisa...” – disse a atendente, sem me olhar nos olhos. Folheava um pequeno bloco de notas sofregamente, com uma expressão nada amistosa.
Sobre o balcão de atendimento, quatro pilhas de dvds piratas estavam empilhadas.
“Agora estamos trabalhando com esses aqui também” – a atendente agora levantou o rosto e me olhou, como se procurasse mostrar que tinha sim, muita dignidade naquilo. Prendeu uma mecha de cabelos atrás da orelha e continuou a folhear o bloquinho “Se a coisa não melhorar, teremos que fechar as portas... Infelizmente”.
Do outro lado da locadora, um cliente aponta para o cartaz de "Norbit" e pergunta se o filme está disponível.
“Está sim!” respondeu a atendente “Custa dois reais. Está logo ali na prateleira de comédias” e indicou a prateleira com o dedo em riste, as unhas vermelhas.
“Ah, quando baixar o preço, eu levo” retorquiu o cliente, se fazendo de rogado.
“Leve logo, senhor. Pra levar hoje, eu faço por um e cinqüenta! Pegar ou largar” – investiu a atendente, que afastava o pequeno bloco e pegava um outro, começando a folhear esse também.
“E você sabe dizer se a outra locadora, a da Rua Nove, fechou?” eu perguntei, com o tom condescendente na voz.
“Não, não fechou. Mudou-se pro bairro vizinho” – a atendente agora acompanhava o outro cliente com os olhos, a fim de saber se ele iria ou não apanhar o dvd de "Norbit" na prateleira de comédias.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

EMMY 2008

Eu juro que tentei, mas praticamente não teve nenhum vestido bonito (bonito tipo “escândalo-morram-mortais”) nessa premiação. Não é assim um Oscar, mas bem que as atrizes poderiam se esforçar um pouquinho mais, não é mesmo minha gente?

Categoria “Me embolei”:


No papel higiênico - Alyssa Milano, ex-Charmed.


No saco de lixo - America Ferrera, a Uggly Betty.


No papel crepom - Brooke Shields, eterna Lagoa Azul Pride.


Categoria “Olhem para os meus seios”:

Susan Sarandon. Quantos anos ela tem? Sessenta? Super em forma, mas a roupa não ficou legal. Não foi dessa vez.


Christina Hendricks. Nunca ouvi falar. A prótese ficou suuuuuuuuuper natural e essas sandálias estão meio estranhas, talvez sejam os pés...


Categoria “Moulin Rouge”:

Rutina Wesley. Outra que eu desconheço. Isso de usar espartilho está mais do que over, não? Em 2001 até seria aceitável, com todo aquele burburinho Lady Marmalade, mas oi? Rutina, 2008 te chama!



“Gasparzinhas, as fantasminhas camaradas”:

Cynthia Nixon:


Holly Hunter:


“Jogaram uma bomba no cabaré”:

Phoebe Price, mais uma que eu não conheço. Porque classe é tudo!


Eva Longoria, dona de casa MUITO desesperada:


“Eu sou f***, uso o que quiser”:

Glenn Close. Se a Diane Keaton pode usar terninho, a Glenn pode usar óculos escuros...



Escondam os coelhinhos!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mudou a minha vida!

Frank me deu a missão de escrever sobre o nosso vídeo preferido de todos os tempos, aquele do Velho que comeu e não pagou.

O vídeo não é nenhuma novidade, está no Youtube há pelo menos dois anos, mas nós não conseguimos mais viver sem ele. Nunca houve nada que combinasse mais com a gente. Somos fãs assumidos do velho e mais ainda da digníssima profissional do séquiço. Para você ver a que ponto chega o nosso apreço por coisas inúteis.



É difícil saber o que é mais tosco: a cadeira rasgada, que aparece logo no início, a cara do repórter, as calças folgadas da poota, a verruga na cara do véio ou o povo aboletado na janela, assistindo ao barraco de camarote.

Não é a tosqueira, porém, o que nos atrai no vídeo. Depois de longos debates, altas teorias e muitos replays, chegamos à conclusão de que tudo o que é mostrado ali é uma lição de vida. Sim, nós aprendemos muito com os sofrimentos da profissional do séquiço e com a cara-de-pau do velho. Tudo (ou quase tudo) o que eles dizem pode ser aproveitado no nosso dia-a-dia.

“Eu mereço quanto, amô?”: Você pode usar essa frase naqueles momentos em que a sua auto-estima está baixa e você precisa ouvir um elogio. Não pergunte isso para qualquer pessoa, ou você pode não gostar da resposta...

“Você não merece nem um centavo!”: Não falei que era melhor não perguntar?

“Me respeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeite!”: É o mantra da mulher moderna, seja ela profissional do sexo ou apenas uma amadora. Gente, eu adoraria ter esse sotaque! É ele que dá o charme e o glamour (?) à frase. Já estou treinando.

“A minha vida é uma prostituição!”: Um dos bordões do Talicoisa. Arrepiante, emocionante, muito digno. Esta frase serve para tudo, podem reparar. Se o seu professor perguntar por que você faltou à aula, ou se o seu chefe quiser saber sobre o bendito relatório, olhe nos olhos dele, dê um longo suspiro e diga: “A minha vida é uma prostituição. Não tive tempo”. Um dia, se eu quiser arrastar meu nome pela medina, eu hei de responder isso – com aquele sotaque, é claro. Meu sonho!

“Dó não, que eu não lhe devo nada!”: Juro que eu não consegui entender, ainda, qual a relação entre o sentimento de dó e o fato de alguém dever um favor a outrem. Mas, se a poota falou, tá falado. E já virou bordão.

“Eu lá sou mulher de cinco cent... cinco real?!”: Não deixe que ninguém lhe ponha para baixo! Mostre o seu valor! Tenha orgulho de si mesma! É a profissional do séquiço dando mais uma lição às mulheres. Musa!

“... mais de uma hora chupando a rola...”: Ok, vamos respirar fundo. O velho comeu, não pagou, provavelmente não fez nada que prestasse e ainda quer contar vantagem?! Isso só prova que os homens não crescem nunca. Coitada da mulher, deve ter ficado com a boca dormente. Acabamos de descobrir uma nova modalidade de anestesia odontológica!

“Mas o senhor chegou a gozar?”: Momento de extrema vergonha alheia. Fico morrendo de dó do repórter, por ele ter feito faculdade e acabar tendo que fazer esse tipo de pergunta infame, no meio de um bordel de quinta.

“Cinco real pra fazer caridade, rapaz!”: Ainda não inventaram nenhuma frase melhor para encerrar uma discussão. Não tem como contra-argumentar. Acaba com o furdunço e ainda arrasa com o oponente. O máximo.

