Fofuras e conspirações. A estação 276 mostra as diferenças entre levar à sério e se levar à sério, e suas conseqüências. Embarquem, o trem vai partir.
Ok, sobre o atentado ao show, a coletiva
imprevista tem a ajuda por teleconferência da polícia de Duhram. Um detetive
explica o que já pode contar e pede desculpas a Sunshadow (...) Agora sobre as demonstrações de aptidão
física muito acima do considerado normal para humanos, há coisas que podem ser
contadas, há coisas que não podem ser contadas (...) Ok, agora sobre Melinda e Aubrey, elas
estão se arrastando com seus barrigões, proibidas por Nancy de pernoitarem em
Los Angeles até que os bebês estejam em seus braços e elas recuperadas dos
partos. São duas meninas. Vão cuidar delas, ver que picaretas as estão
importunando agora e dar eles mesmos os recados devidos. Josephine já está lá, com
Nancy, quer conversar com os seis e ter certeza de que estão bem.
Com elas está Patrícia May, que como foi com
Patrícia, não é poupada pela mãe da realidade só porque é criança (...) E a doadora
involuntária da genética chega, com seus comparsas e a nova formação. Ronald e
Rebeca são afagados, enquanto Mandy é acolhida pelos professores do balé,
emocionada, com um convite em mãos para o Ballet Canard Noir se apresentar em
Paris. Anos de trabalho, de dedicação, de investimentos pesados e disciplina
férrea finalmente recompensados. Vai encontrar os pais, na tecelagem, naquela
classe discreta fora da qual nem saberia se expressar. Logo a casa do pato
preto está em festa. Josephine ajuda, liga e reserva um camarote no teatro (...) a organização do
festival alardeia aos quatro ventos que Jose De Lane confirmou presença, e as
pessoas passam a agir de modo pouco civilizado para conseguir ingressos,
inclusive com táticas de máfia.
Em Sunshadow (...) toda a trupe acompanha Mandy à Maison Petty Green, onde encomendam
os figurinos dos bailarinos que representarão o balé. Agora virá a seleção dos
enviados. Não será um concurso, mas será uma grande conquista para seu
currículo (...) haverá chefes de Estado
lá. Patrícia chama Richard, quer a Culture Train encarregada da organização,
para que Mandy só precise se ocupar da parte artística...
- Peça a gente nossa que ajude, até para
evitar ações de invejosos e ataques de idiotas.
- Bem lembrado, vou providenciar agora mesmo.
Que hotel você prefere? Talvez uma mansão nos arredores de Paris, ou... Que tal
aproveitar a estadia para vídeos promocionais do balé e algumas peças
publicitárias? Me lembrei agora de várias.
- Uma delas para um filme – complementa
Arthur. Selecione os bailarinos, vamos providenciar agora os trabalhos.
A fidalga arregala os olhos vendo o
planejamento (...) inclusive
com a decisão de Josephine de se hospedar na mesma mansão. Tudo acertado,
Richard e Arthur se põe a caminho, e no caminho havia uma menininha curiosa,
perguntando “O que é tudo isso que vocês estão fazendo? Eu também quero fazer” (...) Quando lhe dizem
que seu pai trabalha o dia todo, então ela quer mesmo fazer. Josephine olha
para a afilhada, olha para Nancy, que confirma o que ela está pensando...
- Eu sei o que vocês duas estão pensando e
não estou gostando... Não é possível que essa menina tenha puxado tudo a mim!
Você não pode ser tão parecida comigo, não é bom...
- Mas eu quero, eu gosto de você.
Pronto, o início de depressão se transforma
no mais gritante e inequívoco momento de ternura. Nancy e Richard não se furtam
de algumas lembranças da infância, quando Patrícia fazia praticamente o mesmo
que a pequenina faz hoje, exercendo seu carisma com altas doses impunes de fofura
explícita. Agora ninguém mais se lembra do atentado (...) a levará mais vezes consigo, para que aprenda
desde cedo a se defender.
