sábado, 2 de abril de 2011

O retorno de Manda Chuva

Dir: Belo e Bacana. Esq: Gênio, Chu-Chu, Espeto e Batatinha
Meses de especulação e este escriba à espreita. Este escriba ficou doente e continuou à espreita. Este escriba ainda está meio ruinzinho, mas já pode confirmar, os estúdios Anima Estudios (aqui) e Illusion Studios (aqui) co-produzirão o longa de animação do Manda Chuva. Ver aqui, aqui e aqui.

A série original durou apenas um ano, com trinta episódios, de 1961 a 1962, inspirada em outra série de tevê, a "The Phuil Silver Show". Nesta, um sargento do exército americano se ocupava em bolar meios de enriquecer, incluindo os soldados na trama. Durou de 1955 a 1959. A Hanna-Barbera (here) já tinha o bom hábito de se inspirar em personagens reais ou de outras séries para criar personagens, então usou o sargento sem-vergonha para criar o Manda Chuva, ou Top Cat, ou Don Gato dependendo do idioma.

Se a primeira série durou pouco, foi reprisada à exaustão lá e aqui, onde durou até a primeira metade dos anos oitenta. Manda Chuva era pobre, mas era chique e dublado por Lima Duarte. Líder de uma gangue de outros cinco gatos (Chu-Chu, Bacana, Espeto, Gênio e Batatinha) e vigiado de perto pelo guarda Belo. Este, coitado, sempre tentando enquadrar o malandro, mas sempre caindo na sua lábia e acabando se deixar levar pela amizade não assumida. As tramas se passam em Nova Iorque (here and here) com seu gigantismo repleto de possibilidades, suas intrincadas redes de becos (especilmente Manhattan) e a apresentação escancarada de pobreza e riqueza extremas. Um prato cheio para professores e intelectuais que deixarem a arrogância acadêmica onde ela merece, em uma das latas de lixo do beco.

Na trupe, resumidamente:
  • Choo Choo virou Chu-Chu e era o segundo da ierarquia, excelente profissional, servidor fiél da gangue e péssimo com as gatinhas, sempre precisava de ajuda com elas;
  • Bacana era o conquistador mor e sua voz empostada reforçava o caráter, muito bem relacionado na ilha de Manhattan, especialmente com as garotas;
  • Espeto se parecia com Bacana, de forma bem mais sóbria, mas como seu nome original significa "fantasma", era mais pau para toda obra do que um relações públicas, ganhou um belo sotaque nordestino na dublagem brasileira;
  • Gênio conseguia fazer qualquer um parecer um gênio, era mais tonto do que o Quico do Chaves, de vez em quando tinha idéias brilhantes, mas não se dava conta até Manda Chuva dizer "brilhante, Gênio, brilhante!";
  • Batatinha era o mais próximo do chefe, com quem tinha os laços mais estreitos, também era o mais tolerado pelo guarda Belo e acabava tendo uma liberdade que o tornava muito útil ao grupo, sendo o mais carismático dos seis gatos.
Em alguns fóruns de internet está havendo um grande preconceito contra o filme, que ainda sequer tem um trailer oficial, porque tem participação do mesmo estúdio que produziu o seriado Chaves, alegando que de lá só sai porcaria. Bem, o que sai da maioria das discussões de internet, nem de porcaria merece ser chamado.

O personagem Manda Chuva tem personalidade bastante parecida com a do Zé Carioca, que só é mais brasileiro do que o gato porque nasceu e mora no Rio. O carisma, os rompantes de egoísmo e altruísmo e as artimanhas para ganhar um dia de cada vez são os mesmos em ambos.
Manda-Chuva, a título de curiosidade, é um termo usado até metade dos anos setenta para designar o chefe máximo de um lugar. Quem "manda chuva" é Deus, então o termo dá uma idéia do poder de quem o detém sobre seus comandados.

A previsão inicial é o longa em 3D ser lançado em Agosto, no México. Para o Brasil ainda não há nem especulações a respeito, mas provavelmente no fim do ano estréia por aqui. Até lá, veja mais aqui e aqui.

4 comentários:

Renato Rodrigues disse...

É um dos desenhos mais geniais que a TV já produziu. Tanto que a gente nem acredita que só teve um temporada. Os episódiso ficam vagando pela nossa memória, parece que se multiplicam de tanta qualidade.

E a qualidade da dublagem é metade do sucesso, muito bem lembrada na matéria!

Nanael Soubaim disse...

É um desenho que mostra a realidade como ela é, de modo suave e sem traumas. Para quem tem tanto conteúdo, uma temporada basta para eternizar a série.

Adriane Schroeder disse...

Chegouuuu, o Manda-Chuva, o tal,
É o chefe, o maioral, malandro como ninguém!
O episódio do Batatinha acidentado é um dos que lembro com uma riqueza infinita de detalhes.

Amo, amo, amo esse desenho!!!!

Nanael Soubaim disse...

Tomara que a dubladora também ame e faça o mais próximo possível do original.