Depois disso tudo, só me resta imaginar o que aconteceu na delegacia... Será que a profissional do séquiço recebeu o dinheiro? Será que o velho repetiu outras mil vezes todos os detalhes sórdidos da relação? Mistério...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Platônico

Eu a vejo todos os dias. Todos os dias, sentada no mesmo lugar. Todos os dias, vendo as pessoas, que às vezes são iguais, às vezes são diferentes. Ela se senta na cadeira, colocada na porta de frente do mini-mercado de bairro, em que trabalha.

Tem um monitor de LCD de 17" à sua frente, usado para fazer cadastros de clientes que queiram o cartão do mini-mercado, que oferece a vultosa quantia de R$ 60,00 de crédito para o cliente que o tiver. Além é claro, da possibilidade de parcelar as compras. Coidipobre master.

Mas isso não importa. Ela, como todos nós, está lá. Lutando pela sobrevivência. Como todos nós.

Ela tem 1,62m de altura. Cabelos pelos ombros, castanho claros, com mechas loiras (pra quem olha, dá um efeito meio ruivo). Olhos esverdeados. A pele bem branca, em alguns dias, avermelhada, devido ao Sol. Uma boca linda, carnuda. Daquela que desperta desejos nos homens. Um sorriso perfeito, dentes alvos. E uma voz doce.

Doce...

Todos os dias, eu a vejo. Todos os dias. Duas vezes. E nessas duas vezes, minha vontade é me ajoelhar em frente a ela, e agradecer à Deus, por ser homem, e por enxergar.

Seu corpo não é igual ao das modelos magricelas, que são apenas cabides para roupas. Mas ela também não seria modelo de capas de bujões de gás. Tem um corpo na medida. Na medida pra mim.

Seios voluptuosos. Adoro. Cintura fina. Quadris largos. Um "violão", como se dizia antigamente.

Mas ela não abusa de sua beleza, ou de seus atributos. Não é o tipo de mulher que se exibe. Apenas está lá. Trabalhando. Suando. Lutando pela sobrevivência.

Seu uniforme, a pequena camiseta pólo laranja, com o logo do mini-mercado, é preenchido pelas suas formas.

Mas ela não abusa de seus atributos. Outras colegas usam o uniforme em números menores, que marcam o corpo. Ela não.

Percebe-se seu corpo. Mas ela não parece se oferecer, como suas colegas.

Ela tem um brilho frio no olhar. Não sei se é tristeza. Se é cansaço. Ou depressão. Talvez nenhum. Talvez todos juntos.

Eu nem sei o nome dela.

Mas vou todos os dias ao mini-mercado. Duas vezes. Pra poder ver seu sorriso, ouvir sua voz.

E pensar em ajoelhar e agradecer à Deus.

E torcer para o dia seguinte se repetir. E tudo acontecer de novo.

E lá fica ela, a sonhar...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Se eu contar ninguém acredita

Tem coisas que acontecem na vida da gente que, contando, ninguém acredita.
Estava arrumando minha cama quando, num movimento para estender o edredon, simplesmente torci minha coluna.
Feriu, seriamente, e não consegui sequer ir trabalhar.
Tive de ir ao médico, fazer massoterapia, e o melhor é que ninguém pôde me ajudar.
Claro que fiquei com aquela impresão de que, quando sou eu quem precisa, nunca ninguém pode. Porque, né? Um pouco de drama, minha gente. Acho que não viveria sem isso.
Estranho como a gente consegue se ferir de forma boba.
Já me feri separando papel (me cortei com o papel, gente!), colocando a mão no forno recém-desligado sem proteção, segurando papel com a boca (gruda e arranca a pele dos lábios).
Já machuquei minha coluna outra vez, apenas fazendo um gesto de girar para pegar algo no chão e torci o joelho dentro de sala de aula, andando pra ver caderno de aluno.
Tem horas que eu acho que sou um poço de falta de habilidade.
A não ser na hora de fazer drama, porque daí, queridos, sai de perto!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Cartas

Eu penso que as cartas têm uma particularidade interessantemente boba: é o fato de você precisar manuseá-las antes do envio.

Precisa esfregar o pulso pelo papel, enquanto escreve. Depois, esfregar as pontas dos dedos na folha, para dobrá-la. Depois colar e selar o envelope. (Passar a língua só funciona no desenho animado).
E é um barato que o destinatário receba aquilo que o remetente manipulou. Ora, vai junto com o envelope, o carinho, o cuidado. Ou a raiva, o ressentimento - dependendo do conteúdo da carta.
Talvez dê pra sentir isso até mesmo antes de desabotoar o envelope com as bordas verde-amarelo.
E dá pra conhecer a caligrafia do amigo. Se rabisca, se escreve. Que caneta terá usado pra redigir a carta? Se a caneta estourou durante a escrita, borrou as linhas da folha destacada de caderno.
Se usou uma folha sem pautas, a falta de coordenação motora fez com que as linhas dançassem no papel.
Se a notícia é boa, a leitura flui gentil e animada. Se for uma novidade não muito agradável, o texto sai apressado, nervoso. Dá pra notar o estado de espírito de quem escreve a carta.
E a carta viaja por lugares que os correspondentes nunca estiveram antes. A carta passeia enclausurada em caixas, amarrada com elásticos. A carta é posta em cubículos, depois separada por endereço. A carta não carrega só o conteúdo do envelope.
Parece absurdo escrever cartas “à moda antiga” diante da praticidade do e-mail ou do scrap. (E é, de fato).
Acontece que as cartas, essas de tinta e papel, precisam de outro tipo de energia pra ser feitas, que não a tecnologia.




terça-feira, 16 de setembro de 2008

Calendário de sonhos

Minha prima me contou que a gente sonha todas as noites, mas que nem sempre lembramos o sonho. Eu não sou de sonhar muito/lembrar dos sonhos, mas quando eu sonho/lembro do sonho, fiquem certos: em 99% das vezes, são coisas insanas!
Eu tenho um amigo que adora Freud, vive lendo coisas sobre Freud, e ele adora falar coisas tipo: segundo Freud, se você sonha com um poste, o poste representa um pênis.
Que saco. Que tipo de gente sonha com postes?
Meus sonhos extrapolam total os limites de uma barra de concreto:

28/09/2008

Estava lá no colégio, dia da eleição e eu era a próxima a votar. Me dou conta de que esqueci o número de todos os candidato a prefeito, menos o de João Henrique. Entro em desespero.

