sábado, 25 de junho de 2011

Batman, o bat-grilo!

Batmóvel sem graça, mas muito eficiente.

Enquanto The Dark Knight Rises não sai, o morcegão ataca no teatro em Julho, na Inglaterra.

O último filme do Batman reabilitou o herói. O cavaleiro das trevas sofreu com roteiristas que fumavam cousas proibidas durante o trabalho, bem como directores que tinham uma paixão escancarada e arrebatada pelos vilões. No último o Coringa também brilhou como nunca, mas Bruce Wayne, que é o alter-ego de Batman e não o oposto, conseguiu ser um herói que preste, especialmente ao negar ao arqui-rival o que ele mais queria, que o matasse.

O próximo Batman, se vai prestar, eu não sei, sei que o morcegão do teatro virou bicho-grilo, ao menos (aqui) no batmóvel. Se parecendo muito com os carros futuristas dos anos trinta e quarenta, com formato de foguete, o bólido agora usa células de combustível à hidrogênio como fonte de energia. Extremamente discreto em relação ao trambolho de 2005, e pobre de estilo em relação ao belo batmóvel de 1989, ele levou apenas quatro meses para ser construído em fibra de carbono. Sim, é um tempo relativamente curto, de onde suponho ser um carro que passe desapercebido à noite, por sua simplicidade aliada ao preto fosco. Mas duvido que vá para a tela do cinema.

Já o novo filme do Batman é tão misterioso quanto seu protagonista, só sabe-se que está previsto para estrear em vinte de Julho de dois mil e doze (aqui). Christian Bale como Batman, Anne Hathaway como Mulher Gato, Gary Oldman como comissário Gordon, Michael Kane (vejam que cousa) como Alfred, Tom Hardy como Bane, Marion Cotillard como Marion Tate, Joseph Gordon-Levitt como John Blake, Hosh Pence como jovem R'as al Ghul, Morgan Freeman como Lucius Fox, Nestor Carbonel como o prefeito e outros personagens sem nome como Diego Klattenhoff e Daniel Sunjata. Direção de Christopher Nolan.

Chamou minha atenção a indicação de Anne Hathaway para Selina, a Mulher Gato. Ela foi protagonista em Diário de uma Princesa, de 2001, seu último filme é Amor e outras drogas de 2010. Ela é boa actriz? É. Ela tem um certo apelo? Tem. Então do que estás reclamando, seu escritor gagá? De nada, ainda não vi o resultado do filme. A questão é que Selina Kyle é uma mulher perturbada que vive entre dois mundos, pode ser generosa e altruísta como uma verdadeira heroína, que ela não é, mas sua capacidade de ser fria e cruél rivaliza com a do Coringa. Trata-se de uma personagem tão sombria e complexa quanto o próprio Batman, e tão fácil de ficar caricata quanto ele. Sua capacidade de sedução é animalesca, mas não é de seu feitio baixar o nível, não até ter a vítima sob seus encantos. Afinal ela foi criada em 1940, época das mulheres ostensivamente sedutoras, possivelmente inspirada nas pin-ups e na Dragon Lady, famosa nos quadrinhos de Terry e os Piratas, precisa manter a classe. Não rouba qualquer porcaria, rouba só o que lhe interessa, o crime é mais um estilo do que meio de vida. Só ela é capaz de fazer Batman de bobo, e ainda ser perdoada por isso. Selina também é órfã, mas ao contrário de Bruce nunca teve ninguém por si, e seus interesses são sua única causa perene; porque parece já ter desistido de um enlace com seu amor. Mulher Gato é a única vilã que sabe com certeza quem é Bruce Wayne. Talvez costume tentar matar Batman como uma tentativa de decidir em que mundo vive de uma vez, ele é o fio de decência moral que ela tem, mas é um fio forte e esperto demais para ser rompido.

Perceberam o quanto a personagem é delicada e fácil de ser estragada? Anne precisaria passar algum tempo em um manicômio judicial para incorporar Selina com perfeição. E, mesmo que charmosos, seus olhos tristonhos não corroboram. Qualquer filme que não mostre uma Mulher Gato poderosa e arrebatadora, não merece ir para a película. Agora, como eu passei de uma peça teatral para uma análise psicológica de uma super vilã? Não me perguntem, eu só escrevo.

2 comentários:

Adriane Schroeder disse...

Nada nesse mundo superará o Adam West.








Adooooro!!!

Nanael Soubaim disse...

Assim como nada no mundo supera Astaire, mas já não temos como vê-los nos papéis que abrilhantaram.