O filme é tão marcante, que delineou um novo e sólido padrão de elegância. A actriz principal é tão marcante, que delineou um novo e sólido padrão de elegância. Notícias aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e o website da Fundação Audrey Hepburn para as Crianças aqui.
Ontem, quinta-feira, Julie Andrews, a Paramount e a Sociedade de Cinema do Lincoln Center promoveram um baile comemorativo, o filme Bonequinha de Luxo fez cinqüenta anos, com trema. Para o próximo dia vinte, será lançada uma versão em blu-ray da obra, com extras sobre a filmagem e especialmente sobre Audrey Hepburn. Em sua honra há um texto aqui.
Aos garotos, que sempre ouvem falar sem nunca terem visto o filme, vai uma breve sinopse comentada. Dois pontos:
A trama gira em torno de Holly Golightly, que passou a infância em uma fazenda, se casou aos quatorze anos e fugiu para Hollywood. Sem sucesso na tentativa de ser actriz, vai para Nova Iorque tentar se casar com um milionário. Torna-se garota de programa. Ela ata uma amizade sincera e (inicialmente) desinteressada com o vizinho escritor Paul, que é durango kid da silva sauro, mas é bancada por uma amante rica... Ou morreria de fome, porque escritor sofre não é de hoje, nem só no Brasil. Na trama original do livro "Breakfast at Tiffany's" de Truman Capote, o rapaz é gay e não conta com suporte de uma amante, e Holly é bissexual. Na verdade ele até desperta algum interesse, mas ela quer ser rica e investe nisso. Em sua magreza bem proporcionada, sem os excessos nocivos de hoje, ela arrebata corações do escritor, um photógrapho, um mafioso preso e uma legião de homens.
Um dia, Holly e Paul entram na Tiffany's, ele vai ao elegante vendedor e pergunta o que há por dez dólares. Então vem mais uma lição de elegância, que todos os vendedores mau-humorados do país deveriam ver e rever à exaustão, ele responde que para quem já tem tudo, há um discador de telephone de prata. Ele não disse "PQP, quem deixou esse pobre entrar aqui? Segurança! Segurança!", apenas se ateve às suas funções e adaptou-se às possibilidades do cliente. Vocês não sabem o que é um telephone de disco? Vejam alguns aqui.
Aliás, Audrey pegou o papel porque Marilyn Monroe e Kim Novak o recusaram. O que parecia ser um mau sinal foi um presente divino, porque o filme até hoje rende lucros à Paramonunt, que gastou na época 2,5 milhões de dólares com a produção, sendo 750 mil para Audrey. As divas louras não dariam à personagem o mesmo tom de elegância e singeleza que a fidalga imprimiu.
Bem, Holly aproveitava a vida, conformada em ser meretriz de luxo, namorando rapazes e as jóias da Tiffany's. Aliás, o nome original homônimo do livro, é justo porque ela costuma tomar seu café da manhã em frente à vitrine da joalheria, comento cachorro-quente com refrigerante o que rendeu uma das cenas mais emblemáticas do filme. Outra é a em que se senta na janela, empunha o vioão e canta Moon River, canção feita especialmente para ela e gravada por uma infinidade de cantores, chegando a ser tema de espetáculos na Broadway.
O que mais conta a favor do filme é a elegância com que conta a estória, especialmente do modo de vida de Holly, sem se prender a atrocidades e perversidades que nada acrescentariam ao filme, mas fazem muito sucesso nas porcarias de hoje. Não há apologia á prostituição, nem mesmo se faz muito drama com isso. Ela transa por dinheiro, mas também namora. Seu desejo de riqueza tem a ver com segurança, não com um sonho de princesa a espera do príncipe em seu cavalo branco. Lembremos da infância sofrida e do que deve ter passado em seu casamento tão precoce, que felizmente não lhe encheu de filhos para sustentar, tampouco estragou sua beleza refinada, só a desiludiu com o amor romântico e seus adereços.
Mas quem disse que ser romântico é deixar a cabeça na gaveta? O romance, como não poderia e não deveria deixar de ser, desabrocha lentamente ente os dois amigos, e ela acaba esquecendo a obsessão de ser rica. Ela se apaixona por um homem que conhece bem, em suas qualidade e seus defeitos, eliminando os riscos de uma decepção. Como isto acontece? Aha! Achas mesmo que vou contar tudo? Vejam o filme, oras! Importa agora que o filme tem final feliz, mas não encantado, cheio de ponpas e com uma extensa criadagem em um palacete em uma ilha particular. É final feliz, mas de pés no chão.
Texto compartilhado com o blog Palavra de Nanael.
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