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Mais velha de quatorze filhos (Avignon, 22 de Julho de 1947) de um operário e uma dona de casa, padeceu com a pequena multidão que era sua família por anos, os rigores do inverno europeu em uma pobre casinha de madeira que só dava privacidade visual, nada mais. Era parte da massa que padecia na Europa arrasada pela guerra. Herdou do pai o talento para a música, ele era um tenor que quebrava pedras para alimentar a prole.
Só aos quinze anos mudou-se com os outros quinze para um apartamento modesto, onde passou a poder contar com um banho quente regular. ter cantado ainda aos quatro anos na Missa do Galo rendeu-lhe o apelido de "La vie en rose".
Estudava canto e trabalhava arduamente em uma fábrica de envelopes até os dezoito anos, quando perdeu um concurso de canto (olha que absurdo!!!), mas teve seu valor reconhecido pelo empresário Jonny Stark. Seu primeiro disco vendeu um milhão de cópias, um assombro para a época e a vontade de morrer para os jurados que a preteriram. O empresário foi honesto com ela, cousa rara no ramo, e lhe mostrou todos os horrores da vida artística, mas que também recompensaria estudos constantes, ensaios árduos e trabalhar arduamente... Ela já estava acostumada à dureza, então o quadro não a assustou.
Seus mentores musicais a partir de então, Paul Muriat e André Pascal, ajudaram-na a domar sua voz de gigante, além de aulas de inglês, boas maneiras, enfim, a transformaram em uma estrela artística na acepção mais clássica da expressão. Raramente um pupilo dá tanto retorno aos seus mestres.
Uma aparição no "The Ed Sullivan Show" a tornou ídolo instantâneo de cinqüenta milhões de norte americanos.
Cantando com Dean martin e Frank Sinatra, obteve êxito de crítica e público. O sucesso extrapolou em muito as expectativas mais optimistas. Ela conseguiu arregimentar uma legião de fãs até na então União Soviética.
Esteve no Brasil em 1968, na Record, apresentada como o maior prodígio da canção francesa na época... talvez até hoje.
Um termo preciso para a Embaixadora Cultural da França é "uma gigante em corpo miúdo". Conseguiu a raríssima combinação de sorte, amparo de mídia e técnica, com um talento que realmente faz juz de sobra a toda a ajuda recebida. Depois dos primeiros passos, Mireille caminhou com as próprias pernas.
Ela não inventa muito, seu estilo é bastante clássico e seu foco é na qualidade do trabalho, onde o esmero e a tenacidade da disciplina, adquirida na juventude sofrida, fazem o ingresso para seus shows serem mais baratos do que uma apresentação gratuita de qualquer bom cantor da moda. Outra qualidade que o sofrimento lhe ensinou é a humildade, não teve vergonha de (literalmente) se curvar ante sua musa Edith Piaf e o papa João Paulo II. E o mais importante, talvez: Jamais abandonou a família. Esteve recentemente coma mãe para um show em Moscou, conforme ilustração acima.
Tem um talento extraordinário, uma voz inesquecível, sabe se portar, andar, falar, lidar com o público e preservar a intimidade; Mireille Mathieu é a estrela por excelência.
2 comentários:
Bom post.
Adoro a Mimi e afirmo que ela é adorada realmente por exelência. Voz maravilhosa, etc...
É uma personagem redonda: boa em todos os sentidos.
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