03/09/2008

Eu fui na biblioteca e todos os livros estavam em branco. A única bibliotecária que estava lá era a que tem mechas laranja no cabelo (nunca lembro o nome dela), perguntei qual era o problema com os livros e ela disse:
- É a nova determinação do MEC. Agora você diz qual é o livro que você quer e a gente baixa direto no seu pendrive.
Corri até o laboratório de informática e entrei no Submarino. No menu, ao invés de livros a opção era download de livros.
A menina sentada no computador ao lado:
- Adorei isso. Vou poder ler o livro de direito civil inteirinho no meu mp4!

08/09/2008


Meu pai estava tirando umas fotos lá na orla de Itaparica, eu estava acompanhando. Já era mais pro final da tarde. Não tinha ninguém no mar, meu pai tirava fotos dos barquinhos e eu sentada distraída. Um grupinho de crianças passa correndo, todos estão mascarados, é carnaval, mas as máscaras não são legais (tipo Bob Esponja ou algum outro personagem), são máscaras improvisadas, de diabo e de uns bichos estranhos. Um dos meninos me pede alguma coisa e eu respondo que não vou dar, que eu odeio carnaval e que aqui não tem Halloween pra ficar nesse negócio de pedir, o menino taca um ovo na minha cara. Olho pro outro lado da rua e meu pai está se acabando de rir.

11/09/2008

Eu entro em uma lan house e começo a procurar por um computador vazio, mas todos estão ocupados. Largo meus cadernos em cima do balcão do caixa e aí reparo que Frank e Dave estão sentados lado a lado, cada um olhando pro seu respectivo computador. Frank nota que eu cheguei e grita:
- Hello, bitch!
Dave dá risada e passa a mão no cabelo.

14/09/2008

Um lugar escuro, cheio de gente. Um cara começa a ter uns tremiliques e a vomitar, o povo se afasta e a Dra. Cuddy aparece. O cara está jorrando sangue e aí Cuddy liga pro celular do Dr. House, ele atende e diz que não vai ajudar, está assistindo a novela.
Os outros médicos aparecem, Cuddy começa a ter tremiliques também. Ninguém sabe o que fazer, o homem morde a Dra. Cameron e aí Chase dá um soco nele, Foreman tenta ajudar Cuddy, mas ela começa a chorar. House aparece de moto e joga uma seringa na mão dela.


Ps: Eu comecei essa mania de anotar sonhos na minha agenda. Data de prova você não acha, mas putiviadagem...

Ps2: Acho que vou parar de sonhar com House e sua turma. A 5a temporada estréia hoje.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Teste: Você é herege?

Eu, na qualidade de Sacerdotisa da Verdade Suprema, tenho o direito e o dever de não deixar que as heresias tomem conta do nosso mundo. Precisamos viver em paz, amor e harmonia. Para saber se você está no caminho certo, é bem fácil. Responda às questões abaixo, calma e serenamente.

01.Você gosta mais de gatos do que de cachorros?
02.Você coloca açúcar no chá?
03.Você acha que o Cumpádi Uóxinton é filósofo?
04.Você gosta de dias frios?
05.Você acha que Agatha Christie é subliteratura?
06.Você acha a Xuxa chata? (Repita três vezes, é um trava-língua)
07.Você leu Harry Potter?
08.Você prefere livros a filmes?
09.Você grita “Toca Rauuuuul”?
10.Você usa sapatos com salto de acrílico (se for mulher ou travesti)?
11.Você acha que as árvores falam, a gente é que não escuta?
12.Você concorda que nunca houve uma mulher como Audrey Hepburn?
13.Você diz “Awnnnnnnnnnnnnn” quando vê qualquer bicho fofinho?
14.Você acha que todas as crianças deveriam ser educadas na Suíça?
15.Você bebe Coca-cola e acha que coisa melhor não há?
16.Você ri sempre das mesmas coisas?
17.Você acredita em Nanael Soubaim?
18.Você sonha em ter um corcel azul-calcinha?
19.Você acha que Tom Bombadil é um personagem importante em O Senhor dos Anéis?
20.Você concorda com a frase “Quem fala demais, dá bom-dia a cavalo”?

O resultado:

Para as questões 1, 2, 4, 5, 6, 9 e 10, a resposta certa é não. Para todas as outras, se você for uma pessoa de bem, deve responder sim. Cada questão acertada vale um ponto.

De 0 a 5 pontos: Você é irremediavelmente herege e deve ser queimado na fogueira, sem dó. Fuja, enquanto é tempo.

De 6 a 10 pontos: Você está quase entra a vida e a morte, mas ainda há salvação. Tenha coragem! Me respeeeeeite!!!

De 11 a 15 pontos: Você ainda não compreendeu o real sentido da Verdade Suprema, mas está no caminho certo. Não desista!

De 16 a 20 pontos: Parabéns! Você está apto a integrar o círculo seleto da nossa religião. Fama, dinheiro e poder o aguardam. Porém, não se esqueça de que a palavra da Sacerdotisa é lei, e este teste não lhe garante nada, pois ela sempre muda de opinião...

A Sacerdotisa da Verdade Suprema promete voltar semana que vem com um texto digno do nome. Fiquem em paz.

domingo, 14 de setembro de 2008

Escrever boas letras de música deve ser realmente difícil. Letras ruins, também.

 E o que Dinho Ouro Preto, Marisa Monte, Titãs, Claudinhebuchecha e Xuxa têm em comum? Todos devem ter se servido de barbitúricos alucinógenos ao gravar tais versos. Ou só queriam mesmo pagar uma de Duchamp. Seguem as dadaíces:

Pneus de carro cantam tchururu-tchuru-tchuru-rú...

Dinho, conta pra gente que pneu é esse que canta tchuru-rú. Deve ser melhor vocalista do que você, rapaz.

O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído.

Isso porque nenhum dos Titãs resolveu atravessar a Marginal Tietê olhando para as nuvens.

... quando o circo bate forte no meu coração!

Rainha dos baixinhos é soterrada em desabamento de lona circense.

... só ficou no muro tristeza e tinta fresca.

Ok, Marisa. Você é diva, nós te amamos, mas essa INconcordância verbal é de doer. Desafina, mas não mata o Português, nêga.

E o tiro de misericórdia:

Usar o calendário sem utilizar as mãos.

(depois dessa, vou cuidar do sangramento no ouvido. volto semana que vem)

sábado, 13 de setembro de 2008

And the oscar goes to... (pelo menos deveria ir...)

Todas as semanas, estréiam vários filmes, dos mais variados estilos e com diferentes temas. Pode até não parecer para alguns, mas produzir um filme é um trabalho árduo.

