É dos gêneros mais atacados no mundo, especialmente pelos que se intitulam "intelectuais", mas que raramente fazem algo que preste ou não seja em louvor ao próprio ego. Gente que gosta de ofender e sair impune, só para "ter razão", como se isto resolvesse algum problema, além de alimentar seu ego e inchar seu umbigo. O povo deve se manter alerta, vigilante, mas lembremos que o povo é formado por gente. Gente tem momentos de intensa euforia e extrema tristeza, ambas são nocivas. É gente com vida sexual normal, pelo que se pode deduzir que sexo (às vezes) ajuda, mas o problema continua lá. Sexo só estimula a parte mais animalesca e egoísta da pessoa, não resolve o que causa o apuro. Se sexo resolvesse, a Europa não teria suicídios e estes não seriam tão banais entre adolescentes. Eu não faço uso de auto ajuda, na verdade até mesmo desabafar não tem efeito significativo para mim, só que eu não uso de minha visão interna de mundo para dizer se isto ou aquilo presta ou não, eu investigo, geralmente por anos.
Os maiores detratores da auto ajuda são os que nunca precisaram e nunca se aprofundaram no assunto. Eu convivo (cada vez menos, infelizmente) com profissionais de saúde mental, que me mandam slides afins regularmente. Não bastasse o respeito pelo outro ser um motivo civilizatório suficiente, eu testemunhei muitas vezes o bem que um livro de auto ajuda, escrito por gente competente, é capaz de fazer por uma pessoa.
Pessoas com problemas pessoais graves não se sentirão melhor lendo algo duro, combativo e que gera incômodo social. Se incômodo resolvesse algo, piolho seria medicamento. Para quem não sabe, muita gente tem depressão e enfrenta imensas dificuldades para ver uma luz no fim do túnel, especialmente porque essa luz muitas vezes se move, faz "chuc-chuc" e apita. Um autor endeusado pelos catedráticos enraivecidos e inimigos do cidadão comum não vai ajudar, vai é precipitar um suicídio de tanto pessimismo que acrescentará. Eu não entrei em congressos para concluir isto, eu testemunho isto na vida real, a que sustenta seus congressos. Na vida real as pessoas precisam se sentir bem, ter um lampejo de esperança em algo, qualquer cousa pode servir de bóia e evitar que ela afunde e não consiga mais emergir sozinha. Claro que isto não importa aos engomados e revoltados, especialmente porque estes são os que mais se beneficiam da tristeza e da desesperança, se candidatam a qualquer cargo e se aproveitam do péssimo estado de espírito em que a população é colocada para se declararem "A solução".
O que mais revolta essas pessoas, é o facto de os outros não adoptarem sua visão interna de mundo e não agirem como querem que ajam. Acontece que mesmo duas pessoas que convivam vinte e quatro horas por dia, a vida inteira, não têm a mesma visão interna de mundo. Então apelam para uma ideologia, ou uma religião extremista, ou qualquer outro grilhão de papel, e passam a se ver como a reserva moral ou intelectual do mundo. Uma ideologia uniformiza e faz parecer que os envolvidos têm essa mesma visão de mundo. Basta um momento de tranqüilidade para as divergências aparecerem, então evitam relaxar. Mantêm sempre palavras de ordem e frases prontas na ponta da língua para manterem a ilusão. Gente se sentindo melhor, sem ser pela desgraça de seus desafetos, então, incomoda muito.
Dizer "eu não vejo como isso pode ajudar alguém" é bem diferente de "larga essa merda e vai ler algo que preste, seu alienado". É também a diferença entre manter e perder o amigo, ou manter e perder os dentes se for comigo. Quem diz que não vê como pode ser útil, não conhece. Apenas lê algumas frases soltas e retiradas do contexto, para depois praguejar e voltar a protestar contra tudo isso que aí está, para se dar a ilusão de que está fazendo algo... O que não deixa de ser uma auto ajuda bastante torta. Mas em vez de fazer refletir, simplesmente te coloca como vítima cheia de boas intenções em uma sociedade que merece ser destruída. Coitadinho. Ninguém dá importância para sua literaturazinha que incita e incomoda... Se incômodo resolvesse algo, a tensão pré-menstrual seria medicamento.
