sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Eu recomendo Pato Fu


Uma das raríssimas bandas (e artistas em geral) que se dão bem no Brasil, mesmo dando de ombros para o que agrada ao mercado, a mineira Pato Fu (aqui, aqui e aqui) é um dos conjuntos mais honestos e talentosos que já desabrocharam em território nacional. Pode ser resumida como uma banda de primeira linha, com uma vocalista bonita que preferiu fazer sucesso do modo difícil, trabalhando vestida. Quem ouve pode facilmente lembrar do rosto bonito e da voz adorável da mineira, mas jamais de poses e performances pubianas.

Formada por Fernanda Takai, Jhon Ulhoa, Lulu Camargo, Ricardo Koctus e Xande Tamietti, a banda de Belo Horizonte se mantém firme desde 1992 começando com Fernanda, John e Ricardo, Xande apareceu em 1996 e Lulu despencou no grupo em 2002. Quase vinte anos aturando as mesmas caras, os mesmos defeitos, as mesmas reclamações, é prova de que uma banda pode ser longeva e bem-sucedida se os atributos profissionais derem as mãos à amizade sincera. Antes que perguntem, Lulu Camargo não é um enxerto de Zezé de Camargo com Luciano. Cada nome é um link para a página pessoal de cada talentoso artista.

Sem medo de experimentações, seu sucesso mais recente é o álbum "Música de Brinquedo", cujo nome denota tudo: tem música feita com instrumentos musicais de brinquedo, que ficou bom o suficiente para eles perguntarem ao público qual a diferença. Se ficar bom, eles tocam sem demora.

Rotomusic de Liquidificapum foi o primeiro álbum, pela Cogumelo Records; daí vocês vêem o que é o Pato Fu. É Pop Rock na mais pura acepção da palavra. Eclético, simples e caprichado. Conspira a favor também a figura de Fernanda Takai., que começou a cantar na banda Data Venia, que durou de 1988 a 1992. A moça de beleza intensa e singela, voz materna e grande capacidade vocal, se notabiliza por concentrar seus esforços em seu talento, jamais tendo se envolvido em polêmicas fúteis às quais recorrem os artistas efêmeros e supérfulos, que somem sem deixar saudades nem entre seus fãs. Em 2001 figurou na lista da Times como uma das dez melhores cantoras do mundo. Sua filha com John, Nina Takai, colaborou em voz com o último álbum... Sim, desavisados, a moça é comprometida e o marido é bravo.

Em Made in Japan, Takai solta a voz em japonês e surpreende o público, mostrando porque a boa fama da banda é internacional.

A exemplo do Madredeus, o grupo une, mas não prende seus integrantes, o que os ajuda a se suportarem como uma família feliz.

Fernanda, musa e inspiração do quinteto, é também escritora e está no seu segundo livro (aqui): A mulher que não queria acreditar. O primeiro é Não subestime uma mulherzinha.

2 comentários:

Adriane Schroeder disse...

Essa experimentação com instrumentos de brinquedo ficou muito bacana mesmo!

Nanael Soubaim disse...

Eles não brincam em serviço, brincam com o serviço.