Enfim a cura. A estação 155 mostra um dos muitos disfarces que um trauma pode assumir, às vezes é preciso a máscara ficar pesada para se revelar. Todos à bordo, O trem vai partir.
- Ai, que lindo!!! De novo! Quero ouvir de
novo!
- Tia Frida, eu...
Zigfrida fica feliz e saltitante (...) Passa a tratá-lo
como trata os garotos da nova formação e tratou os originais. Acredita que ele
esteja fora de perigo, especialmente depois do “Tia Frida”.
Phoebe está com os outros, em um ensaio
livre. Estrearão no coral da banda em Maio (...) Os
titulares estão em uma passada rápida por Los Angeles, decidiram quem vai
ilustrar o álbum triplo, dois discos de músicas inéditas e um com clássicos de
todas as fases. Entram na loja (...) com as caras mais lavadas do mundo, localizam o artista entretido com um
catálogo e se aproximam...
- Oi, Shag. A gente quer fazer uma encomenda –
começa Patricia.
- Claro, só um instante e já...
A loja entra em colapso. Em uma hora a
histeria está controlada, as câmeras forram o horizonte dos eventos e conseguem
falar com o artista, praticamente sitiados pela clientela (...) Ele entende, fica feliz da vida e os clientes espalham que ele
recebeu uma encomenda grande do Dead Train (...) Capas, contracapas, encartes, folders promocionais, discos de vinil,
brindes, enfim, ele vai contar a história da banda com sua arte retrô cínica e
elegante. Tudo acertado, voltam ao Jose’s Hotel para algumas horas de folga.
Em Sunshadow, Ingrid descobre que a juventude
local é muito mais livre e feliz do que poderia supor. Se uma garota disser
“Não” é fim de conversa (...) seus dogmas ideológicos estão dando tilt e fundindo seu hardware. Vai
falar com a tia...
- Minhas broncas nunca falham! Me conte
exactamente o que fez e viu, não economize detalhes.
- Vi umas garotas de roupas curtinhas,
pareciam ter vindo da academia...
As gafes são hilárias, os garotos da cidade
estão acostumados a relevar (...) contaram-lhe uma parábola de Elias para ilustrar o que acontece à juventude da
cidade, mas ela ainda não digeriu...
- Eu perguntei qual era a verdade deles, e
comentaram “Ela não leu Elias”. Me contaram uma história maluca de um ovo que
não cai nem sobe, que só acelera até o chão e...
- “A verdade é o ovo quebrado no chão. Ele
não sobe ou cai, isso depende do ponto de vista americano ou japonês, ele
apenas acelera em direção ao centro de gravidade da Terra, mas é interrompido
pelo piso e, na desaceleração brusca, a casca se rompe. Todo resto é
especulação”.
- Sim, foi isso! É parte do folclore
americano?
- Não, mas já se tornou parte da cultura da
cidade... E lá vem o autor do pensamento!
Elias chega para deixar à madrinha, coisas a que
não querem que hackers tenham acesso. Zigfrida o chama e apresenta a sobrinha,
que nunca tinha ouvido falar dele. É quase um alívio, seria se não soubesse se
tratar de alguém que se recusava a ter informações de um lugar que considerava
um refúgio nazista (...) Aquele homem baixo não tem absolutamente nada do que imaginava como um
intelectual (...) não impressiona,
enquanto é perguntado sobre trivialidades, mas quando ela começa a falar do
Brasil...
- Fixar a Flying Lady no capô de um Reliant o
transformaria em um Rolls Royce?
- Não, claro que não! Nem o número de rodas é
o mesmo!
- Pois o “governo bonzinho” do Brasil acredita
que sim, e foi com esse critério que alardeou ter erradicado a pobreza. Frida,
a madrinha ainda deve demorar e eu preciso ver problemas com novas taxas
sanitárias no Brasil. Entregue isto, ela sabe o que é.
- Desculpe a demora, meu querido! Tive
aqueles imprevistos de sempre...
O leva para a biblioteca, vê o que trouxe e
pergunta sobre a hóspede. A sobrancelha esquerda levantada e a boca torcida
para a direita dão a resposta. Saem conversando sobre o casamento de Kurt com
Happy Moon (...) Elias confessa o desconforto quando pensa
a respeito, mas foi para isso que fortaleceu a filha, ela sairia à sua própria
vida cedo ou tarde. Ela, no momento, dá a Elizabeth e Prudence uma pequena aula
sobre conspirações religiosas, que decididamente não são coisas de Deus. A próxima
agente será Patrícia e, finalmente (...) Josephine.
Alerta que é muito grande o número de ateus muito instruídos em religiões, que
decidem ganhar dinheiro como pastores (...) que falam o que o fiél quer ouvir. Cita nomes,
sabendo que manterão sigilo (...) Esse curso secreto de conspiração e espionagem já lhes
rendeu uma aventura infantil e três romances policiais, um vai virar filme.