Mas a imprensa insiste em esmiuçar o
atentado. Tobby chama seus comparsas de imprensa e planeja uma matéria séria a
respeito, para tirar foco e patrocinadores dos abutres. O último atentado será
o pontapé para falarem dos riscos a que pessoas famosas se expõe, por não se
intimidarem com a criminalização informal da opinião, que tomou o mundo. Julia
começa a selecionar material de seu acervo, enquanto o assunto principal da
matéria retoma a parte chata do trabalho (...) O Brasil está incluído nessa chatice, enquanto dele voam
Fabrícia e seus pequenos, para continuarem com o tratamento (...) Enquanto o 777 cruza a linha do Equador, Daniel
autoriza oficialmente o uso da rede municipal de transmissão e recarga por
indução. Toda a frota municipal já conta com espiras sob os assoalhos. Mais uma
polêmica lucrativa para a imprensa (...) Eles
não sabem e seu público não se importa como aquilo funciona, só querem causar
espanto e medo, para conseguirem patrocínio.
&
Sakura leva um maestro japonês para conhecer
o estúdio da Dead Train (...) Assim que entram, ela
sentencia “É o tio Enzo” pelo que ouve...
- Ele toca violino?
- Sim, muito bem, mas não é o que ele está
tocando.
- Ah, claro, é um sintetizador. Deve ser dos
melhores, demorei a perceber a diferença.
- Também não... Ah, a entrada está liberada.
Vamos, entre...
E o que ele vê é a confirmação do título
midiático: Enzo Crepaldi, o grande mago da guitarra, com sua leal Stratocaster,
usando de técnica refinada, extrai um som de violino metálico por suas
habilidosas mãos (...) Ele executa trechos de obras clássicas mais populares e
faz alguns improvisos, abusando de sua capacidade de distorcer as notas e
inspirar a nova formação. Ao fim, a ovação esperada, e os cumprimentos
exagerados do japonês (...) está muito interessado na técnica que Enzo utilizou. A técnica, sem problemas,
mas a prática faz as mãos do cantor se posicionarem assim que ele intenciona um
acorde (...) ele sequer
precisaria ver o que está fazendo. O maestro sofre tentando imitar.
É convidado à reunião de fim de tarde da
banda. Naburo pensa em um modo delicado de abordar o assunto do último
atentado (...) Fala discretamente a Sakura, em
japonês, se esquecendo de que os outros também estão compreendendo, até se ver
cercado por eles. Apesar da cobertura muito restrita da imprensa ocidental,
Sakura é um ídolo inconteste em todo o oriente (...) Não é novidade por lá, suas boas
relações com a música clássica, mas para os paparazzi (...) a companhia daquele homem
é uma novidade interessante para seu público. E lá vai Mikomi, suspirar por
mais paciência, enquanto tem a suspeita tarefa de falar sobre a filha em uma
matéria (...) Matthew empresta
sua cara de pau e seu sarcasmo ácido, cutucando indirectamente os colegas da
parte mais rasa do jornalismo.
Vai aos sites na mesma hora (...) incluive com reproduções de publicações
orientais a respeito da cantora. O prestigiado maestro Kenzo Naburo é
oficialmente apresentado ao ocidente (...) É levado para conhecer as ruas e o trecho de estrada
com alimentação por indução (...) Quando
põe os pés para fora, descobre que ficou repentinamente famoso na América...
- Senhor Naburo, uma declaração!
- O senhor é amigo da Sakura?
- O senhor fala inglês?
- Veio conhecer a orquestra da cidade?
- Desculpe, acho que mamãe já o apresentou à
imprensa, e esses fominhas querem qualquer bobagem que valha algo aos
patrocinadores.
- Ah, claro, a famosa senhora Mikomi Spring!
Poderemos conversar, se nos acompanharem pela cidade subterrânea e pelas ruas
de recarga contínua.
Meu Deus, ele fala inglês! E fala bem! Isso
não pode ficar impune, é imediatamente informado aos sites da imprensa rasa! Os
bocós demoram a se dar conta de que Naburo é famoso e requisitado no mundo da
música clássica (...) descende de uma longa linhagem de maestros, que tem doutorado em
instrumentos tradicionais japoneses, enfim, começam a se achar mais bobos do
que de hábito.
O maestro fica muito impressionado. O
aproveitamento de espaço, tão caro para seu arquipélago, é elevado a outro
nível em uma cidade de um país gigantesco, com espaço horizontal sobrando.
