sábado, 6 de setembro de 2008

É a estação?

Eu havia acabado de acordar e a onda normal de mal pensamentos correu por minha cabeça, são palavras simples, mas que quase sempre me despertam e me lembram de todas as coisas ruins que eu devo fazer no dia, são elas, física, vestibular, conta alta de telefone, ônibus lotado...
Olhei para o lado e vi que já havia luz entrando pela janela, primeiro sinal de que o dia vai começar (e com ele a Física, o vestibular e a conta alta de telefone), xinguei o sol (?!), por que ele sempre aparece tão cedo e não me deixa dormir um pouco mais? Ainda com a respiração lenta, sai da cama, dei uma ultima olhada no emaranhado de lençóis. Tão convidativos... Eu poderia passar o resto da minha vida deitado ali, sentindo aquele calor aconchegante...
Abri a porta, a luz forte penetrou nos meus olhos, xinguei a luz, por que ela sempre tem que ser tão forte e fazer com que a primeira sensação do dia seja ardência nos olhos?

Sai do quarto, um cheiro forte de café entranhou-se no ambiente, café na cafeteira, presunto na frigideira, xinguei o cheiro da comida (?!), por que ele tem que ser tão enjoativo? Meu estômago vazio nem aguenta senti-lo sem revirar logo em seguida.

Na cozinha todos conversavam, é incrível como minha irmã e minha mãe acordam elétricas, deve ser por que são mulheres. É que além dos afazeres comuns do começo do dia, elas ainda tem de se preocupar com maquiagens e essas coisas. Minha irmã está falando alto demais, xinguei minha irmã, por que ela nunca encontra as coisas e faz com que a primeira coisa que eu ouço no dia seja um verdadeiro interrogatório do achados e perdidos?

Me acostumo com a luz, abro a porta da cozinha, todos falam algo a mim, mas eu não entendo, nem quero entender, há um peso na minha cabeça, uma irritação, algo parecido com uma farpa, é isso, uma farpa mental, que me impedi de sorrir pela manhã... Ah, e ainda tem todos aqueles problemas na escola... Ah, eles...

Ao abrir a porta da cozinha um vento frio bate no meu rosto, o sol está extremamente quente... Sim, minha estação do ano favorita está chegando...

***

Aqui em Natal não há estações bem definidas, há o seguinte: a estação do calor intenso, mais conhecida como o verão, a estação de muita chuva, o inverno, e a estação dos ventos, a minha favorita.

Andando pelas ruas, é possível sentir na sua pele a ardência do sol forte da cidade, mas ao mesmo tempo um vento húmido e frio passa pelo seu corpo, causando um sensação de conforto, mesmo com todo mal humor não há como resistir aos esforços do tempo em te animar...

A alta luminosidade me dá vontade de sorrir e os altos ventos me dão vontade de cantar. Sei que parece meio idiota, mas é assim que me sinto...

De repente, o caminho até a escola não parece tão ruim, é bonito, posso ver o Forte dos Reis magos, ou todo o mangue que acompanha o rio Pontegi, a praia.. Posso ver os canteiros da cidade que são lindos, com a grama extremamente verde e bem cortada... Posso respirar o ar daqui que é bem limpo...


Sobre tudo isso faço uma reflexão:


É assim todos os dias, não importa a estação, mas nós, nossa rotina, nossos problemas menores não nos permite ver as coisas boas... Quer dizer, o ar da cidade é sempre limpo, o Forte dos Reis magos sempre esteve lá (nem sempre, mas faz alguns séculos), o rio e o mangue estão lá desde que o mundo é mundo. As pessoas são muito exigentes, muitas vezes tem tudo pra estar bem, mas só enxergam o que as faz mal... Tipo a conta super alta do telefone, ou o fato de eu estar levando pau em Física... Sei que não se preocupar é errado, mas por que SÓ se preocupar?



ficadica


Meu dia começa assim, e ainda reclamo...


texto dedicado ao Fio.




11 comentários:

ROBINSON ROGÉRIO disse...

é verdae cara,acabamos vendo só lado negativos das coisas,reclamando e tals mas há coisas boas basta olhar.
Inda mais tratando-se desta cidade que deve ser linda neh???????!!!!!!!!

Abraçuuuuss

chucky disse...

pense pelo lado bom Frank, aparentemente o pior dos problemas que é a situação em Física vc está bem pelo fato de ter um relacionamento bom com Surama (inclusive quando Roseli te chamou naquele dia que vc a protegeu dos gritos no corredor, ela falou bem da sua postura) e com certeza na prova final vc passa! o problema é Biologia.. hehe

Frank disse...

Robinson, Natal sempre me anima... Mas toda cidade tem coisas bonitas de se ver e nem precisa apertar muito os olhos...

Anônimo disse...

Realmente agosto/setembro e a estação dos ventos é a melhor de Natal! É um vento e um sol tão bom que te leva às melhores viagens nos mais diversos pensamentos que você pode imaginar. É remédio pra qualquer mal. Fio, se você pudesse dar uma passada por aqui e aproveitar isso, com certeza ia ficar melhor!
;)

Bem queria ter a mesma sorte de Frank e passar pela maioria das partes lindas de Natal ao ir à escola (só passo pelas partes feias).

Fernando Gomes disse...

SÓ se preocupar é simplesmente o caminho mais fácil.

Ainda bem que abandonei essa vida..
pelo menos em partes.

Frankulino disse...

O fernando disse uma coisa super certa agora, é bem mais fácil se preocupar mesmo...

Luna disse...

Que texto awnnnnn! Você tá certo, não adianta ficar remoendo preocupações. Tem é que agir.

E eu também detesto conversar de manhã!

Stanley Marques disse...

Grandioso texto! Antes uma observação: como é bom poder ler tanta coisa interessante na blogosfera. Um presente à humanidade.

Realmente temos o defeito de nos apegar as coisas ruins, ainda que sejam mínimas, se comparadas as grandiosas conquistas, felicidades. Uma pena! Fica a dica para todos nós!

passa lá
www.antologiaracional.com

Davi Coelho disse...

Parabéns, Frank! Gostei mesmo.

Anônimo disse...

Elas não acordam elétricas PORQUE são mulheres. Eu sou mulher e acordo incomodada com o som, com conversas, com cheiro de comida, com pessoas felizes de manhã, com tudo.

Frankulino disse...

Josei, o q quis dizer é que o fato de serem mulheres as impurra a agir com mais agilidade, já que tem mais coisas a fazerem, desculpe o termo, quis dizer, vaidosas... Mas whatever, quando estamos sonolentos não levamos em conta todas as leis do feminismo, néam?