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Inside Out, em uma tradução literal, é isso mesmo: De dentro para fora. O tema é antigo, uma família americana que se muda para uma cidade distante e completamente diferente do que estava acostumada. Riley é a filha da família e protagonista da animação, ela se vê em um mundo novo e assustador ao sair de Minnesota para San Francisco.
Para quem não sabe, há rusgas e trocas de farpas entre os Estados centrais e os litorâneos dos Estados Unidos, as crianças crescem dentro dessa animosidade doméstica. Algo como um gaúcho da serra se mudar para o Rio de Janeiro. A qualidade da obra tem uma certa garantia, Pete Docter é o autor e também está dirigindo.
Continuando, boa parte da trama se passa na mente da menina, onde há uma disputa de influência entre cinco sentimentos diante da nova vida: Alegria, Repúdio, Ira, Tristeza e Medo. Todos vão florear o que lhes convém e acinzentar o resto, ajudando a formar a memória subjetiva da menina. A dificuldade de adaptação, os problemas para estabelecer e manter contacto com os nativos e as saudades dos amigos deixados em Minnesota, darão ao espectador uma pequena e lúdica aula de como se formam a memória e a impressão pessoal.
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Complica tudo Riley ter onze anos, ela está entrando na adolescência. é a fase em que as meninas começam a largar as bonecas e prestar mais atenção ao próprio corpo, porque ele passa a mudar muito rapidamente e os hormônios literalmente são derramados no sangue. É por isso que adolescentes são bipolares, às vezes insuportáveis, e é por isso que os sentimentos de Riley darão tanto trabalho, para ela e uns aos outros.
A temática não é nova, filmes institucionais da disney já abordaram isso, mas de forma mais sucinta, afinal eram de curta metragem, mas Inside Out mostra isso de forma mais profunda e fundamentada. O cenário é perfeito! Uma pré adolescente de um Estado tido como mais conservador, que tem uma vidinha pacata e previsível, de repente desembarca em definitivo em uma cidade com péssima fama moral, onde o próprio fluxo de turistas impulsiona uma vida bem mais corrida. Provavelmente ela se sentirá uma monga nos primeiros dias.
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Nestas condições, a cabecinha da menina entra em parafuso mesmo. E nós veremos esse turbilhão de emoções não só se formando, mas tomando forma e se manifestando humanamente dentro da cabecinha confusa de nossa protagonista. Por falar nisso, é interessante notar que as figuras de Alegria e Repúdio são as mais humanizadas, sendo a Alegria a única com cor de gente.
Se tenho esperanças? Infelizmente sempre caio nesta armadilha, quando vejo boas argumentações, e vocês se lembram que eu quebrei a cara com Manda-Chuva. Neste caso o histórico da Disney deve legar à Pixar uma excelência na temática psicológica, que sempre foi um ingrediente de sucesso da turma do Mickey e a Disney não se reergueu até retomá-lo em suas produções. Visualmente o filme seduz, porque até mesmo em seus momentos mais apagados Riley é uma menina bonita, e San Francisco dispensa comentários, é de uma beleza difícil de igualar.
A precisão de lançamento é para 19 de Junho de 2015 nos Estados Unidos, chegando rapidamente por aqui, em 02 de Julho. Se for metade do que as credenciais prometem, teremos "pricesinha" nova no mundo da animação. O único risco é Alegria e Repúdio roubarem a cena e aparecerem mais do que Riley...
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