Experimenta um mini carro em estilo anos 1940 sem fonte própria de energia,
feito para turistas (...) sob o registro sistemático dos
paparazzi, com Henry no meio para garantir alguma profundidade à cobertura. Naburo
afirma que com um fornecimento confiável de energia, aquilo seria uma solução
sólida e perene para todas as metrópoles do mundo. Quando o maestro pergunta de
quem foi a brilhante idéia e quem financiou aquela estrutura maravilhosa, todos
apontam (...) para Patrícia.
Sandra e Giovanni pedem licença, está quase
na hora de pegarem Fabrícia e os meninos no aeroporto. Elias e Enya já estão lá (...) Os três são
percebidos antes de aparecerem, pela tagarelice dos meninos. Aparecem e os dois
já querem correr para os padrinhos. Ana Clara e Elisa terminam de preparar as
suítes e os acepipes (...) Sandra dá o sinal e os outros voltam à Máquina de Costura, enquanto Sakura leva
seu hóspede para casa. Com o mundo desabando lá fora, Fabrícia, Raimundo e
Francisco são recebidos ruidosamente (...) os dois têm dificuldade em falar um idioma só, estão
crescendo em um ambiente poliglota.
Têm alguns dias de tranqüilidade na sacra
dureza cotidiana, Patrícia com mais duas crianças para animar a casa, enquanto
gerencia o salvamento do mundo e os negócios da corporação, às vezes unindo
ambos. Quem diria que aquela mulher encantadora e cheia de vida tem quase
setenta anos? E quem diria que a amiga escultural e repleta de viço já tem
setenta anos? Renata traz novidades de Naomi...
- Hein???
- A deixei na escola e ele me pediu permissão
para fazer parte da organização, quando tiver idade. Já escolheu até o
codinome: Astral.
- Sim, mas como ela soube que somos a
Organização e que temos codinomes, é que constitui o problema. Se os guias de
vocês contaram isso a ela, então não se duvide que estão contando a mais gente,
que provavelmente nós não conhecemos!
- Ai... Vamos à casa religiosa?
Vão. Lá a médium só ouve “Está tudo indo bem.
Tudo está andando como deve, em breve vocês vão colher os doces frutos de seu
plantio” e a comunicação cessa...
- Eles querem dizer que é pra gente esperar
sentadas, é isso?
- É. Basicamente é isso. A gente tem que
esperar pra ver o resultado. Vamos falar da adesão da Naomi?
O que mais? (...) A menina está agora com Fabrícia e os garotos na BYOP, em um trabalho extra
classe, falando de coisas que sabe e pode contar sobre os destinos do Brasil (...) Fim do prazo, todos
recolham seus dispositivos e voltem à fundação, para trabalharem o que
conseguiram. Passam por Patrícia e Renata pelo caminho. A menina olha para a
mãe, que acena com um joinha, e seu sorriso brilha mais forte.
As duas vão falar com Josephine. Ela está com
Luis, conferindo as medidas para as roupas novas para o evento em Paris. A diva
ouve atenta, suspira e se conforma; não adianta ir atrás dos conspiradores.
Pede que Chocolate comece a orientar a menina até ela ter idade para integrar a
guarda imperial. Julia é avisada, durante as edições para o próximo programa. Avisam
Ursula também (...) manda Barbara ir
conversar com ela. Enquanto isso, um colaborador universitário descobre quem é
o mentor do atentado ao show em Durham. É gente nova no mundo das conspirações,
ele acredita que está predestinado a ser o imperador das Américas e unificar o
mundo sob seu cetro. Queria aproveitar a onda de terrorismos para tentar desestabilizar
o sistema e se promover (...) ele tem assessoria
quase eclesiástica de um professor aposentado, simpatizante de regimes
totalitários (...) tem
adeptos em vinte países pelo mundo, inclusive...
- Só estamos avisando, Vladmir, porque não
queremos outro Rasputin na Rússia. Não faça nada contra eles agora, eles se
consideram heróis e serão tratados como mártires, se forem pegos agora.
- Como o daesh?
- Um pouco piorado. Se consideram a única
alternativa à barbarização do planeta, ainda que precisem usar meios bárbaros
para tanto.
- Quem está avisando o presidente Trump? Você
não vai querer se revelar.
- Amigos da CIA...
A conversa é rápida (...) Mal Patrícia desliga e um
ícone pisca na borda superior direita da tela, é Rebeca, por rede social,
mandando um link do tweeter; o presidente cogita convidar a banda para um
jantar.
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