Eu, rindo desesperadamente na fila do banco. O senhor na minha frente quis saber a razão.
- O que se passa?
- Aquela coitada ali que já está a ponto de entrar pelada na agência e o detector de metais continua acusando.
(A essa altura ela já estava tentando enfiar um guarda chuva desesperadamente numa dessas caixas esquisitíssimas, portadoras de traquitanas metálicas)
- Pois é! E os assaltantes entram na maior facilidade.
- É verdade...
- Eu mesmo já entrei com arma aqui várias vezes.
(Essa foi a hora que eu fiquei ligeiramente tenso)
- Ah é? *glup* O senhor trabalha com segurança?
- Não, não. Mas mesmo assim.
E a porta: Piiii Piiii Piiii
- O que se passa?
- Aquela coitada ali que já está a ponto de entrar pelada na agência e o detector de metais continua acusando.
(A essa altura ela já estava tentando enfiar um guarda chuva desesperadamente numa dessas caixas esquisitíssimas, portadoras de traquitanas metálicas)
- Pois é! E os assaltantes entram na maior facilidade.
- É verdade...
- Eu mesmo já entrei com arma aqui várias vezes.
(Essa foi a hora que eu fiquei ligeiramente tenso)
- Ah é? *glup* O senhor trabalha com segurança?
- Não, não. Mas mesmo assim.
E a porta: Piiii Piiii Piiii
Duas senhoras na rua.
- O pior Satanás é aquele que sai da igreja!
- É o pior diabo mesmo...
- E ainda era obreiro, um infeliz desses.
As mesmas senhoras passando por uma banca de CDS piratas.
“Música” tocando em altíssimo volume: “Quem vai querer a minha periquita, minha periquita, minha periquita...”.
- O diabo é quem vai querer, sua égua!
- Num tem nem vergonha, um traste desses.
- Eu não sei é como ainda vende, uma imoralidade dessas.
Um casal no ônibus.
- Ele já disse que mata ela, se ela for embora de lá.
- Mata naaaada.
- Num mata??! Mata sim, meu filho. Esse Geruso é louco. Ainda mais quando ele ta com umas duas na cabeça...
- Ta vendo no que essa doida foi se meter? Eu nem ligo!
Ainda no ônibus, uma senhora em pé e um rapaz sentado.
-Ela: É do mato! Num to te dizendo? Ela não fala com ninguém. Só vive trancada! Eu não quero uma nora assim!
-Ele: Ela é toda encabulosa mesmo...
-Ela: Agora Francisquinha não! Ela fala com todo mundo, é prendada... É uma simpatia essa menina!
-Ele: É, mas o Edmundo gosta é da do mato.
-Ela: Ô cruz, meu filho! Não serve nem pra lavar uma louça.
-Ele: (risos) A senhora ta arranjada!!
Fila de sorvetes, McDonald’s.
- Gente, é uma palhaçada isso aqui!
- Tu vai tomar o que?
- Não é disso que eu tô falando, Clarissa.
- E do que é?
- Dessa demora, gente! Quando não é um, é outro. Quando não tem fila é porque tá quebrado.
- Amiga, tá com fome, a fila é ao lado. Sorvete não enche o bucho.
Esse post é dedicado ao meu camarada Duílio, que foi quem me ‘infectou’ com essa mania de ficar ouvindo conversas alheias.
(Dave Coelho está viajando, mas este texto é dele! Eu que escolhi, porque adoro ouvir conversas por aí...)
4 comentários:
Adorei as velhinhas!
Adorei tudo!
Principalmente a tensão na fila do banco.
Eu também adoro ouvir a conversa alheia. Todo jornalista é mexeriqueiro, não tem jeito. São ossos do ofício. =P
Também gostei mais das velhinhas. Elas têm uma vibe meio Frank e Luna...
E a música da periquita também tá fazendo sucesso por aí, é? Achei que essas tristezas não iam muito longe não...
Muuuuiito engraçado!
:D
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