Graham Russell e Russell Hitchcock se conheceram nos ensaios para o musical 'Jesus Christ Super Star', em Sydney. Os santos bateram e os dois se tornaram amigos, formando uma banda em 1975. O pontapé foi quando abriram um show de Rod Stewart em 1976.
Graham é poeta, guitarrista e percussionista autodidata. Com onze anos, em 1961, escreveu sua primeira canção: 'That Rockin Feeling. Encontrou no amigo Russell o complemento perfeito, uma voz potente e afinada para par com sua voz adocicada.
Russell trabalhou por três anos em uma empresa de informática, até se inscrever para o espetáculo e conhecer o parceiro. Não, não escrevi errado, em 1975 o primeiro mundo já tinha empresas grandes de informática, o Brasil é que era (é) muito atrasado, por causa da famigerada reserva de mercado.
O que mais surpreende na dupla não é o enorme talento, mas a carreira longeva. Passados quase trinta anos de seu auge, suas vozes ainda são praticamente as mesmas, não há notícias de brigas sérias ou desavenças ao longo desses anos todos. Em suas vidas pessoais, aliás, preferem reclinar a poltrona e aproveitar a família.
Sem o menor acanhamento, eles continuam cantando baladas doces e românticas, às vezes com umas raspas de limão, com elas mantendo e renovando seu público. Estouraram nos anos oitenta com canções como 'Making love out of Nothing at all', 'Goodbye', 'All out of love', 'Lost in love' e 'Without you'; o mais romântico pé-na-bunda da história.
Mais do que simplesmente recitar letras com melodias, o que já é esperar muito do que estou acostumado a ouvir, a interpretação visceral os manteve intactos em um longo período em que, praticamente, ninguém que valesse à pena surgiu, segurando a peteca até as novas divas virem à tona. Nos áridos anos noventa, quando a música de baixo ventre passou a ser regra, eles apareceram com a doce e melancólica 'Goodbye'.
A exemplo das novas divas, e das renascentes big bands, o que e como cantam chama à dança em pares, juntinhos, sussurrando. Mas também chama às lágrimas quem está só, com uma perda ou um afastamento compulsório a amargar. O uso se suas obras em formaturas é comum, porque ilustram muito bem as passagens de fase na vida.
A discrição de suas vidas pessoais, e o desapego para com os holofotes, mostrou ser um bom seguro contra paparazzi. São notícia praticamente só no âmbito profissional, quando anunciam e dão andamento às turnês. Sim, turnês, o facto de serem sessentões não lhes tira a vontade de trabalhar, fazer inveja aos fãs mais novos é de praxe entre os dinossauros do pop e rock.
O Air Supply esteve várias vezes no Brasil, sempre com casa cheia, sempre sem qualquer alarde arrasa-quarteirão. Eles sabem quem é seu público e que este não tem tanto encantamento com pirotecnia. O mais recente com em 1º de Abril, em São Paulo. Parece mentira, mas estiveram e a casa lotou de novo.
O que mais faz seus desafetos se remoerem, é que a dupla é extremamente bem sucedida e arrasta legiões de admiradores por onde passa. Não precisam apelar para polêmicas, só precisam cantar. Recomendo Air Supply a todas as pessoas, exceto aos machões que não querem ser pegos suando demais pelos olhos, para eles o vexame é certo.
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