Rèquien. A estação 280 mostra como é quase impossível não absorver parte ou o todo da personalidade de com quem se convive, é uma troca automática. Todos à bordo, o trem vai partir.
O prédio do museu do modelo fica pronto,
construído por uma prototipadora gigante, cuja estrutura foi incorporada ao
imóvel. Summerfielders observam, alguns para vigiar em nome do ressentimento
que ainda sobrevive, outros na esperança que de (...) empregos estáveis; resultará em muitos. Elias está viajando a negócios para
o Japão, pelo que deu carona a Sakura e Kenji em seu Boeing, hoje com um urso
estilizado em coloridos pontos cruz na pintura. Então a vistoria fica a cargo
da esposa e da banda, aumentando o público nos limites da propriedade. Tudo foi
feito com fidelidade ao conceito de Kurt (...) Cobogós de inspiração orgânica dão o toque brasileiro nas sacadas e em
várias paredes internas. Tudo aprovado, podem iniciar a fase de acabamento (...) Alguns shows separam o término da estrutura física e a
inauguração do museu. Enya se esforçou para levar modelos que já tinham sido
completamente esquecidas pela mídia, que hoje se pergunta quem são, sem se dar
ao trabalho de digitar alguns nomes no motor de busca.
A alegria é seguida de um luto, um mês após.
Norma está com Robert. Foi rápido, ela tomou um pouco de chá, deixou Hope
brincando com Robert Richard, sentou-se na cadeira de balanço e meia hora
depois o monitor de pulso chamou socorro médico; ela já tinha ido embora. Rebeca
e Robert sabiam que isso aconteceria a qualquer momento (...) São poupados enquanto o luto passa, nos negócios e na
organização, onde Sandra assume suas funções (...) Os cuidados recebidos e o tempo se encarregam dos
curativos, voam para um show em New York com a banda completa, levando Airtrain
e Airwagon. Vão para Boston, depois
Orlando e voltam para Sunshadow, para uma pausa na agenda musical do ano.
Um dia desses, Patrícia May dá um susto,
entra no Peel P50 (...) liga e dispara pela cidade.
São apenas dez minutos de aventura, interrompida por Phoebe, que volta com o
carrinho debaixo do braço...
- Woho! Meu carro tá voando!
- Vai, faça festa, mas saiba que vai ter
bronca.
- Mas eu não fiz nada!
- Não fez? Pegou sorrateiramente o carro da
Aisha, saiu disparada na contramão, interrompeu o trânsito, deixou sua irmã
desesperada... Mocinha, você está encrencada!
- Me explique isso, mocinha!
Vai ter castigo. Nancy a coloca no quarto
para aprender a valorizar a liberdade, mas a malandrinha faz de conta que a
cama é o ônibus da banda e faz misérias imaginárias ao volante...
- Debby, você está vendo isso?
- Vamos ter que arranjar algo para ela fazer,
porque ficar sozinha... Ela sabe que é uma princesa?
- Eu sou?
Tratam de manter a petiz ocupada, para isso
convocam toda a família, inclusive a irmã clone, com quem consegue controlar
melhor sua sede de independência (...) as
semelhanças ficam mais marcantes, a menina passa a imitar os gestos de sua
doadora.
Na reunião com os comparsas, apesar do susto,
as gargalhadas tomam o ambiente (...) a menina
cresce, com ela as semelhanças com a irmã e sua facilidade em conseguir a
cooperação dos amigos. Com eles ela vê a estréia da franquia “The Titanian
Dragons”, à presença do autor e sua adorável consorte, já multimilionários.
Ainda se lembra do triste início de vida, mas para isso tem acompanhamento
profissional competente. Como de
costume, ninguém sai depois dos créditos, as cenas extras vão dar pistas do que
vai acontecer depois (...) Ao que parece, Star Hunter ficou no passado.
A manhã seguinte é de treino pesado, como
sempre, com Patrícia May aprendendo a se defender, porque vai precisar. Alguns
pastores resolveram reiniciar a perseguição, agora contra a menina, enquanto os
ufólogos defendem a todo custo a continuadora da nova era para a humanidade.
Volta a dormir lá mesmo, até a hora de ir para a escola. Patrícia está amando
isso...
- Eu sei, eu disse que não queria, que seria
um fardo muito pesado, mas eu estou amando cuidar dela. Eu vejo todos os meus
defeitos nela e cuido de me corrigir, para que não se espelhe neles.
- Minha mãe ainda pergunta se não pode
considerá-la uma neta.