Há os engodos, as ovelhas dolly da vida, como em todas as éreas da actividade humana. Há as revistinhas diabéticas que só soltam frases como "Meu momojinhu eh soh poxeh viuuuuuuuuuuuuu!!!!!". Aí o excesso de açúcar causa vômito mesmo, mas até mesmo esses pedaços de papel grampeado conseguem ser úteis a alguém. Revistas de adolescentes não primam pelo conteúdo, salvo raras excessões. Autores competentes como Içami Tiba (de quem já tive o prazer de ver uma palestra), Flávio Gikovate e Rosana Braga são os que recomendo. Têm uma grande lucidez, não aparente, daquelas que saem de quem simplesmente acredita do que fala, mas a sólida, daquela que os anos e a experiência acimentam. Ah, sim, os nomes são links, cliquem neles. São gente com experiência e conhecimento de causa, que sabem o que o como dizer. Eles estudam para terem o que dizer.
Frases bem ditas, no momento certo e no tom certo, conseguem aliviar o dia de uma pessoa sensível; ou seja, a pessoa comum. A base empírica da auto ajuda é justamente esta, usar o poder de uma palavra bem colocada para que a pessoa encontre em seus meios a própria saída. Então, já livre de idéias imbecis, ela poderá ler Marx, Maquiavel, Júlio Verne e o que mais quiser, sem medo de ter uma piora de seu quadro. O aparelho roteador que é o cérebro, em sua imensa vulnerabilidade, é facilmente reprogramável pelas palavras certas, ditas no tom certo e acompanhadas do apoio certo; foi o que o nazismo fez com a Alemanha, é o que seitas fanáticas fazem com seus seguidores, é o que faz uma humilhação verbal doer em quem a recebe. É o cérebro que nos conecta ao mundo, usando as antenas dos cinco sentidos, é ele quem nos diz o que é o mundo que nos cerca, e ele é altamente sugestionável. Eu mesmo costumo me reprogramar com relativo e suficiente sucesso. Basta uma imagem chocante ou apelativa para que a pessoa se sinta incomodada ou estimulada, é muito fácil fazer isso, qualquer publicitário sabe como. Com frases não é diferente. Até hoje a frase "Coca-Cola é isso aí" dá sede em muitas pessoas, ainda que tenham acabado de beber litros de água.
Quem não gosta do gênero, é uma pessoa normal que tem gostos próprios, eu torço o nariz para muito do que sai a respeito, como creio ter deixado claro no artigo. Quem ataca é ignorante ou doente, doente pela insensibilidade à dor alheia. Não foi uma vez, nem uma dúzia, foram incontáveis em que uma frase simples, dessas que eu digo sem pensar e sem intenções, ajudou a mudar completamente o dia de uma pessoa, a ponto de me dizer que era tudo o que precisava ouvir de alguém. Auto ajuda não é dizer o que a pessoa quer ouvir (isto os radicais fazem), é dizer o que ela precisa ouvir, e muitas vezes uma palavra dura pode bem acompanhar o contexto de uma mensagem bonita. Uma das formas que mais gosto de usar é a parábola, que é difícil de preparar e temperar, ma quando o é gera mais efeitos benéficos do que eu pretendia. Os contos de fada não foram sucesso à toa, eles imbutem no inconsciente noções de limites e riscos. Para quem sabe ler, e se empenha na leitura, podem ser considerados (também) livros de auto ajuda. Hoje é que se desdém tudo o que não for explicitamente destruidor e estimulante do ódio a qualquer cousa, então a reflexão que esses livros porporcionam a longo prazo caiu em desuso e "contos de fadas" passou a ter conotação prejorativa.
Não me importa se tu gostas ou não de um gênero, seja do que for. O problema se forma quando o "não gostar" se torna pretexto para denegrir, querer ter razão a qualquer custo e acentuar tua mentalidade desequilibrada. Todos temos algum desequilíbrio em algum grau, mas muita gente tacha de hipócrita quem não o alimenta, passando a acalentar em vez de simplesmente encarar de frente sua fraqueza de caráter. Auto ajuda age como uma base, que ajuda a atenuar a acidez desse desequilíbrio, o que não agrada a quem o cultua como se fosse uma droga. Enquanto remoer em si mesmo o rancor, é problema pessoal, se abrir a boca para atacar os outros o problema é público.