Daí que tudo começa com o roteirista, que tem de ter uma boa idéia (ou ao menos pensar em algo comercializável) e rezar bastante para um estúdio aceitar arcar com a produção... Quando o estúdio aceita, ele ainda tem de rezar para tudo dar certo, pois senão a reputação dele e às vezes a do próprio estúdio vai por água abaixo...

Enfim, a produção de uma película é algo trabalhoso e que envolve milhões, mas nem sempre dá certo ou sai algo que preste, vide Vovózona...

Mas a vida é cheia de acasos e nem sempre precisa-se dessas voltas todas para ser um sucesso. Há coisas que vêm assim, sem roteiro, iluminação especial, ou grandes produções. Às vezes, tudo o que se precisa para ser um sucesso, alimentar a alma das pessoas com momentos de diversão, é de um repórter com nome engraçado, mulheres fantasiadas de rainha e uvas eletrizadas... Pronto, temos um web hit!



o:o1 - O vídeo já começa com cara de que vai dar em merda... Gente, o que é essa vitrine de uvas? Nunca imaginei que existisse... Outra coisa, essa moça apontando para as frutas parece alguém saído daqueles programas que vendem jóias e só mostram a mão da mulher...

o:13- "Estas mais de mesa". Putz, nunca mais tinha rido tanto com uma frase de vídeo desde o "A minha viiiiiidaaaaaaa é uma prostituiçããããão, eu sou profissional do SE-QUI-ÇO!".

0:15- "Aqui do lado,Pederneiras". Gente, quem tem o nome de Pederneiras? Sério, até parece que foi tudo ensaiado, é uma pérola atrás da outra.

0:16- O que são essas moças vestidas de ciganas aristocráticas? Putz, ser rainha da uva deve ser o equivalente sulista a ser a principal do pastoril aqui no nordeste.

0:18- Me causa de riso o fato do Lasier nem imaginar o que vai acontecer... Lá vai o coitado pegar as uvas, como se não houvesse amanhã (ou se houvesse, nesse caso).

0:20- Me chamem de perverso, mas o movimento brusco seguido de choque é muito engraçado, principalmente na segunda vez que você assiste ao vídeo!

0:24- Pederneiras se vingando por ter recebido esse apelido. Ninguém deve se chamar assim de verdade. Por que não joga a câmera e vai ajudar o Lasier? No melhor estilo A bruxa de Blair, ele simplesmente vira a câmera e filma as uvas, tipo, "Te desprezo".

0:26- Não sei o que é melhor: a rainha das uvas deixando de lado o jeito recatado e gritando "Ajuda aqui!", bem alto, ou o Pederneiras, que nem ligou para os gritos dela...

0:29 - Ponto mais alto do vídeo... Num preciso nem comentar, néam? Só dizer que "Voltamos em seguida com o esporte" é o novo "Whatever". Sério!

o:35- Alguém, peloamordedeus defina esse logotipo, por favor!

***
Comentaí, suas gostosa!

***
Update: gente, o Lasier é uma MÁQUINA de pérolas... Olhem isso!

Ou ele soltou um pum e tentou disfarçar , ou o choque meio que deixou ele louco...

Minha ausência

Boa tarde, caros leitores e comblogueiros (esta ficou esquisita!).
Venho por meio de uma máquina de lanhouse, justificar minha ausência.
Mudei de endereço. Infelizmente é uma sina que persegue quem mora de aluguel. A companhia telephônica Embratel, que tem o monopólio da internet na rua onde estou, nos atendeu como descaso de uma empresa pública que detém monopólios, dizendo que até poderia nos atender prontamente, mas não abriria mão de usar todo o prazo que o contracto lhe permite. Pois foi o que fizeram, o que não fizeram, e por isto estou escrevendo de uma máquina estranha, foi comunicar a baixa do serviço. Desnecessário dizer que a tal DSL não entrou em operação. Ontem uma atendente nos disse que mandaria um e-mail (quando a urgência demanda um e-nteiro) e em até quarenta e oito horas, eu estaria trabalhando à rede de novo. Mas como ainda não estava operante, quando sai de casa, decidi entrar na lanhouse mais próxima, onde posso gravar a cara do dono e meter processos em qualquer caso, e vir pedir minhas desculpas.
Se eles tivessem feito o serviço tão logo podiam, em vez de piorar ainda mais a fama do funcionalismo público, que eu integro, o problema teria sido diagnosticado ainda na terça-feira e este texto teria uma temática mais interessante, talvez até alegre, já que estou com vários na cabeça, só esperando para publicar. Quero saber é se seriam tão compreensivos se fosse eu o errado na história.
Alguns sabem que trabalho em eventos de veículos antigos e que tenho um álbum no Flickr. Basta digitar meu cognome na busca que chegam lá, onde podem pegar o que quiserem, para fins não comerciais. Pois tenho quatrocentas e tantas photographias de dois eventos, as quais nem posso selecionar porque ainda não sei quando poderei publicá-las. Até mesmo um raríssimo Lorena GT estava no XX Encontro do Centro-Oeste, foi premiado, mas terá que esperar. Quando mudaram as regras do funcionalismo público, em vez de estimular os bons, deram foi mais munição aos detratores da classe, pois além de continuar difícil punir os maus, os bons não podem ser promovidos sem uma burocracia gigantesca, que não contemplaria o merecedor antes de ele se aposentar com a merreca que ganhamos. Resultado: o sujeito prefere ver sites pornôs a gastar alguns segundos para informar à empresa a baixa do serviço. Vocês sabem o que é a burocracia de uma estatal desse porte. Eu estou dentro do serviço público e asseguro que é bem pior do que parece. Se houvesse premiação por mérito, como é nas empresas privadas, até a papelada seria restrita ao essencial.
Então, queridos amigos, discípulos da musa corceliana-celeste, isto é tudo. Espero poder voltar a blogar normalmente em breve, e publicar as photographias que, modéstia à parte, estão do tiru-liro-.
Com carinho: Nanael Soubaim.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

"When All Hope Is Gone..."

"WE HAVE MADE THE PRESENT OBSOLETE
WHAT DO YOU WANT? WHAT DO YOU NEED?
WE’LL FIND A WAY… WHEN ALL HOPE IS GONE
WE’VE SEEN THE FALL OF THE ELITE
BURY YOUR LIFE / TAKE YOUR DISEASE
WE’LL END THE WORLD… WHEN ALL HOPE IS GONE"

Não, este não é mais um texto falando sobre o Slipknot. É uma das minhas bandas preferidas,
mas este texto não é pra falar deles. Quem leu meu último texto, sabe o que tem rolado. E
nessa bagunça toda da minha vida, o Slipknot tem sido uma companhia constante.

E esse refrão, da música que dá título ao álbum, me diz muita coisa.

