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The Flintstones concept art, ca. 1960 by Hanna-Barbera |
Lamentos,
queridos talicoisers, mas a porca infraestrutura goianiense fez das suas, não
pude selecionar os links que sempre disponibilizo, após criteriosa seleção.
Provavelmente amanhã tudo estará normalizado, então teremos uma quantidade
atípica de links de notícias e vídeos , mas prometo não sair pegando tudo o que
achar interessante, o que inclusive deixaria i texto ilegível por sua extensão.
E lamento, infelizmente eu sou o último dos moicanos neste blog, os outros se
cansaram, não os culpo, é da natureza deles ir até onde os salgados estiverem
quentes, a minha é essa de dar continuidade até onde for útil, e com a
efervescência de notícias arrepiantes que temos visto, isso vai durar uns bons
anos ainda.
Acredito que
ninguém virou santo ou pecador da noite para o dia, então o texto de ontem
ainda vale, com os personagens da vida real fazendo os do cinema parecerem
gente normal, com os ídolos bonzinhos e preocupados com o mundo revelando quem
realmente são, com gente desprezada pelos fofoqueiros fazendo aquelas caras de
“eu estava certo, ra, ra, ra”, e os denigridores da cultura pop ocidental
teimando em querer ditar o que você deve comprar e gostar; mas o dinheiro está
no fim, os financiadores estão todos pulando do barco furado. Podem ir contando
os dias, aquele cinema esnobe feito para só seu director entender e
intelectuais de ar-condicionado fingirem que entendem, perderá espaço para
obras feitas para as pessoas comuns e intelectuais sem lobotomia. Sim, dá para
passar boas mensagens e ensinar, se a produção tiver a humildade de essas não
serem as intenções, e os esforços forem focados na qualidade da obra.
Por exemplo, é
bom deixar os vilões serem maus. Ok, há os casos em que eles daspirocam, passam
a acreditar que existe bonzinho e, numa lavagem cerebral própria, começam a
destruir a humanidade para salvar a humanidade. Só que a regra, e isso eu vivi
na prática, é de os vilões se tornarem maus opor sua própria vontade. Claro que
há empurrões, muitos empurrões na direção das trevas, precisa persistir muito
para se tornar mau, mas alguns conseguem. Sentem prazer e têm vantagens para
serem maus. Poderia prosperar sendo não mais do que escrotos, mas o prazer pela
maldade feita está na índole que algumas pessoas não se esforçam em controlar,
junte-se a isso a recompensa farta fácil et voilà, temos um cara mau, alguém
que faz questão de ser nocivo à sociedade, inclusive aos idiotas residentes de
bolhas que os chamam de “vítimas da sociedade”. Ou pensam que grandes
traficantes não poderiam se tornar banqueiros quando quisessem, deixando a vida
de crimes e atrocidades para trás? Eles não querem. É esse o valor do vilão,
ele te dá o poder de ver que os outros não serão capazes de te tornar mau, que
ninguém será um canalha por ter cometido deslizes, que querendo a redenção pode
ser aventada e alcançada a qualquer momento. Vi isso acontecer quando era
porteiro de colégio barra-pesada.
Só o que ainda
ninguém aventou foi a volta massiva do legado de Hanna Barbera, que é
gigantesco, são mais de seiscentos personagens que dariam vinte anos de filmes
e séries sem que as histórias se repetissem, sem a necessidades de multiversos
e crossovers, porque uma vez havendo participação de personagens de títulos
distintos numa só obra, pode contar com meio século garantido de salas cheias e
bugigangas vendendo; desde que não haja lacração, é claro. Respeitado o legado
de William Hanna e Joseph Barbera, os estúdios que rodassem as obras teriam
suas ações supervalorizadas pela garantia de dividendos a longo prazo. Com o
CGI banalizado as aventuras dos cavaleiros das Arábias seria moleza,
principalmente se usassem inteligência artificial para acelerar e baratear as
produções, aí o orçamento de um blockbuster poderia gritar “DO TAMANHO DE UM
FILME B” e bater as palmas, para a felicidade dos acionistas e do CEO. Ah,
caros talicoisers, se naquela época eles faziam milagres com bons roteiros e
recursos limitados, imaginem o que fariam hoje!
Bem, meus
queridos, aqui é Nanael Soubaim se despedindo, por hoje é só.
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