Os maiores detratores da auto ajuda são os que nunca precisaram e nunca se aprofundaram no assunto. Eu convivo (cada vez menos, infelizmente) com profissionais de saúde mental, que me mandam slides afins regularmente. Não bastasse o respeito pelo outro ser um motivo civilizatório suficiente, eu testemunhei muitas vezes o bem que um livro de auto ajuda, escrito por gente competente, é capaz de fazer por uma pessoa.
Pessoas com problemas pessoais graves não se sentirão melhor lendo algo duro, combativo e que gera incômodo social. Se incômodo resolvesse algo, piolho seria medicamento. Para quem não sabe, muita gente tem depressão e enfrenta imensas dificuldades para ver uma luz no fim do túnel, especialmente porque essa luz muitas vezes se move, faz "chuc-chuc" e apita. Um autor endeusado pelos catedráticos enraivecidos e inimigos do cidadão comum não vai ajudar, vai é precipitar um suicídio de tanto pessimismo que acrescentará. Eu não entrei em congressos para concluir isto, eu testemunho isto na vida real, a que sustenta seus congressos. Na vida real as pessoas precisam se sentir bem, ter um lampejo de esperança em algo, qualquer cousa pode servir de bóia e evitar que ela afunde e não consiga mais emergir sozinha. Claro que isto não importa aos engomados e revoltados, especialmente porque estes são os que mais se beneficiam da tristeza e da desesperança, se candidatam a qualquer cargo e se aproveitam do péssimo estado de espírito em que a população é colocada para se declararem "A solução".
O que mais revolta essas pessoas, é o facto de os outros não adoptarem sua visão interna de mundo e não agirem como querem que ajam. Acontece que mesmo duas pessoas que convivam vinte e quatro horas por dia, a vida inteira, não têm a mesma visão interna de mundo. Então apelam para uma ideologia, ou uma religião extremista, ou qualquer outro grilhão de papel, e passam a se ver como a reserva moral ou intelectual do mundo. Uma ideologia uniformiza e faz parecer que os envolvidos têm essa mesma visão de mundo. Basta um momento de tranqüilidade para as divergências aparecerem, então evitam relaxar. Mantêm sempre palavras de ordem e frases prontas na ponta da língua para manterem a ilusão. Gente se sentindo melhor, sem ser pela desgraça de seus desafetos, então, incomoda muito.
Dizer "eu não vejo como isso pode ajudar alguém" é bem diferente de "larga essa merda e vai ler algo que preste, seu alienado". É também a diferença entre manter e perder o amigo, ou manter e perder os dentes se for comigo. Quem diz que não vê como pode ser útil, não conhece. Apenas lê algumas frases soltas e retiradas do contexto, para depois praguejar e voltar a protestar contra tudo isso que aí está, para se dar a ilusão de que está fazendo algo... O que não deixa de ser uma auto ajuda bastante torta. Mas em vez de fazer refletir, simplesmente te coloca como vítima cheia de boas intenções em uma sociedade que merece ser destruída. Coitadinho. Ninguém dá importância para sua literaturazinha que incita e incomoda... Se incômodo resolvesse algo, a tensão pré-menstrual seria medicamento.
Há os engodos, as ovelhas dolly da vida, como em todas as éreas da actividade humana. Há as revistinhas diabéticas que só soltam frases como "Meu momojinhu eh soh poxeh viuuuuuuuuuuuuu!!!!!". Aí o excesso de açúcar causa vômito mesmo, mas até mesmo esses pedaços de papel grampeado conseguem ser úteis a alguém. Revistas de adolescentes não primam pelo conteúdo, salvo raras excessões. Autores competentes como Içami Tiba (de quem já tive o prazer de ver uma palestra), Flávio Gikovate e Rosana Braga são os que recomendo. Têm uma grande lucidez, não aparente, daquelas que saem de quem simplesmente acredita do que fala, mas a sólida, daquela que os anos e a experiência acimentam. Ah, sim, os nomes são links, cliquem neles. São gente com experiência e conhecimento de causa, que sabem o que o como dizer. Eles estudam para terem o que dizer.
