Meu seriado favorito é E.R., que ficou conhecido aqui como “Plantão Médico” (mas eu me recuso, terminantemente, a chamá-lo assim). Assistindo às temporadas mais antigas, em que E.R. ainda era um seriado médico, não tenho como não pensar na morte.
É bem fácil morrer. Qualquer coisa que não funcione direito no corpo pode nos levar para a terra dos pés juntos, num piscar de olhos. Pessoas morrem porque uma veia do coração entupiu e não foi consertada a tempo. Morrem porque o cérebro ficou x minutos sem oxigênio e, sem cérebro, adeus. Se alguém tiver a ilusão de uma morte gloriosa, pode tirar o cavalinho da chuva. Geralmente as causas são bem idiotas.
Assistindo ao seriado e pensando na morte, na minha morte, já decidi o que quero que façam com o que sobrar de mim. Não me venham dizer que este assunto é mórbido, porque não adianta tampar o sol com a peneira. A gente precisa pensar na morte. Pensando ou não, o resultado é sempre o mesmo.
Bem, aconteça o que acontecer, não quero ser enterrada em lugar nenhum deste mundo. Quero que me cremem e acabem logo com isso. Onde vão espalhar minhas cinzas? Isso é problema de vocês, decidam. Guardem, joguem no lixo, joguem do alto de uma montanha. Tanto faz. É só pó.
Não quero saber desse negócio de túmulo, de romaria em dia de finados, de levar florzinha para a querida Debs. Eu não estarei lá. Querem me visitar, me dar flores? Façam isso enquanto eu estiver viva e cheia de graça. Meus despojos não terão como agradecer.
Se puderem manter meu caixão fechado, durante o velório, eu agradeço. Lembrem-se de como eu era bicho-do-mato em vida. Nunca curti essa história de ter um bando de gente me olhando. Acho esse hábito de gente rodeando caixão deveras desagradável. Se alguém quiser me ver, para confirmar que eu morri mesmo, abram o caixão de leve. E rápido, que eu não estou aqui para dar showzinho.
Falando nisso, sempre achei que o Ulysses Guimarães teve uma baita sorte. Ninguém encontrou seu corpo até hoje e ele não precisou passar pelo constrangimento de ficar deitado, na frente de uma multidão, com um algodãozinho em cada narina. A morte consegue ser patética.
Se eu fosse Deus, faria assim: a pessoa morreria e, instantaneamente, se transformaria em pó. Rapidinho, indolor, econômico e ecologicamente correto. O final perfeito.
Como eu não sou Deus e dependo da boa vontade dos que ficarem, acho melhor imprimir este texto e levar ao cartório. E nem pensem em não fazer as minhas vontades. Posso voltar e atazanar a vida de vocês, que ousaram sobreviver a mim.
É bem fácil morrer. Qualquer coisa que não funcione direito no corpo pode nos levar para a terra dos pés juntos, num piscar de olhos. Pessoas morrem porque uma veia do coração entupiu e não foi consertada a tempo. Morrem porque o cérebro ficou x minutos sem oxigênio e, sem cérebro, adeus. Se alguém tiver a ilusão de uma morte gloriosa, pode tirar o cavalinho da chuva. Geralmente as causas são bem idiotas.
Assistindo ao seriado e pensando na morte, na minha morte, já decidi o que quero que façam com o que sobrar de mim. Não me venham dizer que este assunto é mórbido, porque não adianta tampar o sol com a peneira. A gente precisa pensar na morte. Pensando ou não, o resultado é sempre o mesmo.
Bem, aconteça o que acontecer, não quero ser enterrada em lugar nenhum deste mundo. Quero que me cremem e acabem logo com isso. Onde vão espalhar minhas cinzas? Isso é problema de vocês, decidam. Guardem, joguem no lixo, joguem do alto de uma montanha. Tanto faz. É só pó.
