Vida curta, talento longo.
Quantas vidas a cada nota, quantas notas ainda vivas. Ecoam no tempo da rede que então não havia, na saudade da qualidade de uma carreira morta.
Pelos melindres do mundo humano a justiça se fez para Minnie. Saiu do orbe denso e poluído aos braços do coro perene que hoje integra.
Para quem fica só resta o pesar de a música estar de desfacelando. Talento? Pouco público para muito trabalho, retorno lento.
Enquanto poucas se esforçam para manter o nível que ela seguia, a regra em maioria se acomoda no chão da apelação e da verborragia. E a música calada torna a tocar.
Justiça foi feita para ela, ela subiu, ela mereceu. Dormiu na penúria do mundo e acordou no coral dos serafins. Por aqui os dentes rangem e a phonographia edita.
O saudosismo, outrora doença ou capricho, se faz remédio para quem não se adapta à invasão massiva da cultura-lixo. Quero desinfectar meus ouvidos.
Outrora foi comum e não se dava tamanho valor, como não dá quem respira bem no nível do mar, mas caindo indefeso na água busca em desespero uma só lufada de ar.
Se parece velhice precoce ter saudades do que já não se tem, podem me chamar de velho, que é velhice sadia do bom senso.
Amém.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Mini poesia para Minnie
Postado por Nanael Soubaim às 20:40
Marcadores: Nanael Soubaim
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3 comentários:
Minnie, cujo timbre me fez pensar em um límpido cristal!
E tudo que nos chegou dela na mídia foi Loving you... :(
... Música, aliás, que é meu despertador diário, de tanto que gosto do timbre dela... :)
Nossa mídia é um relaxo completo.
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