Era comum vermos anúncios afirmando, como o sabonete Lever: nove entre dez estrelas usam.
Na época, o sabonete era um item relativamente raro, como o autor do texto citado no linque afirma.
Esse tipo de publicidade veio influenciando por uma leva gigantesca de tantos outros. Certamente o sabonete não foi o primeiro a usar as personalidades de Roliúdi como garotos-propaganda.
Atualmente, a tática do "nove entre dez usam" está presente em toda parte, bem como sua irmã gêmea, a do fulano-de-tal usa: pessoas tidas como famosas se apresentam vendendo todo tipo de badulaque.
Uma das propostas de propaganda neste sentido mais antigas a que tive acesso também se refere à higiene e limpeza, como a representada acima, à direita, de 1899.
Em uma remissão ao poema "O fardo do homem branco", que abordava, entre outras coisas, o dever de levar a "civilização" - aqui representada pela higiene - ao "bárbaro mundo lá fora". É interessante observar as vestes do personagem apontado, o estereótipo do branco civilizador e talicoisa, numa associação ao momento histórico da época.
Mas algo que sempre me perguntei foi se realmente essas pessoas usam ou não tais produtos. Personagens fictícios - como os de histórias em quadrinhos e desenhos animados, estereótipos como o "branco civilizador", figuras tiradas de filmes ou da literatura, personalidades históricas e famosos (ou quase). Até mesmo ideologias são usadas pela boa e velha propaganda.
Uma coisa de que tenho certeza é que nove entre dez "famosos" que dizem usar um produto X talvez não o usem nem mesmo na propaganda. Igual naquela famosa briga por causa de uma marca de cerveja, em que todo mundo sabia que o garoto-propaganda sequer "experimentava" o produto.
2 comentários:
O que a Mirtes quer saber é: Se eu usar aquele sabonete da Ana Paula Arósio, eu vou ficar igual ela, nêga?
Ahahahaha, verdade.
É o que a propaganda tenta induzir.
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