domingo, 3 de fevereiro de 2019

Dead Train in the rain CLV

    Enfim a cura. A estação 155 mostra um dos muitos disfarces que um trauma pode assumir, às vezes é preciso a máscara ficar pesada para se revelar. Todos à bordo, O trem vai partir.


- Ai, que lindo!!! De novo! Quero ouvir de novo!

- Tia Frida, eu...

Zigfrida fica feliz e saltitante (...) Passa a tratá-lo como trata os garotos da nova formação e tratou os originais. Acredita que ele esteja fora de perigo, especialmente depois do “Tia Frida”.

Phoebe está com os outros, em um ensaio livre. Estrearão no coral da banda em Maio (...) Os titulares estão em uma passada rápida por Los Angeles, decidiram quem vai ilustrar o álbum triplo, dois discos de músicas inéditas e um com clássicos de todas as fases. Entram na loja (...) com as caras mais lavadas do mundo, localizam o artista entretido com um catálogo e se aproximam...

- Oi, Shag. A gente quer fazer uma encomenda – começa Patricia.

- Claro, só um instante e já...

A loja entra em colapso. Em uma hora a histeria está controlada, as câmeras forram o horizonte dos eventos e conseguem falar com o artista, praticamente sitiados pela clientela (...) Ele entende, fica feliz da vida e os clientes espalham que ele recebeu uma encomenda grande do Dead Train (...) Capas, contracapas, encartes, folders promocionais, discos de vinil, brindes, enfim, ele vai contar a história da banda com sua arte retrô cínica e elegante. Tudo acertado, voltam ao Jose’s Hotel para algumas horas de folga.

Em Sunshadow, Ingrid descobre que a juventude local é muito mais livre e feliz do que poderia supor. Se uma garota disser “Não” é fim de conversa (...) seus dogmas ideológicos estão dando tilt e fundindo seu hardware. Vai falar com a tia...

- Minhas broncas nunca falham! Me conte exactamente o que fez e viu, não economize detalhes.

- Vi umas garotas de roupas curtinhas, pareciam ter vindo da academia...

As gafes são hilárias, os garotos da cidade estão acostumados a relevar (...) contaram-lhe uma parábola de Elias para ilustrar o que acontece à juventude da cidade, mas ela ainda não digeriu...

- Eu perguntei qual era a verdade deles, e comentaram “Ela não leu Elias”. Me contaram uma história maluca de um ovo que não cai nem sobe, que só acelera até o chão e...

- “A verdade é o ovo quebrado no chão. Ele não sobe ou cai, isso depende do ponto de vista americano ou japonês, ele apenas acelera em direção ao centro de gravidade da Terra, mas é interrompido pelo piso e, na desaceleração brusca, a casca se rompe. Todo resto é especulação”.

- Sim, foi isso! É parte do folclore americano?

- Não, mas já se tornou parte da cultura da cidade... E lá vem o autor do pensamento!

Elias chega para deixar à madrinha, coisas a que não querem que hackers tenham acesso. Zigfrida o chama e apresenta a sobrinha, que nunca tinha ouvido falar dele. É quase um alívio, seria se não soubesse se tratar de alguém que se recusava a ter informações de um lugar que considerava um refúgio nazista (...) Aquele homem baixo não tem absolutamente nada do que imaginava como um intelectual (...) não impressiona, enquanto é perguntado sobre trivialidades, mas quando ela começa a falar do Brasil...

- Fixar a Flying Lady no capô de um Reliant o transformaria em um Rolls Royce?

- Não, claro que não! Nem o número de rodas é o mesmo!

- Pois o “governo bonzinho” do Brasil acredita que sim, e foi com esse critério que alardeou ter erradicado a pobreza. Frida, a madrinha ainda deve demorar e eu preciso ver problemas com novas taxas sanitárias no Brasil. Entregue isto, ela sabe o que é.

- Desculpe a demora, meu querido! Tive aqueles imprevistos de sempre...

O leva para a biblioteca, vê o que trouxe e pergunta sobre a hóspede. A sobrancelha esquerda levantada e a boca torcida para a direita dão a resposta. Saem conversando sobre o casamento de Kurt com Happy Moon (...) Elias confessa o desconforto quando pensa a respeito, mas foi para isso que fortaleceu a filha, ela sairia à sua própria vida cedo ou tarde. Ela, no momento, dá a Elizabeth e Prudence uma pequena aula sobre conspirações religiosas, que decididamente não são coisas de Deus. A próxima agente será Patrícia e, finalmente (...) Josephine. Alerta que é muito grande o número de ateus muito instruídos em religiões, que decidem ganhar dinheiro como pastores (...) que falam o que o fiél quer ouvir. Cita nomes, sabendo que manterão sigilo (...) Esse curso secreto de conspiração e espionagem já lhes rendeu uma aventura infantil e três romances policiais, um vai virar filme.

