Porque eu abri a janela esta manhã e o dia estava cinza e chuvoso. É chato a gente se deixar influenciar pelas condições climáticas, mas acontece.
Porque não fica calor nunca nessa porra. Estou usando um casaco de lã. Em novembro.
Porque eu tenho um computador novo, mas gostava mais do antigo. Todas as minhas coisas estavam lá. Minhas músicas, meus textos, minhas fotos, meus e-books, meus emoticons.
Porque eu não consigo me livrar da bagunça que me assola. Minhas coisas passam três dias, quando muito, em ordem. No resto do tempo, tudo parece uma zona de conflito.
Porque, se alguém casar comigo, serei eu que deixarei toalhas molhadas em cima da cama e roupas usadas espalhadas pelo chão.
Porque eu reencontrei o tiozinho de cinquenta anos e ele me lançou olhares incessantes. Chega até a ser obscena, uma coisa dessas. Eu nem tenho mais idade para ser Lolita. Ele que vá bancar o Humbert Humbert em outra freguesia.
Porque eu li no jornal sobre os vinte anos da queda do muro de Berlim e me senti incontestavelmente velha.
Porque eu ainda não tive tempo de ir ao correio mandar o presente da Rafa. Daqui a pouco já é natal e eu ainda não mandei.
Porque daqui a pouco é natal. Porque existe natal.
Porque eu não consigo acessar a internet no trabalho. Isso me faz precisar ser mais criativa do que a população em geral, naquelas horas do dia em que não tem nada para fazer. Eu queria fazer nada igual a todo mundo.
Porque eu não sou casada com um aventureiro inglês, que me levaria com ele para países exóticos e distantes, como o Turcomenistão.
Porque eu não sou casada com um inglês comum, que me levaria para passar as férias nas Bahamas, usaria aquelas camisas ridículas de turista e ficaria queimado de sol já no primeiro dia. Tudo sem perder o charme.
Porque eu, provavelmente, nunca irei ao Turcomenistão. Nem casada, nem solteira. Não consigo sequer imaginar um motivo para ir a um lugar desses.
Porque estou sendo muito criativa no meu local de trabalho, escrevendo este texto à mão. Odeio a minha letra. Não consigo escrever em cima da linha, as palavras flutuam. Meu l minúsculo é do tamanho do e. Meu d parece um a.
Porque minha mãe disse que vai passar na tevê "aquele filme de vampiro, com aquele cara que vocês acham bonito". Minha mãe me tirando para adolescente que gosta de Crepúsculo!!! Me respeeeeeeite!!!
Porque daqui a pouco a expressão "respeite meus cabelos brancos" não vai ser só figura de linguagem.
Porque não consigo achar graça no Robert Pattinson. Ele tem cara de boneco de biscuit. Taí um inglês que eu não levaria para o Turcomenistão. Ou levaria e deixaria lá. Seria até um alívio para ele, acho. As turcomenistanas nem devem saber o que é Crepúsculo. Abençoadas sejam!
Porque eu passo o dia caindo de sono. Quando caio na cama, ele some. Evapora.
Porque eu não posso ler para chamar o sono. Acabo sempre envolvida com a história e quando percebo já são três da manhã. Tentarei "O Ateneu". NOT.
Porque eu tenho ideias geniais para novos textos, mas nunca consigo colocá-las em prática.
Porque eu nunca mais escrevi no meu blog, minha máquina fotográfica está sempre sem pilhas e eu odeio carregar guarda-chuvas.
Porque eu quebrei a porra da unha. Tudo culpa desse bando de puta invejosa, caralho! Quero que todas elas se fodam e vão pra puta que pariu! Tão pensando o quê? Se soubessem invejar direito, eu teria era quebrado a merda da perna, meu bem! [Ficou boa a minha imitação da Vani?]
Agora passou.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Quer saber por que eu estou assim?
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4 comentários:
Meldels, nunca vi a Debs xingando (não considero corniquengo um xingamento válido, hahahhaah).
Adoro o mau humor da Sacerdotiza.
Ri alto lembrando da Vani.
É a era glacial chegando.
HUIASHDIASDHISA
Me identifiquei de um jeeeeito! Principalmente na parte sobre Crepúsculo! :x
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