sábado, 25 de outubro de 2008

Encontro


Um dia trocaremos os teclados pelas palavras, os avatares pelas caras e bocas, os janelões pelo face a face. Assim não dá para dizer "Tudo bem" quando não está.

Uma tarde em que comemoraremos o fim de meu cárcere, em minha casa, com macarrão de grano duro e molho de tomate feito na minha cozinha, com os temperos que terei plantados no jardim, com as flores.

A chuva convidará à segregação voluntária em que já nos encontraremos, para mistificar e desmitificar nossa irmandade. Porque o mito é uma figura de linguagem, o místico é a consagração da labuta e do mérito.

As gotas tamborilando no telhado inspirarão os textos vindouros do Talicoisa e blogs adjuntos, bem como as cartas que cada um escreverá de próprio punho em seu regresso.

Ensinarei artesanato, desenho, engenharia e o que mais puder compartilhar do que amealhei na forja dos anos. Alguém sairá de lá modelando hentais, estou certo de que sim.

Publicaremos algumas das centenas de phorographias que bateremos ao longo do encontro, asseguro a liberdade para confeccionar os cenários. Algumas delas publicaremos no flickr, outras no Fórum, mas a maioria ficará para nós mesmos.

Faremos um ritual corceliano para consagrar o que então poderei chamar de lar, músicas cafonas serão permitidas, até incentivadas.

Aproveitarei para apresentar uns amigos, como o meu sapiente alfaiate e minha irmã postiça, a quem já dediquei um texto no Palavra de Nanael.

No cair da noite, deixarei todos à vontade, pois durmo cedo. Mas é de rocha que que Luna e Meg vão fazer guerra de travesseiro no meio da madrugada, basta uma delas acordar. Antecedente ao alvorecer, será a minha vez, pois também acordo cedo e o dia começa com uma prece.

Quando nos despedirmos, darei a cada um uma cópia da chave da casa, para não haver cerimônias nas próximas visitas, que haverão.

Enquanto isso tudo não acontece, o amor sem interesses que nos une cuida de anular a distância. E tenho tempo para arranjar algo digno de recebê-los, tanto a casa quanto o Corcel azul calcinha que dividirá a garagem com o meu Fusca, nem que eu tenha que construir uma réplica de fibra. Filmes? Uma revista? Quem sabe...

3 comentários:

Rafaela disse...

Ritual corceliano! Adorei!

Adriane Schroeder disse...

Destroçou!
Total sintonia corcélica!

Luna disse...

Não pense que vai escapar da guerra de travesseiros! E quero saber como é esse ritual corceliano, já tenho até a roupa de sacerdotisa (vou comprar num site).