quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Exílio Internético


Imagine a cena: você chega em casa depois de um dia particularmente cansativo e se depara com o paizão esparramado no sofá vendo o detestável canal de esportes, seus sobrinhos correndo e gritando pela casa, sua irmã mais velha pendurada no telefone com o namorado pela quarta hora seguida e sua mãe reclamando que faz ‘tudo sozinha nessa casa’. Você conclui que o Iraque seria ligeiramente mais tranqüilo e rende graças aos deuses pela existência daquela caixinha mágica, sua porta pro mundo, seu oásis no meio dessa confusão: o seu computador!

Deus salve Bill Gates e toda sua fortuna!! Bendita seja a World Wide Web e toda a hipermídia! Vida longa à sua conexão!

A internet se torna um elixir, tudo ao redor some quando você se encontra online: o esporro que você tomou do seu chefe, o cocô que você pisou no caminho pro serviço, a cretinagem da vizinha que deixou o som no máximo volume impedindo-o de ver o fim da novela... Enfim, a internet tem um poder restaurador incrível!

Mas nem Dante conseguiria ilustrar o inferno que se apresenta quando esse bem lhe é cerceado. Quando a sua adorável janelinha pro mundo é impiedosamente fechada!!

Maldito seja seu HD! Morte dolorosa à sua Placa Mãe! Empalamento pra sua memória vadia!

No primeiro dia sem internet você é atingido por um desespero visceral, tão enlouquecedor que te leva a transitar sem rumo pela casa... No segundo dia, suas forças minguam e você começa a imaginar coisas e ter devaneios estranhíssimos que de alguma forma começam a te preocupar profundamente... No terceiro dia você decide montar um plano de ação e traça algumas atividades pra substituir o tempo que você usaria na internet: separa sextilhões de dvds, os bilhares de livros, cuja leitura você adiou por meses a fio, e se debruça sobre eles... Depois do quinto dia você já terá visto tantos filmes e lido tantos livros que começará a se sentir imensamente deprimido por ter digerido muita informação e resolve descansar um pouco... É aí que começa a sentir saudades da boa e velha caixinha mágica... Passado o sétimo dia você se sente parcialmente fútil ao concluir que depende da internet, mas acha que é mais produtivo ignorar essa realidade...Porque definitivamente, se a internet fosse uma pessoa, ela seria uma mistura de Angelina Jolie com Marília Gabriela! Gostosa e Sábia! Não dá pra viver sem...

Este texto é uma reedição. Dave Coelho está terrivelmente ocupado cuidando do seu personal computer que acaba de chegar do hospital. Rezemos pra que esteja tudo bem. Aleluia!

4 comentários:

Gabriel Leite disse...

Adorei!
E acho que gostei mais ainda porque passei por isso nessa semana. Placa-mãe pifou. Mas eu dei a volta por cima, gastei dinheiro em lan-house, fui pra casa de irmã mais velha. Ficar sem internet... Isso não é mais opção.

Luana! disse...

Ai, Dave!
Me solidarizo com a sua situação e vou ascender velas aos anjos da web para eles ressuscitarem a tua caixinha mágica.

A tua casa é um campo minado, hein?!?

Beijoooooo

Nanael Soubaim disse...

A tecnologia digital é muito inconfiável. Deveria haver um disco analógico de emergência, para quando o sistema desse pau, seria lento, mas funcionaria sem falhas até o problema ser sanado. Por essas e outras que a Nasa não usa computadores digitais para serviços pesados.

Melissa de Castro disse...

Tem dias que eu não tenho a mínima paciência para internet. Mesmo.

Mas ficar sem ela me dá coisas.