Mostra-me em teu vôo
tua liberdade;
eu te mostrarei, em teus limites,
a minha prisão.
Canta sem motivo,
num dia chuvoso;
eu te mostrarei minhas lágrimas,
num dia pleno de sol.
Faz-me o desafio de ganhar o céu,
eu te responderei, da minha gaiola,
que aqui tenho, pelo menos,
comida e água.
Rebelde, em acrobacias tentas seduzir-me,
mas tenho os pensamentos presos à terra,
os pés bem plantados no poleiro.
Eu posso gritar minha mágoa
e mostrar-te que também não és livre:
teu limite é a tua asa,
o teu vôo, meu cárcere,
minha lágrima, tua culpa,
meu protesto, teu julgamento.
Vai e voa!
E mostra-me que talvez valha a pena
ter a prisão que tens.
Vai e canta!
E diz-me que teu canto é tua arma
e que meu medo é a tua alma
e que eu também posso ser
um pouco como tu és.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Pássaro*
"O teu vôo, meu cárcere..."
* Texto da Dri, que está impossibilitada devido a vecchiaglia avançada. Esclerose múltipla ou Alzheimer são aguardados para os próximos meses.
Postado por Edu às 12:44
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4 comentários:
Amo você, Fio!
Com ou sem minha idade avançada... rss
Alça teu vôo e caminha para longe, logo alí, voa um metro de Natal à Portugal. Viagem de criança que não tem idade.
Estamos devagar, muito devagar.
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Sheila Smart
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