quinta-feira, 14 de junho de 2012

Lana, o passarinho de vinil

http://www.radioactiveunicorns.com/2012/03/14/roube-o-look-lana-del-rey/

Definitivamente, não é uma cantora que se leva à sério. Talvez Elizabeth Woolridge Grant leve seu trabalho à sério, mas Lana Del Rey, definitivamente não. Tanto que o nome artístico é tido como uma mistura de Lana Turner com Ford Del Rey, que só foi fabricado no Brasil! Mas ao que parece, procede.

Tudo o que se procura a seu respeito tem claro aspecto de deboche ou de notícia fabricada. Como a própria Lana diz, ela mesma é um producto saído da cabeça de um executivo da indústria phonográphica.
A mulher por trás da personagem nasceu em 21 de Junho de 1986, em plena guerra fria, quando o filme "O Dia Seguinte" reprisava a torto e a direito na televisão. Dizem que nasceu em Lake Placid, de onde saiu aos quinze anos para um internado em Conecticut, e que seria filha do investidor Rob Grant com Patrícia Grant... Mas a chamam de Pat.

Ainda como Lizzy Grant, lançou o EP Kill Kill pela 5 Points Records, produzido por David Kahne, com quem se desentendeu em 2010, quando contractou um advogado para poder comprar os direitos autorais de sua obra. Ainda como Lizzy Grant, para não misturar os trabalhos das duas fases. Colocou o álbum na internet por dois meses, vendendo, até um acordo sair. Hoje ela grava pela Stranger Records, pela qual lançou o estrondoso "Video Game". O álbum actual é o "Blue jeans", talvez um respiro de autenticidade e saudades da época em que era somente a Lizzy, moça tímida e familiar.

Lana gosta de falar bobagens à imprensa. Muito mesmo. Elizabeth, por sua vez, é uma quase desconhecida de uma família numerosa, que mantém toda a discrição possível. Lana conseguiu muitos desafetos, que consideram seu sucesso o resultado de um surto de estupidez global, alguns são apenas críticos ácidos que a consideram muito crua, especialmente para apresentações públicas. Sua apresentação em janeiro, no programa Saturday Nithg Live foi mal sucedida, justificando adiar futuras aparições para públicos numerosos. Isto é certo, mas alguns exageram nas críticas, chegando a atacar a pessoa de Elizabeth para atingir Lana.

Monocordia de hipnotizadora fracassada, robô travesti, repetição de músicas com títulos diferentes, interpretação mecânica e lágrimas de cebola... Já li isso e mais a seu respeito. Mas o facto é que ela arregimentou fãs suficientes para dar de ombros à crítica e, interpretação plastificada ou não, ela canta bem. Decerto que precisa ainda de bastante burilamento, mas canta bem.

A moça talvez até sinta os ataques, talvez, mas a cantora é cínica e plastificada o suficiente para devolver de modo cínico, qualquer ataque de quem a chame de cafona falsamente vitage. Em Fevereiro deste ano, o colunista Augusto Gomes, ver aqui, fez uma crítica honesta e até certo ponto bem humorada, com doses de cinismo típicos da própria Lana. Ele apresenta cinco motivos para amar e outros para odiá-la, todos os mesmos, com argumentações opostas.

Quem não se lembra dos Monkees, grupo inventado nos anos sessenta e que se libertou em um ataque de rebeldia, e foi tão bem sucedido, que só acabou neste ano, quando o sacana do Davy fez o favor de morrer, só porque infartou? Também foram fabricados. Eles não por um pai milionário, mas por uma indústria milionária. O facto, falando como metalúrgico, é que por mais perfeitos que sejam os processos de produção, nenhum aço ruim resulta em uma boa engrenagem. Elizabeth talvez até agradeça pelas dores de cotovelo, porque assim a polêmica lhe poupa de divulgação, aparições fúteis, podendo utilizar o tempo para se aperfeiçoar e acatar as crísticas constructivas.

Embora muitos não admitam, há um certo efeito manada nas críticas radicais, pois muita gente que se diz intelectual decretou que ser rico, bonito e, principalmente, ter a aparência européia rebuscada dos anos cinqüenta, é crime. Embora nenhum deles queira ficar pobre. O que eu penso dela? Que está sendo exposta deliberadamente aos dissabores para seu amadurecimento ser forjado a fogo, que os pais querem que seja empresária de si mesma para poder garantir sua carreira. Eu conheço a tática, se não matá-la, matará seus detratores.

Para terminar, vou falar-lhes algo sobre o Del Rey, o carro. Ele surpreende. Pecava pelo desempenho, nada mais, em todo o resto era perfeito, com um rodar macio e robustez a toda prova. Depois que recebeu o motor AP 1.8, tornou-se perfeito. Por um lapso de estupidez, a Ford o descontinuou sem haver outro a altura. Mas ao contrário do Ford, Elizabeth é filha de uma família que a ama, cercada de muitos irmãos, que não vão simplesmetne descontinuá-la. Lana é assumidamente um producto, e o motor novo pode chegar a qualquer momento. Quem entendeu, entendeu.



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