sexta-feira, 2 de julho de 2010

Muito além de Rammstein



Poucas culturas são tão ricas e tão desconhecidas no Brasil quanto a alemã. Decerto que cultura por cá nunca foi prioridade, mas já levo este factor em consideração. Quem conhece este blog desde o começo sabe o quanto prezo o carácter alemão e se lembra do texto (este) que fiz a respeito da pátria germânica, me desmanchando sem disfarces.

Quando se fala em música alemã, brasileiro logo pensa nas bandas folclóricas da oktoberfest ou em Rammstein (
aqui o blog deles). Quando pensa. À parte a compentência inconteste dos roqueiros, não é justo lhes cair sobre os ombros todo o imenso peso de uma cultura que surgiu na Índia e fez surgir os celtas. Pensando nisto, e em atenuar o texto anterior que deixou muita gente de cabelo em pé (impressionáveis) apresento mais um artigo musical. Apresento cinco representantes da música alemã contemporânea que agradarão aos leitores costumeiros.

Ich+Ich (leia-se: ich und ich) - Projecto pop de
Annette Humpe e Adel Tawil, agrada muito quem aprecia o rock dos anos 1980, especialmente quem imagina seus clipes feitos com a tecnologia do século XXI. Destaco as músicas Dämonen e Stark, a primeira com uma métrica excelente, cuja letra consegue ser longa sem ser cansativa, ainda mais com a fala rápida e quebrada dos alemães, a segunda é um tanto romântica e surrealista. Quem prestar atenção nas letras e na melodia, consegue memorizar em pouco tempo, mesmo não falando alemão. A página deles (aqui) é completa, até com fórum e lojinha. Tem cartão internacional e as contas estão em dia? Bom que estejam, ou não entre em "shop".

Rosenstolz - Dupla formada por
AnNa R. and Peter Plate que mescla muito bem o pop e o rock com o erudito, como em Amo Vitam. Esta cantada em latim e alemão, o que não é para qualquer um fazer bem feito. Angst é daquelas músicas que podem facilmente ser a música da vida de alguém, com uma fórmula simples e consagrada que faz ter vontade de abraçar alguém. Simplesmente lindo. A casinha deles na internet, aqui, é de um bom gosto raro.

Juli - Quinteto que pode ser visto como a versão teutônica de Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens um pouco mais malvada, capitaneada pela jovem Eva Briegel (
aqui). Am Besten Sein é para se cantar com fôlego e sem preguiça. Também tem toques oitentistas, mais para o limiar com os anos 1990. Característica presente em Warum, que mostra arranjos mais pesados, até certo ponto angustiante, nada que realmente incomode. Característica básica, eles cantam com alegria, aquela de quem escolheu a música para ganhar a vida e não para ter sucesso, este resultado do trabalho e da competência dos garotos. A home page aqui, com atalhos para perfis em redes sociais e tudo mais.

Laith Al-Deen- Quer dançar? Então o som é ele mesmo,
um cantor já amadurecido e ainda com o frescor da juventude na face. Augen segue a receita básica que agrada a garotada eclética, mas com o tempero clássico que os teutões colocam em tudo o que fazem. Não inventam, simplesmente fazem bem feito e não decepcionam nem a mim, que raramente gosto do estilo. Dein Lied se aproxima mais dos anos 1980, é mais para ser ouvida do que dançada, mas ainda assim é dançável, mas face a face. Uma palavra para resumir? Maduro, nada mais. O que pode ser sentido em Mit Mir, com arranjos vocais discretos, breves e muito bem aplicados. É como diz o ditado, "Não inventa, se inspire no oitenta".

Annett Louisan - A princesinha rebelde (home page aqui). Baixinha (para o padrão alemão), estilo camaleônico, jeito delicado e carinha de Lolita. Ela corta e pinta a madeixas sem dó. Tem uma voz muito juvenil e aveludada que envolve e dá vontade de adoptá-la, mas já é balzaquiana da antiga escola. Das Spiel é como uma valsinha pop meiga e singela,como o vídeo clipe, que se pode ouvir a qualquer momento com companhias de qualquer idade, desde que com bom gosto musical. Drück Die 1 é uma musiquinha grudenta e agradável, com humor à flor da peleÉ dela a versão em alemão de Thinker Bell, que executa com maestria e jeito de menina inocente...absolutamente falso. O olhar mostra o quanto é esperta, mas ela convence como criançona, provavelmente é uma. Comparações? Rita Pavone. Toda a melodia inata deste idioma fantástico fica evidente na voz dela. Ataca de sessentista em Sexy Loverboy, que corrói totalmente a aura de inocência de Thinker Bell. Preciso dizer que é das minhas preferidas? Não, ficou claro e inequívoco (downloads do próprio site dela aqui).
É muito assunto para pouco espaço, mas para quem se dispuser a seguir as muitas pistas (links) que deixei aqui, fica fácil encontrar mais. Agora volte ao início e vá dançar.

3 comentários:

Adriane Schroeder disse...

Ora... danço, desde que ninguém me veja... rsss!
Adorei!

Nanael Soubaim disse...

Este artigo está suscitando cousas que eu não queria ver à tona, mas terei que trabalhar. De qualquer forma, gostei de fazê-lo.

Adriane Schroeder disse...

Ah, e agora, a vontade de dançar ao som de música alemã está quatro vezes maior.. .ahahahha!
Go, chucrutes!