sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

E pra quem achou que era o fim...

“Sentimentos não se destroem da noite pro dia. Levam-se anos pra conseguir fazer desmanchar aquele coágulo de ódio, ou pra perceber que o Amor realmente foi embora, e não volta mais. Não daquele jeito.”

Era o que ela dizia, esse era o seu discurso. Me deixou estarrecido, não pelas palavras ou seu sentido, até porque era algo óbvio. Mas a segurança com que ela proferiu as palavras. A segurança de quem viveu algo que ensinou isso.


Mas o mais interessante eram seus olhos... tão vivos, tão marcantes. Não eram cheios de vida, tampouco transpareciam aquela ânsia de viver dos mais jovens, embora ela em si não fosse tão velha.



Trazia no rosto uma expressão austera, mas que não intimidava. Os cabelos, pouco arrumados, jogados pra trás das orelhas. A pele, morena. De dois dias na praia.


Ela tomou um novo gole de gim. Pôs o copo sobre a mesa, e disse:


"Mas você ainda não me contou à que veio. Apareceu por aqui não fazem nem duas horas, já me trouxe problemas, e ainda matou um cliente antigo... Afinal, o que você quer?"


"Pergunta ampla demais", pensei. Poderia dizer que era apenas mais um serviço, que eu estava só atrás de um certo informante, ou que eu só queria uma bebida gelada. O whisky escorrendo pelas prateleiras do bar era uma chateação; era uma marca boa, afinal.


Mas, naquele momento, eu só queria um copo d'água. E uma informação.


Disse: "Pode me dizer onde fica Tombstone City?"




Antes era assim..... 

3 comentários:

Nanael Soubaim disse...

Quer dizer que o safado estragou uma prateleira vitoriana? Merece ter uma farpa dela debaixo de cada unha.

Bem-vindo, sumido.

Adriane Schroeder disse...

Edu!!!
Que bom ver você postando novamente!
Você sabe que sou fã de teus contos!

Edu disse...

Tem horas que, pra dar um passo pra frente, é necessário dar dois pra trás...

É bom estar de volta ;)