Se tem uma coisa que eu acho previsíveis são as reportagens para TV. Sério mesmo que tem gente que faz uma faculdade de jornalismo para trabalhar no meio? Se é verdade, deve existir também uma cadeira obrigatória para fazer perguntas idiotas e comentários mais idiotas ainda. Até imagino o título da disciplina: "Entrevistologia imbecilizada e comentarologia acéfala".
Assim, imaginemos como seriam distribuídos alguns dos temas da dita-cuja.
Módulo I - as desgraças
Hiperbologia: Como fazer qualquer evento parecer infinitamente mais terrível do que é.
Aplicabilidade do conceito: a questão "Como [você/o sr./a sra.] se sente agora que sua vida perdeu totalmente o sentido?" . O comentário: "Essa é uma das muitas tragédias que tem se abatido sobre [local enfocado] nos últimos tempos".
Módulo II - as alegrias:
Megalomania demagógica com ênfase em pieguice: Como dar ao evento uma dimensão universal. Aplicabilidade do conceito: a questão "Como [você/o sr./a sra.] se sente neste momento tão [adjetivo megalômano/demagógico/piegas] da sua vida?". O comentário: "Esse é um exemplo de como nós [brasileiros/humanos/etc] podemos mudar o mundo [ou encarara a vida de forma positiva, ou outro desfecho no gênero]".
Módulo III - campeonatos:
Obviologia ululante com ênfase em incitação à violência (nas formas disfarçada e escancarada). Como usar os módulos I e II numa só reportagem. Aplicabilidade do conceito: a questão "Como [você/o sr./a sra.] se sente agora que seu time [caiu para a série B/foi campeão depois de tanto tempo/etc]? E agora, como será sua relação com seu rival?". O comentário: "A torcida pintou de
[cores óbvias do time] o/a [cidade/estado/país], e sua festa entrou madrugada adentro, dando muita dor de cabeça aos adversários".
Crédito especial: elaborar questões/comentários que façam parecer que não se incitou a violência, mas colocando em evidência todas as reações desse gênero, aliviando com reportagens engraçadinhas de rivais se provocando "amistosamente".
Em todos os casos, deve-se utilizar das várias formas possíveis aos conceitos-chave.
Ao lado, o lendário All Jaffe, que destruía perguntas imbecis.
3 comentários:
Como a Mad vai se virar quando Al Jaffe morrer?
Não vai se virar, a revista não é boiola;
Simples, vai aproveitar que os leitores têm QI de ameba e reciclar todas as piadas velhas;
Na verdade ele já morreu de um ataque de caspa, quem assina as piadas é Elvis Presley.
Adoro!
E voltamos à programação normal. Ninguém nos lê ou nos comenta a não ser nós mesmos, Nanael...
:/
Vão acabar pensando bobagem. Para piorar, tem a família me atrapalhando as publicações.
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