Não apenas sobre mim. Mas sobre o mundo, em geral.


"WE HAVE MADE THE PRESENT OBSOLETE"

NÓS fizemos o presente obsoleto. Nós, nas nossas buscas, por um mundo melhor, pelo avanço da
ciência, da política, de o que quer que seja... Fizemos do presente algo obsoleto. O presente não nos serve mais. Não é mais útil. Porque tudo o que colocamos pras nossas vidas, é pra depois, pro futuro. Hoje em dia, via de regra, não se pensa em fazer algo HOJE. Sempre se planeja pro futuro. Boa parte das vezes, não é por mal. Mas por outro lado, também não pensamos em viver o dia, CARPE DIEM não é mais pra ninguem. Alguém vai se levantar agora, e dizer "Ei, Fio, eu vivo a minha vida assim, vivo O DIA, e bla bla bla..." Caro amigo. VIVER não se resume à balada. Não se resume a dormir pouco. Não se resume em esquecer sua própria miséria achando que um dia vai haver a "virada de mesa". Vivemos num mundo onde não há tempo pra viver. Não se pode parar. Não dá tempo. E quando dá, neguinho acha que encher a cara e beijar 26 bocas diferentes numa noite é viver.

"WHAT DO YOU WANT? WHAT DO YOU NEED?"

Alguém já fez essa pergunta pra você, sem ser pra querer te vender alguma coisa? Alguem já se preocupou com você, nesse sentido? O engraçadinho vai dizer "Sim, minha mãe!". Mas quem é que te pergunta isso? Apenas alguém que realmente te ama. E isso, é MUITO difícil de encontrar. Alguem que REALMENTE se preocupe.

"WE'LL FIND A WAY, WHEN ALL HOPE IS GONE"

É aquela estórinha, de quando você está no fundo do poço: a parte boa é que só tem um lado pra ir. Pra cima.

"WE’VE SEEN THE FALL OF THE ELITE"

Essa é um sonho... O sonho de que todos aqueles que estão acima, um dia vão estar abaixo de você. Um dia acontece. Algum dia, as pessoas que te pisam vão precisar de você. E aí, você
decide: Vingança, ou ser o bom cristão, e oferecer a outra face.

"BURY YOUR LIFE / TAKE YOUR DISEASE"

Enterre sua vida, tire a sua doença... Sinceramente, aí, fica parecendo que eles tavam querendo preencher com alguma coisa que rimasse... Mas tem até um sentido... Pelo menos pra mim.
É um pouco a coisa de deixar a vida que você tinha. Enterrar ela. E acabar com a sua doença,
seu vício, seu problema, sua dor...

"WE’LL END THE WORLD… WHEN ALL HOPE IS GONE"

Nós acabaremos com o mundo, quando toda a esperança tiver ido embora...
A falta de esperança, o fim dela... Pode transformar seu mundo, fazer dele algo diferente.

Destruir a vida antiga, a vida velha, o "homem velho" em você.
E trazer algo novo. Pouco importa se é bom ou ruim. O que importa é que você se sinta bem.

Esteja bem com você mesmo. E saiba o que quer, e do jeito que quer.


Isso tem guiado meus dias, minha vida. Transformar minha vida.

Alguém disse que é mais fácil ficar vendo o que a vida tem de ruim.

Talvez.

Mas quando você perde toda a esperança, não tem "bom" ou "ruim".

Só tem aquilo que te faz mal. E isso, caro colega, eu rezo para que você não entenda o que é.



Well done, guys...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

História Universal Talicôsica - Tomo V

O roubo de um bordão – último capítulo
Fiodoxó Augustus tremia ao lembrar da misteriosa figura. Então decidiu pegar os chinelos azuis e escondê-los no mais inacessível lugar da terra. Quando estava para pegá-los, eles desapareceram no ar, deixando uma mancha azul na calçada, que nenhuma tinta poderia cobrir.
Voltou para o edifício assustado, mas nunca iria permitir que alguém desconfiasse disso. Sua tia, que morava na Inglaterra, a bondosa Mica Audrey McMancada, o esperava, sem que ele desconfiasse disso.
Ela era de uma tradicional família de ciganos, e deixara sua vida errante por amor, mas continuava tendo o dom da previsão.
- Você não me engana, eu tenho olho de cigana – disse ela ao inescrupuloso Fiodoxó Augustus – Além do mais, a mulher de chinelos azuis que apareceu pra você, bem, eu a conheço.
- Como assim? Que história é essa?
- Esqueceu que eu sou cigana também? Ela é uma das mais poderosas da terra, da tribo dos Smurfs. Somos amigas e, juntas, descobrimos seu plano maligno.
- Mas eu nada fiz sozinho. Tenho um séqüito a me servir... (dá uma risada maligna).
- Mesmo? E nós temos milhares ao nosso lado. Jamais terás sossego. Nós te assombraremos dia e noite. Ainda mais porque colocaste dois “is” onde eles não existiam.
- Como assim? Não pode ser verdade!
- É verdade. A frase correta é “talicosa, cositali”. Você e seu inescrupuloso grupo usam “talicoisa, coisitali”. E isto atrai maus fluidos.
Nisto, chegam todos os representantes do grupo. Inclusive Vivi Margarida, em seu aristocrático disfarce.
- O que está acontecendo aqui? Disse ela, com olhar gélido.- Pode levantar este tapa-olho vermelho, Vivi Margarida. Eu sei muito bem quem é você! Disse a sábia Mica Audrey,.- OHHHHHHHHHHH! Disseram todos, quando ela arrancou a peruca e o tapa-olho vermelho de Doña Hermínia Alejandra, revelando a verdadeira identidade da terrível mafiosa.
- Você também será amaldiçoada pelo roubo do bordão, e ainda por usá-lo erradamente.
- Você roubou o bordão que eu roubei honestamente? Pergunta, indignado, Fiodoxó Augustus.
- Sim, Fiodoxó Augustus, e usei este disfarce para obter informações privilegiadas. Você me deixou imensamente rica .... (risada maquiavélica).
- Você só fez isto por inveja! Sua serpente venenosa! Áspide!(sobe música dramática)
- Não... fiz por amor! Eu sempre te amei, Fiodoxó Augustus! Sempre te amei, sempre, sempre! (chora compulsivamente).
- OHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – dizem todos.
Neste momento, chegam Nena e sua avozinha, que já estava melhor, e o irmãozinho, conduzindo com dignidade sua cadeira de rodas.
- Nena!
- Doña Mica Audrey?
- Sim, eu mesma!
- Oh! A senhora estes anos todos nos ajudou, bondosa senhora! Graças à senhora, nunca passamos fome (sobe música melodramática).
- Que história é esta, titia?
- Nena é filha de uma amiga de infância minha e da Cigana Azul, também conhecida como Smurfete Monica Smurfs. Nós prometemos ajudá-la sempre, desde que o pai a abandonou. SEU PAI, Fiodoxó Augustus!
- OHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – todos disseram.
- Então esta aí é minha... irmã? ?
- Meia irmã! E herdeira! E a verdadeira dona do bordão, que você ainda por cima deturpou!
- Não acredito que você fez isto, Fiodoxó Augustus! Disse Mel del Carmen. Sempre acreditei que era um gentil amigo e honesto homem de negócios!
- Ora, que entende você de negócios?
- Sou Phd em administração, Fiodoxó Augustus! E também herdeira do grupo! Também sou sua meia irmã, lembras?
- Parem com toda esta conversa! Disse o astuto Frank César. Nossos negócios não podem ser prejudicados jamais! Diga-me, Nena, seu bordão... alguma vez você o registrou?
- Não, mas....
- E ele é exatamente igual ao que nós usamos?
- Não, mas...
-Então, ouçam todos: não há roubo! Não há provas de que o bordão é dela! Nós iremos te processar por plágio! (risadas malvadas).
- OHHHHHHHHHHHHHHHHH! Dizem todos. Nena chora desesperadamente, enquanto os cruéis sócios gargalham (violinos tocam).
Neste exato momento, Cigana Azul aparece, dá uma chinelada nos pérfidos, que mudam totalmente. Os poderes curativos do chinelo azul os transforma em pessoas boas, e eles passam a usar o bordão para o bem e para a justiça. Nena permite, então, seu uso, ainda que com os “is” a mais.
(Passam-se dois anos).
Nena está rica e feliz, e conseguiu a cura para seu irmãozinho. O bairro, limpo e organizado, é exemplo mundial. Quase todos os sócios finalmente encontraram a paz e o bem, e, liderados por Mel del Carmen, cuidam de seu grupo e do orfanato, com responsabilidade social e outras coisas politicamente corretas.
Vivi Margarida sorri satisfeita para Fiodoxó Augustus e ambos olham para a câmera. Abraçados, na imensa sala de seu palacete, diz:
- Bando de tolos! Caíram direitinho no nosso plano, meu amor...
- Isto mesmo, minha querida... nem notaram que o chinelo não nos tocou (risada mais que malvada)!
(FIM)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Seja feita a minha vontade


