sábado, 20 de outubro de 2012

Eu quero um filme dos Herculóides


Dentre as inúmeras maluquices de Hanna e Barbera, criado por Alex Toth, uma das mais fascinantes foi o desenho "Os Herculóides". Não que fosse muito diferente dos demais, mas como eles, tinha personalidade própria, e até uma surpresa, que seus próprios criadores talvez não esperassem. Foi feito em 1967 e, com muitos estragos em prol da "modernidade", relançados com novos episódios em 1981 e 1982, sem o sucesso d'outrora. Foram duas temporadas com trinta e seis episódios, no original.

O ambiente é o longínquo planeta Quasar, uma espécie de ponto estratégico, que tem como rei e guardião Zandor, marido de Tara e pai de Dorno. Interessante ver que Zandor é ruivo, mas Tara tem os cabelos brancos e o garoto lhe puxou as madeixas. Apesar da pouca roupa, e de dormirem praticamente ao ar livre, os sinais de que eles são os soberanos no planeta, estão por toda parte.

Primeiro pela tiara que Zandor usa, larga e bem estilizada, como a de um imperador. Segundo, pelo porte atlético e modo de andar dos três, muito altivo e confiante, como se soubessem que aquele planetinha é o seu reino. Terceiro e último, porque eles, mesmo o garoto Dorno, comandam os Herculóides. A arma de Zandor é um estilingue... Não riam, é um estilingue especial, que só gente que vive na dureza é capaz de esticar, para lançar suas pedras explosivas. A força necessária, que explica o longo alcance, também explica que as pedras não são tão sensíveis, necessitando de um impacto mínimo para explodirem. Aliás, os três andam armados, cuidado com eles!

São os cinco herculóides a saber:
  • Zok: Um dragão alado com uma imensa força de sustentação nas asas, porque costuma carregar a família toda, quando não um dos outros herculóides. É capaz de respirar o ar, o fogo(!!!), sobreviver no espaço livre e solta raios eléctricos pelos olhos e pela cauda. Poder se mover no espaço livre, me faz supor que ele também tem respiração por fermentação e usa os campos magnéticos dos planetas para se mover no espaço livre;
  • Igor: Talvez o mais carismático deles. É um gorila gigante de pedra, como um Ben Green dos quatro fantásticos, só que preto, gigante e bem humorado. Bater de frente com ele é besteira, ele é capaz de moer pedras com as mãos, mas também é capaz de actos de grande carinho com os seus, sejam os humanos, sejam os outros herculóides;
  • Tundro: Parece um triceratops com couraça blindada e dez patas de elefante. Lança pedras explosivas pelo chifre oco na testa, tem outros três menores no focinho, como um rinoceronte bombado. é veloz, quando pega o embalo, causando estragos por onde passa, mas as dez patas permitem uma frenagem rápida;
  • Gloop e Gleep: Os preferidos de muita gente. Parecem duas amebas gigantes, com olhos e intelecto razoavelmente desenvolvido. Lembram muito o Shmoo e o Barba Papa. São, dizem, irmãos, sendo Gloop o maior. Eles conseguem moldar seus corpos elásticos à sua vontade, ficando achatados, fazendo um furo no meio, se dividindo em duas ou mais partes e se reagruparem, enfim, eles tornam a mira mais perfeita e treinada, absolutamente inútil. São fortes, conseguem estrangular o inimigo como uma jibóia.

Quasar costuma ser invadido, não bastasse ter seus próprios perigos. O que dá a entender, é que a família se reporta a uma federação ou o que valha, porque está sempre muito ocupada para ir até a casa do agressor e dar um ultimato para que os deixe em paz. Se limitar a se defender e repelir os ataques.

Apesar de viverem em um mundo quase desprovido de tecnologia, tanto que Zandor se locomove por uma dede de cipós esticados, como se fosse uma flecha viva, os três se sentem à vontade na condução e operação de espaçonaves, quando são solicitados a ajudar alguém de fora. Vez ou outra, recebem visitas de outros heróis, como Space Ghost, o que reforça minha tese de que são parte de uma federação. Ou seja, eles têm acesso à formação cultural e científica.



Um facto interessante, eles não se chamam de "pai", "mãe", "filhão", só pelos nomes de cada um. Sinal de que realmetne são os únicos humanos do planeta. São os reis do planeta, mas não andam de salto alto, literalmente. Como todo clássico, tem ganho algumas releituras modernas, em ilustrações, muitas delas com alto grau de erotização da rainha Tara. Aliás...

A surpresa aqui fica por conta de Tara. Em princípio, ela deveria ser apenas a linda, estonteante e dedicada esposa de Zandor. Só que muitas vezes ele não esta vapor perto, ou estava viajando, e ela precisava tomar decisões rápidas. Tara acabou ganhando muita importância na trama e levou Dorno no vácuo. Resultado, o que era par ser apenas um ponto de identificação para as meninas da época, acabou se tornando quase tão importante na série quanto o protagonista. Às vezes ela era a protagonista.

Por conta desta reviravolta pacífica, é que o desenho acabou ganhando sua personalidade própria, e não apenas sendo mais um desenho de heróis da Hanna Barbera. E é por isso que ele merecia um filme em película, mas, pelo amor de Deus, respeitando as características básicas! Sabem o que é melhor nesse planeta? NÃO TEM SOM AUTOMOTIVO TE OBRIGANDO A OUVIR PORCARIA NO ÚLTIMO VOLUME! Só isso torna Quasar um pequeno paraíso.

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