domingo, 27 de dezembro de 2009

Rosinha não, mamãe!!!


É consenso que o rosa já teve seu apogeu, e que durou bastante. Mas hoje a cor vive um paradoxo, é oferecida aos borbotões para o público feminino, vendendo a contento, mas grande parcela deste mesmo público o rejeita com ódio hepático. Tem gente que compra a bola da Barbie só para poder chutá-la todos os dias sem arcar com a compra diária de uma boneca nova, não somente pela onda anti-americana que ainda tem eco, mas porque poucas cousas são mais cor-de-rosa do que o mundo desse brinquedo... Talvez a Penélope Charmosa, mas só agora ela está sendo revigorada.

Algumas empresas exageram, oferecendo artigos nas cores rosa e roxo exclusivamente para as mulheres. Neste ponto, estou de acordo com as mais exaltadas, pois além de discriminar os meninos, que não têm artigos que possam chamar de específicos, fica a impressão de que o mundo de uma mulher é e deve continuar a ser rosa. De facto deprimente. É querer ver um cantor cantando vinte e quatro horas por dia, ad infinitum.

Mas a concordância acaba aqui, porque rosa e azul são sim as cores da mulher, simplesmente porque as mulheres são de sua própria concepção, superiores aos homens. Confusos? Explicarei os motivos, mas não asseguro que ateus e crentes radicais vão gostar, provavelmente não, pois tratarei de espíritos superiores e afins.

Rosa não simboliza o amor puro, é a cor que emanam os que já compreendem e detém o amor puro, que é algo muitíssimo acima da condição humana. Azul claro é a aura de criaturas absolutamente serenas e equilibradas, o que também está além de nossas parcas capacidades. Por isto os espíritas mais eruditos e humildes (raríssimos) aconselham as mulheres a usarem combinação de branco com azul ou rosa na indumentária. Uma mulher precisa do homem apenas para se reproduzir e tem certeza de sua maternidade; o homem depende da mulher para se reproduzir, sobreviver ao primeiro ano de vida, garantir a segurança dos filhos e, principalmente, só com o advento da genética pôde ter certeza da paternidade... Se o médico não for muito amigo dela, claro.

A tal “revolução sexual” marcou o declínio da ligação entre o feminino e a cor rosa. Por uma imbecilidade extraordinária que só nós homens somos capazes de executar a contento, o azul (filtro e protetor espiritual, entre outras propriedades) foi tomado das mulheres, que ficaram só com rosa e branco. Essa mesma estupidez nos fez colocar o sistema nervoso periphérico acima do central, fazendo com que a brutalidade tomasse o trono do intelecto... Só assim para membros flácidos do nosso gênero se sentirem superiores às suas esposas. Com isto, a mulher e tudo o que lhe diz respeito passou a ter papel secundário nas sociedades pós-atlânticas. Com o rosa não foi diferente, passou a simbolizar (mentirosamente) fraqueza e submissão, o que o mulherio ávido por liberdade e dignidade não poderia nem deveria tolerar.

O problema é que muito dos conhecimentos que incomodavam a sociedade mais machista da nova história, a romana, foi extirpado de textos sacros e proibido, incluindo a ciência das luzes e suas cores. As mulheres da sociedade cética da América do Século XX não tinham, então, noção de alguns erros que cometiam. Elas queriam se igualar aos homens, sem saber que isto as rebaixava, embora o materialismo reinante faça parecer o contrário. Uma mulher que saiba conduzir deu lar como as ancestrais faziam, não usando o amor pelos filhos para privar-lhes das conseqüências de seus actos, sabe conduzir uma empresa muito melhor do que um homem. A última crise é só uma amostra do estrago que a competitividade infantil e irresponsável, inerente à fraqueza masculina, é capaz de fazer ao mundo. Para eles tudo se resume ao desafio e ao gozo de humilhar alguém, se fosse só dinheiro o comportamento seria mais comedido. É falsa a premissa de que o mais forte sobrevive, as ossadas dos tiranossauros e a proliferação dos mamíferos são provas.

Alguns me perguntarão, então, por que Jesus veio como homem? Simplesmente porque Ele não é idiota, sabia que ninguém daria ouvidos a uma mulher. Ele fez o que era possível, não o que queria fazer. Mas fez tudo o que a masculinidade da época condenava, certamente muitos devem tê-lo achado afeminado por não ter se casado nem empunhado armas nem mesmo para defender sua carne e, principalmente, amou como poucas mulheres (e quase nenhum homem) são capazes.

Por tudo o que disse, afirmo que uma mulher que exagera no feminismo, se torna tão machista quanto os homens que diz combater, pois quer privar as outras de sua feminilidade. Não foi à toa que Mário Covas, no auge da ditadura, convocou as moças a boicotarem os militares nos bailes, ela sabia o que estava dizendo e da tragédia interna que isto causaria nas forças armadas. Ele e todo aquele com um átomo de sabedoria sabe, é o comportamento feminino que impulsiona e sustenta o mundo, que dá as ordens aos músculos dos homens, que é a mulher feminina (não confundir com afetada) com seu comportamento cor-de-rosa, a única força capaz de fazer um guerreiro chorar feito criança. Uma mulher que luta por poder corre atrás do que já tem.

O ceticismo criado pelo fanatismo misógino nos custou caro, mas tenho esperanças e apelo às moças que não se neguem para si mesmas. Nem tudo o que é do tempo da bisavó é ruim. É a capacidade de adaptação que elas tentaram transmitir às descendentes, não a força bruta, que garante a sobrevivência da espécie. Assim como os maus proliferam na omissão dos bons, é por querer trocar o rosa pelas conquistas que a selvageria do capitalismo fugiu às rédeas. Promiscuidade, queridas, não é conquista, é uma fraqueza masculina, que vive a repetir que a carne é fraca e mesmo assim faz suas vontades. Não se troca uma virtude por um mérito, este é conseqüência dela. Ser delicada e fazer uma tropa de marmanjos tremer nas bases é o que uma mulher faz de melhor, caso se permita.

Usar rosa não faz nada cair, não causa problemas de saúde e não abrevia a vida. Se alguém se afastar de ti por causa de uma peça rosa, então não merece a tua amizade. Não se limite a uma cor, mas também não se prive dela. Não foi o homem que inventou as cores e suas propriedades, estas já existiam antes da humanidade e continuarão existindo quando outra espécie nos suceder. Não será um vestido cor-de-rosa que vai te fazer de capacho para alguém, isto é trabalho para a auto-estima. Nem mesmo uma farda ajuda quando não se tem amor próprio, culpar e politizar uma cor é no mínimo infantilidade.

Para finalizar, algo que os especialistas já perceberam: Não é Barack Obama que manda nos Estados Unidos, é Michelle Obama. Por isto está dando certo. Ela não precisa do título, ela tem o poder.