Um pequeno dado sobre mim: odeio calçado novo.
Não que eu seja um desses novos hippies "parem a globalização", mas o fato é que eu odeio aquele período de adaptação, meu pé parece rejeitar aquele yuppie novato e clamar por seu antigo companheiro de caminhadas.
O lado bom disso é que eu passo um bom tempo usando o mesmo tênis... Ah, vai! Na verdade, eu passo um boooooooooooooooooooom tempo usando o mesmo tênis, até que ele comece a descosturar (pelo menos isso). Minha mãe se desespera, diz que eu fico parecendo um mendigo, mas o que eu posso fazer se o tênis alargado é mais confortável, se eu gosto de ficar tirando e colocando o pé sem precisar tirar todas as amarras? Pra mim, calçado novo = espartilho.
Anyway...
Estava eu no banco de trás do ônibus, com meu já gasto Addidas, logo após cansativos SEIS HORÁRIOS DE AULA, com olhar cansado e aparência totalmente desgrenhada, quando entrou um desses filhinhos de papai que estudam no CEI e que nunca andam de ônibus desacompanhados (se é que ao menos já entraram num transporte público) e sentou ao meu lado.
Logo que percebeu que estava ao lado de um largado, contraiu-se completamente, assumindo postura típica de quem está tenso. O cara olhava insistentemente para meus tênis, como se os coitados arquejantes fossem pular nele e gritar "Assalto!".
Um lugar ficou vago ao lado de um cara bastante bem vestido sentado próximo ao meu assento, mas a etiqueta (acho eu) não permitiu que o garoto corresse pra lá.
Depois que cansei de observar aquela cena, puxei minha bolsa no intuito de pegar algo pra ler. O movimento foi brusco e fez com que um dos livros que estou lendo voasse da minha mochila. Voou o livro, pulou o garoto. O medo de um assalto o fez correr e sentar ao lado daquele cara que eu julgo ser um executivo.
Páginas depois, vejo o homem de terno descendo apressadamente do ônibus e correndo em direção à escuridão (sempre quis usar essa frase).
Executivos... sempre apressados...
Mas não! O garoto tá chorando e...
Ah! Meu! Deus! Ele foi assaltado! Pelo cara de terno e sapato bonitinho! Pelo o que consigo entender (ele fala igual a Chiquinha quando está chorando), o bandido falou "Perdeu preiboi" (odeio essa expressão) e walked away igual na música da Amy.
No começo tive pena do garoto, muita pena. Talvez aquela tivesse sido uma tentativa de mostrar ao pai que ele não precisava de tanta proteção, e talvez ele desenvolva síndrome do pânico por causa disso... Sem contar que a proteção do pai vai dobrar!
Mas depois fiquei pensando no quanto tudo aquilo foi irônico... Ele ter pensado que EU (um blogueiro desapegado das coisas materiais - tá, isso já é mentira.) o assaltaria... Ambos terem achado que o cara era um executivo...
Depois comecei a pensar no quanto essa situação dava um post...
Agora comentem...
Não que eu seja um desses novos hippies "parem a globalização", mas o fato é que eu odeio aquele período de adaptação, meu pé parece rejeitar aquele yuppie novato e clamar por seu antigo companheiro de caminhadas.
O lado bom disso é que eu passo um bom tempo usando o mesmo tênis... Ah, vai! Na verdade, eu passo um boooooooooooooooooooom tempo usando o mesmo tênis, até que ele comece a descosturar (pelo menos isso). Minha mãe se desespera, diz que eu fico parecendo um mendigo, mas o que eu posso fazer se o tênis alargado é mais confortável, se eu gosto de ficar tirando e colocando o pé sem precisar tirar todas as amarras? Pra mim, calçado novo = espartilho.
Anyway...
Estava eu no banco de trás do ônibus, com meu já gasto Addidas, logo após cansativos SEIS HORÁRIOS DE AULA, com olhar cansado e aparência totalmente desgrenhada, quando entrou um desses filhinhos de papai que estudam no CEI e que nunca andam de ônibus desacompanhados (se é que ao menos já entraram num transporte público) e sentou ao meu lado.
Logo que percebeu que estava ao lado de um largado, contraiu-se completamente, assumindo postura típica de quem está tenso. O cara olhava insistentemente para meus tênis, como se os coitados arquejantes fossem pular nele e gritar "Assalto!".
Um lugar ficou vago ao lado de um cara bastante bem vestido sentado próximo ao meu assento, mas a etiqueta (acho eu) não permitiu que o garoto corresse pra lá.
Depois que cansei de observar aquela cena, puxei minha bolsa no intuito de pegar algo pra ler. O movimento foi brusco e fez com que um dos livros que estou lendo voasse da minha mochila. Voou o livro, pulou o garoto. O medo de um assalto o fez correr e sentar ao lado daquele cara que eu julgo ser um executivo.
Páginas depois, vejo o homem de terno descendo apressadamente do ônibus e correndo em direção à escuridão (sempre quis usar essa frase).
Executivos... sempre apressados...
Mas não! O garoto tá chorando e...
Ah! Meu! Deus! Ele foi assaltado! Pelo cara de terno e sapato bonitinho! Pelo o que consigo entender (ele fala igual a Chiquinha quando está chorando), o bandido falou "Perdeu preiboi" (odeio essa expressão) e walked away igual na música da Amy.
No começo tive pena do garoto, muita pena. Talvez aquela tivesse sido uma tentativa de mostrar ao pai que ele não precisava de tanta proteção, e talvez ele desenvolva síndrome do pânico por causa disso... Sem contar que a proteção do pai vai dobrar!
Mas depois fiquei pensando no quanto tudo aquilo foi irônico... Ele ter pensado que EU (um blogueiro desapegado das coisas materiais - tá, isso já é mentira.) o assaltaria... Ambos terem achado que o cara era um executivo...
Depois comecei a pensar no quanto essa situação dava um post...
Agora comentem...
4 comentários:
Tenho o mesmo problema que vc com sapatos, Frank.
Especialmente com tênis.
Bem, o moleque é idiota mesmo.
Mas bandido de terno e gravata, eu achei que só tinha em Brasília.
Fio, isso não é problema... é uma grande alma anti-assalto... quem vai roubar uma pessoa de tênis e bolsa (também sinto o mesmo em relação às bolsas) fudidos?
Sim, há a modalidade de assaltantes bem vestidos...
Também sou a favor do tênis velho. Bem mais confortável.
Hoje em dia não existe mais isso de gente mal-vestida assaltando. Eles se arrumam bem, pra não levantar suspeitas...
é, Dé! o assaltante pode sim vestir prada...rss... péssimo trocadilho...
Dé, faz a resposta a esse texto... tipo aquele outro meu... Poderia ser legal, mesmo!
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