Albert vai mostrar o carro à noiva (...) trouxe de Detroit um Mercury Coupé 1951 vermelho. A idéia era um carro original
que refletisse sua rebeldia inata, mas não custasse uma fortuna, as opções
convergiram para os coupés e logo o filtro mostrou o Mercury. Rebaixar o teto
seria cair na mesmice (...) Phoebe põe a família toda no carro antigo novo e manda tocar. Passam
pela Máquina de Costura, prometendo uma visita assim que terminarem o passeio.
Ingrid vê Albert ao volante, alisa o ventre enquanto encara o cabeludo que se
afasta a calmas 20mph. Está interessada nele.
Na volta ele dá detalhes de como encontrou o
clássico (...) Com os três grandalhões na frente, Marcia
não conseguia ver o caminho, Phoebe se abaixou várias vezes para a mãe ver o
para brisas. As meninas tagarelam, enquanto Spark e Lady Spy se entendem, e
Zigfrida fica de olho na sobrinha, que está sempre por um fio, no teste. Quer
ver até que ponto pode confiar nela, de agora em diante, mas tem se frustrado (...) pela tendência
intacta de buscar por aventuras sem medir conseqüências. Botou em sua cabeça o
pouco juízo que tem, enquanto a família da mãe a bombardeava diariamente com
discursos de liberdade total e ilimitada. Albert interrompe sua meditação...
- Capitão! Mrs Petty! Phoebe! Eu não fui
buscar só o Mercury, mas também isto – tira uma caixinha do bolso do blusão e a
abre diante da família – Phee, quer se casar comigo?
É uma festa! Patrícia chama sua comadre e os bisavós
da noiva, enquanto perto dali, Stephanie também aceita o pedido do noivo, após
anos de insistência. Vão todos para a Máquina de Costura. De longe, sóbria, a
inglesa observa o folguedo. Foi ensinada pelas companhias a desdenhar tudo
aquilo (...) O que vê não é o que se
acostumou a acreditar, não há constrangimentos ou desconfortos. A cena é o cume
de uma manhã alegre, que encerra um ciclo em que os envolvidos escolheram
estar (...) Tudo de livre e espontânea vontade. Acertam que
Stephanie se casa um dia antes, para haver duas festas de arromba seguidas.
&
Ingrid entra na suíte que hospeda os tios.
Não tem muito jeito para dar explicações, apenas se senta diante deles e começa
a falar...
- Eu tinha uma amiga... Ela era muçulmana,
mas sempre conseguia escapar e sair com a gente. Ela conheceu uns professores
de história e philosophia, durante um ano e meio, quase dois, se aprofundou nos
estudos do islã, mas não da forma como os pais dela queriam... Talvez nem
quisessem que estudasse, só obedecesse um macho alpha e pronto... No ano
passado ela foi flagrada pelo irmão conversando em público com amigos que eles
não conheciam, de cabelos soltos. Ela teria dito, segundo esses amigos que
tínhamos em comum, que “Allah não confiaria seus segredos às mentes limitadas dos
homens, está claro que mandou mensagens em versos para que pudéssemos digerir.
Só um ingênuo leva poesias ao pé da letra”, o irmão a interrompeu chamando-a de
infiel e traidora, bateu nela e foi detido. Voltou depois com uma arma e uma
faca, com a arma afastou os outros, com a faca degolou a irmã... A polícia
descobriu que ela seria enviada para a Arábia Saudita na semana seguinte, para
se casar à sua revelia. A comunidade muçulmana manifestou pesares pela família,
nas não deu a mínima para Asma. As outras religiões condenaram o hábito deles,
mas ninguém sequer tocou no nome dela. Acho que era só isso...
- Não é só isso. Eu conheço o caso, só não
sabia dessa amizade. Vem pra titia...
É a primeira vez que (...) se deixa envolver e chorar sem a companhia da
solidão. Finalmente aquela caixinha preta se abriu e deu um fio de esperança a
Zigfrida. Ela chora o luto que segurou por quase dois anos (...) solta todos os monstros que tinha
enjaulados, dando subsídios para a sueca elaborar um tratamento eficaz, e
aprender palavrões novos. Na manhã seguinte, só com os companheiros de senda,
ela conta o que foi aquela choradeira (...) Sente um pouco da dor da sobrinha,
talvez porque foi a única pessoa a quem ela pediu ajuda...
- Eu tinha medo de trazer ela, mas agora tá
claro que foi a única decisão certa. Lá ela iria cair no radicalismo e talvez
contraísse um câncer, pelo represamento das emoções. Ainda tem muita coisa pra
investigar, mas ela soltou o que eu precisava para saber o que fazer.
- Acompanhem ela em um passeio pela cidade.
Você já terminou com Albert, então pode se dedicar a ela e mostrar que o mundo
não é o que esses canalhas querem que ela acredite.
Segue a sugestão de Brain. O casal a leva a
um tour (...) lhe apresentando a Naomi
Petty Green Children Foundation (...) Passam o dia inteiro lá dentro e saem com uma Ingrid completamente
diferente.
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