Descemos a rua, engasgados. A calçada era mais cinza e os carros passavam mais rápido. Não sei se garoava. Ela, que nunca gostou de andar, caminhava comigo naquela noite. Era preciso. Ela me deu o braço e eu quis ter de novo 10 meses de idade e caber no seu colo. Não podia: ela caminhava comigo, mas o caminho era meu.
Ela me deixou chorar, só naquela noite. Eu tinha que acreditar na existência dourada do sol, mesmo que em plena boca nos bata o açoite contínuo da noite. E se lutar contra os moinhos é inevitável, eu decidiria como enfrentá-los: estavam em mim.
Cada um dá o que tem, ela diz sempre. E me mostrou o quanto tenho. O caminho é meu, mas andamos juntos, a cada dia. Ela me deixou chorar, mas só naquela noite.
(Na foto: Mamãe, Vovô e eu, Outubro/82. No texto: Mamãe e eu, Outubro/06.)
8 comentários:
Um Elmo-bebê!
Awnnn!
E ele era tão fofinho de pequeno, né?
Depois cresceu, virou essa desgraça...kkkkk
Brincadeira, meu querido...
Lindo texto, parabéns!
simplesmente maravilhoso seu texto. Parabéns galera vcs esta semana foram maravilhosos
Muito poético, Fabio!
(HAHAHAHA, parece um comentário de uma certa pessoa... Mas não é ele, sou eu!)
O texto ficou ótimo, Fabio!
(De novo!)
Texto número 5!
Gostei muito, senhor Fabio!
Parabéns!
É mesmo! Número cinco! Passou o odu!
Des-ODU-zado! Cinco na cabeça! Depois dessa, só falta o dedo do Lula brotar de novo.
Que bom que vocês gostaram do texto. Quis mostrar a cumplicidade que tenho com mamãe (e a chamo assim mesmo). E não só falar da situação em si. Isso é ooooutra história!!!
Beijo-os!
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