sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Os Três Mosqueteiros, à moda Júlio Verne


Saiu o trailer da nova versão do clássico "Os Três Mosqueteiros". (Omelete!)
O cenário é o mesmo, a França da Idade Moderna tiranizada por um cardeal ganancioso e inescrupuloso, que de "homem santo" não tem nem o branco dos olhos. O dito-cujo vê uma chance de tomar de vez o poder, atravéz de intrigas, usando a rainha como trampolim, mas tem no seu sapato quatro pedras: Logan Lerman (D'Artagnan), Ray Stevenson (Porthos), Luke Evans (Aramis) e Matthew Macfadyen (Athos). Os melhores espadachins do mundo, ao lado do Zorro, é claro. O jovem D'artagnan deseja se juntar aos três mosqueteiros do rei, demonstra talento, mas encontra alguma resistência. A necessidade, porém, faz o trio aceitá-lo e treiná-lo para que entre na equipe.

Até aí nada demais. Uma estória densa, cheia de nuances inteligentes, derivada da excelente literatura de Alexandre Dumas, que leva o espectador a um outro mundo. Só que o filme dirigido por Paul W. S. Anderson acrescenta uma pitada de alucinógeno. Fazem parte das cenas navios canhoneiros voadores, suspensos por imensos balões, bestas dobráveis, armas estranhas e dobráveis dotadas de molas (!), bombas que fazem lembrar aquelas bombinhas ambulantes do Super Mário Bros, lança-chamas mais potentes do que os de hoje, enfim, não sei o que eles beberam, mas o trailer ficou do balacobaco! O cenário com todo esse maquinário remete às obras de Júlio Verne, onde o roteiro bebeu fartamente.

 Nesta versão (em 3D) as mocinhas em seus imensos e pesadíssimos vestidos fazem malabares para escapar de armadilhas, cruzar espadas com mais de um oponente e fazer coreografias dignas de Matrix. Imaginem os mosqueteiros! Sim, Milady já era uma espoleta nos filmes antigos, neste está a própria Stephanie de Mônaco em versão espadachim.

As cenas em câmera lenta, que devem ser o maior manancial de sustos na telona em 3D, são de tirar o fôlego. Em 2D deve perder metade da graça, mas a trama fica intacta... Até certo ponto, porque se é difícil ser fiél a um livro no cinema, repaginando-o exige mais acrobacias da direção do que as cenas de luta e fuga da película.

Claro que com tamanha fartura de ação, o roteiro deve ter ficado mais para o lado, ou o filme precisaria ser uma trilogia. Lembremos de Guerra das Estrelas, que engloba uma "exalogia" para conciliar a ação e o conteúdo, e O Senhor dos Anéis, a trilogia recente de maior sucesso e já um clássico. Por isso aviso aos puristas que se dêem o direito de se divertirem um pouco, sem tanto compromisso com a trama quase jornalística do livro, ou procurem outro filme. A carinha de bebê de Logan, aliás, confronta ferozmente com a imagem do belo rapagão que os filmes mais clássicos exibiram de D'artagnan. E o visual meio dark dos mosqueteiros em nada lembra os uniformes vistosos a que estamos acostumados, mas reforça as cenas de ação com algo mais rústico e disposto a se ferir, tirando do espectador a peninha de ver um uniforme tão bonito sendo rasgado por espadas. Por isso vejam o trailer e decidam se realmente querem ver o filme, que estréia dia quatorze de Outubro.



E então, vale à pena ver uma repaginação do clássico ou não vale? Ah, vale, vá!

P.S: Minha amiga, freira anglicana e astróloga de confiança Patrícia Balan (aqui e aqui) disse que tem medo da combinação desse elenco.

3 comentários:

Adriane Schroeder disse...

Amo "Os três mosqueteiros".
Adoro a versão com Gerard Depardieu.

Nanael Soubaim disse...

Depardieu é uma instituição francesa em Hollywood, com todos os prós e contras pertinentes.

Adriane Schroeder disse...

sou totalmente apaixonada por ele. Ninguém jamais no mundo poderá fazer Obelix, orque Gerard É Obelix.