Meu seriado favorito é E.R., que ficou conhecido aqui como “Plantão Médico” (mas eu me recuso, terminantemente, a chamá-lo assim). Assistindo às temporadas mais antigas, em que E.R. ainda era um seriado médico, não tenho como não pensar na morte.

É bem fácil morrer. Qualquer coisa que não funcione direito no corpo pode nos levar para a terra dos pés juntos, num piscar de olhos. Pessoas morrem porque uma veia do coração entupiu e não foi consertada a tempo. Morrem porque o cérebro ficou x minutos sem oxigênio e, sem cérebro, adeus. Se alguém tiver a ilusão de uma morte gloriosa, pode tirar o cavalinho da chuva. Geralmente as causas são bem idiotas.

Assistindo ao seriado e pensando na morte, na minha morte, já decidi o que quero que façam com o que sobrar de mim. Não me venham dizer que este assunto é mórbido, porque não adianta tampar o sol com a peneira. A gente precisa pensar na morte. Pensando ou não, o resultado é sempre o mesmo.

Bem, aconteça o que acontecer, não quero ser enterrada em lugar nenhum deste mundo. Quero que me cremem e acabem logo com isso. Onde vão espalhar minhas cinzas? Isso é problema de vocês, decidam. Guardem, joguem no lixo, joguem do alto de uma montanha. Tanto faz. É só pó.

Não quero saber desse negócio de túmulo, de romaria em dia de finados, de levar florzinha para a querida Debs. Eu não estarei lá. Querem me visitar, me dar flores? Façam isso enquanto eu estiver viva e cheia de graça. Meus despojos não terão como agradecer.

Se puderem manter meu caixão fechado, durante o velório, eu agradeço. Lembrem-se de como eu era bicho-do-mato em vida. Nunca curti essa história de ter um bando de gente me olhando. Acho esse hábito de gente rodeando caixão deveras desagradável. Se alguém quiser me ver, para confirmar que eu morri mesmo, abram o caixão de leve. E rápido, que eu não estou aqui para dar showzinho.

Falando nisso, sempre achei que o Ulysses Guimarães teve uma baita sorte. Ninguém encontrou seu corpo até hoje e ele não precisou passar pelo constrangimento de ficar deitado, na frente de uma multidão, com um algodãozinho em cada narina. A morte consegue ser patética.

Se eu fosse Deus, faria assim: a pessoa morreria e, instantaneamente, se transformaria em pó. Rapidinho, indolor, econômico e ecologicamente correto. O final perfeito.

Como eu não sou Deus e dependo da boa vontade dos que ficarem, acho melhor imprimir este texto e levar ao cartório. E nem pensem em não fazer as minhas vontades. Posso voltar e atazanar a vida de vocês, que ousaram sobreviver a mim.

sábado, 6 de setembro de 2008

É a estação?

Eu havia acabado de acordar e a onda normal de mal pensamentos correu por minha cabeça, são palavras simples, mas que quase sempre me despertam e me lembram de todas as coisas ruins que eu devo fazer no dia, são elas, física, vestibular, conta alta de telefone, ônibus lotado...
Olhei para o lado e vi que já havia luz entrando pela janela, primeiro sinal de que o dia vai começar (e com ele a Física, o vestibular e a conta alta de telefone), xinguei o sol (?!), por que ele sempre aparece tão cedo e não me deixa dormir um pouco mais? Ainda com a respiração lenta, sai da cama, dei uma ultima olhada no emaranhado de lençóis. Tão convidativos... Eu poderia passar o resto da minha vida deitado ali, sentindo aquele calor aconchegante...
Abri a porta, a luz forte penetrou nos meus olhos, xinguei a luz, por que ela sempre tem que ser tão forte e fazer com que a primeira sensação do dia seja ardência nos olhos?

Sai do quarto, um cheiro forte de café entranhou-se no ambiente, café na cafeteira, presunto na frigideira, xinguei o cheiro da comida (?!), por que ele tem que ser tão enjoativo? Meu estômago vazio nem aguenta senti-lo sem revirar logo em seguida.

