quinta-feira, 17 de abril de 2008

A elegância é silenciosa

Os ossos do ofício às vezes trazem coisas interessantes para nossas vidas. Ontem, por exemplo, tive que cobrir uma palestra realizada no Senac até às 22h. Mas não pensem que eu fiquei triste ou revoltada e arrancando os cabelos. Não, eu me diverti horrores. A palestra foi sobre um novo curso desenvolvido pelo Senac para as pessoas aprenderem sobre a etiqueta em eventos. Não, não é etiqueta de roupa, aquela que incomoda e a gente sempre corta. Não, é etiqueta de comportamento, seus brutos.

Enfim, o palestrante foi o Fabio Arruda (procura no google aí, porque eu não to com vontade de explicar quem é ele). Eu só tenho a dizer que a palestra dele foi muito mais do que divertida e eu ainda aprendi a ser chique, bem!

Aprendi, por exemplo, que quem criou a etiqueta foi o Rei Luís XIV, o rei Sol. Ele é considerado o primeiro diplomata da história e o pioneiro na criação de normas de comportamento comum. Resumindo, a corte do cara era composta por brutos e ele teve que dar um jeito naqueles franceses fedidos para poder apresentar às outras cortes do mundo. A palavra etiqueta, by the way, vem do francês estiquete, que eram os pequenos pedaços de papel que Luís XIV utilizou para anotar as normas de gente chique.

Uma das regras básicas da etiqueta é o domínio da palavra. Sim, porque você tem que se fazer entender. E fazer entender não quer dizer GRITAR, gente. Como Fabio Arruda disse, a elegância é silenciosa e ruídos altos provocam invasão auditiva. Resumindo, vai gritar lá nas suas quebradas, filha. Porque gente chique conversa sussurrando.

Outra coisa, está para surgir povo mais beijoqueiro do que brasileiro. Nem francês beija tanto quanto brasileiro. É uma coisa de louco! Não vai sair distribuindo beijos em eventos, pelamordedeus. Aperto de mão ainda é o cumprimento mais indicado. Transmite transparência e credibilidade. Mas não vai apertar a mão do cidadão. Isso não é mostrar firmeza ou macheza, é falta de educação mesmo. Ah, e daí, dessa coisa de beijo, aprendi, também, que as pessoas utilizam o “sair à francesa” de maneira errada. O certo é “sair à inglesa”, porque francês beija todo mundo e você demoraria horrores para se despedir da comunidade. Faça como os ingleses, sai com cara blasè, de fininho. Sem perder a elegância, é claro.

Existem, ainda, os cinco nãos primordiais da etiqueta social: não aponte, não boceje, não se coce, não cutuque e não se espreguice. Não preciso nem explicar, né, gente? E o não se coce também inclui o desgusting hábito masculino de mexer no coleguinha deles. Não, não pode! E aqui, o Fabio Arruda diz que homens não podem colocar as mãos nos bolsos. Além de ser um disfarce para o hábito já mencionado, demonstra falta de interesse. As mãos devem sempre estar à vista.

E uma coisa que eu sempre achei deveras mal educada. Nunca, jamais, never leve para casa o arranjo da mesa. Não tem coisa mais pobre do que levar o arranjo da mesa!!!! E outra, quem disse que pode levar embora uma coisa que não é sua? Isso é roubo, crime, sabia?

Enfim, a palestra do Fabio Arruda é muito divertida. Ele ainda ensina várias outras regras de comportamento que não daria para colocar aqui.

Mas, tipo assim, vão lá no Senac, façam o curso e ajudem a pagar o salário da Melzinha. Sim, eu faço propaganda descarada do meu cliente. É o trabalho de assessor de imprensa, gente. Não me condenem!

Quanta classe, não?

1 comentários:

Nanael Soubaim disse...

Não leve tudo ao pé da letra. A civilidade vem em boa posição, a saúde vem antes.