Frases bem ditas, no momento certo e no tom certo, conseguem aliviar o dia de uma pessoa sensível; ou seja, a pessoa comum. A base empírica da auto ajuda é justamente esta, usar o poder de uma palavra bem colocada para que a pessoa encontre em seus meios a própria saída. Então, já livre de idéias imbecis, ela poderá ler Marx, Maquiavel, Júlio Verne e o que mais quiser, sem medo de ter uma piora de seu quadro. O aparelho roteador que é o cérebro, em sua imensa vulnerabilidade, é facilmente reprogramável pelas palavras certas, ditas no tom certo e acompanhadas do apoio certo; foi o que o nazismo fez com a Alemanha, é o que seitas fanáticas fazem com seus seguidores, é o que faz uma humilhação verbal doer em quem a recebe. É o cérebro que nos conecta ao mundo, usando as antenas dos cinco sentidos, é ele quem nos diz o que é o mundo que nos cerca, e ele é altamente sugestionável. Eu mesmo costumo me reprogramar com relativo e suficiente sucesso. Basta uma imagem chocante ou apelativa para que a pessoa se sinta incomodada ou estimulada, é muito fácil fazer isso, qualquer publicitário sabe como. Com frases não é diferente. Até hoje a frase "Coca-Cola é isso aí" dá sede em muitas pessoas, ainda que tenham acabado de beber litros de água.
Quem não gosta do gênero, é uma pessoa normal que tem gostos próprios, eu torço o nariz para muito do que sai a respeito, como creio ter deixado claro no artigo. Quem ataca é ignorante ou doente, doente pela insensibilidade à dor alheia. Não foi uma vez, nem uma dúzia, foram incontáveis em que uma frase simples, dessas que eu digo sem pensar e sem intenções, ajudou a mudar completamente o dia de uma pessoa, a ponto de me dizer que era tudo o que precisava ouvir de alguém. Auto ajuda não é dizer o que a pessoa quer ouvir (isto os radicais fazem), é dizer o que ela precisa ouvir, e muitas vezes uma palavra dura pode bem acompanhar o contexto de uma mensagem bonita. Uma das formas que mais gosto de usar é a parábola, que é difícil de preparar e temperar, ma quando o é gera mais efeitos benéficos do que eu pretendia. Os contos de fada não foram sucesso à toa, eles imbutem no inconsciente noções de limites e riscos. Para quem sabe ler, e se empenha na leitura, podem ser considerados (também) livros de auto ajuda. Hoje é que se desdém tudo o que não for explicitamente destruidor e estimulante do ódio a qualquer cousa, então a reflexão que esses livros porporcionam a longo prazo caiu em desuso e "contos de fadas" passou a ter conotação prejorativa.
Não me importa se tu gostas ou não de um gênero, seja do que for. O problema se forma quando o "não gostar" se torna pretexto para denegrir, querer ter razão a qualquer custo e acentuar tua mentalidade desequilibrada. Todos temos algum desequilíbrio em algum grau, mas muita gente tacha de hipócrita quem não o alimenta, passando a acalentar em vez de simplesmente encarar de frente sua fraqueza de caráter. Auto ajuda age como uma base, que ajuda a atenuar a acidez desse desequilíbrio, o que não agrada a quem o cultua como se fosse uma droga. Enquanto remoer em si mesmo o rancor, é problema pessoal, se abrir a boca para atacar os outros o problema é público.
De minha parte, gosto de ver uma pessoa se reerguendo por seus próprios esforços, ainda que auxiliada, e retomando seu caminho na vida. Gosto de ver as pessoas se melhorando, se importando umas com as outras, ainda que precise tomar um litro de água após uma explanação, para atenuar o excesso de açúcar. Mas na maioria das vezes nem se precisa ser muito doce, uma sentença tirada do arcabouço de minhas experiências de vida costuma ser suficiente, ainda que eu não me dê imediatamente conta dos efeitos do que disse. Ninguém ficou alienado, pelo contrário, todos voltaram a raciocinar por conta própria e dispostas a agir. Quem dialoga sem pretensões, com conteúdo para oferecer, está fazendo o serviço de auto ajuda.
2 comentários:
Gosto muito de Malba Tahan, e um dos livros que mais me auto-ajudou foi Fernão Capelo Gaivota.
De alguns que tu citaste eu gosto muito. Içami Tiba é meu preferido dos citados.
Auto ajuda é como uma boa bengala, não te leva nos braços, te ampara os passos... Lembro que fui o único da sala a entender o filme do Fernão, quando foi apresentado... Eu era esquisito.
Postar um comentário