Martinho sulista de falas cortantes
Esvai suas agruras em linhas
Desfaz seus pesares lutanto
Revisita-nos de quando em quando
Relembrando sorrindo as rinhas
Por cousas já desimportantes
Quantas vezes mudaste de casa, ó, galego?
Quantas vezes te incomodaste com o de fora
Quando por dentro é que te negas o sossego?
As frias pradarias de betume que hoje percorres
Entre vales de pedra e vagalumes de fogo
Que buscas do que não te suprimos?
Se lutas em tatame contra os teus próprios limos
Se temes perder o que é somente um jogo
É porque te incomoda o que socorres
Até quando serás um cigano, ó, galego?
Pede ao Preto Velho um ponto de luz
Que te vendo aflito, também não temos sossego
Entre os ecos desta casa vazia
Tremendo ao frio que a lareira não debela
Recordo das brumas de promessas d'outrora
Quando não percebia o aproximar deste agora
Que tantos sonhos de então me cancela
Daquilo pelo que tnto fazia
Por que te negas o repouso, ó, galego?
Se mesmo o albatroz precisa pousar um dia
Não permita ser a liberdade outro apego
Hoje é aniversário do talicoiser desgarrado Eduardo Mendes, o Fio.
0 comentários:
Postar um comentário