Albert vai mostrar o carro à noiva (...) trouxe de Detroit um Mercury Coupé 1951 vermelho. A idéia era um carro original que refletisse sua rebeldia inata, mas não custasse uma fortuna, as opções convergiram para os coupés e logo o filtro mostrou o Mercury. Rebaixar o teto seria cair na mesmice (...) Phoebe põe a família toda no carro antigo novo e manda tocar. Passam pela Máquina de Costura, prometendo uma visita assim que terminarem o passeio. Ingrid vê Albert ao volante, alisa o ventre enquanto encara o cabeludo que se afasta a calmas 20mph. Está interessada nele.

Na volta ele dá detalhes de como encontrou o clássico (...) Com os três grandalhões na frente, Marcia não conseguia ver o caminho, Phoebe se abaixou várias vezes para a mãe ver o para brisas. As meninas tagarelam, enquanto Spark e Lady Spy se entendem, e Zigfrida fica de olho na sobrinha, que está sempre por um fio, no teste. Quer ver até que ponto pode confiar nela, de agora em diante, mas tem se frustrado (...) pela tendência intacta de buscar por aventuras sem medir conseqüências. Botou em sua cabeça o pouco juízo que tem, enquanto a família da mãe a bombardeava diariamente com discursos de liberdade total e ilimitada. Albert interrompe sua meditação...

- Capitão! Mrs Petty! Phoebe! Eu não fui buscar só o Mercury, mas também isto – tira uma caixinha do bolso do blusão e a abre diante da família – Phee, quer se casar comigo?

É uma festa! Patrícia chama sua comadre e os bisavós da noiva, enquanto perto dali, Stephanie também aceita o pedido do noivo, após anos de insistência. Vão todos para a Máquina de Costura. De longe, sóbria, a inglesa observa o folguedo. Foi ensinada pelas companhias a desdenhar tudo aquilo (...) O que vê não é o que se acostumou a acreditar, não há constrangimentos ou desconfortos. A cena é o cume de uma manhã alegre, que encerra um ciclo em que os envolvidos escolheram estar (...) Tudo de livre e espontânea vontade. Acertam que Stephanie se casa um dia antes, para haver duas festas de arromba seguidas.

&

Ingrid entra na suíte que hospeda os tios. Não tem muito jeito para dar explicações, apenas se senta diante deles e começa a falar...

- Eu tinha uma amiga... Ela era muçulmana, mas sempre conseguia escapar e sair com a gente. Ela conheceu uns professores de história e philosophia, durante um ano e meio, quase dois, se aprofundou nos estudos do islã, mas não da forma como os pais dela queriam... Talvez nem quisessem que estudasse, só obedecesse um macho alpha e pronto... No ano passado ela foi flagrada pelo irmão conversando em público com amigos que eles não conheciam, de cabelos soltos. Ela teria dito, segundo esses amigos que tínhamos em comum, que “Allah não confiaria seus segredos às mentes limitadas dos homens, está claro que mandou mensagens em versos para que pudéssemos digerir. Só um ingênuo leva poesias ao pé da letra”, o irmão a interrompeu chamando-a de infiel e traidora, bateu nela e foi detido. Voltou depois com uma arma e uma faca, com a arma afastou os outros, com a faca degolou a irmã... A polícia descobriu que ela seria enviada para a Arábia Saudita na semana seguinte, para se casar à sua revelia. A comunidade muçulmana manifestou pesares pela família, nas não deu a mínima para Asma. As outras religiões condenaram o hábito deles, mas ninguém sequer tocou no nome dela. Acho que era só isso...

- Não é só isso. Eu conheço o caso, só não sabia dessa amizade. Vem pra titia...

É a primeira vez que (...) se deixa envolver e chorar sem a companhia da solidão. Finalmente aquela caixinha preta se abriu e deu um fio de esperança a Zigfrida. Ela chora o luto que segurou por quase dois anos (...) solta todos os monstros que tinha enjaulados, dando subsídios para a sueca elaborar um tratamento eficaz, e aprender palavrões novos. Na manhã seguinte, só com os companheiros de senda, ela conta o que foi aquela choradeira (...) Sente um pouco da dor da sobrinha, talvez porque foi a única pessoa a quem ela pediu ajuda...

- Eu tinha medo de trazer ela, mas agora tá claro que foi a única decisão certa. Lá ela iria cair no radicalismo e talvez contraísse um câncer, pelo represamento das emoções. Ainda tem muita coisa pra investigar, mas ela soltou o que eu precisava para saber o que fazer.

- Acompanhem ela em um passeio pela cidade. Você já terminou com Albert, então pode se dedicar a ela e mostrar que o mundo não é o que esses canalhas querem que ela acredite.

Segue a sugestão de Brain. O casal a leva a um tour (...) lhe apresentando a Naomi Petty Green Children Foundation (...) Passam o dia inteiro lá dentro e saem com uma Ingrid completamente diferente.

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