Quarta-feira passada, numa eletrizante partida, o Internacional perdeu a Copa do Brasil. O Corinthians venceu o campeonato. Mesmo assim, teve festa. E ela foi azul.
No dia seguinte, Grêmio e Cruzeiro se enfrentaram, buscando uma vaga na final da Libertadores. Grêmio perdeu. Mesmo assim, teve festa. E ela foi vermelha.
Durante o resto da semana, pessoas teorizaram. Os torcedores de ambos os times, assim como gente que detesta futebol e gostaria de dormir numa hora decente, tentaram achar explicações para o fato de alguém soltar foguetes, buzinar e gritar. Não pela vitória do seu time, mas pela derrota do adversário.
Falou-se em perda de tempo, falta de vergonha na cara, falta de noção, vagabundagem (soltar fogos depois da meia-noite seria sinal de que o Fulano que fez isso não precisa acordar cedo no dia seguinte). Falou-se também em recalque e falta de espírito esportivo.
Todas as alternativas anteriores podem até estar corretas, mas o povo especulador esqueceu de um fato: a rivalidade futebolística. Internacional e Grêmio foram rivais a vida inteira e nunca deixarão de ser. E rivalidade é isso mesmo: não basta ficar feliz com as conquistas do seu time, nem sofrer com as derrotas dele. É necessário, também, comemorar as agruras do seu adversário e morrer de inveja com as suas conquistas. Desde que a coisa não vire Maragatos X Chimangos, está tudo bem.
No meio de teorias, jogos e derrotas, a história terminou assim: ninguém ganhou nada, mas todo mundo comemorou. A bola continua sendo redonda e os teóricos que levam tudo a ferro e fogo continuam sendo chatos.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
O Vermelho e o Azul
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5 comentários:
Ameiiiiiii essa tua frase "os teóricos que levam tudo a ferro e fogo continuam sendo chatos". Amei o texto!!!!
cada um tiro sarro de otro...mas ninguem levou nada rsrrs
Eu sou um chato pragmático.
Low speed. Estamos novamente devagar.
Só ligo pra futebol na Copa. O time pelo qual eu tenho certa afeição só faz perder, é complexo torcer desse jeito.
Acho um saco as pessoas se importarem tanto com isso, mas cada um com suas paixões. Fazer o quê, né...
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