Não quero saber desse negócio de túmulo, de romaria em dia de finados, de levar florzinha para a querida Debs. Eu não estarei lá. Querem me visitar, me dar flores? Façam isso enquanto eu estiver viva e cheia de graça. Meus despojos não terão como agradecer.
Se puderem manter meu caixão fechado, durante o velório, eu agradeço. Lembrem-se de como eu era bicho-do-mato em vida. Nunca curti essa história de ter um bando de gente me olhando. Acho esse hábito de gente rodeando caixão deveras desagradável. Se alguém quiser me ver, para confirmar que eu morri mesmo, abram o caixão de leve. E rápido, que eu não estou aqui para dar showzinho.
Falando nisso, sempre achei que o Ulysses Guimarães teve uma baita sorte. Ninguém encontrou seu corpo até hoje e ele não precisou passar pelo constrangimento de ficar deitado, na frente de uma multidão, com um algodãozinho em cada narina. A morte consegue ser patética.
Se eu fosse Deus, faria assim: a pessoa morreria e, instantaneamente, se transformaria em pó. Rapidinho, indolor, econômico e ecologicamente correto. O final perfeito.
Como eu não sou Deus e dependo da boa vontade dos que ficarem, acho melhor imprimir este texto e levar ao cartório. E nem pensem em não fazer as minhas vontades. Posso voltar e atazanar a vida de vocês, que ousaram sobreviver a mim.
13 comentários:
eu lembro dessa serie qnd passava no sbt e num sabia q era E.R. Oo
conheço uma menina que é louca por essa série. esse tipo de serie não me chama a atenção, curto serie do tipo Lost, heroes ou Preson Break..
Juka
Eu adoro E.R. E já pensei tb no que quero quando morrer. Façam o que quiserem com meu corpo, desde q seja com a bandeira do Flamengo por cima dele... =P
Ótimo texto. Infelizmente a morte ainda é vista como um tabu. Discutir a morte? Jamais. Talvez se ela se tornasse discutível poderíamos aproveitar mais a vida e receber flores ainda vivos. Hoje penso em doar todos os meus órgãos. Nunca é tarde para fazer bem a alguém. Muito bom o blog.
Passe lá
www.antologiaracional.com
A morte faz parte da vida.
Não vou entrar em questões espirituais, de que é um renascimento, bla bla bla.
Não tem nada de errado em se pensar na morte. O problema é quando a pessoa pensa nisso como uma idéia fixa.
Grande texto, Debs. Pena que Nanael não possa ler.
Bjs
Acredito na teoria de que viramos adubos! è muito mais natural
uhauahuha... legal a sua forma de pensar sobre a morte.
eu ainda to meio indeciso nessa questao. eu acho que gostaria de ter um tumulo.
vc quer fazer parceria de blogs?
http://franciskolwisk.blogspot.com/
Why Nanael não pode ler????
Também não entendo a relação entre Nanael e morte. Que bizarro!
Na facul, eu tive aula de Psicologia da Morte. Em uma das aulas, nós tivemos que falar sobre nossa morte e sobre o que as pessoas lembrariam de nós.
Dé, estava pensando exatamente sobre isso outro dia... Acho essa coisa de enterro tão mórbida!
Vou bolar um bem original pra mim, com direito a É o tchan tocando bem alto! rsrsrsrsrs
Dé, suas cinzas devem ser espalhadas pelo Pelô e pela serra do clack boom... E algp em EEEEEEEEEEEEEEEEEEEI!
Amei este post!!!!
Adoro E.R. e a morte é um assunto malresolvidíssimoparamim.
O corpo é mesmo coisa muito frágil.
"Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre".
Ah, eu não quero que minhas cinzas sejam espalhadas pelo Pelô. Eu nunca fui lá! Seria irônico, eu só conhecer o Pelô depois de morta!
Estranho mesmo enterrar os restos, né? Sempre pensei nisso... Parece cachorro enterrando os ossinhos pra comer mais tarde.
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