Na cozinha todos conversavam, é incrível como minha irmã e minha mãe acordam elétricas, deve ser por que são mulheres. É que além dos afazeres comuns do começo do dia, elas ainda tem de se preocupar com maquiagens e essas coisas. Minha irmã está falando alto demais, xinguei minha irmã, por que ela nunca encontra as coisas e faz com que a primeira coisa que eu ouço no dia seja um verdadeiro interrogatório do achados e perdidos?

Me acostumo com a luz, abro a porta da cozinha, todos falam algo a mim, mas eu não entendo, nem quero entender, há um peso na minha cabeça, uma irritação, algo parecido com uma farpa, é isso, uma farpa mental, que me impedi de sorrir pela manhã... Ah, e ainda tem todos aqueles problemas na escola... Ah, eles...

Ao abrir a porta da cozinha um vento frio bate no meu rosto, o sol está extremamente quente... Sim, minha estação do ano favorita está chegando...

***

Aqui em Natal não há estações bem definidas, há o seguinte: a estação do calor intenso, mais conhecida como o verão, a estação de muita chuva, o inverno, e a estação dos ventos, a minha favorita.

Andando pelas ruas, é possível sentir na sua pele a ardência do sol forte da cidade, mas ao mesmo tempo um vento húmido e frio passa pelo seu corpo, causando um sensação de conforto, mesmo com todo mal humor não há como resistir aos esforços do tempo em te animar...

A alta luminosidade me dá vontade de sorrir e os altos ventos me dão vontade de cantar. Sei que parece meio idiota, mas é assim que me sinto...

De repente, o caminho até a escola não parece tão ruim, é bonito, posso ver o Forte dos Reis magos, ou todo o mangue que acompanha o rio Pontegi, a praia.. Posso ver os canteiros da cidade que são lindos, com a grama extremamente verde e bem cortada... Posso respirar o ar daqui que é bem limpo...


Sobre tudo isso faço uma reflexão:


É assim todos os dias, não importa a estação, mas nós, nossa rotina, nossos problemas menores não nos permite ver as coisas boas... Quer dizer, o ar da cidade é sempre limpo, o Forte dos Reis magos sempre esteve lá (nem sempre, mas faz alguns séculos), o rio e o mangue estão lá desde que o mundo é mundo. As pessoas são muito exigentes, muitas vezes tem tudo pra estar bem, mas só enxergam o que as faz mal... Tipo a conta super alta do telefone, ou o fato de eu estar levando pau em Física... Sei que não se preocupar é errado, mas por que SÓ se preocupar?



ficadica


Meu dia começa assim, e ainda reclamo...


texto dedicado ao Fio.




sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Reconhecendo os limites...

Os últimos dias foram... Como dizer? Estressantes, deprimentes, tristes... Talvez, mas não abarcariam a gama de coisas que aconteceram. Não foram tantas, porém, todas elas mexeram comigo. E muito.

Uma bronca, um emprego que não saiu, e um amor que se desfez.

Pra muitos, seria "apenas uma semana ruim", nada mais. Essas pessoas são os chamados Otimistas.

Para outros, seria "um inferno uma semana inteira em que eu não deveria ter levantado da cama". Estes, são os Pessimistas.

Há ainda um terceiro grupo, que diria "Essas coisas acontecem, mas a vida continua". Estes, normalmente, são chamados de Realistas.

Uma das coisas que mexeu comigo foi notar que eu não me encaixo em nenhum desses três grupos.

Não acho que foi só uma semana ruim, não acho que tenha sido o inferno, não acho que essas coisas acontecem. Tampouco, culpo Deus ou a mim mesmo por tudo.

Eu sei que Deus não quer meu mal. E tenho auto-conhecimento o suficiente pra saber que não me saboto, nem estou "despreparado para o sucesso".

Não sou o tipo de pessoa que está "esperando a vida começar", não sou de esperar. Mas também sei que as coisas não acontecem simplesmente pela minha vontade, ou desejo.

Sei que o Dave odeia textos fragmentados assim. Mas não ligo. Não mais.

Sei que o Frank odeia quando escrevo textos tristes ou depressivos. Mas não ligo. Não mais.

Sei que Nanael vai dizer que "tudo isso é passageiro". Mas não ligo. Não mais.

Sei que Elmo não dirá nada, ou vai fazer algum comentário engraçadinho. Mas não ligo. Não mais.

Sei que Luna vai dizer "Ótimo texto, Fio! [/Lord]". Mas não ligo. Não mais.

Sei que MEG vai falar algo como: ":( Fica assim não, Fio.". Mas não ligo. Não mais.

Sei que a Adriane vai dizer "A vida continua, rapaz.". Mas não ligo. Não mais.

Sei que Melzinha diria "Fio, eu tenho medo de você". Mas não ligo. Não mais.

Eu mesmo diria, ao terminar de ler, "É uma droga de texto. Poderia ter feito melhor.". Mas não ligo. Não mais.

Eu tomei uma bronca da minha família. Por estar na situação que estou. Por não lutar mais (embora não entendam que eu não consiga), por não fazer mais (embora não entendam que eu não tenha mais como). Por não ter mais fé. Por não ter mais esperança. Mas eles não vivem dentro de mim. A esperança ainda existe. De alguma forma, sempre vai existir. Porque eu tenho medo. E quando há medo, há esperança. Fé, eu sempre tive. Sempre terei. Em mim, e em Deus.

Eu estava tentando um emprego. Nem é a minha área. Nem é o que eu gostaria de fazer. Mas ia me possibilitar N coisas (otimista pride). Era uma indicação. Um amigo. Mas não deu certo.

Eu estava amando. Mesmo. Sabe aquela cena de olhar pra pessoa e ter coraçõezinhos flutuando em volta de você? Era assim mesmo. Cada vez que eu falava com ela era um deleite. Cada telefonema, uma felicidade. Cada vez que eu a via, era uma alegria no coração. Mas a verdade é: não houve um beijo. Não houve sexo. Não houve contato. Era quase platônico; só não era porque eu estava tomando atitudes. Não guardava apenas pra mim. Mas ela simplesmente disse: "Somos apenas amigos, nunca daria certo".

Os companheiros do Talicoisa, que me conhecem pessoalmente, ou por assim dizer, mais intimamente, sabem de muitas coisas que acontecem na minha vida. Sabem de coisas que passo, sabem o momento que eu estou passando na minha vida. Sabem o quanto tem sido duro pra mim.

O que eles não sabem, é que o que havia em mim, se quebrou. Se partiu.

Essa simples semana, esse pequeno inferno, essa semana comum...

Deixo bem claro, em negrito e itálico, que EU SEI que não sou a única pessoa a sofrer no mundo. EU SEI que os outros também tem problemas. EU SEI que meus próprios companheiros do Talicoisa tem problemas na vida que alguns nem sonham.

