Namorar é ótimo. Dá cores e emoção à vida, mas tem um detalhezinho irritante: não está sob o nosso controle. Conhecer a pessoa certa é uma loteria, e até lá, a gente tem opções: se virar com o primeiro mané (ou bruaca) que aparecer, ou relaxar e aproveitar os charmes da solteirice.
Você pode arranjar a decoração com todas as suas coisas favoritas. Ninguém reclamando dos acessórios de pelúcia, nem implicando com a coleção de latas de cerveja, por exemplo.
Uma moça solteira pode até descobrir que não precisa de ajuda para arrastar os móveis, e que trocar a bucha de uma torneira não é nenhum trabalho de engenharia.
Ir só até onde quiser na rotina de beleza, só arrumando o que achar necessário para se sentir bem. Bônus para quem jogar privada abaixo todos os cosméticos com “Sedução” ou “Sensual” no rótulo (a menos que queira cheirar como uma boneca Moranguinho).
Declarar, quando quiser, moletom furado e chinelo como o must da temporada.
Não precisar nem saber da existência de programas de caras que gritam uns com os outros, enquanto transformam um carro/moto perfeitamente bom em algo irreconhecível. Ou de mulheres falando ao mesmo tempo em discussões de duas horas sobre Botox.
Ir a todas as feiras de artesanato, exposições, peças de teatro e cursos que quiser, sem precisar olhar para um ser de tromba amarrada achando aquilo um porre, apesar de ter insistido para ir com você.
Não precisar fazer de conta que se importa com a escalação do time X, especialmente quando torce para o time Y.
Não precisar sentir ciúmes de carro, moto, ou seja lá que aparelho for (insira aqui piada de vibrador da sua preferência).
Chegar perto de um bebê, sem fazer ninguém se borrar de medo, achando que o mero contato com o petiz vai deixá-la com vontade de ter um seu.
Só ter que agüentar os seus puns.
Cultivar um jardim bacana, sem se preocupar se as petúnias vão virar estacionamento.
Apertar o tubo de pasta de dente onde bem entender.
Não precisar prestar atenção na posição do assento da privada.
É claro que dá para fazer todas essas coisas ao lado da pessoa certa, ou, pelo menos, ter alguém cuja companhia faça a amolação valer a pena. Mas até segunda ordem, ficar por conta própria não é nem de longe tão ruim quanto pensam os bem intencionados que sutilmente sugerem aquela simpatia chama-marido na noite do Ano Novo.
domingo, 6 de janeiro de 2008
Voando Solo
Postado por Anônimo às 12:26
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6 comentários:
Belo texto!
principalmente quando se refere aos bem intensionados que adoram se meter em todos os aspectos da nossa vida...
Marina, senti o texto falando comigo. Sério!
Ser solteira é ótimo. Exatamente por esses aspectos que você citou e muitos outros também. Sim, nós conseguimos viver sem eles. E muito bem, por sinal.
Adorei!
Quanto mais a gente se acostuma a fazer todas essas coisas "só nossas", menos vontade dá de arrumar namorado. Esse é o grande perigo de ser solteira!
Verdade, Luna.
Não dá vontade mesmo. Só pensar, já me dá uma preguiiiiça...
Namorado é como sutiã com enchimento, só é essencial para quem tem baixa auto-estima.
Florzinhas Marináceas são como Corvette ZR1, quando se identifica seu ronco harmônico e encorpado, já foi sem dar adeus.
Eu gosto de namorar :D
Mas qdo tá solteira dá p/ fazer as coisas essenciais de namoro, é só ir para uma balada. Hehehehe
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