... ou como ver sua dignidade descendo pela descarga.
Nos idos de Novembro/2006: 3 dias de preparação, sem laticínios, grãos nem corantes vermelhos (ou seja, pode água, oxigênio e gelatina de abacaxi). As últimas 12 horas de jejum COMPLETO, COMPLETINHO. Um litro inteiro de uma gororoba chamada Manitol pra ser tomada em meia hora (pra uma última lavagem interna - de você e do vaso sanitário). O troço é mais doce que batata doce e deixa a boca seca. Mas não pode tomar água. O jeito é bochechar água gelada e cuspir, com muita dó, o sagrado líquido deliciosamente insípido, inodoro e incolor. Dos 98% de água que compõe meu corpo, uns 30 foram pelo cano, literalmente. Quem cunhou a expressão "tô cagando e andando" devia estar em pleno preparo para uma colonoscopia e teve de se ausentar do banheiro. Porque não dá (eu quendo eu digo não dá, é porque NÃO DÁ) pra sequer se levantar do trono.
E claaaro que ao chegar na clínica vai se esperar duas gerações e mais uma Era Glacial pra entrar na sala. E eu lá, bochechando água, na tentativa de convencer meu corpo a não entrar em desidratação. Nesses momentos a gente nem se importa com a camisolinha azul claro de hospital (aquela aberta atrás... e tudo fez sentido nesse momento!). A picada no braço é um cafuné, se pensar que seremos reidratados depois de horas de jejum e caganeira. Aquele soro geladinho entrando pelo braço foi mais refrescante que a coca-cola mais gelada na praia mais escaldante.
Percebi que o sedativo já fazia seu trabalho quando resolvo comunicar ao médico, sem qualquer pudor (com a bunda de fora, quem o teria?): -"Sabe, Doutor, não sei se estou completamente... er, vazio, sabe?" A resposta veio com um sorriso: -"Não se preocupe, a máquina tira!" Meu comentário confirmou a eficácia da dopagem: -"Pô Doutor, e o senhor nem me paga um drinque antes?" Graças a Deus o sedativo aí tratou de me apagar e só acordei no carro, quase em casa. Do exame mesmo, nada me lembro.
Dias depois, na sala do Gastro. Ele checa o laudo. Analisa as imagens mais íntimas que alguém já produziu de mim (e não estamos falando de sentimentos). A sentença? -"É Fábio, não deu nada!" Nada. Nem uma lombriga dando tchau pra câmera. Mas fiquei com fotos bacanas do meu intestino. Semana que vem eu mostro aqui!
10 comentários:
Ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra, ra... Jerry Lewys em sua melhor forma.
Meu médico pediu para eu fazer esse exame. Eu disse que mánemorta faria. E não fiz mesmo. Deus me livre e guarde!
Eu tenho medo de exames e medo da paixão do Fabio por eles. Que coisa, rapaz! Mas é o que eu sempre digo: o humor nos salva!
Mel, vai sem medo, mulher! Eu ACHO que o médico que fez o meu exame tinha olhos azuis, quer o telefone?
Fábio, tá querendo me desencalhar, é? Eu dispenso esse seu médico, viu. Não sei se me daria bem com uma pessoa que... er... vê as pessoas de uma maneira tão profunda... =P
Magina!!! É só pra ter um estímulo a mais...
O incômodo é a preparação. Porque o exame em si, é mais tranquilo que endoscopia, que dá enjôo depois né?
Cara, estou prestes a ser introduzida por um corpo estranho, e lendo tudo isso, estou escrevendo com os olhos cheios de lagrimas de tanto rir.
adorei
, estava precisando mesmo dar umas risadas, valeu...
marta
Meu Amigo,
Tô fudido, ou melhor, vão me fuder depois de amanhã.
Puta que pariu.
Abraços,
Sérgio Torres
sexta eu vou ver a mangueira entrar..., vou imprimir isso e entregar para os que estiverem lá na sala de espera.....
Estou aqui sentada na privada já caguei
Tudo que tenho é não consigo levantar mas tô dando risada com este blog
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