terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Baianês


De vez em quando eu dou uma espiada na Desciclopédia, geralmente leio os textos sobre o Brasil. Me racho de rir com o artigo sobre Salvador, então hoje eu vou comentar a parte do baianês:

Em Salvador é falado o Baianês, que conta com seu próprio alfabeto:
A Bê Cê Dê É Fê Guê Agá Í Ji Lê Mê Nê Ó Pê Quê Rê Si Tê U Vê Xis Zê
Ao contrário do que muitos pensam, o Baianês não é falado lentamente, mas sim cantando. Não existe o gerúndio, mas sim o gerúnio: o "d" no "-ndo" é excluído, o que resulta em falano, correno, ao invés de falando ou correndo.


Totalmente verdade. Eu não costumo falar assim, mas ocasionalmente me pego mandando mensagens de texto assassinando o gerúndio.

Em baianês, uma frase nunca é concluída. Existem alguns verbos novos, como "bora" ou apenas "bó", que significa "vamos" (acompanhe a evolução: originalmente "vamos em boa hora" - "Vamos embora" - "Vumbora" - "'Bora" - "Bó") e também pode ser dito em forma repetitiva-poética como "borimbora" ("Vumbora embora") . Os exemplos abaixo só corroboram que existe uma capacidade inata no baiano em poupar energia. O caso clássico consiste na evolução do "Vossa Mercê" em "Vosmissê", após no já comum "Você", então no atualmente utilizado "Cê" e já foram encontrados casos de comunicação natural através do "Rummm" (som de grunido).

O bó já está disseminado. Também já presenciei casos de utilização do Rummm. É nessa hora que eu me pergunto aonde o português vai parar...

"Colé, miserê!" - Olá, amigo.

Infelizmente miserê faz parte do meu vocabulário.
"Colé, man!" - Olá, amigo.

Tenhos amigas que se tratam por man. Isso é muito estranho.

"Diga aê, disgraça!" - Olá, amigo.
"Digái, negão!" - Olá, amigo. (independente da cor do amigo)
"E aí, viado!" - Olá, amigo. (independente da opção sexual do amigo)

Verdade, ninguém liga muito em ser xingado – entre amigos, claro.

"Colé de merma ?" - O que é que você quer mesmo? (Caso notável de compactação!)
"Eu tô ligado que cê tá ligado na de colé de merma" - Estou ciente do seu conhecimento a respeito do assunto.

O colé de merma sofre a variação para o colé de mermo...Depende de quem fala.

"Shhh...Ai, mainhaaa" - Até hoje não se sabe a tradução. Sabe-se apenas que nas músicas de pagode, o vocalista está excitado com sua respectiva amante.

Provavelmente o Cumpádi Wasington é o responsável. Se algum dia alguém falar assim comigo eu morro de nojo.

"Porra!" - expressão de surpresa
"Pooorra!" - expressão de admiração
"Porra!" - expressão de raiva
"Porra!" - expressão de alegria
OBS - Existem mais de 5000 diferentes usos para o verbete "porra" em Salvador.

É isso aí, sem tirar nem pôr.

"ei, ó o auê aí ô" - tida como a única frase universal a utilizar apenas vogais e ter sentido completo, significa 'parem de baderna.'

O pessoal aqui se liga nas vogais. Tem também aquela música: aê, aê, aê, ê, ê, ô, ô, ô...

"Recebi Foi a Galinha Pulando" - Problema ou situação inesperado de alto grau

Isso virou até nome de banda.

"Bó vazá véi" - Vamos embora

Essa já ficou comum.

"Ó paí ó" - Olhe para aí, olhe!

Clássica.

Eu quero prova e R$ 1,00 de Big-Big!" - O mesmo que a expressão acima. O "Big-Big" é um chiclete muito valorizado por pessoas de todas as classes.

Uma relação diretamente proporcional: qunto maior for a descrença maior será o gasto em reais.
"Dei um ninja" - Escapei de um compromisso ou algo desagradável.

Ninja também pode simbolizar uma mulher piriguete, piriguete = mulher geralmente pagodeira e ou axezeira que pega tudo quanto é homem.
"Oxe!" - Todo baiano usa essa expressão para tudo, mas um forasteiro nunca acerta quando usa.

É o diminutivo de oxenti, geralmente utilizado para mostrar surpresa, indignação e coisaitali.
O resto das expressões vocês encontram aqui:
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Salvador
É tudo verdade.

7 comentários:

Leandro Merlllin disse...

Vixi, Maria!!!

Tem coisa aí pra mim que é novo pra mim. . . =O

Tem mais expressão em "Baianês" que roubo em Brasília. . . Heheheheh

Beijos e Abraços!!!
Leandro Merlllin
http://www.olhardesaldejack.blogspot.com/

Luna disse...

Amei, Rafinha! Se superou. Será que eu saberia empregar o Oxe corretamente?

Nanael Soubaim disse...

Ôxe! E tu não sabia? Foi daí que chamaram o caminhão Alfa Romeu FNM de Fenemê, num sabe...

Melissa de Castro disse...

"Recebi Foi a Galinha Pulando" - Problema ou situação inesperado de alto grau.

Hahahahaha!!! Achei máximo esse! Quando eu for pra Salvador (que será numa época bem longe do Carnaval para eu não ter que matar a Ivete Sangalo) levarei comigo o seu dicionário, Rafinha. Sensacional!

Anônimo disse...

gente este blog tá lindo por demais da conta não é mesmoooo.Vs estão chique por demais,não vejo a hora de ver vcs cada vez mais famosos. Beijos à todos especialmente na milha filhota.

Fabiana disse...

ahahahahahahahahahah, muito bom.

Quando eu trabalhava em telemarketing queria morrer com esse idioma, eu pergutava: "Senhorrr é 'g' de gato?", e a resposta: 'não é guêeeeee! Eu já falei que é guê menina'". Eu perguntava: "Senhorrrr, qual é o número do RG?"; E a resposta: "Que é RG, é a cartera? -gritando- Fulano, trás a carteira pro pai aqui".

Amei o banner novo, ficou a cara do Blog.

Anônimo disse...

Adoreeei o texto, muito bom!
Tem algumas expressões que lembram o que se fala por aqui, essa:
"ei, ó o auê aí ô"
é sempre utilizada, principalmente por mim, lá na sala, em horas de professores-chatos-que-tiram-ponto-se-a-gente-conversar.