Mas como diria Dave Coelho, "não é muito o meu momento" ficar pensando nos outros. Preciso pensar em mim. Só em mim. E cuidar de mim.

E primeiramente, sobreviver.

À mim mesmo.

Para poder viver.



Searching for myself

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

HIstória Universal Talicôsica - Tomo IV

O roubo de um bordão - cap. 3
(O penúltimo, prometo!)

Enquanto cuidava da avozinha doente, Nena ponderava no sentido daquele estranho bordão que os antepassados lhe revelaram. Talicosa, cositali. O que significaria? Ela passeava por sua memória, seus antepassados pareciam estar ao lado dela, conduzindo-a.
A linda cigana usando chinelos azuis voltava seguidamente ao seu pensamento. Parecia tão velha e desamparada quando tentou ajudá-la a atravessar a rua, e repentinamente se transformou numa mulher lindíssima e jovem. E lhe revelou o estranho sonho que teria.
Nena foi visitar o famoso sábio da região, Nanael Fernando Almeida y Aragones. O bondoso Nanael, embora rico, recebia a todos, especialmente Nena, cuja luta era conhecida de todos.
- Sábio Nanael, recebi num sonho uma estranha frase... poderia o senhor decifrá-la para mim? A frase é: talicosa, cositali.
- O som tem propriedades indefectíveis, minha flor altruísta. Aphorismos, quiçá. Nunca pervertas a singeleza destas palavras. O significado escama à minha percepção, entretanto, o som me parece ter uma força indelével. Vá em paz, pequena cuidadora de animais, e persista na missão que te foi legada.
Nena ponderava no que dissera o sábio, compreendendo o sentido daquelas palavras com seu coração e um dicionário do lado. E passou a usar o bordão, sem saber que, do outro lado da cidade, criaturas malignas erguiam suas garras contra tudo que ela tinha como mais precioso.
Um grupo empresarial veio se aliar aos ambiciosos planos de Fiodoxó Augustus. Liderado pelo multimilionário Frank César Gonzáles Rivera e pela cruel Meg Andréa de los Angeles Abadia, mulher linda e sem escrúpulos, e pela esquiva e misteriosa Doña Hermínia Alejandra de las Neves Conejo. Esta, na verdade, era a própria Vivi Margarida, que usava o disfarce de aristocrata para comandar não apenas este grupo empresarial, mas uma verdadeira máfia, que aterrorizava toda região e obtinha dinheiro das formas mais escusas possíveis. Ela usava as informações privilegiadas junto ao Grupo Fiodoxó Augustus para ampliar seu reinado de terror e dinheiro, e não hesitava em usar o bordão mágico para seus próprios planos maquiavélicos.
A ampliação do poder de todos os envolvidos era cada vez mais evidente. Até mesmo um domínio na rede mundial de computadores eles se imiscuíram, obtendo a simpatia de muitos inocentes que nunca imaginariam os meios pelos quais obtiveram aquela misteriosa frase.
Preparando uma de suas muitas investidas contra o bairro, Fiodoxó Augustus bebericava o vinho caríssimo que ganho de presente do grupo de Frank César. Neste momento, uma linda mulher cruzou seu caminho e lhe disse:
- Usas algo que não é teu. E ainda usas erradamente. Pagarás muito caro por isto!
Quando ia mandar seus duzentos capangas mais próximos matar esta mulher, ela desapareceu numa nuvem azul, deixando apenas um par de chinelos, também azuis. E, pela primeira vez na vida, ele teve medo. Muito medo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vagabound eu, Vagabound você!

Como eu tô de recesso dos estudos e do estágio, e você tá com cara de quem não quer ler nada hoje, eu ofereço a você dois links.
Clique AQUI, se você estiver simplesmente feliz e quiser brincar.
E AQUI, se você estiver com raivinha de Deos e do mundo.

Volto quarta que vem, ok? Beijos.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Eu gosto muitcho!


Simbora, agora é minha vez de listar as músicas! O título só foi de sacanagem, nem só de axé vive a mulher...

1. Running - No Doubt
2. Something - Beatles
3. Dreams - Fleetwood Mac
4. Ainda Bem - Vanessa da Mata
5. Fuga II - Mutantes
6. Gentileza - Marisa Monte
7. Samba da Minha Terra - Novos Baianos
8. Eu Contra a Noite - Kid Abelha
9. Gimme Shelter - Rolling Stones
10. Alright - Supergrass
11. Just Like Heaven - The Cure
12. Ray of Light - Madonna
13. Magnificent Seven - The Clash
14. If Looks Could Kill - Camera Obscura

Como eu não posso me desvencilhar da tosquice, preparei um pequeno especial:

TOP 3 - Músicas Que Eu Assassinei No Videokê:
1. Dona - Roupa Nova
2. Lua de Cristal - Xuxa [eu sei que só por ser da Xuxa a música já meio que nasceu assassinada, mas...]
3. Lindo Lago do Amor - Gonzaguinha.


P.s: em breve, no Encesiadas, o "Guia da Plena Breguice Musical" by Sacerdotisa da Verdade Suprema e Aprendiz da Verdade Suprema.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

As canções que você fez pra mim

Quando nosso muso Dave Coelho escreveu um texto falando das músicas que significam alguma coisa para ele, achei que a idéia poderia virar um MEME. Já ouviram falar que, quando a cabeça não pensa, o corpo padece? Pois então, eu dei a idéia e agora tenho que falar sobre as minhas músicas. É mais difícil do que eu imaginava!

Atualmente, eu só escuto música no computador, sempre no modo aleatório. Como tenho várias canções aqui, nem sempre tenho paciência de ouvir todas por inteiro. A não ser que meu player resolva tocar uma destas aqui. Estas, eu preciso ouvir até o fim. Porque todas elas foram feitas para mim.

Para ouvir quieta no meu canto:
01- Sara (Fleetwood Mac);
02- Your Song (Elton John);
03- Superstar (Carpenters);
04- Kashmir (Led Zeppelin);
05- Speed of Sound (Coldplay).

Para dublar com o pincel de blush:
01- Love me two times (The Doors)
02- Tainted Love (na versão de Marilyn Manson);
03- I’ll be there for you (Bon Jovi);
04- Heart of Glass (Blondie);
05- Train In Vain (The Clash).

Para lembrar dos velhos tempos:
01- Todas as músicas dos Ramones;
02- Good times, bad times (Led Zeppelin);
03- Se Enamora (Balão Mágico);
04- Ilariê (Xuxa);
05- Sabes a chocolate (Menudo);
06- Piece of my heart (Janis Joplin).