- Sem chance! Pammy não é minha filha! Mas desde
quando ela precisa de motivo pra cuidar e mimar uma criança?
- Segura a onda aí, Greg, sua mãe já tem três
netos e três bisnetos, se ela quiser que clone a Claire – diz Rebeca.
O trabalho conjunto se desenrola com leveza e
risos (...) O primeiro filme produzido pela
Culture Train conseguiu lançar heróis made in Brazil no mercado mundial, e está
sondando outros em segredo; Capitão São Paulo, de Eric Lovric, é um deles.
&
Sandra chama o pai para uma conversa na
biblioteca de Patrícia (...) Lá encontra a madrinha, Arthur, Rebeca, Phoebe, os Richards, Krumb,
Tobby, Bart, Nelson e Josephine, acompanhados de um rapaz chinês...
- Precisamos de sua ajuda, meu querido. Este
rapaz foi fuzilado pelo regime, está morto e agora precisa começar vida nova.
Não conseguimos imaginar ninguém melhor do que você para ajuda-lo a recomeçar a
vida com a família.
- Mas minha família está morta, eu vi a
execução!
- Assim como você, ela está morta – corrige o
velho Gardner.
O rapaz de Wuhan chora. Lhe explicam,
atiçando a curiosidade de Elias, que seus parentes estavam desacordados, de pé
com a ajuda de esqueletos metálicos (...) Teria sido o preço por tentar revelar a corrupção de um membro do
partido, que o acusou preventivamente e sem provas de ser subversivo e inimigo
dos ideais da revolução, não fossem colaboradores infiltrados na burocracia...
- E ainda há imbecis que idolatram esses
canalhas – se lamenta Elias. Vocês querem que eu o ajude a se adaptar à vida
ocidental e crie uma identidade nova, certo?
- Sim, meu querido. Ele já passou por
plásticas com implantes para ficar totalmente diferente.
- Qual o seu nome?
- Wang Hu, senhor.
- Errado. Você é nova-iorquino, neto de chineses,
filho de descendentes e seu nome é Jean Liu. O que você fazia em Wuhan?
- Eu fabricava cópias piratas de smartphones
caros.
- Não. No Bronx você aprendeu a reconstruir
carros personalizados a partir de sucatas sem valor, veio porque eu te
contractei para montar e personalizar os kit cars que vendemos. Richard, ele
vai precisar passar por um treinamento intensivo na fábrica. Lembre-se, eu o
recomendei. Agora vou chamar o pessoal de New York para dar veracidade a tudo
isso... Montgomery, quero você e sua turma de desastrados aqui ainda hoje! A
CIA sabe disso?
- Não – diz Sandra, orgulhosa. Nem precisa.
- Graças a Deus...
Mais choro do ex-chinês e festa na
biblioteca, menos do brasileiro, que observa e estuda com rigor o morto que vai
vomeçar vida nova (...) corrigindo os cacoetes e investindo em um sotaque novo (...) Pai e filha saem juntos, enquanto o rapaz
é levado para aprender a construir automóveis.
Os sete colaboradores chegam à tarde e, como
ele tinha dito, são sete cavaleiros do apocalipse. Mestres no trabalho que
executam, trabalham rindo e debochando, mas fora dele tropeçam nos próprios
pés (...) Aisha avisa de uma ameaça que alguns figurões orientais fizeram, para que
ele pare de ajudar fornecedores rebeldes...
- Eu subestimo o poder deles? Com quem esse
boçal lambe-botas de tiranos pensa que está falando? Taiji, é Elias! Pare de
oferecer ajuda a Dong-wan, compre de uma vez a fábrica pelo preço que ele
pedir. Agora não é mais um fornecedor rebelde, é um fabricante com
exclusividade para a corporação.
É festa na Máquina de Costura. Renata repete
“Ele é mais parecido com você do que comigo” e Patrícia fica mais feliz. As
ameaças se sucedem, mas eles sabem que se colocarem um pé que seja no
continente americano, entrarão em uma guerra que dizimará rapidamente suas
reservas, e os tibetanos esperam justo algo assim para se rebelarem. O sujeito
é obrigado a pedir desculpas e, por ordens de Elias, a pedir perdão a Aisha (...) Sanaa estava
pronta para tirar pessoalmente satisfações (...) Elias tem se tornado mais poderoso e solicitado, suas infuências e
relações (cautelosas) com chefes de Estado e monarcas já são quase impossíveis
de manter em sigilo.
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