sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Uma vida menos ordinária....

Uma vida menos ordinária, é o que eu queria. Uma vida em que eu pudesse levantar todos os dias e pensar que algo novo ia acontecer, que algo novo, e principalmente, BOM, iria ocorrer naquele dia.
Os famigerados leitores de livros de auto-ajuda (aka "O Segredo") vão dizer que eu posso fazer isso, mas depende apenas de mim fazer com que isso aconteça.

Caiam na real...

As melhores coisas boas que acontecem na vida acontecem por acaso (ou melhor dizendo, "no ASSIM CHAMADO acaso").
Todo mundo espera virar uma esquina e encontrar 100 reais no chão.
Acaba encontrando 5, ou 10... Mas isso já faz um dia mais feliz.
Todo mundo pensa em encontrar o amor da sua vida na próxima festa, ou no próximo ônibus, ou na próxima fila de supermercado.
Acabam encontrando na sala de espera do dentista, na fila da padaria, ou no posto de gasolina. Não que esse amor da vida dure pra sempre... Mas isso já faz o dia ficar melhor...
Todo mundo acredita que a vida vai melhorar...
Melhora, mas não tanto quanto a gente queria... Mas isso já satisfaz, e nos dá coragem e força pra continuar seguindo.

O que me chateia é que essas pequenas coisas que fazem a gente ter mais fé, mais vontade, mais dignidade, mais força pra continuar, acontecem muito pouco.
Pouco demais.

Às vezes penso que continuo vivendo por teimosia, muito mais do que por vontade...

Essas pequenas coisas são importantes, são o combustível, pra manter a gente caminhando sempre em frente...
Mas quando elas acontecem pouco, assim como o carro pode parar de andar, a gente pode parar de seguir em frente, também.

Aí sempre aparece aquele que diz "Não desiste, não... Segue em frente, que vai valer a pena..."

Algumas vezes, eu já me arrependi de dar ouvidos à essas pessoas... Embora, se não tivesse ouvido elas, não sei como a minha vida estaria agora...

Uma vida menos ordinária, é o que eu queria. É claro que eu não posso querer uma vida sem nenhum percalço. Mas que houvessem apenas algumas coisas pequenas no caminho, ao invés de apenas pedras, pedregulhos e rochas, e eu já seria mais feliz.


Até lá, eu espero aqui...

--§--

Este texto é apenas um desabafo. Voltaremos à programação normal em alguns dias.

12 comentários:

Melissa de Castro disse...

Edu, esse foi o texto mais lindo que você já escreveu por aqui. Lindo, lindo, de verdade! Um desabafo sincero. Parabéns, meu querido!

Davi Coelho disse...

Também JAH concordo que tenha sido o melhor texto Fiodorinno até aqui.
Mas não consigo concordar com essa filosofia de aguardar que as coisas aconteçam.

Melhor ser protagonista que espectador, meu velho.

=*

Frankulino disse...

O texto estava muibom mesmo... sincero... mas eu acho que não precisa aguardar que as coisas acontecem... por que elas acontecem o tempo todo... uma simples ida ao cinema com amigos... um show de graça da Rita Lee... A chave pra tudo é ver grandeza nas pequenas coisas...

Parece papo chato, mas é verdade. Não é todo dia que coisas extraordinárias acontecem, mas todo dia algo pequeno e bom acontece. Então... Se dermos valor as coisas pequenas e boas ao invés de nos lamentarmos por que as grandes não estão chegando seremos bem mais felizes...

Tipo é o que eu acho...




Gente, meu PC ficou bom sozinho... Viva!!!! Espero que amanhã ele esteja bem!

Edu disse...

E novamente, ninguem entendeu nada....

Anônimo disse...

Não se se o que eu entendi foi o que você esperava que eu entendesse, mais vá lá:
Hoje mesmo eu estava pensando cá com os meus botões se não criamos expectativas demais para as nossas vidas, e até onde a insatisfação vem de uma necessidade da própria pessoa, e não do que os outros esperam da gente.
Eu sempre fui do tipo que, quando se vê pensando "Êita, vida besta!", começa logo a analisar as opções do que fazer para desbestificá-la. Nem que seja admitir que tem hora que a vida é uma merda, e o melhor que posso fazer é boiar, em vez de afundar nela.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Melissa de Castro disse...

Desabafos não precisam ser entendidos, Edu. Nem interpretados.

Gabriel Leite disse...

Fiz um breve comentário sobre vocês (do Talicoisa) no meu blog. Não sei se vocês vão aprovar, mas de qualquer jeito... é publicidade. rs

Abraços

www.frenessibr.blogspot.com

Anônimo disse...

Eu tento criar o mínimo possível de expectativas, é até meio deprimente dizer isso, mas sempre fui assim.
Quando eu estou péssima, paro e penso que tudo poderia ser bem pior - e isso até que acaba funcionando, pelo menos me dá uma animada pra reagir.
Concordo muito com a última frase do Dave aí em cima, embora eu encontre algumas dificuldades em seguir isso...

Davi Coelho disse...

Pelo Amor de Yemanjá!
Ou eu devo ser uma completa mula [pq nunca entendo o que o Fio QUER DIZER] ou o Fio é que é pouco claro demais.

"Até lá, eu espero aqui..."

pfff

Fabiana disse...

Eu pensei que fosse um texto sobre o filme Por Uma Vida Menos Ordinária :P, conhece? é muuuuuito lega.

Mas sobre o teu texto, vou colocar aqui uma citação do Comte-Sponville:
"... Há o cansaço que se parece tanto conosco, que nos acompanha, que talvez seja apenas a própria morte que trabalha, que nos trabalha, ou a vida lentamente que se desgasta e que resiste... Quanta coragem nos terá sido necessária apesar de tudo! (...)Tantos gostos, tantos desgostos. (...) Amarga, efêmera: a vida mesma. Tudo que não é trágico é irrisório; é no que viver é trágico, é no que viver é irrisório, e esses dois gostos não param de mesclar-se, de associar-se, ora um dominando o outro, que o dominava um instante antes, ora fundindo-se nele a ponto de formarem apenas um... Viver é uma trajédia, viver é uma comédia, e é a mesma peça, e ela é bela e boa, em todo caso pode sê-lo, se sabemos vivê-la, se sabemos amá-la como ela é, e, aliás, não temos escolha. Cumpre amar a vida como ela é, ou não a amar. (...)

A realidade é pegar ou largar. A vida é pegar ou largar. E largá-la é pegá-la ainda, ao menos uma última vez, como pegá-la é apenas ainda uma maneira de largá-la... Aquele que só amasse a felicidade não amaria a vida, e com isso se proibiria de ser feliz. O erro é querer selecionar, como nas prateleiras do real. A vida não é um supermercado, cujo os clientes seríamos nós. O universo nada tem para nos vender, e nada diferente para oferecer senão ele próprio - nada diferente para nos oferecer senão tudo.

Para quê? Não há resposta, e isso suprime a pergunta. Mas a vida não. Mas o prazer não. Mas a felicidade não, quando ela está presente. Que felicidade? A única que resta, fora a fé. Aquela que só encontramos com a condição de renunciar a ela. Aquela que não se possui. Aquela que só se dá no movimento de sua perda, como um amor liberto do amor, como uma alegria liberta do medo, liberta - como diria Spinoza - da esperança e do temor."

Luna disse...

Eu acho que grande parte das coisas dependem da gente, sim. Ninguém mais pode dar um jeito na nossa vida, só a gente. Até por que, quem é que se importa conosco?